1. Jesus andou quase sempre pelas
margens: pelas margens dos rios e pelas margens da vida.
Grande parte da Sua actividade
decorreu à beira do mar da Galileia, cujo principal afluente — e também
efluente — é o Jordão. Foi, aliás, nas margens deste rio que Ele foi baptizado (cf.
Mc 1, 9).
2. Ao longo da Sua missão, Jesus ia
alternando de margens.
Passava de margem para margem (cf. Mc
4, 35), mas nunca deixou as margens. E jamais abandonou os que eram postos à
margem (cf. Lc 16, 19-31).
3. Curiosamente, alguns peritos, como
John Meier, apresentam Jesus como «marginal».
Não se trata de marginal no sentido
de contestatário ou de irrelevante, mas no sentido de alternativo.
4. Jesus contestou sempre a
hipocrisia e a auto-suficiência dos que se julgavam superiores (cf. Mt 23, 27).
A mensagem e a conduta de Jesus foram
de tal modo relevantes que muitas multidões se formaram à Sua volta (cf. Mt 5,
1).
5. O Seu programa era verdadeiramente
alternativo.
Jesus não só não pertencia aos
principais grupos do judaísmo como defendia um projecto de vida, em muitos
casos, oposto ao deles.
6. Proclama o perdão em vez da
vingança (cf. Lc 6, 37) e estende o amor aos próprios inimigos (cf. Mt 5, 44).
Jesus não foge dos que falham (cf. Mt
11, 19). Sente-se bem com os doentes (cf. Mt 14, 14), os famintos (cf. Mt 15,
32), os pobres (cf. Mt 5, 1) e os perseguidos (cf. Mt 5, 10).
7. Como se isto não bastasse,
frequentava ambientes pouco recomendáveis (cf. Mc 2, 16).
Enfim, nunca hesitou em tomar partido
pelos mais humildes (cf. Mt 25, 40).
8. Jesus não era ambíguo
nas palavras ou equívoco nas acções.
Quando teve de escolher, optou por
quem estava em baixo e por quem ficava de fora.
9. Aberto a todos, não quis ser
imparcial. Preferiu os preteridos e incluiu sempre os excluídos.
Afagou as lágrimas dos pecadores (cf.
Lc 7, 38) e fazia questão de tocar nas feridas dos sofredores (cf. Mc 1, 41).
Jesus é o Deus que (nos) toca.
10. Poderá Deus ser assim? Pena é
que, vinte séculos depois, ainda não tenhamos percebido que Deus é (mesmo)
assim.
É sempre nas margens que O
conhecemos. Serão os marginalizados os que melhor O entenderão?
Fonte: aqui
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