quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

III DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C

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Leituras: aqui
"Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”!
(Lc 4,21)
[Fecham-se os livros e abre-se a vida! Dito e feito! Assim é a Palavra de Deus! Hoje, somos assembleia reunida, para celebrar «o dia consagrado ao Senhor». Hoje, a Palavra de Deus foi proclamada, diante de todos! Hoje, Jesus fala-nos, por meio das Escrituras. Hoje, escutamo-lO, e pomos nEle os nossos olhos, porque a Palavra de Deus faz-se Carne, faz-se ouvir e sentir, faz-se ver e pode-se tocar. Hoje, estou aqui, como outrora os sacerdotes e levitas, ou como há dois mil anos, Jesus na sinagoga de Nazaré, a explicar-vos a Palavra, para que a compreendais, para que Ela fale à nossa vida e se cumpra hoje mesmo]!
2. Hoje, também eu gostaria de ser breve, tal como Jesus, no seu comentário à Palavra de Deus. Por isso, destaco apenas a palavra final da citação de Isaías: «O Senhor enviou-me a proclamar o ano da graça do Senhor» (Lc 4,19; Is 61,2a). Fico então a pensar convosco: “2013, um ano da graça do Senhor”?! Parece estranho! Afinal, todos falam tão mal deste ano, como uma espécie de «ano de vingança» (Is 61,2b), mas Jesus vem dizer-nos, precisamente hoje, que este ano de 2013, é mais um ano da graça, um tempo favorável da parte do Senhor, um tempo especial, “um tempo de graça” (PF 15), que o Santo Padre nos propôs, como um «Ano da Fé»!
Então, eu interrogo-me, perante este dom: Como aproveitar, como viver pessoalmente, na minha vida, este ano do Ano da Fé, para que ele seja verdadeiramente um “ano da graça do Senhor”?
3. As leituras que escutámos dão-nos sugestões muito simples e concretas. E uma breve passagem pelas leituras indica-nos algumas atitudes, para que possamos aproveitar esta graça para crescer na fé:
1. Valorizar «o dia consagrado ao Senhor»! Para os judeus, era o sábado, o sétimo dia. Também Jesus, como judeu, fiel e piedoso, “segundo o seu costume, ia à sinagoga” (Lc 4,16), neste dia, para rezar com o seu povo. Para os cristãos, o dia consagrado ao Senhor, será o domingo, o primeiro dia da semana, o dia da Ressurreição de Jesus. Neste Ano da Fé, não deixemos de valorizar o Domingo, a partir da Eucaristia. A Eucaristia é o coração do domingo. Sem a Eucaristia, o Domingo é apenas uma interrupção, na sequência dos dias úteis. Deixa de ser um dia de festa e de repouso, um dia do Senhor, para o louvor de Deus. Neste Ano da fé devemosintensificar a celebração da fé, particularmente na Eucaristia, que é a meta e a fonte de toda a vida cristã (PF 9). A Liturgia é a nossa primeira escola da fé!
1.1. Façamos então da Eucaristia, um compromisso irrenunciável, “o mistério admirável” e não o sacramento descartável da nossa fé, como se fosse algo de acessório, de secundário, de dispensável.
1.2. Demos ainda mais tempo, mais espaço, para Deus, na celebração da Eucaristia, sem atrasos na entrada, sem pressas na saída;
1.3. Não vivamos a Eucaristia como um costume, a que somos obrigados. Vivamos a Eucaristia, na alegria da grande família reunida, em comunhão;
2. Valorizar a Palavra de Deus. Há que dar mais tempo, mais importância, mais atenção à leitura e à escuta da Palavra de Deus. “Que a Palavra de Deus avance e seja glorificada” (II Tes 3,1; cf. PF 15), especialmente neste Ano da Fé. Façamo-lo:
2.1. Pessoalmente e em família, com a leitura diária, de cinco a dez linhas, das páginas evangélicas. Saibamos abrir o livro das Escrituras, para colher a mensagem que Deus tem para nós, hoje, neste dia, em cada dia;
2.2. Em grupo de reflexão ou de oração, para compreender melhor a Palavra e a poder levar à vida (participemos mais na lectio divina, na catequese);
2.3. Em assembleia litúrgica: este é, sem dúvida, o âmbito privilegiado onde Deus nos fala, no momento presente da nossa vida (cf. Verbum Domini, 52). Não basta chegar ao Credo. É preciso que escutemos toda a Palavra, que a Igreja nos propõe em cada celebração.
3. Valorizar a minha pertença e a minha participação na vida da Comunidade. Na verdade, eu só sou, porque os outros são. Sozinho, não sou nem vivo, como cristão! Todos nós – dizia-nos São Paulo – formamos um só Corpo. Cada um de nós é membro de um mesmo Corpo, o Corpo de Cristo, que é a Igreja. Cada qual, na sua parte, com o que tem de seu e de próprio. Neste Ano da Fé, cada um procure dar algo, de si ou de seu, à vida desta comunidade, com um empenho mais concreto, seja num simples contributo material, seja num humilde serviço pastoral. Na verdade, “os crentes fortificam-se acreditando” (Santo Agostinho; PF 7). Vivamos a fé “na grande comunhão da Igreja” (Notas para o Ano da Fé, 10).
Três coisas apenas. Mas isto bastaria, para transformar a malfadada desgraça do ano 2013, na graça que para todos é, este tão belo e tão rico e tão desafiador Ano da Fé.
Fonte: aqui

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