Leituras: aqui
1. Quem diz o que não deve, ouve o que não
quer! A história rocambolesca contada pelos saduceus era a história de uma
paternidade sete vezes falhada, de uma vida não transmitida, que desembocara sempre
na morte! Mas Jesus não brinca com a coisa mais séria da vida! A história que
Jesus conta é outra: é a história da vida verdadeira de Deus, da vida
transmitida, dada pelo Deus vivo, e Deus dos vivos, Paternidade nunca falhada,
mas sempre realizada. Portanto, negar a ressurreição é negar a vida que vem de
Deus, e equivaleria a negar a própria existência de Deus. Se Abraão, Isaac e
Jacob estão vivos, não é pelo facto de terem desposado mulheres e gerado
filhos, mas pelo facto de serem eles mesmos «filhos de Deus», e, por isso
mesmo, e para sempre, recebedores da própria vida de Deus. Portanto, apesar
destes patriarcas terem morrido, Deus continua a ser o seu Deus, o seu
protetor, o seu amigo. A morte não pode destruir o amor e a fidelidade de Deus,
para com eles. Já assim o pensavam e acreditavam os sete irmãos macabeus!
2. Mas a
resposta de Jesus permite-nos dizer que a ressurreição não é, obviamente, a
reanimação de um cadáver, ou o simples o prolongamento
do jogo da vida presente. Há realmente uma diferença radical entre a nossa vida terrestre e essa vida plena,
sustentada diretamente pelo amor de Deus, depois da morte. Essa vida é
absolutamente «nova». É mesmo “outra” vida, vida plena, vida eterna, sem que
deixe de ser a vida de cada pessoa, mas doravante sem os limites do tempo e do
espaço, uma vida inteiramente transfigurada por Deus. Continuaremos,
obviamente, a ser nós, esta pessoa que somos, envolta na teia dos laços que
significam amor e amizade. Mas seremos nós mesmos, totalmente outros, porque
inteiramente imersos e transformados pelo amor de Deus. Por isso, esta vida
nova da ressurreição, podemos e devemos esperá-la com amor, mas não nos é possível
descrevê-la ou explicá-la, como se fosse obra das nossas mãos.
3. A semelhança e a diferença, a continuidade e a novidade, entre a vida dos “filhos deste mundo” e a vida futura dos “filhos da ressurreição”, pode ser comparável àquela que se verifica na transformação da semente no seu próprio fruto! Neste sentido, o nosso corpo sepultado tem a sorte do Corpo de Jesus, qual “grão de trigo, que, uma vez lançado à terra, tem de morrer, para frutificar” (cf. Jo 12,23-24)! Tem de ser consumido, para se consumar! O crente sabe, que naquele cadáver, entregue à terra, se desenvolveu uma vida, que está chamada, não a desintegrar-se, como cinzas ao vento, ou a diluir-se, como cinzas deitadas ao mar; ou a fundir-se como pó, no seio da mãe natureza (cf. Instrução Ad resurgendum cum Christo, n.º 3). Na ressurreição, esta vida única e original dada a cada um, será plenamente realizada e finalizada, quando Deus for tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28).
3. A semelhança e a diferença, a continuidade e a novidade, entre a vida dos “filhos deste mundo” e a vida futura dos “filhos da ressurreição”, pode ser comparável àquela que se verifica na transformação da semente no seu próprio fruto! Neste sentido, o nosso corpo sepultado tem a sorte do Corpo de Jesus, qual “grão de trigo, que, uma vez lançado à terra, tem de morrer, para frutificar” (cf. Jo 12,23-24)! Tem de ser consumido, para se consumar! O crente sabe, que naquele cadáver, entregue à terra, se desenvolveu uma vida, que está chamada, não a desintegrar-se, como cinzas ao vento, ou a diluir-se, como cinzas deitadas ao mar; ou a fundir-se como pó, no seio da mãe natureza (cf. Instrução Ad resurgendum cum Christo, n.º 3). Na ressurreição, esta vida única e original dada a cada um, será plenamente realizada e finalizada, quando Deus for tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28).
4. As
primeiras gerações cristãs mantiveram essa atitude humilde e honesta diante do
mistério da ressurreição e da «vida eterna». Paulo diz aos crentes de Corinto:
«o que os (vossos) olhos não viram, os
ouvidos não ouviram, o coração do homem não pressentiu, isso Deus preparou para
aqueles que O amam» (1 Cor 2,7). Estas palavras servem-nos de sã advertência e de orientação
gozosa. Por um lado, o céu é uma «novidade» que está para além de qualquer
experiência terrestre, mas, por outro, é uma vida «preparada» por Deus, para o
cumprimento pleno das nossas aspirações mais profundas! O que é próprio da fé
não é satisfazer ingenuamente a curiosidade, mas alimentar o desejo, a
expectativa e a esperança colocada em Deus «de
que Ele nos ressuscitará» (2 Mac 7,14).
5.
Iremos, de seguida, traduzir em 12 afirmações, o que significa a nossa fé na
ressurreição. Procurai ouvir e meditar em cada frase, para que o Senhor vos
console. E, nesta “feliz esperança,
dirija os vossos corações para que amem a Deus e aguardem a Cristo, com
perseverança” (2 Tes 2,16.3,5)!
Amaro Gonçalo
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