Castigo e
correção são palavras ofensivas, que
já não fazem parte do vocabulário, do eduquês pós-moderno. Parecem-nos técnicas
do antigo regime! Mas o autor da Carta aos Hebreus diz que são próprios da
pedagogia divina. Para não fugir à regra dos três pontos, permito-me convocar
aqui a autoridade de três mestres insuspeitos, que nos digam três palavras de
sabedoria:
1. Escreveu São
João Bosco (1815-1888), a quem João Paulo II chamou “pai e mestre da
Juventude”: «Quantas vezes, na minha longa carreira, me tive de convencer desta
grande verdade: é mais fácil encolerizar-se do que ter paciência, ameaçar uma
criança do que persuadi-la; direi mesmo que é mais cómodo, para a nossa
impaciência e para a nossa soberba, castigar os recalcitrantes do que corrigi-los,
suportando-os com firmeza e benignidade. (...) Tende cuidado que ninguém possa
julgar que procedeis movidos pelo ímpeto da emoção repentina. Dificilmente quem
castiga é capaz de conservar aquela calma que é necessária para afastar
qualquer dúvida de que agimos ou para demonstrar a nossa autoridade ou para
desafogar o nosso mau humor. (...) Nada de agitação de ânimo, nada de desprezo
no olhar, nada de injúrias nos lábios»…
2. Disse, um dia, com ironia, São João Crisóstomo (347-407), padre e doutor da Igreja: «Cuidamos
menos dos filhos do que dos próprios animais: os burros e os cavalos dão-nos
mais canseiras do que os filhos. Se alguém tiver um macho, terá todo o cuidado
de lhe arranjar um excelente tratador, que não seja desonesto nem ladrão, ébrio
ignorante do seu ofício; mas tratando-se de dar ao filho um educador, qualquer
serve, ao acaso e sem escolher. E todavia, não existe arte mais importante que
a educação. Qual é a arte que se pode comparar com a que tem por missão dirigir
a alma, formar o espírito e o carácter de um jovem? (...) Mas isso não nos
preocupa; se queremos que aprenda a língua, não é para que saiba exprimir-se
bem, mas sim para que possa amealhar dinheiro. A prova está em que, se os
filhos pudessem enriquecer sem a necessidade deste ensino, facilmente o
dispensaríamos».
3. E, já agora, para não fugir à regra do mês de
Agosto, dêmos, uma vez mais, a voz ao Papa
Francisco, o jesuíta. Disse ele, há dias, num encontro com educadores: “Não
desanimeis diante das dificuldades apresentadas pelo desafio educativo! Educar
não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser; para educar é preciso
sair de si mesmo e permanecer no meio dos jovens, acompanhá-los nas etapas do
seu crescimento, pondo-se ao seu lado. Dai-lhes esperança, otimismo para o seu
caminho no mundo. Mas, sobretudo, com a vossa vida, sede testemunhas daquilo
que comunicais. Um educador transmite conhecimentos e valores com as suas
palavras, mas só será incisivo sobre os jovens se acompanhar as palavras com o
testemunho, com a sua coerência de vida. Sem coerência não é possível educar!
Sois todos educadores, não há delegações neste campo”.
E diz a voz do Povo: «Quem dá pão, também dá educação»! Eu diria mais: quem dá educação, é que dá o primeiro e o melhor pão!
E diz a voz do Povo: «Quem dá pão, também dá educação»! Eu diria mais: quem dá educação, é que dá o primeiro e o melhor pão!
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