Marita, como era conhecida, foi sequestrada na rua quando ia ao ginecologista. Tinha 23 anos e deixou uma filha de 3. Chegou a ser vista em duas casas de prostituição da província de La Rioja, mas a polícia desconhece o seu paradeiro. Após uma notícia na rádio, alguém os contactou para dizer que tinha visto Marita num bordel. Trimarco chamou a polícia, mas quando lá chegaram a filha já lá não estava. Segundo parece, alguém tinha avisado os proxenetas.
Foi aí que Susana Trimarco começou a perceber a teia de cumplicidades entre os que fazem tráfico de mulheres – os que raptam jovens como Marita e as forçam a prostituir-se – e aqueles que era suposto impedir esse tráfego.
Falando com algumas das mulheres no bordel, começou a ter ideia de uma rede. Mas para entrar lá dentro, não podia confiar em ninguém. Tinha de ser ela própria. Assim fez. Vestiu-se como uma madame, treinou-se para usar linguagem a condizer, e começou a visitar as casas de prostituição de que foi tendo conhecimento.
Desde então, Susana dedica a sua vida a combater este crime no país. Na busca pela filha, resgatou centenas de mulheres de prostíbulos.
Também criou a Fundação María de los Ángeles, que presta assistência às vítimas e ajudou a capacitar juízes, promotores e policas para lidar com o tráfico de mulheres.
Já libertou e deu guarida a cerca de 500 raparigas apanhadas nas malhas do tráfico de mulheres. Mas ainda falta encontrar a filha Marita, ou saber o que lhe aconteceu. Conforme ela diz, se eu não tenho descanso eles também não hão-de ter. E a prova disso é o julgamento de 13 homens acusados pelo desaparecimento de Marita, que neste momento já decorre. Entre os acusados contam-se vários polícias.
Em 2007 recebeu nos Estados Unidos o prémio internacional "Mulher de Coragem" e este ano é candidata ao Nobel da Paz. E merece-o!
Fonte: aqui
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