QUE FAZER COM (mais) ESTES DADOS?
1. Há estudos que revelam o que ainda poucos sabem. E há estudos que mostram o que toda a gente já conhece.
A sondagem realizada pela Universidade Católica documenta o que temos sido capazes de ver mas incapazes de inverter. Ou seja, o número de católicos, apesar de continuar elevado, está a cair. Ainda são muitos (79,5%), mas são cada vez menos (há doze anos, eram 86,9%).
Acresce que — aspecto importante — os portugueses não estão a ficar descrentes (estes não chegam a 10%). Estão, sim, a optar por outras confissões cristãs, por outras religiões ou, então, por cultivar a fé longe de qualquer enquadramento institucional.
Tudo somado, temos vastas matéria para reflexão e muitas pistas para a missão.
Desde logo, importa retomar a interpelação deixada por Joseph Ratzinger nos anos 70: estará a ser a Igreja uma via ou um obstáculo para a busca de Deus e o anúncio de Cristo?
2. Para se aferir a pujança de uma igreja, a multidão é pouco e o culto não é tudo.
Estes indicadores, embora relevantes, são insuficientes para conferir a totalidade do que está em causa.
Eles tipificam o que se refere ao ocasional, isto é, ao que se passa durante certos momentos do ano, do mês ou da semana. Mas não permitem colher o que ocorre de forma constante.
Os estudos avaliam o mensurável, designadamente o envolvimento com a instituição Igreja. Mas a fé tem muito que não é mensurável: a relação com Deus e com as pessoas a partir de Deus.
3. Estes trabalhos quantificam, habitualmente, o que se refere ao «vir». O que se apresenta são números e percentagens sobre aqueles que «vêm» à Igreja.
Sucede que, sendo a Igreja por natureza missionária (como recordou Paulo VI), o primeiro movimento é «ir». E este «ir» há-de visar não apenas «atrair», mas também (e acima de tudo) «repartir».
Num tempo em que muitos chamam seu ao que é comum, é determinante que cada um se disponha a chamar comum ao que é seu.
Trata-se daquele «comunalismo» desenhado nos Actos dos Apóstolos e que tanto impressionava os contemporâneos dos cristãos da primeira hora (cf. Act 4, 32).
4. Nos tempos que correm, a fenomenologia da descrença mantém-se residual.
Ora, isto contradiz, uma vez mais, a ideia, difundida por alguns, do «eclipse de Deus» na sociedade. O encanto por Deus mantém-se. O desencanto pela Igreja é que se acentua. Como inverter esta última tendência?
Propostas haverá muitas, mas todos os caminhos terão de passar por um duplo eixo: espiritualidade e solidariedade.
As pessoas valorizam, cada vez mais, a vivência de Deus no seu interior e anseiam por um testemunho de Deus no exterior. Trata-se, em suma, de uma «sócio-espiritualidade».
A Igreja cai sempre que se aquieta e cresce sempre que se inquieta. A Igreja tem de se «des-centrar» para se «re-centrar». Tem de se «des-centrar» de si para se «re-centrar» naquele que era o duplo centro para Jesus. Deus e o Homem.
Tal como para Jesus, também na Igreja Deus tem de ser a prioridade e o Homem o caminho.
Já dizia o apóstolo João: «Quem ama a Deus, ame também a seu irmão»(1Jo 4, 21)!
A sondagem realizada pela Universidade Católica documenta o que temos sido capazes de ver mas incapazes de inverter. Ou seja, o número de católicos, apesar de continuar elevado, está a cair. Ainda são muitos (79,5%), mas são cada vez menos (há doze anos, eram 86,9%).
Acresce que — aspecto importante — os portugueses não estão a ficar descrentes (estes não chegam a 10%). Estão, sim, a optar por outras confissões cristãs, por outras religiões ou, então, por cultivar a fé longe de qualquer enquadramento institucional.
Tudo somado, temos vastas matéria para reflexão e muitas pistas para a missão.
Desde logo, importa retomar a interpelação deixada por Joseph Ratzinger nos anos 70: estará a ser a Igreja uma via ou um obstáculo para a busca de Deus e o anúncio de Cristo?
2. Para se aferir a pujança de uma igreja, a multidão é pouco e o culto não é tudo.
Estes indicadores, embora relevantes, são insuficientes para conferir a totalidade do que está em causa.
Eles tipificam o que se refere ao ocasional, isto é, ao que se passa durante certos momentos do ano, do mês ou da semana. Mas não permitem colher o que ocorre de forma constante.
Os estudos avaliam o mensurável, designadamente o envolvimento com a instituição Igreja. Mas a fé tem muito que não é mensurável: a relação com Deus e com as pessoas a partir de Deus.
3. Estes trabalhos quantificam, habitualmente, o que se refere ao «vir». O que se apresenta são números e percentagens sobre aqueles que «vêm» à Igreja.
Sucede que, sendo a Igreja por natureza missionária (como recordou Paulo VI), o primeiro movimento é «ir». E este «ir» há-de visar não apenas «atrair», mas também (e acima de tudo) «repartir».
Num tempo em que muitos chamam seu ao que é comum, é determinante que cada um se disponha a chamar comum ao que é seu.
Trata-se daquele «comunalismo» desenhado nos Actos dos Apóstolos e que tanto impressionava os contemporâneos dos cristãos da primeira hora (cf. Act 4, 32).
4. Nos tempos que correm, a fenomenologia da descrença mantém-se residual.
Ora, isto contradiz, uma vez mais, a ideia, difundida por alguns, do «eclipse de Deus» na sociedade. O encanto por Deus mantém-se. O desencanto pela Igreja é que se acentua. Como inverter esta última tendência?
Propostas haverá muitas, mas todos os caminhos terão de passar por um duplo eixo: espiritualidade e solidariedade.
As pessoas valorizam, cada vez mais, a vivência de Deus no seu interior e anseiam por um testemunho de Deus no exterior. Trata-se, em suma, de uma «sócio-espiritualidade».
A Igreja cai sempre que se aquieta e cresce sempre que se inquieta. A Igreja tem de se «des-centrar» para se «re-centrar». Tem de se «des-centrar» de si para se «re-centrar» naquele que era o duplo centro para Jesus. Deus e o Homem.
Tal como para Jesus, também na Igreja Deus tem de ser a prioridade e o Homem o caminho.
Já dizia o apóstolo João: «Quem ama a Deus, ame também a seu irmão»(1Jo 4, 21)!
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