segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Também em Tarouca e Almofala celebrámos São Sebastião!

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 A 20 de Janeiro, celebramos o  Padroeiro da nossa Diocese de Lamego.  Que, ao longo do ano, imitemos o nosso padroeiro diocesano. Que o seu exemplo fecunde e que a sua protecção nos inunde. Que São Sebastião nos acompanhe no serviço da missão.
O seu percurso de vida não é muito conhecido, mas o seu culto está bastante difundido. Praticamente não há terra onde não se encontre uma capela, ermida ou nicho com a sua imagem. E quem não se lembra de, em tempos idos, ouvir invocar São Sebastião para nos livrar da fome, da guerra e da peste?
 Foi sobretudo por causa da peste que a sua devoção se espalhou. Quando o seu corpo foi transladado para uma basílica, a peste que devassava Roma desapareceu total e milagrosamente. Daí que, sempre que algum surto de peste surgia, as pessoas se voltassem para a intercessão de São Sebastião. Não admira, pois, que o seu culto tenha chegado ao mundo inteiro.
Por alturas das pestes do século XVI, a sua fama, que já era grande, globalizou-se completamente. As cidades de Milão (em 1575) e de Lisboa (em 1569), acometidas por este flagelo, dele se livraram após repetidos actos de súplica a este grande mártir.
 Conta-se que, quando terminou a peste que assolou a capital portuguesa, o rei D. Sebastião mandou erigir um templo em sua honra, sendo a primeira pedra lançada junto ao Tejo, no Terreiro do Paço. Quatro anos depois (1573), o Papa enviou-lhe de Roma uma das setas com que o santo foi martirizado. Aliás, o próprio monarca chamava-se Sebastião porque nasceu neste 20 de Janeiro, em 1554, dia em que se assinala a morte do santo.
Entretanto, já antes (em 1527), um braço de São Sebastião, chegou ao nosso país. Este braço, conforme refere a Crónica do Padre Amador Rebelo, terá sido furtado em Itália. Foi, depois oferecido, pelo imperador Carlos V, a D. João II, que o mandou depositar no Mosteiro de São Vicente de Fora.

 Quem foi, então, São Sebastião, nome que — premonitoriamente — significa venerável, sagrado?
Nascido em Narvonne (na actual França), no final do século III, foi com seus pais para Milão. Seguindo o exemplo da mãe, revelou-se piedoso e forte na fé. Ao chegar à maioridade, alistou-se no exército de Diocleciano, que ignorava que Sebastião era cristão.
A prudência e a coragem do jovem militar impressionaram de tal modo o Imperador que o nomeou comandante da sua guarda pessoal. Nesta posição, Sebastião viria a tornar-se o grande defensor dos cristãos detidos em Roma naquele tempo. Visitava com frequência as vítimas do ódio anticristão, e, com palavras de ânimo, consolava os candidatos ao martírio. Secretamente, conseguiu converter muitas pessoas. Até o governador de Roma, Cromácio, e o seu filho Tibúrcio foram convertidos.
Acontece que acabou por ser denunciado, por estar a contrariar a lei romana. Teve, então, que comparecer diante do Imperador. Diocleciano sentiu-se traído e ficou perplexo quando ouviu Sebastião declarar-se cristão. Tentou fazer com que ele renunciasse ao Cristianismo, mas Sebastião defendeu-se com firmeza.
O Imperador, enfurecido com os argumentos, terá ordenado aos seus soldados que o matassem a golpes de flecha. Tal ordem foi imediatamente executada. Num descampado, os soldados despiram-no, amarraram-no a um tronco de árvore e despejaram sobre ele uma chuva de flechas. Depois, tê-lo-ão abandonado para que sangrasse até à morte.
À noite, Irene, esposa do mártir Castulo, foi, com algumas amigas, ao lugar da execução, para tirar o corpo de Sebastião e dar-lhe sepultura. Com assombro, notaram que ele ainda estava vivo. Desamarraram-no e Irene escondeu-o em sua casa, cuidando das suas feridas.
Passado algum tempo, já restabelecido, São Sebastião fez questão de retomar a sua missão evangelizadora. Em vez de se esconder, apresentou-se de novo ao Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos. Diocleciano ignorou olimpicamente as advertências de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos e determinou que fosse espancado até a morte.
Para impedir que o corpo fosse venerado, atiraram-no para o esgoto público de Roma. Só que uma piedosa mulher — chamada Luciana — sepultou-o nas catacumbas. Tudo isto aconteceu no dia 20 de Janeiro de 287. Mais tarde, em 680, as suas relíquias foram solenemente transportadas para uma basílica construída pelo Imperador Constantino, onde se encontram até hoje.
Naquela época, uma terrível peste devastava Roma, vitimando muitas pessoas. Desapareceu completamente a partir do momento da transladação dos restos mortais deste mártir. Foi assim que ele passou a ser invocado contra a peste, a fome e a guerra.
Muitas têm sido as maravilhas que, através deste santo, Deus tem operado na vida de tantos. São também estas maravilhas que, como diz o profeta, não podemos calar (cf. Is 62, 1). Assim sendo e como preceitua o refrão do Salmo Responsorial, anunciemos a todos os povos as maravilhas do Senhor.
É esta a nossa prioridade, é este o nosso desígnio, é esta a nossa missão. Façamos sempre isto: entreguemos a vida por Cristo… Como Sebastião

Em Tarouca, na Capela do Mártir, recordámos este militar santo e este santo militar. Louvámos e agradecemos a Deus pelo seu nobre testemunho de vida. Pedimos a intercessão do Mártir para acabar com todas as fomes, pestes e guerras que continuam a consumir o mundo. Ontem, em Almofala, havíamos recordado este santo soldado de Cristo.

Nobre foi o gesto do Núcleo de Tarouca dos ex-Combatentes do Ultramar ao pedir a celebração da Missa por alma de todos os combatentes do Concelho falecidos em combate.
Já Santo Agostinho dizia: "Se as flores murcham, as lágrimas secam e as velas se derretem, a oração recolhe-a Deus!"
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