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O que mais me incomoda entre "conservadores" e "liberais" é quando as pessoas se identificam como um ou outro adjectivo, e em nenhuma discussão se permitem a serem algo diferente daquilo que um dia decidiram ser. Tal como ser de esquerda ou direita, ou ser de um clube ou outro, ser de uma raça ou outra, de uma religião ou outras tantas. Quando a imparcialidade sobre um qualquer assunto em discussão é esmagada por uma identificação pessoal com um movimento e não permite a alguém estar aberto ao diálogo. Quando teses e antíteses se encontram em diálogo, quase sempre há uma síntese de ambas, um meio termo equilibrado, que é a melhor solução equilibrada para ambos os lados. No fundo não existem "conservadores" e "liberais", existe a Igreja una em diálogo, que se espera saudável, em caminhos de construção universal. Somos uma casa com muitos quartos, uma mesa com espaço para todos, temos um Pai com joelhos enormes para sentar todos os seus filhos, temos mesmo Jesus que nos aproxima nas diferenças, e um só Espírito que nos aconselha no momento de pensar, falar, calar e ouvir. Quanto mais discutimos com ignorância, mais nos polarizamos. Quanto mais nos dividimos com indiferença, mais nos afastamos. Quanto mais nos dedicamos a falar sobre o que nos separa dentro da Igreja, menos tempo passamos a acolher os que precisam de nós fora da Igreja.
Vladimiro Moura, aqui
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