sábado, 24 de julho de 2010

Igreja pede parte dos vencimentos aos políticos católicos

D. Carlos Azevedo, Bispo Auxiliar de Lisboa, desafiou os políticos portugueses a abdicarem de 20 por cento dos seus salários, verba que será encaminhada para um fundo social. A proposta surgiu no seguimento da reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Pastoral Social que pediu "mais responsabilidade social e política perante a crise" e "soluções corajosas" para a ultrapassar.
A Igreja Católica, pela voz do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, fez ontem um forte apelo aos vários sectores da vida portuguesa para a realização no nosso país de um pacto social que possa de forma realista combater a pobreza e as desigualdades.
Para o Bispo Auxiliar de Lisboa a crise existente em Portugal neste momento é de tal forma profunda que lhe permite propor aos políticos católicos que abdiquem de 20 por cento dos seus salários para a criação de um fundo social.
Em declarações à RTPN, D. Carlos Azevedo apelou ao contributo dos políticos para que a crise e as suas vítimas não continuem a aumentar.
"Os políticos cristãos que têm como orientação na sua vida os princípios do evangelho poderiam dar este testemunho de modo voluntário renunciando a uma parte do seu salário para um fundo que vai ser criado junto da Caritas para atender às situações mais criticas e que serão veiculadas através das paróquias que conhecem as pessoas e sabemos que esta proximidade é fundamental para que a ajuda chegue a quem realmente precisa e não as pessoas que são mais expeditas a conseguir aqui e acolá", referiu D. Carlos Azevedo.

Estas declarações surgiram um dia depois do presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social ter referido que "a crise é tão grave" que Governo e oposição, patrões e sindicatos devem superar os conflitos "uns com os outros" porque estes "só provocam mais vítimas".
No final da reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, pediu a todos "mais responsabilidade social e política perante a crise" e "soluções corajosas" para a ultrapassar.
O bispo auxiliar de Lisboa não deixou de apelar a um "pacto social justo" e apontou a existência de "desigualdades gritantes" e "realidades dramáticas" que afectam os mais desfavorecidos ao mesmo tempo que lembrou o facto de o rendimento de inserção social ser uma "ajuda fundamental" para muitos ultrapassarem a sua pobreza profunda.
Fonte: aqui
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Igreja Católica portuguesa defende "pacto social justo" em tempo de crise
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social alertou, ontem, que "a crise é tão grave" que Governo e oposição, patrões e sindicatos devem superar os conflitos "uns com os outros", porque isso "só provoca mais vítimas". Em conferência de imprensa no final da reunião extraordinária do Conselho Consultivo da Pastoral Social, que se realizou em Lisboa, Carlos Azevedo, que é também bispo auxiliar de Lisboa, pediu a todos "mais responsabilidade social e política perante a crise" e "soluções corajosas" para a ultrapassar.
"Todos têm um contributo a dar", enfatizou Carlos Azevedo, considerando que numa época de crise os empresários têm a "obrigação moral em investir". Sublinhou, contudo, que esse investimento desse ser feito em "bens verdadeiramente úteis" e não em "realidades virtuais" que estiveram na base da crise financeira mundial.
Nessa linha, observou que é preciso "ultrapassar o capitalismo neoliberal", pois a crise é também uma "crise de valores".
O bispo auxiliar de Lisboa, que apelou a um "pacto social justo", apontou "desigualdades gritantes" e "realidades dramáticas" que afetam os mais desfavorecidos e lembrou que o rendimento de inserção social é uma "ajuda fundamental" para muitos ultrapassarem a sua pobreza profunda.
Um trabalho "de educação das consciências e das mentalidades para algo novo", uma "alteração dos hábitos de consumo cada vez mais enraizados" e uma maior "partilha de bens" e solidariedade com os mais pobres foram outros caminhos traçados.
Carlos Azevedo afastou a ideia que este encontro tenha sido uma resposta ao ante-projecto de revisão constitucional do PSD, alegando que a reunião já estava marcada há muito tempo.
Excesso de consumismo
Por outro lado, comentou a abertura prolongada das grandes superfícies comerciais ao domingo, decidida hoje pelo Conselho de Ministros, dizendo que é algo "em linha com um estilo de vida baseado no consumo".
Criticou também o apelo ao consumo feito por alguns bancos que, em seu entender, "é obsceno".
A Comissão lembrou também que situações extremas de pobreza e fome podem conduzir à revolta e à violência, numa sociedade de desigualdades, em que gestores ganham "ordenados fabulosos" e pessoas que cometem atos lesivos de "milhões de euros" ficam sem castigo.
Fonte: aqui

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