quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

14 Fevereiro 2021 - 6º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Unidos espiritualmente, vamos todos participar na Eucaristia do 6º Domingo do Tempo Comum, a partir da Capela de Cristo Rei.

Hoje, 14 de fevereiro, é o Dia dos Namorados. O ‘Dia dos Namorados’ está sob a invocação de São Valentim, um santo italiano do século III, que teria apoiado os jovens na vocação ao Matrimónio contra a ordem do imperador que os impedia de casar para servirem o exército romano.
Dizem os Bispos Portugueses a propósito do Dia dos Namorados:
“O namoro precisa de tempo para aprender a descodificar palavras e silêncios, presenças e ausências que podem doer, para a escuta ativa e o diálogo construtivo, para a leitura, a formação e a oração. Precisa de tempo para saber pedir desculpa, perdoar e recomeçar sempre… Precisa de tempo para a poesia.”

O Evangelho desta Eucaristia apresenta-nos a cura de um leproso. Jesus continua a curar. A curar os doentes e a salvar pessoas. A fazer desaparecer a lepra e a destruir as barreiras do egoísmo. Tudo para a maior glória de Deus. E a glória de Deus é o homem vivo: são e salvo, curado e salvo no Seu amor. Por isso, conscientes da nossa impureza, pedimos ao Senhor que nos limpe. Que nos purifique. Que o toque da Sua mão misericordiosa nos deixe limpos, para participar na Sua mesa.
Leituras: aqui

HOMILIA

1. Começámos por lhe chamar distanciamento social. Com a pandemia e o risco de contágio de um vírus invisível, às vezes benigno, às vezes maléfico e outras vezes mortal, pediram-nos distanciamento social, como se cada um representasse um perigo para todos os outros. Os infetados e os suspeitos de infeção têm dever ético de isolamento, para proteção dos demais. E, de repente, a tão desejada proximidade, tornou-se proibida. Mas depressa se percebeu que não era muito correto falar de distanciamento social, porque o motivo da distância não é a recusa da proximidade e da atenção ao outro, mas o risco do contágio ao outro ou do outro. E começámos a falar de distanciamento físico, como se cada um recuasse mais um passo, para dar mais espaço de vida e atenção aos outros. 

2. A dureza deste distanciamento físico, cujo cordão sanitário tantas vezes temos a tentação de romper, ajuda-nos a compreender o sofrimento físico e psicológico do leproso, no tempo de Moisés e no tempo de Jesus. A lepra é uma doença contagiosa e impetuosa, que desfigura a pessoa e que, por isso mesmo, se tornara símbolo da impureza. Nesse sentido, o leproso era visto como o “imundo”, que devia permanecer distante de todos: não podia entrar no templo nem participar no serviço divino. Longe de Deus, afastado dos homens, ele era visto como a vítima e o culpado. Era como um morto ambulante, a quem estão interditas as relações pessoais, familiares e sociais, afetivas, políticas e religiosas. E, por isso, o leproso é o símbolo perfeito da pessoa marginalizada, a quem era imposto um absoluto distanciamento social. 

2. O Evangelho mostra-nos o encontro de Jesus com o leproso. Ambos desrespeitam o cordão sanitário (cf. Lv 13,45-46). Porque Jesus é verdadeiramente o médico divino e não pode curar sem Se compadecer, sem o tocar, sem Se aproximar, sem correr Ele mesmo o risco de Se deixar contagiar. Vede: Jesus expõe-Se diretamente ao contágio do nosso mal, para nos curar. Ele mesmo toma o lugar do excluído. Logo depois da cura, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Tal como o leproso, Jesus “ficava fora, em lugares desertos”. É assim que Jesus chegará à Cruz, desfigurado e rejeitado, como o Servo de Deus, descrito em Isaías como alguém “que nós considerávamos como um leproso” (Is 53,4).

3. Irmãos e irmãs: neste leproso vemos o rosto de muitos infetados pela COVID-19, isolados em suas casas, acamados em enfermarias ou nas unidades de cuidados intensivos, doentes de quem ninguém se pode aproximar. E, olhando para este Jesus, que Se expõe ao risco do contágio para curar, vemos o rosto de tantos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, voluntários, capelães de hospital que, fiéis à sua missão, se aproximam dos infetados, com dedicação extrema, dando prioridade à vida dos outros sobre a sua própria vida. Quantos destes profissionais não ficam, por largos tempos, como Jesus, “em lugares desertos”, fora de suas casas, longe dos seus, para proteger os seus familiares?! São verdadeiros imitadores de Cristo, uma verdadeira reserva moral da nossa humanidade e um sinal de esperança num mundo renovado. 

4. O apelo «fique em casa» e o necessário distanciamento físico, em tempos de novo confinamento, não seja pretexto para a indiferença, para o esquecimento ou para a marginalização, seja de quem for. Tornemo-nos instrumentos do amor de Cristo, cuidando ainda mais uns dos outros! Se o mal é contagioso, o bem também o éDeixemo-nos então contagiar pelo bem e contagiemos o bem! Este contágio é possível, mesmo à distância, se as redes, em vez de nos cercarem, nos aproximarem! Longe da vista, mas perto do coração!

(Amaro Gonçalo)

Pai Nosso

Na 2ª Leitura, São Paulo apela: “Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus.”
Livra-nos, Pai Santo, do escândalo da nossa indiferença diante do sofrimento dos irmãos.
Livra-nos, Pai Santo, do escândalo de namoros onde o outro é tratado como objeto ao serviço do egoísmo.
Pai Santo, refaz em nós a alegria do serviço, a beleza da compaixão e a excelência do amor que não é um egoísmo a dois, mas um compromisso com a felicidade do outro.
Rezemos.

Final 

1.       Nesta semana que hoje começa, 6ª do tempo comum, fica o convite ao compromisso de todos nós.

2. No leproso de que fala o Evangelho, vemos o rosto de muitos infetados pela COVID-19, isolados em suas casas, acamados em enfermarias ou nas unidades de cuidados intensivos, doentes de quem ninguém se pode aproximar.

1.       E, olhando para este Jesus, que Se expõe ao risco do contágio para curar, vemos o rosto de tantos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, voluntários, capelães de hospital que, fiéis à sua missão, se aproximam dos infetados, com dedicação extrema, dando prioridade à vida dos outros sobre a sua própria vida.

2.       Quantos destes profissionais não ficam, por largos tempos, como Jesus, “em lugares desertos”, fora de suas casas, longe dos seus, para proteger os seus familiares?! São verdadeiros imitadores de Cristo, uma verdadeira reserva moral da nossa humanidade e um sinal de esperança num mundo renovado.

1.       O apelo «fique em casa» e o necessário distanciamento físico, em tempos de novo confinamento, não seja pretexto para a indiferença, para o esquecimento ou para a marginalização, seja de quem for.

2.       Tornemo-nos instrumentos do amor de Cristo, cuidando ainda mais uns dos outros! Se o mal é contagioso, o bem também o éDeixemo-nos então contagiar pelo bem e contagiemos o bem! Este contágio é possível, mesmo à distância, se as redes, em vez de nos cercarem, nos aproximarem! Longe da vista, mas perto do coração!

1.       Com o salmista, ergamos confiadamente o nosso coração para o Senhor:

2.       Sois o meu refúgio, Senhor; dai-me a alegria da vossa salvação.

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