quinta-feira, 4 de abril de 2019

7 Abril 2019 - 5º Domingo da Quaresma – Ano C

 A Primeira Pedra

Leituras: aqui
Na 1ª Leitura, Isaías anuncia a libertação do exílio e o retorno a Israel como um novo Êxodo para a Terra Prometida. (Is 43,16-21)
* Esse "caminho" é imagem de outra libertação, que Deus nos convida a fazer na Quaresma e que também nos levará à Terra Prometida, onde corre a vida nova.
- Quais são as escravidões que impedem, hoje, a liberdade e a vida?
- O que é que ainda nos mantém alienados, presos e escravos?
Na 2ª Leitura, Paulo afirma que a única coisa que lhe interessa é conhecer Jesus Cristo. Tudo o resto é Lixo. (Fl 3,8-14)
* Qual é o lixo que me impede de nascer com Cristo para a vida nova?
No Evangelho temos uma comovente cena da vida de Jesus, diante de uma Mulher PECADORA. (Jo 8,1-11)
No domingo passado, com a Parábola do Filho Pródigo, Jesus nos mostrou o amor misericordioso de Deus.
Hoje, Ele dá o exemplo, passando das palavras aos fatos...
- Jesus ensinava no templo.
- Os escribas fiscalizavam o Mestre, buscando pretextos para o acusar.
  Trouxeram uma mulher surpreendida em pecado de adultério e segundo a lei de Moisés tais pessoas deviam ser apedrejadas.
  Aproveitaram a situação, para deixar Cristo numa situação embaraçosa:
"Mestre, que vamos fazer a esta mulher,
 perdoá-la ou apedrejá-la, como manda a nossa lei?"
- Para os escribas e fariseus, era uma oportunidade para testar a fidelidade de Jesus às exigências da Lei.
- Para Jesus, foi uma oportunidade para revelar a atitude de Deus frente ao pecado e ao pecador.
- Jesus não aceita uma lei que em nome de Deus gera a morte, por isso não respondeu e ficou rabiscando no chão.
  Diante da insistência dos acusadores, ele levantou-se e desafiou-os:
 "Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra…"
- E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. Não sabemos o que.
  Segundo uma tradição, Jesus escrevia os pecados de cada um deles...
  E então aqueles "cumpridores" da lei, envergonhados, foram saindo um a um, começando pelos mais velhos…
  Só ficaram no pátio do templo a mulher, os discípulos e ele, Jesus… 
- Então Jesus perguntou: "Mulher, ninguém te condenou?
  Nem eu te condeno...  Vai e não peques mais…"
* A mulher não tinha manifestado nenhum sinal de arrependimento.
   Assim mesmo, Jesus convida-a a seguir um caminho novo de liberdade e paz.
   Jesus não aprova o pecado, mas não condena a pecadora.
   Mostra que o importante é a conversão das pessoas, não sua condenação.
   E ainda hoje, no Sacramento da Reconciliação, Deus continua a dizer:   
   "Os teus pecados estão perdoados. Vai em paz e não peques mais…"
No episódio, Jesus nos oferece:
+ Uma imagem de Deus,
   Um Deus que é mais misericórdia, do que justiça.
   Não quer a morte do pecador, mas a sua plena libertação.
   A força de Deus não está no castigo, mas no Amor.
+ Um "NÃO" à Hipocrisia fiscalizadora dos escribas, de ontem e de hoje...
   Ainda hoje a intransigência fala mais forte do que o amor.  
   Mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus.
   Todos somos pecadores e não temos o direito de condenar, de nos tornar fiscais dos outros...
- Quando os acusadores ouviram as palavras de Jesus, largaram as pedras e foram embora.
   Nós, pelo contrário, ouvimos a Palavra do Evangelho, mas não soltamos as pedras, nem recolhemos a nossa língua. 
+ Um Apelo:
   Não devemos discriminar e condenar gente caída à beira do caminho.
   Eles não precisam de juízes... mas de salvadores...
* Qual é a nossa atitude, diante dessas pessoas?
     - A de Cristo? Ele teve "compaixão e compreensão"
       Ele não aprovou o pecado... mas não condenou a pessoa….
"Eu também não te condeno... Vai e não peques mais…”
     - Ou a dos escribas? (com Pedras nas mãos... ou melhor na língua…)
* Nas nossas comunidades, há ainda hoje pessoas, que continuam a atirar pedras?
- Quais seriam as pedras, que ainda hoje continuamos a atirar ,
     machucando... e às vezes até destruindo o bom nome delas?
- E o que é que Cristo poderia rabiscar hoje, de nós, no chão?                   

à Poderíamos enfrentar o desafio de Cristo:
          "Quem não tiver pecado pode atirar a primeira pedra?"



Partilha Quaresmal

4º Domingo da Quaresma

Símbolo: recipiente com água (água do batismo, da vida, do perdão…)

 Resultado de imagem para água do perdão

Todos: Eu não te condeno. Vai em paz e não tornes a pecar!

1. - Toca-nos muito o episódio do Evangelho de hoje. Aquela mulher pecadora apresentada a Jesus, para que fosse condenada…

2.- E o modo como Jesus abordou a situação…

3. - Todo o episódio é cheio de ensinamentos e novidade!

1.- Reparemos no modo como Jesus convida as pessoas a olhar para si mesmas!

2.- «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».

3. - É comprometedora a reação dos acusadores.

1. - Quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. E vem a surpresa de Jesus…

2. - «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?».

3. - «Ninguém, Senhor».

2. - «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».

1. - E neste gesto de Jesus acolhemos a misericórdia e o perdão de Deus. Jesus é o grande sinal da ternura de Deus…

2. - Reparemos: Jesus, perfeito na sua humanidade perdoou à mulher pecadora. Os homens que a apresentaram a Jesus cheios de imperfeições queriam condená-la!

3. - É verdade! Não queriam reconhecer o seu pecado. Consideravam-se justos! No pensar deles só os outros é que eram pecadores. Não queriam o perdão para aquela mulher.

1. Olhemos nós também para a nossa vida.

2.- No dia a dia da nossa vida como vivemos a relação com o perdão? Ele tem sido importante no nosso viver?

3.- Normalmente aceitamos perdoar? Aceitamos que nos perdoem? Achamos o perdão como fundamental para o nosso viver?

Todos: Como Jesus, costumamos perdoar? Esforçamo-nos por perdoar e sermos perdoados?

1.- Bem sabemos que às vezes é bem difícil aceitar o perdão e perdoar.

2.- Por vezes o nosso coração está cheio de mágoas, ressentimentos, amarguras causadas por gestos, atitudes e situações que consideramos injustas e ofensivas, por parte dos outros em relação a nós. Há marcas entranhadas em nós que nos doem e sentimos como dolorosamente agressivas.

3.- Faz-nos bem recordar as palavras do Papa Francisco:

1.- “Tantas vezes, como parece difícil perdoar! E, no entanto, o perdão é o instrumento colocado nas nossas frágeis mãos para alcançar a serenidade do coração. Deixar de lado o ressentimento, a raiva, a violência e a vingança são condições necessárias para se viver feliz. Acolhamos, pois, a exortação do Apóstolo: «Que o sol não se ponha sobre o vosso ressentimento»” (Ef 4, 26).

2.-Somos chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para connosco”.

3.- “O perdão das ofensas torna-se a expressão mais evidente do amor misericordioso e, para nós cristãos, é um imperativo de que não podemos prescindir.”

Todos: Amigos! Agradeçamos a Deus o dom do perdão. Peçamos-lhe a graça de perdoar. Perdoar é levar a ternura de Deus aos outros. O perdão faz-nos felizes!

1.- Nesta quinta semana da quaresma, vamos tentar reconciliarmo-nos com uma pessoa de quem andamos afastados.



ENSINA-NOS, SENHOR, A BENDIZER

Temos nos lábios a crítica pronta,
vemos de imediato as faltas alheias,
somos como garotos acusadores que não se amam,
em vez de irmãos fraternos e desculpadores. 

Ensina-nos, Senhor, a falar bem do outro,
a descobrir o seu tesouro, a sua parte melhor,
a desculpar com uma ternura como a Tua,
a compreender, pondo-nos no seu lugar. 

Tu, que com todas as pessoas provocavas encontros,
dá-nos a capacidade de nos respeitarmos a fundo,
a empatia de ouvir o outro a partir da sua música interior,
e a misericórdia de coração para acolhê-lo como é. 

Refreia em nós toda a crítica amarga,
todo o comentário destruidor e negativo,
toda a censura que distancia e afasta,
e até o mais pequeno gesto que quebre o nosso amor. 

Queremos conTigo desculpar sempre,
e entender os porquês da outra pessoa,
compreendê-Ia incondicionalmente,
devolvendo-lhe a fé em si mesma
e em nossa incondicional amizade.
 
Faz-nos palavra quente,
gesto oportuno,
olhar amável
e mão estendida, como és Tu, Senhor.

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