Estamos para concluir o mês de Novembro, mês dedicado às almas do Purgatório. Há dias, falando com uma pessoa simples do campo, ela disse-me que ouviu um padre a dizer que o Purgatório não existe! Sem mais questiúnculas, apenas lhe disse que eu, pessoalmente, acredito no Purgatório. E que é um disparate dizer o contrário, lá isso é! O Catecismo da Igreja Católica é claro ao afirmar: "Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, afim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu... A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos" (Catecismo da Igreja Católica, 1030-1031).
E não é difícil compreender esta realidade. Vejamos: S. João, no seu Evangelho, capítulo 17, versículo 3, refere: ‘Esta é a vida eterna: que te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Jesus Cristo a quem Tu enviaste!’ Os peritos em Sagrada Escritura analisam o significado do termo ‘conhecer’ de que nos fala S. João neste passo… E S. João esclarece na sua primeira carta, capítulo 3, v.2: ‘Caríssimos, agora já somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. O que sabemos é que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele porque o veremos tal como Ele é.’ Concretizando, S. João diz-nos que ‘o Reino dos Céus consiste em VER a Deus tal e qual como Ele é’! Face a esta beleza indescritível seremos eternamente felizes. Mas para que tal aconteça, não podemos ter os ‘olhos’ da alma embaciados com impurezas que se acumulam no nosso interior neste nosso frágil peregrinar… E são tantas… Acabamos por ter ‘cataratas’ e é preciso uma operação que as retire do nosso olhar… Só as retiraremos, se alguém aqui na Terra tiver a misericórdia de ‘oferecer sacrifícios e orações’ por nós… Purificado o nosso olhar, poderemos VER a Deus tal como Ele é, e seremos eternamente felizes.
O mais fácil é negar. Mas o negar certas realidade nada tira nem nada pôe à existência do que acredito bem de outras realidades da Igreja Católica! Disse e repito: acredito na existência do Purgatório! E quero que quando se aproximarem dos meus restos mortais, no ‘Campo Santo’, ou ‘Dormitório’ que é o cemitério, agradeço que rezem uma breve oração, pois também poderei necessitar dela! E o Criador ouve a quem a Ele se dirige com fé! E eu agradecerei eternamente este vosso gesto!...
Os homens, crentes ou não crentes, podem dizer o que quiserem e pensar como quiserem. Pessoalmente, prefiro alinhar a minha vida pela Palavra de Deus! S. Marcos diz no capítulo 13, versículo 31 que ‘passará o Céu e Terra, mas as minhas palavras não passarão’… Não quero arriscar com incertezas dos não crentes…
É uma devoção muito significativa a de rezarmos pelas benditas almas do purgatório. Antigamente, eu ouvia a minha avozinha e não só…, à lareira, rezar pelas benditas almas do purgatório. Eu vivia em Braga, mas vinha de férias à aldeia, onde não havia luz eléctrica... Portanto, nada de televisões… E rezava-se… Agora, é o que todos sabemos… E criam-se vazios… Mas como fiquei contente ao constatar numa das igrejas que percorro, para ajudar colegas que precisam, observar que, quando lá cheguei, a Confraria das Almas estava em oração pelas ‘alminhas’ como carinhosamente me disseram… Considero, com todo o respeito, uma insensatez afirmar-se que a igreja é o ópio do povo… Oxalá que quem vive envolto nessas trevas não venha a precisar das orações dos fiéis… Só Deus sabe!... Pessoalmente, como crente assumido e bem fundamentado, só peço à misericórdia de Deus que me acolha no seu Reino, mesmo que tenha de passar pelo Purgatório! E que cada um seja feliz com a sua crença!...
João Bezerra, aqui
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