Leituras: aqui
“Com
Maria, acolher e celebrar DEUS CONNOSCO PARA UMA HUMANIDADE NOVA."
E este belo dia, o primeiro do novo ano civil, é-nos
muito propício a sonhar, porque de algum modo nos convida “a nascer de novo”, a reinventar a nossa vida, a refazer os nossos
passos, a reiniciar o caminho, a dilatar o coração, para receber o futuro, como
dom e presente, como promessa e compromisso! Todavia, não tenhamos ilusões:
nada será novo, no ano de 2017, se tudo, em mim, for como dantes! E poderíamos
ainda dizer que todos os sonhos do mundo, traduzidos, esta noite, em mil
imagens, mensagens e votos de feliz ano
novo, se condensam num único desejo: a Paz! Ela não é a simples ausência de
conflitos e de guerras; ela é a síntese daqueles verdadeiros bens, pelos quais
aspira o nosso coração, e que só se encontra plenamente, em Cristo, verdadeiro
Deus e verdadeiro Homem. É Ele a nossa Paz! É Ele o Príncipe da Paz!
Na sua Mensagem,
para este quinquagésimo Dia Mundial da
Paz, o Papa Francisco propõe a não
violência como estilo
de uma política para a paz, pedindo-nos a todos que “façamos da não violência ativa o nosso próprio estilo de vida” (n.º
1). E o Papa recorda que este estilo, capaz de amar os inimigos e de resistir
ao mal com o bem, tem raízes no coração e, por isso, deve começar por ser
cultivado na família! Não vale a pena sonhar um mundo de paz, quando, em nossa
casa, entre laços de sangue, não somos capazes de perdão, de compreensão, de
aceitação. Disse o Papa, noutro lugar: “Na família há dificuldades, mas essas
dificuldades são superadas com amor. O ódio não supera nenhuma dificuldade. A
divisão dos corações não supera nenhuma dificuldade. Só o amor é capaz de
superar a dificuldade. Na família há dificuldades. Nas famílias discutimos. Nas
famílias, às vezes, «voam os pratos». Nas famílias os filhos dão dor de cabeça.
Não vou falar das sogras… Mas nas famílias sempre, sempre, existe a cruz!
Sempre. Porque o amor de Deus, o Filho de Deus, também nos abriu este caminho. Por isso, a família é «uma fábrica de
esperança», porque foi Deus quem abriu esse caminho” (Papa Francisco, Discurso na Festa
das Famílias e Vigília de Oração, em Filadélfia, 26.09.2015). E escreveu
ainda o Papa: “nunca se deve terminar o dia
sem fazer as pazes na família. «E como devo fazer as pazes? Ajoelhar-me? Não!
Para restabelecer a harmonia familiar basta um pequeno gesto, uma coisa de
nada. É suficiente uma carícia, sem palavras. Mas nunca permitais que o dia em
família termine sem fazer as pazes». Se tivermos de lutar contra um mal,
façamo-lo; mas digamos sempre «não» à violência interior” (AL 104).
Nunca é de mais recordar hoje, e para
todo o ano de 2017, as três palavras, para cuidarmos da alegria do amor em
família e construirmos a paz: «com licença», «desculpa» e
«obrigado». Quando numa família não somos invasores indelicados e pedimos «com licença, por favor»; quando na
família não somos egoístas e ingratos e aprendemos a dizer «obrigado»; e quando na família nos damos
conta de que fizemos algo incorreto e pedimos «desculpa»… nessa família há paz e alegria. “Não sejamos mesquinhos no uso destas palavras, sejamos generosos
repetindo-as dia a dia. Ditas no momento certo, protegem e alimentam o amor dia
após dia” (cf. AL 133; cf. AL
266). Deste modo, diria ainda Madre Teresa de Calcutá, o mundo aprenderá uma
coisa muito simples: «Na família, não
temos necessidade de bombas e de armas, não precisamos de destruir para
edificar a paz, mas apenas de estar juntos, de nos amarmos uns aos outros
(...). E assim poderemos superar todo o mal que há no mundo» (Discurso
na entrega do Prémio Nobel, 11.12.1979). Que a semente da Paz, enraizada e
cultivada, no seio da nossa família, frutifique, à nossa volta, na nossa terra,
na nossa comunidade, e o nosso mundo se torne a ‘casa comum’, onde os filhos de Deus vivem como irmãos!
Por fim, a inauguração da Imagem de Santa Helena, se é uma justa homenagem àquele a quem toda a paróquia tanto quer, é também um desafio quotidiano para 2017. Santa Helena caminha connosco rumo ao alto, às alturas da santidade, do amor, da esperança.
A presença de Santa Helena , que a Imagem nos recorda diariamente, eleva-nos para o alto da nossa serra onde ela é venerada. Dos vales da nossa vida para os cumes de Deus. Vale a pena a caminhada. Disponhamo-nos a caminhar!
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