terça-feira, 31 de maio de 2011

O que é ser santo?

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“Sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou santo…” (Lev.19,2). Assim repetia muitas vezes o livro do Levítico, tentando criar no povo esta imagem de um Deus que sendo Outro se fez próximo e veio ao encontro deste povo a quem elegeu entre todos os povos, a quem chamou, fazendo, com Ele, uma aliança. É esse Deus que lhe incute este apelo e
obrigação à santidade, a ser como Ele e a elegê-lo constantemente, como o seu Deus. Esse apelo foi-se transformando a pouco e pouco em obrigações que não levavam a mudar de vida mas a cumprir ritualmente os preceitos e a obedecer às normas impostas. E, com o decorrer do tempo ficaram apenas as obrigações… sem a vida: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim”. E assim vemos crescer o Templo de Jerusalém como centro de toda a religião e o cumprimento ritual das normas como fonte santidade.
Com o advento do novo Reino anunciado por Jesus, continua o mesmo apelo à santidade, mas não como mero cumprimento de ritos que a lei impunha - deitou por terra as mesas dos cambistas… - mas como mudança do coração que se abre a esta novidade não apenas em Jerusalém mas em qualquer lugar, desde que se adore o Pai “… em espírito e verdade” – dirá Jesus à Samaritana. E o apelo à santidade misturou.-se com a vida de todos os dias e em todos os lugares; ecoou aos ouvidos dos mestres mas também dos discípulos, dos grandes, mas também dos pequenos e fez-se Templo mas no coração de cada um, no silêncio de cada quarto, no mais íntimo das conscências: Sede santos! E o Conc. Vaticano II afirma que, hoje, todos somos chamados a ser santos. (cap.V).
Ser santo, hoje? Parece estranho tal convite. Parece soar a algo de raro para os homens de hoje. Porque uma certa mentalidade contemporânea vê os santos como extra-terrestres, seres estranhos que pairam um pouco acima das nuvens sem se misturarem com os outros e que passam ao lado dos prazeres da vida, ocupados em conquistar o céu mas esquecendo a terra. No entanto, a santidade não é uma anormalidade, mas uma exigência da comunhão com Deus. É o “estado normal” de quem se identifica com Cristo, assume a sua filiação divina e pretende ser nesta terra, com os outros, um Homem Novo…
Fonte: aqui

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