Neste Domingo, o Evangelho narra a ressurreição de Lázaro. Este milagre suscita a admiração de toda a gente. Como pode Jesus dar vida a quem está morto?! E, no entanto, há milagres que não são menores. Por exemplo, a conversão de alguém que vive atolado no pecado.
Tememos quase todos a morte do corpo e esquecemos a morte da alma. Que a liturgia deste 5.º Domingo da Quaresma nos lembre que mais importante que a vida corporal é a vida espiritual. E que ela seja um apelo a que sejamos homens novos, renascidos pela graça do Espírito de Deus.A Quaresma é tempo de deixar nascer em nós o homem novo, capaz de se deixar moldar pela graça do Espírito. Jesus quer que tenhamos um coração novo, capaz de captar todos os pormenores de seus ensinamentos. E a adesão sincera de um coração que se deixa conduzir pela orientação celeste, porque, diz o Apóstolo, que "é crendo com o coração que se chega à justiça e pela boca se professa a fé para obter a salvação" ( Rm 1,10).
Isto exige que se lute contra a tentação do mais fácil e agradável. O caminho da facilidade é sedutor mas pode comprometer o futuro.
Perguntaram um dia ao escritor russo Tolstoi o que é que ele desejava que acontecesse ao seu maior inimigo. E a sua resposta é digna de meditação:
«Que os seus filhos nasçam ricos e os pais lhes satisfaçam todos os desejos».
Tinha razão aquele grande escritor: a facilidade acomoda e não deixa lutar por um ideal. Pior: pode criar vícios que dão cabo das pessoas.
Alguém que queira vencer na vida tem de lutar e renunciar a imensas coisas, mesmo agradáveis.
Nada de grande e belo se consegue sem sacrifício, por isso há que abraçar o caminho exigente e, por vezes, com muita austeridade, o que faz nascer a alegria de outra forma muito mais verdadeira e duradoura.
Renascer, lutar por um coração novo: eis um programa para a vida.
In O Amigo do Povo
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