Leituras: aqui
Começa Semana Nacional
de Migrações
Não São
Apenas Migrantes
Somos
todos migrantes e muito mais
O mundo atual está marcado pela mobilidade, mas
isso não é novidade para o cristão, que sempre foi considerado um peregrino a
caminho da terra prometida. Conscientes desta condição, há muitos
comportamentos a corrigir na nossa relação. Por isso o Papa e a Igreja
alertam-nos para alguns aspetos da realidade do ser humano e das sociedades do
mundo contemporâneo. Infelizmente não é apenas por causa da sua condição de ser
peregrino, que o ser humano se desloca do torrão e do país onde nasceu. Mas
também devido a guerras, a perseguições, a cataclismos e à fome. Por isso
precisamos de ver no migrante a sua dignidade de ser pessoa, com os mesmos
direitos e deveres que os autóctones, e até inicialmente de ser acolhido e não
devolvido ao país de origem, de ser protegido e não apenas socorrido, de ser
promovido em vez de abandonado à sua sorte, de ser integrado na sociedade e não
empurrado para guetos (…). Os países que assim procedem são enriquecidos em todas as
dimensões, como podemos constatar com os países desenvolvidos, embora haja
sempre aspetos a ser melhorados.
Hoje em dia temos de lutar contra o
individualismo, a indiferença, ou mesmo contra a consideração dos migrantes
como causa dos males que afetam as sociedades. Os migrantes obrigam-nos a lutar
contra os nossos medos, contra o fechar-se em si mesmo, em vez de se encontrar
com a pessoa do outro, sobretudo do mais frágil, levando-nos à cultura do
encontro, nós que fomos criados para comunicar e para a comunhão. Isso apenas
se consegue exercitando a caridade, deixando-nos comover, pois neles vemos a
nossa humanidade e o próprio Cristo. Como disse o Papa Francisco na sua visita
ao Azerbeijão, abrir-se aos outros não
empobrece, mas enriquece, pois ajuda-nos a ser mais humanos, a interpretar a
vida como um dom.
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