- Imaculada foi Maria. De todo o pecado Ela foi preservada: no primeiro instante e de uma forma constante. Ela foi imaculada não apenas quando foi concebida, mas também quando concebeu.
- O que n’Ela aconteceu foi «para» o homem, mas não «pelo» homem. Jesus não nasceu da carne nem da vontade do homem (cf. Jo 1, 13). Foi por decisão de Deus que – como assinala o Prefácio II da Missa de Natal – «Aquele que foi gerado desde toda a eternidade começou a existir no tempo».
- A pessoa divina que directamente interveio na entrada de Jesus no mundo foi o Espírito Santo. Aliás, o Credo proclama que o Filho de Deus «encarnou – pelo Espírito Santo – no seio da Virgem Maria».
- Já São Mateus enfatizara que Maria concebeu Jesus «pelo poder do Espírito Santo» (Mt 1, 18). Por sua vez, São Lucas refere que o Espírito Santo veio sobre Maria e a força do Altíssimo sobre Ela estendeu a Sua sombra (cf. Lc 1, 35).
- Uma leitura demasiado literal destes textos facilmente tenderia a apontar o Espírito Santo como «Pai de Jesus» e como «Esposo de Maria». Se a primeira afirmação nunca chegou a entranhar-se no povo, já a segunda foi encontrando vasta ressonância na tradição.
- Esta habituou-se, não tanto a chamar ao Espírito Santo «Esposo de Maria», mas a chamar a Maria «Esposa do Espírito Santo». É o que podemos encontrar, por exemplo, em São Jerónimo, São Francisco de Assis e São Bernardo.
- Não podemos obviamente entender tal «esponsalidade» em sentido físico. Como bem precisou Santo Agostinho, não foi o Espírito Santo que gerou o Filho de Deus. Quem eternamente O gerou foi Deus Pai.
- Ao Espírito Santo coube «santificar» e «fecundar» o seio de Maria. Santo Hilário de Poitiers destaca que «o Espírito Santo santificou as entranhas da Virgem». E o Catecismo da Igreja Católica sublinha que «o Espírito foi enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-lo divinamente».
- A locução «Maria,Esposa do Espírito Santo» pretende vincar que a concepção de Jesus não é iniciativa do homem, mas de Deus. Trata-se de um acontecimento divino que se projecta no humano.É um acontecimento espiritual, embora inteiramente real.
- Com o Seu «sim», Maria — segundo Proclode Constantinopla — portou-Se como «um sagrado “tear”», cujo «tecedor» foi o Espírito Santo. Dizer «sim» a Deus foi a grande especialidade de Maria. Estaremos nós dispostos a imitá-La
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