sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pouca gente na praia e nas estradas


Já entrámos na 2ª quinzena de julho, tempo de férias. Julho e, sobretudo agosto, são meses de veraneio por excelência.
Na praia por onde passei na tardinha de ontem e no dia de hoje, muito pouca gente na areia, nos restaurantes, nos cafés. Parecia que estávamos em fevereiro.
As estradas também não registavam enchentes próprias da época.
Numa estação de serviço, onde no regresso  pelas 23.30 horas dei de beber ao carro, nem vivalma!
"Que se passa?", interroguei-me.
Será da crise?
Será que as pessoas temem a instabilidade do tempo?
Será que vai tudo para o Algarve ou para o estrangeiro?
Será que, por falta de dinheiro, as pessoas fazem férias em casa?
Terá sido uma casualidade?
Não sei responder. Só sei que era quase chocante o vazio daquela praia nesta época do ano.
Enquanto, durante meia hora, pude passear à beira mar, passou-me pela alma a situação de tanta gente... Como podem usufruir da praia tantos milhares de desempregados? Como podem descansar nos areais tantas famílias a viver com o ordenado mínimo ou menos?  Como pode dar-se ao luxo de ir a banhos tanta gente a quem falta dinheiro para educar os filhos e cuidar dos pais? Como podem pequenos agricultores ir para a praia se o trabalho os envolve continuamente e os proventos mal dão para pagar impostos e satisfazer exigências estatais?
As férias não são um luxo. São uma necessidade para todos. São um direito.
Claro que aceito o ditado popular que nos aconselha a não dar "um passo maior do que a perna." Viver o ano em função das férias, privar-se de coisas importantes por causa das férias, contrair fortes empréstimos para ter umas boas férias, abandonar idosos ou doentes por causa das férias... não parece nem lógico nem correto.
Mas há que pôr a imaginação a funcionar para poder ter férias legítimas sem comprometer pessoas ou a economia familiar.

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