Não compete à Igreja resolver certos problemas sociais. Contudo, não pode ser insensível às preocupações e necessidades das pessoas concretas a que é chamada a anunciar os valores evangélicos. Da mesma forma que Pedro e João não ficaram indiferentes ao coxo que pedia esmola à porta do templo. “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho, isto te dou: Em nome de Jesus Cristo Nazareno, levanta-te e anda!” - disse-lhe Pedro e, pegando-lhe na mão, levantou-o.
D. António Vitalino, bispo de Beja, num texto de opinião inserido nessa publicação, reflete sobre os desafios que o “inverno demográfico” coloca às dioceses do interior e propõe algumas linhas de atuação pastoral para ajudar a inverter esta situação na sua diocese.
Contudo, a complexidade do problema exigem um envolvimento supradiocesano e a cooperação entre diversos organismos eclesiais. Foi a essa conclusão que chegaram algumas dioceses no sul de Itália, confrontadas com problemas semelhantes. Identificaram como principal causa para essa situação o desemprego juvenil. Reuniram-se na cidade de Policoro com os responsáveis nacionais da Pastoral Social, da Pastoral Juvenil e da Cáritas e, inspirando-se na resposta de Pedro, gizaram o Projeto que recebeu o nome da cidade em que se reuniram.
A filosofia deste projeto é ajudar os jovens a levantarem-se da berma da “estrada da resignação” e deixarem de “mendigar assistência”, para caminharem em conjunto e criarem o seu próprio emprego.
Desde 1995, graças ao “Projeto Policoro”, foram criados mais de quatro mil postos de trabalho em sociedades comerciais, cooperativas e pequenas empresas. O projeto credibilizou-se e foi até citado pelo Papa Francisco na recente visita à Calábria.
Este e outros projetos no mundo podem inspirar a Igreja em Portugal no lançamento de iniciativas para melhorar as condições de vida dos portugueses.
(Texto publicado no Correio da Manhã de 11/07/2014), visto aqui
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