O número de adultos a frequentar a catequese tem aumentado, disse à agência Lusa o vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã, considerando que o crescimento encontra explicação na realização de sacramentos ou no aprofundamento da fé.
“Aparece gente que já está empenhada em ministérios da Igreja e quer aprofundar - catequistas, ministros da comunhão -, aparece gente que vai por motivos ocasionais – ser padrinhos - e aparece gente que não está em nada destas coisas, mas quer aprofundar a sua própria fé”, afirmou António Marcelino.
Sem números deste crescimento que assenta, também, no sentimento de que, cada vez mais, “a fé tradicional não resiste a um mundo como ao de hoje”, o bispo emérito de Aveiro adiantou que a catequese de adultos, disseminada por todas as dioceses, mas não por todas as paróquias, assume duas formas, a sistemática e a ocasional.
“Há mais iniciativas de encontros, de seminários, do que uma catequese sistemática”, apontou o responsável, reconhecendo que, “na maior parte das dioceses do Interior, não é possível fazer muito mais que isso”.
Acrescentou ainda que, "na realidade, a formação sistemática não há muitas dioceses que a podem dar, que têm gente que possam formar”.
Sublinhando que para a Igreja Católica a “catequese de referência é a de adultos” – “porque as crianças têm o seu suporte nos pais e na comunidade cristã” –, António Marcelino revelou-se convicto de que a instituição, “empenhando-se na formação dos adultos, tem garantida, de alguma maneira, a formação das crianças e dos adolescentes”.
Questionado se não o entristece quando as pessoas procuram a catequese de adultos para apenas realizarem os sacramentos de iniciação cristã que lhes permitam vir a ser padrinhos ou madrinhas, o prelado nega: “Para mim é mais um motivo de alegria, sinal de que temos coisas que estimulam as pessoas a vir. Se não tivéssemos a exigência do batismo, se não tivéssemos a exigência do crisma, não aparecia ninguém dessa gente”.
O responsável defende que a pastoral da Igreja tem que “estar atenta” às pessoas que ingressam nela, seja por uma questão de fazerem os sacramentos ou por outros motivos.
“Será que o pastor e responsáveis de uma comunidade cristã sofrem dos que não vêm, dos que a abandonaram? Quando mais [a Igreja] se preocupa só com os que estão, mais perde gente”, alertou, defendendo um “acordar”da instituição para esta realidade.
Para o bispo, “a Igreja não pode deixar de ter uma catequese de adultos séria e diversificada, e ter um sentido de acolhimento muito grande”.
António Marcelino observou que “os adultos são os que tem influência na família, são os que têm influência na sociedade, são os que estão na política”.
Na última Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, em Maio, a Comissão da Educação Cristã apresentou um documento sobre a catequese de adultos que continuará a ser apreciado.
O objectivo é que é que de uma próxima reunião magna do episcopado português possam sair “orientações nacionais sobre a formação cristã dos adultos e a as diversas formas de a proporcionar”, explicou o vogal da comissão.
Fonte: aqui
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