Amor que transforma em tempo de Jubileu
Na sociedade em que vivemos, emergem diversas situações de pessoas e famílias que necessitam de respostas de apoio. No desejo de uma sociedade mais justa e melhor, não é suficiente responsabilizar, por todas as soluções, os que assumem cargos políticos. Como membros da sociedade, podemos e devemos fazer parte da solução. Além disso, como cristãos, não é apenas um imperativo ético, mas também uma questão de fidelidade ao Evangelho. Não podemos viver com distanciamento, desinteresse ou indiferença para com a realidade social a que pertencemos.
Existem pessoas pobres que, todavia, sentem felicidade na vida porque se amam e respeitam. Em sentido contrário, a violência entre pessoas em diversos ambientes, incluindo o familiar, é um problema que tem a vindo a acentuar-se. A violência e a falta de qualidade nos relacionamentos humanos geram pessoas infelizes e fazem aumentar a pobreza. Os outros não são o inferno. O inferno é a pessoa existir sem amor por nada nem ninguém, sem nenhuma causa justa que dê sentido à sua vida.
A ‘Semana Cáritas’ (16 a 23 de março), em contexto de caminhada para a Páscoa e em Ano Santo – Jubileu 2025, é uma oportunidade para exortar todos a participar na edificação do bem comum da sociedade através da Cáritas. E é oportunidade também para reconhecer e valorizar o empenho das muitas centenas de pessoas que se dedicam ao bem do próximo, salientando o ‘fogo’ do Amor-Cáritas que as anima e mobiliza.
A Cáritas tem uma identidade que lhe vem do Evangelho. “Jesus chamou os discípulos e disse: tenho compaixão desta multidão” (Mc 8,2). É necessário alimentar e manter este Amor de compaixão, o fogo interior que nos motiva e identifica como uma graça, uma vontade que nos supera. Neste sentido, os profissionais e os voluntários que trabalham na rede Cáritas representam todos os que fazem chegar o seu donativo económico para aplicar nos diversos projetos de apoio.
É oportuno salientar o esforço das Cáritas Diocesanas que têm valências de respostas sociais permanentes com acordos estabelecidos com a Segurança Social, onde os valores dos contratos dos mesmos são sempre inferiores ao volume das despesas. Todos os anos enfrentam a preocupação com a subida dos custos de funcionamento.
D. José Traquina, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana
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