sexta-feira, 7 de março de 2025

Mensagem de D. António Couto para a Quaresma 2025

QUARESMA EM MODO DE ESPERANÇA

1. “Caminhemos juntos na esperança”. É este o lema da mensagem do Papa Francisco para esta Quaresma de 2025, no seguimento temático da Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário deste ano 2025, intitulada Spes non confundit [= «A esperança não engana»], e no lema peregrinos da esperança, escolhido para nos guiar neste ano jubilar. A esperança é, pois, a nossa companheira de caminho para esta Quaresma. Não apenas no belo sentido que lhe dá o poeta francês Charles Péguy, que retrata a Fé, a Esperança e a Caridade como três irmãs, sendo a Fé uma Esposa fiel, a Caridade uma Mãe, e a Esperança uma menininha de nove anos que caminha no meio e pela mão das suas duas irmãs mais velhas, a Fé e a Caridade. Refere ainda Péguy que, à primeira vista, parecem ser as duas irmãs mais velhas que levam pela mão a pequenina Esperança. Mas, vendo melhor, diz Péguy, nota-se que é a pequenina Esperança que empurra as duas irmãs mais velhas, fazendo andar o mundo.


2. Esta imagem é verdadeira. É verdade, diz Péguy, que são as crianças que empurram o mundo para a frente. E também é verdade que ninguém trabalha que não seja para as crianças. Todavia, vê-se na mensagem do Papa e no modo crente de encarar a vida que a esperança e a confiança em Deus não servem apenas para empurrar. Também arrastam. É neste sentido que se compreende que o maior dom de Deus seja a promessa da vida eterna, que tem andado bastante arredada das páginas enrugadas da nossa vida.

3. É, neste contexto, meus irmãos, que devemos caminhar juntos. Empurrados pela esperança, sim, mas sabendo bem para onde caminhamos. Para a Casa de Deus, que nos adotou como seus filhos e quis partilhar connosco a sua Vida Vivente. É deste dom imenso, o maior e mais precioso que nos podia ser oferecido, que devemos viver desde já. Caminhar em jubileu, caminhar em modo quaresmal, caminhar como irmãos, caminhar como filhos de Deus, supõe caminhar ao ritmo de Deus, passo-a-passo com Deus.

4. E então facilmente veremos que há tanta coisa para mudar no nosso dia-a-dia. Em vez de murmurar, podemos dialogar; em vez de tons ameaçadores, podemos articular palavras e gestos amáveis; em vez de olharmos só para nós e para os nossos interesses, podemos ver também as necessidades dos nossos irmãos. E, sobretudo, podemos perdoar, partilhar, rezar. Assim, ao sabor de uma esperança nova, podemos juntos ensaiar uma nova fraternidade.

5. A Quaresma é, como todos sabemos, um tempo importante para mantermos limpo o nosso olhar, sem traves ou muros, e limpo também o nosso coração, sem raivas ou invejas. É tempo de graça, de oração e conversão. É tempo de reforçar os laços da nossa caridade, que é um exercício que a Igreja nos propõe fazer em cada Quaresma. No ano passado (2024), a esmola da nossa Caridade Quaresmal, ou Renúncia Quaresmal, traduziu-se em 22.235,40 euros, que seguiram para aliviar um pouco as dores dos nossos irmãos todos os dias martirizados da Síria, e também para ajudar a levantar estruturas que favoreçam a oração e formação dos nossos irmãos da Paróquia-Missão do Imaculado Coração de Maria de Nametil, no Norte de Moçambique.

6. Para a Quaresma deste ano de 2025, em que estamos agora a entrar, proponho que a dimensão da nossa caridade se estenda ao Líbano, concretamente à Diocese de Jbeil (antiga Byblos), um pouco a norte de Beirute. O objetivo é levar algum apoio e conforto a duas realidades muito necessitadas da Paróquia de Santo Eliseu, da referida Diocese: 1) apoiar a Escola Católica de Nossa Senhora do Rosário, que acolhe 390 crianças necessitadas em regime completamente gratuito; 2) apoiar cerca de 300 famílias católicas, da mesma Paróquia e Diocese, que experimentam carências de toda a ordem.

7. O anúncio do destino da nossa Caridade Quaresmal será feito, como de costume, em todas as igrejas da nossa Diocese, no Domingo I da Quaresma, realizando-se a Coleta no Domingo de Ramos na Paixão do Senhor.

A todos saúdo e desejo, do fundo do meu coração, um caminho de bondade, justiça, verdade, oração, comunhão e conversão. E que a ninguém falte a graça de Deus e a mão fraterna de um irmão. Sintamos todos a alegria de sermos filhos de Deus e de termos tantos irmãos à nossa volta.

 

Lamego, 05 de março de 2025, Quarta-Feira de Cinzas

Na certeza da minha oração e comunhão convosco, a todos vos abraça o vosso bispo e irmão, + António

quarta-feira, 5 de março de 2025

9 de Março, 2025 - 01º Domingo da Quaresma – Ano

Leituras: aqui


(Imediatamente antes de começar a Missa)
1ª Leitor: Quais são os símbolos da nossa caminhada quaresmal 2025?
2º Leitor: um espelho redondo onde está colocado o logotipo do Ano Jubilar 2025. Depois, em cada domingo, será colocado no espelho um novo elemento.
1º Leitor: Que se quer sugerir com o espelho?
2º Leitor: O espelho é o que nós utilizamos para olharmos para nós mesmos. A quaresma é, por excelência, esse tempo de olharmos para nós próprios e ajustarmos o que em nós está desalinhado. Por outro lado, o espelho reflete-nos a todos, lembrando que todos somos filhos de Deus, comunidade, família de Deus.
1º Leitor: Qual o motivo do espelho ser redondo?
2º Leitor: O círculo é sinal da perfeição, sem princípio nem fim, como Jesus Cristo.
1º Leitor: E que mais haverá em cada celebração dominical?
2º Leitor: A Missa terminará com um pequeno desafio dirigido às pessoas, porque caminhar é ir ultrapassando obstáculos.
1º Leitor: Qual é o elemento que vamos colocar no espelho neste 1ª domingo da Quaresma?
2ª Leitor: Uma âncora. A âncora é sinal de segurança. É ela que prende o barco a terra firme. Significa Cristo, nossa segurança!

(Intervenção  antes da Oração Colecta. Uma criança mostra a imagem da âncora)
3º Leitor: A âncora é sinal de segurança. É ela que prende o barco a terra firme. É ela que nos sustém diante das correntes contrárias ou do mar revolto da nossa vida. A âncora é também símbolo da esperança, daquela esperança que, no dizer de São Paulo, “não engana” (Rom 5,5). As leituras deste domingo mostram-nos em quem Jesus põe a sua esperança e a sua confiança. Faz-nos ver que Deus é a sua âncora, na hora das mais fortes tentações do demónio, no deserto.
4º Leitor: Dom António Couto, na sua carta para este ano pastoral, relembra-nos que “estar prontos para dar razão da esperança é estar prontos a dar Jesus Cristo, é estar prontos a dar a mão, isto é, compreensão, amor e confiança, engenheiros de um mundo novo, verdadeiro, credível, transparente. Dar a esperança é dar Jesus” (nº 8).

Celebramos as Bodas de Prata e Ouro Matrimoniais

A felicidade no casamento floresce quando as duas partes se tornam mestres da paciência e da empatia, cultivando uma união baseada na generosidade e no perdão.

terça-feira, 4 de março de 2025

Quarta-feira de Cinzas

Leituras: aqui

JEJUM E ABSTINÊNCIA QUARESMAL MÃOS DADAS COM A CARIDADE


 O jejum e a abstinência são práticas penitenciais tradicionalmente presentes no itinerário quaresmal. O JEJUM significa uma particular contenção na alimentação, mais pobre, simples e comedida; a ABSTINÊNCIA convida à privação voluntária de certos bens, alimentos ou despesas (e não necessariamente carne). Quer um quer outro implicam fazer uma significativa poupança económica, que, depois, deverá ser oferecida a pessoas ou instituições carenciadas = contributo penitencial.

(...)

Na disciplina tradicional da Igreja, a concretização do jejum fazia-se limitando a alimentação diária a uma refeição, embora não se excluísse que se pudesse tomar alimentos ligeiros às horas das outras refeições. Ainda que convenha manter-se esta forma tradicional de jejuar, contudo os fiéis poderão cumprir o preceito do jejum privando-se de uma quantidade ou qualidade de alimentos ou bebidas que constituam verdadeira privação ou penitência.
A ABSTINÊNCIA, por sua vez, consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre. A sua concretização na disciplina tradicional da Igreja era a abstenção de carne. Será muito aconselhável manter esta forma de abstinência, particularmente nas sextas-feiras da Quaresma. Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo mais requintados e dispendiosos ou da especial preferência de cada um.
1- JEJUAR LONGE DE DEUS?
O jejum praticado pelos judeus – relatado nos textos do Antigo e Novo Testamento – tinha como principal objetivo preparar os corações para a vinda do Senhor. Esta preparação passava pela conversão e fidelidade à vontade de Deus (cfr. Jonas 3, 1-10). Isaías, ao observar o modo como o povo vivia, denunciou a falta de conversão e repreendia-o: «Para quê jejuar, se vós não fazeis caso? Para quê humilhar-nos, se não prestais atenção? É porque no dia do vosso jejum só cuidais dos vossos negócios, e oprimis todos os vossos empregados. Jejuais entre rixas e disputas, dando bofetadas sem dó nem piedade. Não jejueis como tendes feito até hoje, se quereis que a vossa voz seja ouvida no alto. Acaso é esse o jejum que me agrada, no dia em que o homem se mortifica?» (Is 58, 3-5)
Também Jesus se viu na necessidade de defender os discípulos quando foram acusados, pelos fariseus e pelos discípulos de João Batista, de não jejuarem. E declarou que mais importante que o jejum era gozar, privar e saborear da Sua presença: «Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão de vir dias em que lhes será tirado o esposo e, então, hão de jejuar» (Mt 9, 15)
2- JEJUAR SEM CARIDADE?
Outro equívoco comum entre os observantes “cegos” (acríticos) do jejum e da abstinência é cumprir estas práticas penitenciais, mas não passar dum ritual seco, vazio, instintivo. A renúncia ou privação a que se propõem não tem continuidade na partilha ou caridade para com os irmãos mais necessitados. É uma prática vazia, descontextualizada, privada de qualquer significado.
A privação verdadeira/sincera supõe que o amealhado (poupado) no Tempo da Quaresma (Quarta-feira de Cinzas e as sete sextas-feiras) seja oferecido a quem nada ou pouco tem. Por exemplo, se alguém, em vez de gastar dez euros na alimentação diária, gastar só cinco, poupou cinco euros que, ao final de oito práticas de jejum/abstinência quaresmais redundaria numa oferta de quarenta euros para a caridade, o dito Contributo Penitencial. Quem o faz?! Se não o faz, pratica um rito vazio, hipócrita, inútil. O jejum e/ou abstinência perdem todo o sentido e significado.
Além disso, e dentro da denúncia de Isaías (cfr. Is 58, 3-5) estas práticas penitenciais não podem ser usadas para compensar o mal que, entretanto, é feito aos irmãos. Para o Profeta, é bem mais importante a caridade realizada que estes “ritos vazios”: «O jejum que me agrada é este: libertar os que foram presos injustamente, livrá-los do jugo que levam às costas, pôr em liberdade os oprimidos, quebrar toda a espécie de opressão, repartir o teu pão com os esfomeados, dar abrigo aos infelizes sem casa, atender e vestir os nus e não desprezar o teu irmão. Então, a tua luz surgirá como a aurora, e as tuas feridas não tardarão a cicatrizar-se. A tua justiça irá à tua frente, e a glória do Senhor atrás de ti.» (Is 58, 6-8).


3- JEJUAR SEM MAIS?
Um sublinhado ainda para outra contradição incrível/aberrante verificada nestes pretensos católicos: não conseguem distinguir o essencial/central da fé e o modo como, ao longo dos tempos, se concretizam algumas práticas devocionais (mudam com os tempos). Uma quase totalidade dos católicos (mesmo “não praticantes”) preocupa-se em observar escrupulosamente o jejum e a abstinência quaresmal, que faz parte dos mandamentos da Santa Igreja: «Guardar a abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja.»
No entanto, bem mais importantes que os mandamentos da Igreja são os Mandamentos da Lei de Deus, confiados a Moisés no Monte Sinai (cfr. Ex 20, 2-17). Ora, para estes ditos “católicos”, é dogma sagrado cumprir um mandamento específico da Igreja (jejum e abstinência), mas não têm pejo em desprezar por completo os Mandamentos da Lei de Deus, como, por exemplo, “Santificar domingos e festas de guarda, honrar pai e mãe e outros legítimos superiores ou guardar castidade nas palavras e nas obras”. Para estes, é mais importante não “comer carne” nas sextas-feiras da Quaresma (Mandamento da Igreja) que participar na Missa aos Domingos (Mandamento da Igreja e Mandamento da Lei de Deus) ou “procurar carne fora do casamento”!
E a talho de foice, se têm tanto interesse em cumprir “esse” Mandamento da Igreja (“guardar abstinência e jejuar nos dias determinados pela Igreja”), lembro que há outros quatro que também deveriam merecer igual atenção: “ouvir missa inteira e abster-se de trabalhos servis nos domingos e festas de guarda”; “confessar-se ao menos uma vez em cada ano”; “comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição”; “prover as necessidades da Igreja, segundo os legítimos usos e costumes e as determinações”.
(P. António Magalhães Sousa), aqui

NOTA: De acordo com as orientações da Igreja, 14 anos é a idade para obrigatoriedade da abstinência e vai até o fim da vida. Para o jejum, a obrigatoriedade é a partir dos 18 anos até os 59 anos completos. 
1. Os doentes a quem estas orientações prejudiquem a sua saúde, estão claramente dispensados delas. 
2. Aos que tiverem menos idade do que a indicada e aos que tiveram mais idade do que a indicada,  deverão os responsáveis procurar atentamente formá-los no verdadeiro sentido da penitência, sugerindo-lhes outros modos de a exprimirem. 
Para mais informação, ver aqui

sábado, 1 de março de 2025

Responsáveis do 1006 reunidos

 Na noite de 28 de fevereiro, no Centro Paroquial de Tarouca, reuniram os Chefes do 1006 de Tarouca. 

Contas aprovadas, projeto de atividades aprovado, processo eleitoral do Agrupamento lançado, Situações analisadas, balanço realizado... Muito e bom trabalho mesmo. Todos participaram, sem tempos demasiados. Assim está bem! 

Um clima humano e empático de enaltecer. Sempre a mesma preocupação: os nossos escuteiros, jovens se crianças. 

Louve-se o trabalho e dedicação dos chefes, a alegria e empenho dos escuteiros, o bom comportamento  aproveitamento  nas atividades com outros agrupamentos, a criatividade e partilha de chefes deste agrupamento como escutismo em geral.

Prá frente, minha gente!