domingo, 29 de novembro de 2020

Novo Ano litúrgico vai ser conduzido por São Marcos, «evangelista das periferias»

 «Discipulado» e «relação com Jesus» são eixos centrais no Evangelho que vai ser lido nas missas do Ano B


O padre Mário de Sousa apresenta o evangelista São Marcos, cujos textos serão lidos nas missas do novo Ano Litúrgico que tem início neste domingo, como aquele que convida a aprofundar a relação que cada pessoa tem com Jesus.

“Marcos não narra nada da infância de Jesus, a sua obra não foi escrita para satisfazer a nossa curiosidade, ele vai ao essencial. Marcos diz-nos logo ao que vem. O início da sua obra aponta Jesus como o Cristo, filho de Deus. O essencial é a identidade de Jesus e a relação com ele”, explica à Agência ECCLESIA o padre da diocese do Algarve e professor de Novo Testamento no Instituto Superior de Teologia de Évora.

O especialista reconhece que ao longo do Evangelho de São Marcos, o leitor que, “desde o início sabem quem é Jesus”, vai-se “deparando com respostas incorretas como também acontece “serem os espíritos impuros a proclamar quem Jesus é”, factos que podem confundir e “criar tensão”.

Indica o padre Mário de Sousa que Jesus procura “respostas por dentro”.

“«E vós? Quem dizeis que eu sou?», é a pergunta, refere o professor de Novo Testamento.

Perante respostas intelectuais ou que indicariam o poder de Jesus, evidencia o padre Mário de Sousa, “Ele quer que percorram, o caminho” e percebam a diferença entre ser “religioso ou discípulo”.

“O grande convite é o confronto do nosso discipulado e das motivações profundas da nossa relação com Jesus, porque podemos ser religiosos sem nunca ser discípulo. Quer isto dizer que Jesus não quer profissões de fé apressadas, é preciso um caminho, um amadurecimento da fé”, indica.

O padre Mário de Sousa refere também a importância de todos se “reconhecerem a caminho”.

“Todos estamos a caminho e quando nos achamos feitos, fechamos as portas a Deus, perdemos a capacidade de nos deixarmos surpreender. Já temos as respostas e já sabemos as perguntas. Nem estamos abertos à novidade nem nos deixamos surpreender pelas perguntas e provocações que Deus nos faz”, lamenta.

In Agência Ecclesia

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