quinta-feira, 20 de outubro de 2016

23/10/2016 - 30º Domingo do Tempo Comum – Ano C


No domingo passado, refletimos sobre a necessidade da Oração perseverante:
Um apelo muito atual ao homem moderno, tão ocupado e preocupado com tantas coisas, que quase não sobra tempo para si mesmo.
E o tempo que sobra gasta na TV ou outras diversões.
 
Mas não basta rezar, precisa rezar bem...
- E qual é o espírito que deve animar a nossa oração  para que seja agradável a Deus e proveitosa para nós?
 
As leituras da Liturgia de hoje  dão-nos uma resposta (Ver aqui):
 
Na 1ª Leitura, Deus afirma que escuta as súplicas dos HUMILDES:
"A oração do humilde penetra as nuvens..." (Eclo 35,15a-17.20-22a)
 
* A nossa oração só tem valor e é acolhida por Deus, quando parte de um coração pobre, humilde e justo e é solidária com todos os oprimidos e empobrecidos.
 
Na 2ª Leitura, Paulo, velho, preso, condenado à morte, medita e reza sobre a sua VIDA... (1Tm 4,6-8.16-18)
"Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé..."
 
* É o testamento de alguém que está com a consciência do dever cumprido e aguarda com humildade e confiança  a recompensa de Deus.
 
No Evangelho, Jesus mostra a ORAÇÃO HUMILDE de um pecador, que se apresenta diante de Deus de mãos vazias, mas disposto a acolher o Dom de Deus. (Lc 18,9-14)
 
- Os destinatários da Parábola do Fariseu "santo" e do Publicano "pecador" são: "alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros".
- Os dois rezam no Templo: um espera a recompensa e o outro a misericórdia...
  O modo de rezar dos dois é bem diferente:
  O Fariseu pelo caminho do orgulho, o Publicano pelo caminho da humildade.
 
+ O FARISEU: na frente... "de pé"... reza satisfeito pelo que é e pelo que faz:
- Sua oração é longa: é uma arrogante exaltação de si.
  Agradece a Deus por não ser como os demais, nos quais só vê erros e pecados.
- É autossuficiente: não precisa de Deus e despreza os irmãos.
  A sua Salvação não é dom de Deus, mas conquista de suas "boas obras".
 
+ O PUBLICANO: no fundo... de cabeça baixa... batendo no peito...
   Reconhece com humildade a soberania de Deus e a própria pequenez...
   Ele precisa de Deus e aceita a salvação que Deus lhe oferece.  
   - Sua oração é breve: resume-se em pedir perdão:
     "Meu Deus, tem piedade de mim, que sou um pecador..."
 
+ À primeira vista, daria a impressão que o fariseu era mau e o publicano bom.
No entanto, o fariseu era "bom praticante" e o publicano praticava injustiças.
Mas, quem se comportava bem foi condenado e o pecador voltou "justificado".
O fariseu ofereceu suas obras, o publicano sua miséria e seus pecados...
 
- E Jesus conclui:
  "Quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado".
 

A Parábola fala-nos  de DOIS TIPOS de Pessoas:

 
+ O Fariseu é modelo do homem "justo", cumpridor de todas as leis, que leva uma vida impecável. Ninguém o pode acusar de ações contra Deus, nem contra os irmãos. Está contente por não ser como os outros.
Vai à missa todos os domingos... Paga o dízimo... Confessa de vez em quando... Mas na confissão "não tem pecados". Só tem boas obras a declarar...
Na Oração, ao invés de louvar a Deus, louva-se a si mesmo e despreza o pecador.
Umas práticas religiosas bem observadas lhe dão a segurança da salvação.
 
   * CRISTO quer uma religião em espírito e verdade, com o mandamento do amor.
 E ele a reduz a umas obrigações, para estar em dia com Deus...
 

+ O Publicano é modelo do homem humilde, que se reconhece pecador.

Sente necessidade de Deus, confia nele e lhe oferece seu pobre coração abatido.
 
* Aceita com humildade os meios da Confissão, da Missa e da Comunhão.
   Não se considera melhor do que os outros... Nem os julga...
 
+ Os novos Fariseus...
 
O FARISAÍSMO é uma atitude religiosa que nos impede de ver-nos como somos e deturpa nossa relação com Deus e com os irmãos.
Ninguém está isento da contaminação dessa perene soberba humana.
 
PUBLICANOS são todos aqueles que tomam consciência de seus erros e pedem perdão.
 
+ Quais são os sentimentos que animam o nosso coração na oração?
   - Do Fariseu ou do Publicano?
   - Como pretendemos voltar para casa?
 
- Será que muitas vezes não imitamos a posição de suficiência do fariseu?
- Ao invés de escutar Deus e suas exigências, preferimos convidá-lo a que admire a boa pessoa que somos?
- Não seria melhor,  colocar-nos ao lado do publicano,  reconhecendo com humildade nossa condição de pecadores,   confiando na misericórdia de Deus?
 
Assim voltaremos para casa participando mais perfeitamente
de sua justiça e de sua santidade.
 
Com este espírito, continuemos a nossa oração, para que ela seja realmente agradável a Deus e proveitosa para nós.
                                   Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 23-10-2016

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