Todas as liturgias constam de quatro partes
fundamentais:
a) Ritos iniciais b) Liturgia da Palavra c)
Liturgia própria do Sacramento (neste caso Liturgia Eucarística) c) Ritos
conclusivos
1. ENTRADA
A procura de Deus através da Igreja. – O amor de
Deus que nos escolheu e nos convoca. – Um aspeto da salvação segundo o ano
litúrgico. Com ele damos início à celebração eucarística. Não é qualquer canto
que se pode utilizar para a entrada de uma celebração. A sua função é criar
comunhão. O seu mérito é convocar a assembleia e, pela fusão das vozes, juntar
os corações no encontro com o Ressuscitado.
2. ATO PENITENCIAL (Kyrie eleison)
Senhor, tende piedade de nós. – Exprimimos o
senhorio de Cristo, a sua misericórdia e louvor. É uma aclamação suplicante a
Cristo-Senhor. É o Canto da assembleia reunida que invoca e reconhece a infinita
misericórdia do Senhor.
3. GLÓRIA
O Glória é um hino muito antigo que data
aproximadamente do séc. II d. C. É uma belíssima doxologia (ou louvor a Deus),
fruto poético das comunidades cristãs primitivas, cuja fonte é a Bíblia. O
Glória convida-nos a glorificar a Deus Pai, a Cristo Cordeiro de Deus. É uma
invocação trinitária da antiguidade. É a forma da Igreja reunida no Espírito
Santo, louvar a Deus Pai e suplicar ao Filho, Cordeiro e Mediador. Este é um
hino de louvor, alegre e festivo, que deve ser cantado (ou recitado) por toda a
assembleia.
4. SALMO RESPONSORIAL
O Salmo é uma resposta da comunidade à Palavra
escutada na primeira leitura. O livro dos Salmos do Antigo Testamento reúne um
conjunto de 150 composições poéticas, muitas delas, segundo a tradição, escritas
pelo Rei David. Estes textos eram usados nos momentos de oração do povo de
Israel. Exprimem muitos dos sentimentos vividos pelo povo, em diferentes
situações de dificuldade, de perseguição, de abandono. Deve ser introduzido por
um refrão simples, com uma melodia simples. As estrofes devem ser cantadas por
um salmista que vai dando melodia à Palavra de Deus. A melodia deve estar de
acordo com o texto (se é um texto de súplica, não deve ser uma melodia de festa;
se é um canto de louvor, não deve ser uma melodia triste…).
5. ALELUIA
É uma introdução, preparando a assembleia para o
que será proclamado. Por outras palavras, o canto que precede a proclamação do
Evangelho nada mais é do que um “viva” pascal ao Verbo de Deus, que nos tirou
das trevas da morte, introduzindo-nos no reino da vida.
6. APRESENTAÇÃO DOS DONS
É um canto que acompanha a procissão dos dons. O
texto do canto não precisa de falar de pão e de vinho e muito menos de
oferecimento ou oblação. Outro dado importante: tudo o que for apresentado como
oferta não poderá voltar ao dono. Tem de ser partilhado ou doado. Caso retorne,
não tem sentido ser ofertado. Não é obrigatório cantar neste momento. Pode
optar-se por fazer silêncio ou uma música de fundo.
7. SANTO
O Santo, introduzido na Celebração Eucarística no
séc. IV na Igreja do Oriente e no séc. V na Igreja do Ocidente. A letra do Santo
é formada por duas partes: a primeira parte “Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do
universo, o céu e terra proclamam vossa glória…”, reproduz o louvor celeste dos
Serafins conforme o relato de Isaías 6, 3 (…). a segunda parte: “Bendito o que
vem em nome do Senhor…”, expressa o grito de triunfo do povo de Deus que acolhe
e aclama o Messias, o Salvador.
8. CORDEIRO DE DEUS
O Cordeiro tem uma particularidade especial, é um
canto sacrificial que dá sentido ao gesto de Jesus ao partir do pão. Bom seria
que tivesse um solista que cantasse a primeira parte e a assembleia respondesse
na segunda parte. O “Cordeiro de Deus” é uma prece litânica: após cada invocação
entoada pelo(a) cantor(a), a assembleia responde com o “tende piedade de nós” e
no final com o “dai-nos a paz”.
9. COMUNHÃO
Mistério de Cristo e comunhão fraterna. –
Identificação com Cristo no Evangelho de cada dia. – Os frutos de uma vida em
Cristo. Neste momento da celebração devemos sentir-nos verdadeiramente unidos e
irmãos. É um canto que se inicia quando o sacerdote comunga e prolonga-se
enquanto dura a comunhão de todos os fiéis, ou até ao momento que se julgue
oportuno. Tendo o cuidado de se dar um tempo de silêncio e de louvor, no momento
de ação de graças.
10. FINAL
A Eucaristia não termina, porque se prolonga na
vida. É preciso que os participantes saiam comprometidos, com esperança, com a
sensação de ter crescido em fraternidade, mais comprometidos… O Canto Final não
faz parte da Liturgia. É um canto que se chama “ad libitum”, quer dizer, nesta
intervenção musical os músicos são livres de planificar e escolher a música que
se proporcione para um final adequado à celebração.
in VOZ DE LAMEGO
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