1. Dá o exemplo.
"Se uma pessoa é homossexual e procura Deus, quem sou eu para
julgá-la?" (29-07-2013)
Quando
o líder máximo age de acordo com o que pede aos seus colaboradores, torna-se
muito difícil que estes não lhe correspondam e sigam as suas orientações,
levando a um maior sentimento de equipa e a alcançar mais rapidamente os
objetivos traçados para o negócio que sentem também como deles.
"A Cúria tem um defeito: está centrada no Vaticano. Vê e ocupa-se dos
interesses do Vaticano e esquece o mundo que o rodeia. Não partilho desta visão
e farei tudo para a mudar." (01-10-2013)
Pelo Vaticano têm passado vários casos de corrupção, abuso de menores e membros
da cúria que detinham mais poder que o Papa. Quem não conhece nomes como o do
Cardeal Angelo Sodano, que foi durante dezasseis anos o Cardeal Secretário de
Estado, abarcando dois pontificados, o do Papa João Paulo II e o do Papa Bento
XVI.
Com
a perda de rigor e a excessiva burocracia da Igreja enquanto organização, era
fundamental proceder a uma reforma. Como refere Ray Hennesey, “o papa Francisco
reuniu um grupo de conselheiros de todo o mundo para proceder à reforma da
Cúria. Para tal, retirou poderes ao Secretariado de Estado e dividiu as
responsabilidades entre os cardeais. Também recrutou diversos gestores sem
qualquer relação com Roma.”
3. É claro e
directo na sua comunicação.
"A fé não serve para decorar a vida como se fosse um bolo com nata."
(18-08-2013)
"O [sem-abrigo] que morre não é notícia, mas se as bolsas caem 10 pontos é
uma tragédia. Assim, as pessoas são descartadas. Nós, as pessoas, somos descartadas,
como se fôssemos desperdício." (05-06-2013)
A comunicação, para ser eficaz e servir os seus princípios, tem de ser clara e
direta, para que não restem dúvidas de que aquele a quem se dirige, percebe a
mensagem.
4. Toma
rapidamente decisões difíceis.
"Mas tivemos vergonha? Tantos escândalos [na Igreja] que não quero
mencionar individualmente, mas que todos sabemos quais são... Escândalos que
alguns tiveram de pagar caro. E isso está bem! Deve ser assim... a vergonha da
Igreja." (16-01-2014)
Na sua reforma da Cúria, o Papa Francisco criou um novo departamento a que
chamou Secretariado para a Economia, com o fim de tornar transparentes as
finanças da Igreja.
5. Ouve e aceita
diferentes pontos de vista.
"Amemos os que nos são hostis, abençoemos os que dizem mal de nós,
saudemos com um sorriso os que provavelmente não o merecem, não aspiremos a
fazer-nos valer, mas oponhamos a doçura à tirania, esqueçamos as humilhações
sofridas." (23-02-2014)
O
Papa Francisco está disponível para a sua comunidade e para todos os que
queiram falar com ele. Não é elitista nem egocêntrico, mas inclusivo e focado
nos outros.
6. Reconhece as
suas fragilidades.
"Eu não queria ser papa." (07-06-2013)
“O meu modo autoritário e rápido de tomar decisões levou-me a ter sérios
problemas e a ser acusado de ser ultraconservador. Vivi um tempo de grande
crise interior quando estava em Córdoba. Foi o meu modo autoritário de tomar
decisões que criou problemas.” (19-08-2013)
Quem é Jorge Mario Bergoglio? “Não sei qual possa ser a resposta mais
correta... Sou um pecador. Esta é a melhor definição. E não se trata de um modo
de falar ou de um género literário. Sou um pecador. (…) Sou um indisciplinado
nato”. (19-08-2013)
Segundo a religião católica, todos são pecadores e o Papa, sendo homem, não é
exceção. Mas admiti-lo desta forma é inédito na boca de um Sumo Pontífice e, no
mínimo, uma prova de grande humildade, tendo em conta o cargo que ocupa. Este
está consciente da sua humanidade e das tentações e fraquezas que sente.
Os religiosos não são seres divinos, mas humanos como todos os outros. Também
os líderes são humanos e não seres perfeitos que nunca erram, nunca têm um dia
mau e nunca se esquecem de nada. Assumir as falhas e responsabilidades não os
torna inferiores, mas dignos do reconhecimento e da admiração dos seus
seguidores.
7. Sabe
que não vai conseguir atingir os objetivos sozinho.
"A Igreja não pode ser uma baby-sitter para os cristãos, deve ser uma mãe
e é por esta razão que os laicos devem assumir as suas responsabilidades de
batizados." (17-04-2013)
“Como arcebispo de Buenos Aires, convocava uma reunião com os seis bispos
auxiliares cada 15 dias e várias vezes ao ano com o Conselho de Presbíteros.
Formulavam-se perguntas e abria-se espaço para a discussão. Isto ajudou-me
muito a optar pelas melhores decisões. Acredito que a consulta é muito
importante.” (19-08-2013)
O Papa Francisco aprendeu com os seus erros enquanto jovem líder e tem hoje
plena consciência de que as conquistas são alcançadas não a solo mas em grupo,
com e através das pessoas.
Na liderança das organizações, deve passar-se de igual forma. Cabe ao líder
desenvolver os seus colaboradores e integrá-los na sua visão e objetivos. Com
eles nada o impedirá de lá chegar, sem eles poderá ser uma tarefa demasiado
pesada e ingrata, sem hipóteses de algum dia saborear o sucesso.
8. Cultiva o humor.
"Não existe o marido perfeito, a mulher perfeita... não falemos da sogra
perfeita." (14-02-2014)
"Não cedamos ao pessimismo. (15-03-2013)
É sabido que o humor é fomentador da boa comunicação, ao permitir prender a
atenção do interlocutor, ao fomentar as relações, promover o bom ambiente de
trabalho e proporcionar uma maior felicidade a quem a ele recorre.
O Papa Francisco cultiva o humor em quase todas as suas intervenções,
aligeirando assuntos e mensagens mais pesadas, quebrando o gelo inicial em
diversas reuniões, encontros e entrevistas, entre outros.
“É preciso viver as pequenas coisas do dia-a-dia com alegria. (…) Não se prive
de ter um bom dia.”
RETIRADO DE " O BANQUETE DA PALAVRA"
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