"O shôfar é o corno do carneiro ou do
cabrito-montês, que emite um som cavo, fundo e intenso, e que é usado, no mundo
bíblico, para marcar o tempo e o modo, abrindo e fechando o tempo religioso, o
sábado, as festas, o ano sabático, o ano jubilar, as teofanias, as chamadas
«guerras de YHWH», convocando para o «Dia de YHWH» ou para o «Último Dia» (cf.
Is 27,13; Jl 2,1; Mt 24,31; 1 Cor 15,52; 1 Ts 4,16). " - Carta Pastoral do nosso Bispo
O anúncio do Ano Jubilar pelo som do shôfar, que pedagogicamente passa do «tu» para o «vós», de «tu farás passar um shôfar» para «vós fareis passar um shôfar» (Lv 25,9), deve constituir um imenso e inadiável desafio ao abandono de individualismos vários e à formação e afirmação das comunidades familiar, paroquial, diocesana e eclesial. Em termos funcionais: o Jubileu é a experiência inolvidável de um som, de uma música, de uma festa, que se inicia em um lugar determinado e se vai movimentando, atravessando o espaço paroquial, arciprestal ou diocesano, engrossando sempre pelo caminho, de modo a reunir todos, e que todos se sintam irmanados à volta da mesa do amor de Deus. Cabe aqui também o sentido da peregrinação, que traduz a nossa vida terrena, e deve estar sempre presente.