O Papa
encerrou hoje os trabalhos da XVI Assembleia do Sínodo, após a aprovação do
documento final, reforçando os seus apelos a uma Igreja sem “muros” e aberta a
“todos, todos, todos”.
“Quanto
mal causam os homens e mulheres da Igreja quando erguem muros! Não nos devemos
comportar como ‘dispensadores da Graça’ que se apropriam do tesouro, amarrando
as mãos do Deus misericordioso”, referiu Francisco, perante centenas de
participantes dos cinco continentes.
A
assembleia sinodal, cuja segunda sessão decorre desde 2 outubro, com o tema
‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a
auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a
primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.
“O
Espírito continua a difundir a harmonia na Igreja de Deus, nas relações entre
as Igrejas, apesar de todos os cansaços, tensões e divisões que marcam o seu
caminho rumo à plena manifestação do Reino de Deus, que a visão do Profeta
Isaías nos convida a imaginar como um banquete preparado por Deus para todos os
povos. Todos, na esperança de que não falte ninguém. Todos, todos, todos! Que
ninguém fique de fora, todos”, indicou o Papa.
Francisco promulgou documento final e envia-o agora às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal – algo que acontece pela primeira vez, mas que corresponde à possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018), do atual Papa, sobre o Sínodo dos Bispos.
“Por isto, disse que seja publicado. Quero, deste modo,
reconhecer o valor do caminho sinodal realizado, que através deste
Documento entrego ao santo povo fiel de Deus”. |
Francisco deixou a sugestão de um poema de Madeleine Delbrêl (França, 1904-1964), “a mística das periferias”, que exortava: “Acima de tudo, não sejas rígido”.
“Esses versos podem tornar-se a música de fundo com a qual podemos acolher o documento final. E agora, à luz do que emergiu a partir do caminho sinodal, há e haverá decisões a serem tomadas”, declarou.
No final do seu discurso, o Papa agradeceu a todos os participantes e aos responsáveis pela organização da Assembleia Sinodal, assumindo que “também o bispo de Roma precisa de praticar a escuta, ou melhor, quer praticar a escuta”.
O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.
Agência Ecclesia
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