terça-feira, 30 de novembro de 2021

Presidente da República veta lei da eutanásia

 Marcelo Rebelo de Sousa pede esclarecimentos à Assembleia da República

Foto Lusa

 O presidente da República vetou hoje a lei da eutanásia, aprovada pelo Parlamento no dia 5 de novembro, e pede esclarecimentos sobre “o que parecem ser contradições” no diploma.

De acordo com um comunicado publicado no sítio da internet da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa pede dois esclarecimentos sobre “questões surgidas só nesta versão da lei”.

“O decreto mantém, numa norma, a exigência de ‘doença fatal’ para a permissão de antecipação da morte, que vinha da primeira versão do diploma. Mas, alarga-a, numa outra norma, a ‘doença incurável’ mesmo se não fatal, e, noutra ainda, a ‘doença grave’”, refere o comunicado, acrescentando que o presidente da República “pede que a Assembleia da República clarifique se é exigível ‘doença fatal’, se só ‘incurável’, se apenas ‘grave’”.

Marcelo Rebelo de Sousa pede também à Assembleia da República que indique as razões para uma “mudança considerável de ponderação dos valores da vida e da livre autodeterminação”.

“A deixar de ser exigível a ‘doença fatal’, o Presidente da República pede que a Assembleia da República repondere a alteração verificada, em cerca de nove meses, entre a primeira versão do diploma e a versão atual, correspondendo a uma mudança considerável de ponderação dos valores da vida e da livre autodeterminação, no contexto da sociedade portuguesa”, refere o comunicado.

No início de novembro, o Parlamento português reapreciou e aprovou o decreto sobre a legalização da eutanásia, na sequência do veto por inconstitucionalidade do presidente da República, em março, da primeira versão do diploma, aprovada no final de janeiro na Assembleia da República.

Após aprovação Decreto da Assembleia da República n.º 199/XIV, de 5 de novembro de 2021, que “regula as condições em que a morte medicamente assistida não é punível e altera o Código Penal”, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) apelou à intervenção das “mais altas instâncias” do país para travar a legislação aprovada pelo Parlamento.

“Esperando que as mais altas instâncias do país se pronunciem de acordo com as prerrogativas constitucionais de que dispõem, a Igreja continuará a fazer tudo para defender a vida humana e lutar para que se generalizem cada vez mais os cuidados paliativos a que qualquer cidadão tem direito”, refere o comunicado final da 201ª Assembleia Plenária da CEP, que em Fátima entre os dias 8 e 11 de novembro.

In Agência Ecclesia

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

As notícias e sinais sobre a pandemia do Covid-19 não são animadores - O DIA A DIA, SEM DRAMATISMO

" (...) viver o dia a dia com as devidas cautelas mas sem dramatismo, ou seja, privilegiar o bom senso e o senso comum. Todos a remar na mesma direção sem perder o norte…
«As notícias e sinais sobre a pandemia do Covid-19 não são animadores: o número de infetados tem aumentado bastante e alguns países já (re)tomam medidas para controlar a propagação. Está a crescer o número de internamentos que, se não tivermos cuidado, pode levar a novo confinamento. Atendam, por favor:
(1) Usar sempre (e bem) a máscara em locais fechados;
(2) Arejar bem (=ventilar) os espaços fechados;
(3) Higienizar bem as mãos e evitar contacto físico;
(4) Evitar/reduzir/cuidar ajuntamentos sem máscara como refeições, convívios, festas, bares ou discotecas;
A vacina, por si só, não resolve a pandemia: pode minorar a gravidade e reduzir o contágio mas o perigo mantém-se. O mais importante é o comportamento adotado por cada um, seja no cuidar de si mesmo, seja no cuidado para com os outros, sobretudo os mais frágeis = idosos e doentes. Não facilitem mesmo.» (Boletim Paroquial
Fonte: aqui

domingo, 28 de novembro de 2021

Associação Filarmónica de Tarouca homenageia Santa Cecília, Padroeira dos músicos


28 de novembro, Eucaristia das 11 horas. A Associação Filarmónica de Tarouca esteve presente, dinamizou coralmente a celebração, proclamou as admonições e leituras.
A nossa Banda quis, assim, venerar Santa Cecília, Padroeiras dos músicos. Fê-lo de maneira empenhada, participativa e elevante dado o modo como soube, através da música, elevar o espírito da assembleia até Deus.
As musas varosanas sempre gostaram do Vale Encantado, pois são muitos os tarouquenses que se foram notabilizando graças à música. Muitos iniciaram a sua carreira musical na Associação Filarmónica de Tarouca que continua ser um boa escola de formasção musical.
Por outro lado, esta Banda musical tem sido- e continua a ser - uma embaixadora de Tarouca por esse mundo fora, por todos os lacais por onde tem deixado o perfume da arte musical.
Finda a Eucaristia, os presentes foram brindamos com e execuçaõ de uma peça musical, seguindo depois para o Centro Cívico onde decorreu o almoço e um tarde de convívio.
Parabéns à Associação Filarmónica de Tarouca!

COMEÇÁMOS O ADVENTO

sábado, 27 de novembro de 2021

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

O ADVENTO ESTÁ A CHEGAR ...

  10 curiosidades sobre o Advento que melhorarão seu Natal ...

1. “Advento” é uma palavra de etimologia latina, que significa “vinda”.

2. O Advento é um tempo litúrgico composto pelas quatro semanas que precedem o Natal, como tempo de preparação para o nascimento do Senhor.
3. O Advento tem como cor litúrgica o roxo, que significa penitência e conversão – neste caso, unidas à esperança diante da iminente vinda do Senhor.
4. O Advento é um período privilegiado para os cristãos, já que somos convidados a recordar o passado, viver o presente e preparar o futuro.
5. O Advento é memória do mistério de graça do nascimento de Jesus Cristo. É memória na encarnação. É memória das maravilhas que Deus faz em favor dos homens. É memória da primeira vinda do Senhor. O Advento é história viva.
6. O Advento é um convite a viver o presente da nossa vida cristã e a experimentar e testemunhar a presença de Jesus Cristo entre nós, conosco, por nós. O Advento nos interpela a viver sempre vigiantes, caminhando pelos caminhos do Senhor em justiça e amor. É uma época de presença encarnada do cristão, quem, cada vez que faz o bem, reatualiza a encarnação e o nascimento de Jesus.
7. O Advento prepara e antecipa o futuro. É um convite a preparar a segunda e definitiva vinda de Jesus Cristo, já na majestade da sua glória. Ele virá como Senhor e como juiz. O Advento nos faz proclamar a fé em sua vinda gloriosa e nos ajuda a preparar-nos para ela. Este tempo já é vida futura, é Reino, é escatologia.
8. O Advento é tempo para a revisão da própria vida à luz da vida de Jesus Cristo, à luz das promessas bíblicas e messiânicas. É tempo para o exame de consciência continuado, arrependido e agradecido.
9. O Advento é projeção de vida nova, de conversão permanente, do céu novo e da terra nova, que só são alcançados com o nosso esforço, de cada dia e de cada ato.
10. O Advento é o tempo de Maria de Nazaré, que esperou, que confiou na palavra de Deus, que se deixou invadir por Ele e em quem floresceu e resplandeceu o Salvador do mundo.

Caminhada do Advento
de acordo com a proposta do Plano Pastoral

A proposta para este Advento é a construção de uma ROSA DOS VENTOS: 
*) Uma vez que o tema pastoral é o imperativo evangélico “Levantai-vos! Vamos!” (Mt 26, 46), a Rosa dos Ventos é o instrumento que indica todas as direções. 
*) O objetivo é passar a ideia de que temos de nos levantar e ir por todos os lados. 
*) O significado da Rosa dos Ventos é que ninguém ficará de fora desta missão. Irão todos. Iremos a todos. 
*) A mensagem que a Rosa dos Ventos quer ainda passar é de que não andamos perdidos, nem à deriva, nem sem rumo certo. Sabemos onde vamos e por onde caminhamos. 
*) No centro da Rosa dos Ventos estará o Menino Jesus. Ele que é, em tudo, a nossa orientação certa e segura. 

1.º DOMINGO DO ADVENTO 
O tema pastoral da nossa diocese, este ano, é uma ordem que Jesus dá aos seus discípulos na noite da sua Paixão: “Levantai-vos! Vamos!” 
É o mesmo imperativo que hoje nos é dirigido a nós. 
A Rosa dos Ventos que vamos construir ao longo destes quatro domingos significa que temos de ir todos e em todas as direções: aos ricos e aos pobres, aos novos e aos velhos, aos que estão dentro e aos que estão fora, sem exceção. Ao referir-se à época e à circunstância que estamos a viver atualmente, o nosso Bispo afirma “que este tempo aparentemente insípido é também tempo novo, tempo favorável, isto é, tempo de favor e de graça” e que “requisita, suplica e implica a nossa resposta igualmente boa, porventura entre lágrimas e gritos de alegria” (nº 1). 
O tempo litúrgico do Advento que hoje começa requer que se renove a esperança de uma vinda eminente. Por isso, também o Evangelho deste domingo nos ordena: “Erguei-vos e levantai a cabeça”, tendo confiança que a nossa libertação está próxima.

A ORGANIZAÇÃO DO ANO LITÚRGICO

 O Ano Litúrgico é um período de doze meses, organizado em tempos litúrgicos, em que se celebram os principais acontecimentos da vida de Jesus e de Maria e em que se comemoram os Santos. Começa no primeiro Domingo do Advento e termina no sábado a seguir à Solenidade de Cristo Rei. Por ordem de importância, é constituído pelos Ciclos da Páscoa e do Natal, pelo Tempo Comum e pelo Ciclo Santoral. Seguindo a cronologia, apresenta-se assim: Advento, Natal, Tempo Comum I, Quaresma, Tríduo Pascal, Páscoa e Tempo Comum II.

No Rito Romano, o mais difundido na Igreja Católica Ocidental, o Ano Litúrgico passa por três anos: A, B e C. Cada um tem uma sequência própria de leituras do Antigo e do Novo Testamento, de modo que a distribuição dos textos bíblicos, ao longo de três anos, permita aos fiéis uma visão abrangente da História da Salvação. No Ano A, é lido Mateus; no Ano B, Marcos; e no Ano C, Lucas. O Evangelho de João é reservado para ocasiões especiais, como as grandes festas e solenidades ou a Semana Santa.
Para encontrar o ciclo litúrgico, basta somar os números que compõem o ano e dividir por três. Se for divisível, estamos no Ano C; se sobrar 1, no Ano A; e, se sobrar 2, no Ano B. Como o Ano Litúrgico começa um pouco antes do civil, não conta o ano em curso, mas o que está prestes a começar. Assim, estando quase a chegar 2022, entramos no Ano C (2 + 0 + 2 + 2 = 6).
Durante a semana (a liturgia chama-lhe “dias feriais”), o evangelho de cada dia é igual todos os anos, mas muda a primeira leitura, conforme o ano é par ou ímpar.
O Tempo do Advento é constituído por quatro domingos antes do Natal, para cujas solenidades prepara. Nele se comemora a primeira vinda de Jesus e se voltam os corações para a expectativa de uma segunda vinda. É um tempo em que soa forte o apelo à purificação da vida e à concentração no que é essencial. Pelo meio, a 8 de dezembro, celebra-se a Imaculada Conceição.
O Tempo de Natal estende-se desde a Solenidade de Natal (começa com o entardecer do dia anterior) até ao Domingo do Batismo do Senhor. É um tempo de fé, de alegria e de acolhimento do Filho de Deus que se fez homem. Nele se celebram as Festas da Sagrada Família (Domingo a seguir ao Natal); de Santa Maria, Mãe de Deus (1 de janeiro); da Epifania (Domingo a seguir ao dia 1 de Janeiro); e do Batismo do Senhor (Domingo a seguir à Epifania). Quando o Natal e o dia 1 de janeiro ocorrem ao Domingo, a Sagrada Família celebra-se na sexta-feira a seguir ao Natal e o Batismo do Senhor na segunda-feira a seguir à Epifania.
O Tempo da Quaresma começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina na Quinta-Feira Santa, antes da Missa da Ceia do Senhor. É um tempo forte de apelo à conversão e à penitência, de jejum, caridade e oração, preparando a Páscoa do Senhor. É visível, nas nossas igrejas e capelas, a ausência de flores e lugares há onde se cobrem as imagens com tecidos roxos, à exceção da cruz que só é velada na Semana Santa.
O Tríduo Pascal começa com a Missa da Ceia do Senhor, na tarde da Quinta-Feira Santa, em que se celebra a Instituição da Eucaristia, os dons do sacerdócio e do mandamento novo do amor, ilustrado no lava-pés. Na Sexta-Feira Santa, ocorre a Celebração da Paixão do Senhor, constituída por Liturgia da Palavra, Adoração da Cruz e Sagrada Comunhão. O Sábado Santo é dia de contemplar Jesus morto e sepultado e, por isso, não há atos litúrgicos.
O Tempo Pascal começa com a Vigília e estende-se ao longo de 50 dias. É o tempo de celebrar a Ressurreição de Jesus. São sete semanas de alegria e exultação, como se fosse um único dia de festa, um grande domingo em que se afirma a fé na vitória da vida sobre a morte.
Nas restantes trinta e quatro semanas, a Igreja celebra, na sua globalidade, os Mistérios de Cristo. É o Tempo Comum, em que se acolhe a Palavra de Deus e se afirma a presença divina nas coisas mais simples. A primeira parte fica compreendida entre o tempo de Natal e o da Quaresma; a segunda situa-se entre o Tempo da Páscoa e o do Advento. Nele ocorre a maior parte das celebrações das memórias da Virgem Maria e dos Santos.

Fonte: aqui

domingo, 21 de novembro de 2021

PELA PARÓQUIA

 Magusto da Catequese

13 de novembro. Magusto da Catequese. Depois da sessão de catequse e da Eucaristia, ligeiramente antecipadas em relação ao horário normal, teve lugar o magusto que, como vem sendo hábito, a Junta da União de Freguesias de Tarouca e Dalvares ofereceu aos catequizandos, pais e catequistas. Igualmente ofereceu as bebidas próprias para os mais novos e uma jeropigazinha para os mais velhos.

Momento de alegre convívio. Foi bom ver os pequenos a atirar-se às "quentes e boas" com entusiasmo, mesmo que às vezes abanassem as mãozitas devido ao calor das castanhas. Foi sublime observar as catequistas a desnudar as castanhas para os mais pequeninos. Encheu o coração ver as crianças a encher os bolsitos de castanhas para levar para casa ou para comer depois. Foi magnífica a atitude daquele menino que encheu um cartuxito para levar para sua mãe que acabara de dar à luz.

Como sempre, festa de alegria e da simplicidade, bom acolhimento, bela partilha. Parabéns aos participantes. Muito obrigado à Junta.

Escuteiros - Agrupamento 1006 de Tarouca - Cerimónias de Transição de Unidade

No passado dia 20 de novembro, o nosso Agrupamento de Escuteiros teve mais um momento solene, desta vez com a cerimónia de “Transição de Unidades”. De acordo com as idades, os Escuteiros são divididos por Secções (ou Unidades) e, nestas, são distribuídos em pequenos Bandos/Patrulhas/Equipas, onde, em cada uma delas, há um Guia e um Subguia que lidera. Assim, ao terminar o percurso de qualquer Escuteiro na sua Unidade, a sua passagem para a Unidade seguinte reveste-se de simbolismo acrescido. Este momento de transição entre Unidades não deve passar despercebido, sendo de enorme importância para a vivência de cada Escuteiro. Neste sentido, o Agrupamento promoveu um pequeno cerimonial de passagem dos Lobitos da Alcateia para a Expedição e dos Exploradores para os Pioneiros. Nesta emotiva cerimónia, os Escuteiros despedem-se da Unidade que deixam e são integrados na sua nova Unidade, onde crescerão ao longo de 4 intensos e alegres anos de Escutismo. Este foi mais um momento de oração, introspeção e compromisso solene destes jovens Escuteiros.

A todos os que transitaram, o Agrupamento saúda-os e deseja-lhes as maiores felicidades.

Chefes do 1006 Tarouca 
Veja aqui

Solenidade de Cristo Rei

 

Na Capela de Cristo Rei, celebrando a Solenidade de Cristo, Rei do Universo. Veja aqui.

Bastante gente, bela animação coral, liturgia bem preparada, comunidade atenta e participativa. 

Solenidade de Cristo Rei. Cristo Rei é o Rei sem trono. O Rei coroado de espinhos, Aquele que reina onde há homens e mulheres capazes de amar e de se preocupar com os outros e com as necessidades dos outros.

  Jesus Cristo é Rei de outro modo, diferente dos reis comuns. O seu poder é autêntico e o mais verdadeiro que existe, Ele não veio ao mundo para ser servido, mas para servir e dar a sua vida pelos Homens de todos os tempos. Para Jesus, Cristo e Rei, reinar é servir. O reino de Cristo Rei é o maravilhoso reino da verdade e da vida, o reino da santidade e da graça, o reino da justiça, do amor e da paz.

No seu reinado, o amor é a realidade mais querida.
Visitá-L'o, no alto onde, de braços abertos a todos espera, para abraçar, acalmar, entusiasmar, converter, fortalecer.


Partilha de géneros com os pobres

sábado, 20 de novembro de 2021

Vem aí o Ano Litúrgico C. Um Livro para acompanhar a Palavra de Deus "DOMINGO A DOMINGO"

 Já se encontra disponível este livro à disposição de todos os amantes da Palavra de Deus, que vai ser proclamada aos domingos no próximo Ano Litúrgico. Que possa ajudar a crescer no amor da Palavra e na vivência da palavra do Amor. 

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Migrações: Papa critica construção de muros e «deserto de indiferença», perante sofrimento de quem deixa a sua terra

O Papa Francisco criticou o “regresso ao passado” na gestão dos fluxos migratórios, com particular referência à “construção de muros”, numa mensagem divulgada hoje pelo Vaticano.

“A história nessas últimas décadas deu sinais de um regresso ao passado: os conflitos reacendem-se em diversas partes do mundo, nacionalismos e populismos reaparecem em diversas latitudes, a construção de muros e a devolução dos migrantes para lugares não seguros aparecem como única solução da qual os governos são capazes para gerir a mobilidade humana”, refere, num texto escrito por ocasião do 40.°aniversário do Centro Astalli, do Serviço Jesuíta aos Refugiados na Itália.

A saudação do Papa dirige-se, em particular, aos refugiados, que apresenta como “sinal” e “rosto” de esperança, apesar das dificuldades que enfrentaram.

“Muitos de vocês tiveram de fugir de condições de vida comparáveis às da escravidão, onde a pessoa humana é privada da sua dignidade e tratada como um objeto”, indica o texto.

Francisco assinala que, em muitos casos, a decisão de deixar a própria terra não representa uma “verdadeira libertação”, com muitos refugiados e migrantes a encontrar “um deserto de humanidade, uma indiferença que se tornou global e que mostra a aridez das relações entre as pessoas”.

mensagem identifica ainda sinais de “esperança”, nas últimas décadas, que permitem pensar num futuro mais justo e numa vida “plena e feliz”.

O Papa elogia quem trabalhou no Centro Astalli ao longo destes 40 anos, “milhares de pessoas que são muito diferentes umas das outras, mas unidas pelo desejo de um mundo mais justo no qual a dignidade e os direitos pertençam verdadeiramente a todos”.

Fonte: aqui

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

 

O desenho e as flores do Pedrito

O Pedrito tem 6 anos e entrou este ano na catequese. Quando chegou a casa da primeira sessão de catequese, à pergunta da mãe sobre como havia sido, respondeu que fora fantástico. Quando chegou a casa da segunda sessão, imediatamente perguntou à mãe se poderia fazer um desenho de Jesus. E depois de o fazer, perguntou-lhe se o podia enviar ao Pai Natal e à catequista, com este pedido: “Diz-lhes que fiz um Jesus com os braços abertos bem compridos para dar abraços muito bons.” E fez mesmo. O desenho estava lindíssimo. Por fora e por dentro.

Véspera de Todos os Santos. A mãe vai ao cemitério arranjar as campas de familiares falecidos. O Pedrito acompanha-a. Ele gosta muito de ajudar.
O petiz reparou que algumas campas estavam sem arranjos de flores. Achou estranho porque a grande maioria das campas tinha flores por todo o lado. Por isso perguntou à mãe: “Mamã, estas alminhas não foram muito amadas, pois não?”
A mãe explicou que já não deviam ter quem cuidasse das suas campas. Ele fez um silêncio do tamanho dele, isto é, pequenino, e disse: “E nós, porque não as amamos? Podíamos colocar flores nestas também.”

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Está a chegar o SOPÉ DA MONTANHA

Leia,
Assine,
Divulgue 
o Sopé da Montanha!

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Mensagem do Santo Padre Francisco para o V Dia Mundial dos Pobres

 (XXXIII Domingo do Tempo Comum – 14 de novembro de 2021)

«Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7) 

1. «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7): estas palavras foram pronunciadas por Jesus, alguns dias antes da Páscoa, por ocasião duma refeição em Betânia na casa de Simão chamado «o leproso». Como narra o evangelista, entrou lá uma mulher com um vaso de alabastro cheio de perfume muito precioso e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Este gesto suscitou grande estupefação e deu origem a duas interpretações diversas.

A primeira delas é a indignação de alguns dos presentes, incluindo os discípulos, que, ao considerar o valor do perfume (cerca de 300 denários, equivalente ao salário anual dum trabalhador), pensam que teria sido melhor vendê-lo e dar o produto aos pobres. Segundo o Evangelho de João, é Judas que se faz intérprete desta posição: «Porque é que não se vendeu este perfume por trezentos denários, para os dar aos pobres?». E o evangelista observa: «Ele, porém, disse isto, não porque se preocupasse com os pobres, mas porque era ladrão e, como tinha a bolsa do dinheiro, tirava o que nela se deitava» (Jo 12, 5-6). Não é por acaso que esta crítica dura sai da boca do traidor: é a prova de que, quantos não reconhecem os pobres, atraiçoam o ensinamento de Jesus e não podem ser seus discípulos. Recordemos, a este propósito, as palavras fortes de Orígenes: «Judas, aparentemente, estava preocupado com os pobres. (…) Se, agora, ainda houver alguém que tem a bolsa da Igreja e fala a favor dos pobres como Judas, mas depois tira o que metem lá dentro, então tenha parte juntamente com Judas» (Comentário ao Evangelho de Mateus 11, 9).
A segunda interpretação é dada pelo próprio Jesus e permite individuar o sentido profundo do gesto realizado pela mulher. Diz Ele: «Deixai-a. Porque estais a atormentá-la? Praticou em Mim uma boa ação» (Mc 14, 6). Jesus sabe que está próxima a sua morte e vê, naquele gesto, a antecipação da unção do seu corpo sem vida antes de ser colocado no sepulcro. Esta visão ultrapassa todas as expetativas dos convivas. Jesus recorda-lhes que Ele é o primeiro pobre, o mais pobre entre os pobres, porque os representa a todos. E é também em nome dos pobres, das pessoas abandonadas, marginalizadas e discriminadas que o Filho de Deus aceita o gesto daquela mulher. Esta, com a sua sensibilidade feminina, demonstra ser a única que compreendeu o estado de espírito do Senhor. Esta mulher anónima – talvez por isso destinada a representar todo o universo feminino que, no decurso dos séculos, não terá voz e sofrerá violências –, inaugura a significativa presença de mulheres que participam no momento culminante da vida de Cristo: a sua crucifixão, morte e sepultura e a sua aparição como Ressuscitado. As mulheres, tantas vezes discriminadas e mantidas ao largo dos postos de responsabilidade, nas páginas do Evangelho são, pelo contrário, protagonistas na história da revelação. E é eloquente a frase conclusiva de Jesus, que associa esta mulher à grande missão evangelizadora: «Em verdade vos digo: em qualquer parte do mundo onde for proclamado o Evangelho, há de contar-se também, em sua memória, o que ela fez» (Mc 14, 9).

2. Esta forte «empatia» entre Jesus e a mulher e o modo como Ele interpreta a sua unção, em contraste com a visão escandalizada de Judas e doutros, inauguram um fecundo caminho de reflexão sobre o laço indivisível que existe entre Jesus, os pobres e o anúncio do Evangelho.
Com efeito, o rosto de Deus que Ele revela é o de um Pai para os pobres e próximo dos pobres. Toda a obra de Jesus afirma que a pobreza não é fruto duma fatalidade, mas sinal concreto da sua presença no nosso meio. Não O encontramos quando e onde queremos, mas reconhecemo-Lo na vida dos pobres, na sua tribulação e indigência, nas condições por vezes desumanas em que são obrigados a viver. Não me canso de repetir que os pobres são verdadeiros evangelizadores, porque foram os primeiros a ser evangelizados e chamados a partilhar a bem-aventurança do Senhor e o seu Reino (cf. Mt 5, 3).
Os pobres de qualquer condição e latitude evangelizam-nos, porque permitem descobrir de modo sempre novo os traços mais genuínos do rosto do Pai. Eles «têm muito para nos ensinar. Além de participar do sensus fidei, nas suas próprias dores conhecem Cristo sofredor. É necessário que todos nos deixemos evangelizar por eles. A nova evangelização é um convite a reconhecer a força salvífica das suas vidas, e a colocá-los no centro do caminho da Igreja. Somos chamados a descobrir Cristo neles: não só a emprestar-lhes a nossa voz nas suas causas, mas também a ser seus amigos, a escutá-los, a compreendê-los e a acolher a misteriosa sabedoria que Deus nos quer comunicar através deles. O nosso compromisso não consiste exclusivamente em ações ou em programas de promoção e assistência; aquilo que o Espírito põe em movimento não é um excesso de ativismo, mas primariamente uma atenção prestada ao outro, considerando-o como um só consigo mesmo. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pela sua pessoa e, a partir dela, desejo de procurar efetivamente o seu bem» (Papa Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 198-199).

3. Jesus não só está do lado dos pobres, mas também partilha com eles a mesma sorte. Isto constitui também um forte ensinamento para os seus discípulos de todos os tempos. As suas palavras – «sempre tereis pobres entre vós» – pretendem indicar também isto: a sua presença no meio de nós é constante, mas não deve induzir àquela habituação que se torna indiferença, mas empenhar numa partilha de vida que não prevê delegações. Os pobres não são pessoas «externas» à comunidade, mas irmãos e irmãs cujo sofrimento se partilha, para abrandar o seu mal e a marginalização, a fim de lhes ser devolvida a dignidade perdida e garantida a necessária inclusão social. Aliás sabe-se que um gesto de beneficência pressupõe um benfeitor e um beneficiado, enquanto a partilha gera fraternidade. A esmola é ocasional, ao passo que a partilha é duradoura. A primeira corre o risco de gratificar quem a dá e humilhar quem a recebe, enquanto a segunda reforça a solidariedade e cria as premissas necessárias para se alcançar a justiça. Enfim os crentes, quando querem ver Jesus em pessoa e tocá-Lo com a mão, sabem aonde dirigir-se: os pobres são sacramento de Cristo, representam a sua pessoa e apontam para Ele.
Temos muitos exemplos de Santos e Santas que fizeram da partilha com os pobres o seu projeto de vida. Penso, entre outros, no Padre Damião de Veuster, Santo apóstolo dos leprosos. Com grande generosidade, respondeu à vocação de ir para a ilha de Molokai – tinha-se tornado um gueto acessível apenas aos leprosos –, a fim de viver e morrer com eles. Lançando-se ao trabalho, tudo fez para tornar digna de ser vivida a existência daqueles pobres doentes e marginalizados, reduzidos à degradação extrema. Fez-se médico e enfermeiro, sem se preocupar com os riscos que corria, levando a luz do amor àquela «colónia de morte», como era designada a ilha. A lepra atingiu-o também a ele, sinal duma partilha total com os irmãos e irmãs pelos quais dera a vida. O seu testemunho é muito atual nestes nossos dias, marcados pela pandemia de coronavírus: com certeza a graça de Deus está em ação no coração de muitas pessoas que, sem dar nas vistas, se gastam concretamente partilhando a sorte dos mais pobres.

4. Por isso precisamos de aderir com plena convicção ao convite do Senhor: «Convertei-vos e acreditai no Evangelho» (Mc 1, 15). Esta conversão consiste, primeiro, em abrir o nosso coração para reconhecer as múltiplas expressões de pobreza e, depois, em manifestar o Reino de Deus através dum estilo de vida coerente com a fé que professamos. Com frequência, os pobres são considerados como pessoas aparte, como uma categoria que requer um serviço caritativo especial. Seguir Jesus comporta uma mudança de mentalidade a esse propósito, ou seja, acolher o desafio da partilha e da comparticipação. Tornar-se seu discípulo implica a opção de não acumular tesouros na terra, que dão a ilusão duma segurança em realidade frágil e efémera; ao contrário, requer disponibilidade para se libertar de todos os vínculos que impedem de alcançar a verdadeira felicidade e bem-aventurança, para reconhecer aquilo que é duradouro e que nada e ninguém pode destruir (cf. Mt 6, 19-20).
Mas o ensinamento de Jesus aparece em contracorrente também neste caso, porque promete aquilo que só os olhos da fé podem ver e experimentar com certeza absoluta: «Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou campos por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá por herança a vida eterna» (Mt 19, 29). Se não se optar por tornar-se pobre de riquezas efémeras, poder mundano e vanglória, nunca se sará capaz de dar a vida por amor; viver-se-á uma existência fragmentária, cheia de bons propósitos mas ineficaz para transformar o mundo. Trata-se, portanto, de abrir-se decididamente à graça de Cristo, que pode tornar-nos testemunhas da sua caridade sem limites e restituir credibilidade à nossa presença no mundo.

5. O Evangelho de Cristo impele a ter uma atenção muito particular para com os pobres e requer que se reconheça as múltiplas, demasiadas, formas de desordem moral e social que sempre geram novas formas de pobreza. Parece ganhar terreno a conceção segundo a qual os pobres não só são responsáveis pela sua condição, mas constituem também um peso intolerável para um sistema económico que coloca no centro o interesse dalgumas categorias privilegiadas. Um mercado que ignora ou discrimina os princípios éticos cria condições desumanas que se abatem sobre pessoas que já vivem em condições precárias. Deste modo assiste-se à criação incessante de armadilhas novas da miséria e da exclusão, produzidas por agentes económicos e financeiros sem escrúpulos, desprovidos de sentido humanitário e responsabilidade social.
Além disso, no ano passado, veio juntar-se outra praga que multiplicou ainda mais o número dos pobres: a pandemia. Esta continua a bater à porta de milhões de pessoas e, mesmo quando não traz consigo o sofrimento e a morte, todavia é portadora de pobreza. Os pobres têm aumentado desmesuradamente e o mesmo, infelizmente, continuará a verificar-se ainda nos próximos meses. Alguns países estão a sofrer gravíssimas consequências devido à pandemia, a ponto de as pessoas mais vulneráveis se encontrarem privadas de bens de primeira necessidade. As longas filas diante das cantinas para os pobres são o sinal palpável deste agravamento. Um olhar atento requer que se encontrem as soluções mais idóneas para combater o vírus a nível mundial, sem olhar a interesses de parte. De modo particular, é urgente dar respostas concretas a quantos padecem o desemprego, que atinge de maneira dramática tantos pais de família, mulheres e jovens. A solidariedade social e a generosidade de que muitos, graças a Deus, são capazes, juntamente com projetos clarividentes de promoção humana, estão a dar e darão um contributo muito importante nesta conjuntura.

6. Entretanto permanece de pé uma questão, nada óbvia: Como se pode dar uma resposta palpável aos milhões de pobres que tantas vezes, como resposta, só encontram a indiferença, quando não a aversão? Qual caminho de justiça é necessário percorrer para que as desigualdades sociais possam ser superadas e seja restituída a dignidade humana tão frequentemente espezinhada? Um estilo de vida individualista é cúmplice na geração da pobreza e, muitas vezes, descarrega sobre os pobres toda a responsabilidade da sua condição. Mas a pobreza não é fruto do destino; é consequência do egoísmo. Portanto é decisivo dar vida a processos de desenvolvimento onde se valorizem as capacidades de todos, para que a complementaridade das competências e a diversidade das funções conduzam a um recurso comum de participação. Há muitas pobrezas dos «ricos» que poderiam ser curadas pela riqueza dos «pobres», bastando para isso encontrarem-se e conhecerem-se. Ninguém é tão pobre que não possa dar algo de si na reciprocidade. Os pobres não podem ser aqueles que apenas recebem; devem ser colocados em condição de poder dar, porque sabem bem como corresponder. Quantos exemplos de partilha diante dos nossos olhos! Os pobres ensinam-nos frequentemente a solidariedade e a partilha. É verdade que são pessoas a quem falta algo e por vezes até muito, se não mesmo o necessário; mas não falta tudo, porque conservam a dignidade de filhos de Deus que nada e ninguém lhes pode tirar.

7. Impõe-se, pois, uma abordagem diferente da pobreza. É um desafio que os governos e as instituições mundiais precisam de perfilhar, com um modelo social clarividente, capaz de enfrentar as novas formas de pobreza que invadem o mundo e marcarão de maneira decisiva as próximas décadas. Se os pobres são colocados à margem, como se fossem os culpados da sua condição, então o próprio conceito de democracia é posto em crise e fracassa toda e qualquer política social. Com grande humildade, temos de confessar que muitas vezes não passamos de incompetentes a respeito dos pobres: fala-se deles em abstrato, fica-se pelas estatísticas e pensa-se sensibilizar com qualquer documentário. Ao contrário, a pobreza deveria incitar a uma projetação criativa, que permita fazer aumentar a liberdade efetiva de conseguir realizar a existência com as capacidades próprias de cada pessoa. Pensar que a posse de dinheiro consinta e aumente a liberdade é uma ilusão de que devemos afastar-nos. Servir eficazmente os pobres incita à ação e permite encontrar as formas mais adequadas para levantar e promover esta parte da humanidade, demasiadas vezes anónima e sem voz, mas que em si mesma traz impresso o rosto do Salvador que pede ajuda.

8. «Sempre tereis pobres entre vós» (Mc 14, 7): é um convite a não perder jamais de vista a oportunidade que se nos oferece para fazer o bem. Como pano de fundo, pode-se vislumbrar o antigo mandamento bíblico: «Se houver junto de ti um indigente entre os teus irmãos (…), não endurecerás o teu coração e não fecharás a tua mão ao irmão necessitado. Abre-lhe a tua mão, empresta-lhe sob penhor, de acordo com a sua necessidade, aquilo que lhe faltar. (…) Deves dar-lhe, sem que o teu coração fique pesaroso; porque, em recompensa disso, o Senhor, teu Deus, te abençoará em todas as empresas das tuas mãos. Sem dúvida, nunca faltarão pobres na terra» (Dt 15, 7-8.10-11). E no mesmo cumprimento de onda se coloca o apóstolo Paulo, quando exorta os cristãos das suas comunidades a socorrer os pobres da primeira comunidade de Jerusalém e a fazê-lo «sem tristeza nem constrangimento, pois Deus ama quem dá com alegria» (2 Cor 9, 7). Não se trata de serenar a nossa consciência dando qualquer esmola, mas antes contrastar a cultura da indiferença e da injustiça com que se olha os pobres.
Neste ponto, faz-nos bem recordar as palavras de São João Crisóstomo: «Quem é generoso não deve pedir contas do comportamento, mas somente melhorar a condição de pobreza e satisfazer a necessidade. O pobre só tem uma defesa: a sua pobreza e a condição de necessidade em que se encontra. Não lhe peças mais nada; mesmo que fosse o homem mais malvado do mundo, se lhe vier a faltar o alimento necessário, libertemo-lo da fome. (…) O homem misericordioso é um porto para quem está em necessidade: o porto acolhe e liberta do perigo todos os náufragos, sejam eles malfeitores, bons ou como forem. Aos que se encontram em perigo, o porto acolhe-os, coloca-os em segurança dentro da sua enseada. Também tu, portanto, quando vês por terra um homem que sofreu o naufrágio da pobreza, não o julgues, nem lhe peças conta do seu comportamento, mas liberta-o da desventura» (Discursos sobre o pobre Lázaro, II, 5).

9. É decisivo aumentar a sensibilidade para se compreender as exigências dos pobres, sempre em mutação por força das condições de vida. Com efeito, nas áreas economicamente mais desenvolvidas do mundo, está-se menos predisposto hoje que no passado a confrontar-se com a pobreza. O estado de relativo bem-estar ao qual se habituaram torna mais difícil aceitar sacrifícios e privações. Está-se pronto a tudo só para não ficar privado daquilo que foi fruto de fácil conquista. Deste modo, cai-se em formas de rancor, nervosismo espasmódico, reivindicações que levam ao medo, à angústia e, nalguns casos, à violência. Este não é o critério sobre o qual construir o futuro; também estas são formas de pobreza, para as quais não se pode deixar de olhar. Devemos estar abertos a ler os sinais dos tempos que exprimem novas modalidades de ser evangelizadores no mundo contemporâneo. A assistência imediata para acorrer às necessidades dos pobres não deve impedir de ser clarividente para atuar novos sinais do amor e da caridade cristã como resposta às novas pobrezas que experimenta a humanidade de hoje.
Faço votos de que o Dia Mundial dos Pobres, chegado já à sua quinta celebração, possa radicar-se cada vez mais nas nossas Igrejas locais e abrir-se a um movimento de evangelização que, em primeira instância, encontre os pobres lá onde estão. Não podemos ficar à espera que batam à nossa porta; é urgente ir ter com eles às suas casas, aos hospitais e casas de assistência, à  estrada e aos cantos escuros onde, por vezes, se escondem, aos centros de refúgio e de acolhimento… É importante compreender como se sentem, o que estão a passar e quais os desejos que têm no coração. Façamos nossas as palavras inflamadas do Padre Primo Mazzolari: «Gostaria de pedir-vos para não me perguntardes se existem pobres, quem são e quantos são, porque tenho receio que tais perguntas representem uma distração ou o pretexto para escapar duma específica indicação da consciência e do coração. (…) Os pobres, eu nunca os contei, porque não se podem contar: os pobres abraçam-se, não se contam» (Revista «Adesso», n.º 7, 15 de abril de 1949). Os pobres estão no meio de nós. Como seria evangélico, se pudéssemos dizer com toda a verdade: também nós somos pobres, porque só assim conseguiríamos realmente reconhecê-los e fazê-los tornar-se parte da nossa vida e instrumento de salvação.

Roma, São João de Latrão, na Memória de Santo António, 13 de junho de 2021.
Papa Francisco

sábado, 6 de novembro de 2021

O velho pároco e o pai de 12 filhos - Testemunho de um padre

 “No dia da minha missa nova, o padre que tinha casado os meus pais e tinha batizado boa parte dos meus irmãos, já não era nosso pároco. Mas foi convidado e fez questão de me ir saudar, na minha casa de família. Na varanda, enquanto se ultimavam os preparativos da longa procissão para a Igreja, ele partilhou comigo esta cena da sua vida pastoral: «Quando pensei pôr bancos na Igreja, resolvi, no final da missa, perguntar aos fiéis: ‘Quem pode dar uma ajuda?’, ‘Quanto poderia cada família dar’? O teu pai – disse-me o Pe. Manuel Gonçalves – foi o primeiro a responder: ‘Eu, por mim, pago um banco inteiro’». Retorquiu o pároco de então: “Manel, tu não podes. É muito. Tens 12 filhos”. Meu pai respondera então: “Eles em casa também não se sentam no chão. Pago um banco, sim senhor; é a minha obrigação”. Perante a resposta do meu pai – confessou o velho pároco – “os outros todos sentiram-se na obrigação de dar, na mesma medida, e arranjámos o dinheiro que era preciso. Todos perceberam que a Igreja era também a sua Casa”. Esta história comoveu-me muito, mas ela repetia-se amiúde lá em casa: primeiro, dar o que é preciso para a Igreja, para as festas da paróquia, para os pobres da freguesia… só depois, se sobrasse alguma coisa, podíamos reclamar os nossos luxos: umas meias novas ou umas botas novas. A minha mãe, às vezes dia: “Manel, estás a dar muito. Olha que…”. O meu pai, que era bom em contas, respondia: “Rita, ele sai pela porta e entra pela janela”. Conto-vos estas coisas, porque o exemplo do meu pai deu-me um grande sentido de partilha, de amor à Igreja, deu-me a consciência da Igreja como Casa de família, a importância da sobriedade de vida, da preocupação com os pobres, a certeza de não valer a pena dar nada se não se der tudo. Podia ainda lembrar duas viúvas, que, no tempo de seminário, a primeira coisa que faziam, quando recebiam a sua pequeníssima reforma, era darem-me alguma coisa, em troca de umas ave-marias, antes que o dinheiro desaparecesse!”

Amaro Gonçalo Ferreira Lopes

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sinodalidade: “É a própria Igreja a fazer-se”

 O Pe. Diamantino  Alvaíde, sacerdote da Diocese de Lamego,  é o Coordenador Diocesano da Pastoral. Foi também nomeado como responsável diocesano do Sínodo dos Bispos, na fase diocesana.



Entrámos no novo ano pastoral. Quais as linhas, orientações, iniciativas que destacarias?

Destacaria três orientações e três iniciativas, mais relevantes. As três linhas orientadoras: 1) A necessidade de retomarmos a ação eclesial presencial, em todas as frentes. Daí o lema “Levantai-vos! Vamos!”. 2) A caminhada sinodal que somos convidados a fazer até abril de 2022, com todas as dioceses do mundo. 3) A preparação próxima da Jornada Mundial da Juventude 2023. Das iniciativas destaco: 1) As visitas de alguns departamentos da pastoral aos arciprestados da nossa diocese. 2) O Dia Mundial das Famílias, em comunhão com Roma, em junho de 2022. 3) O Dia da Família Diocesana, em que receberemos os símbolos da JMJ, que vão percorrer a diocese.

A Igreja deu início ao Sínodo (2021-2023), que procurará auscultar a Igreja, no seu conjunto, localmente, em todas as dioceses. No Vaticano, o Papa inaugurou o Sínodo no passado dia 9 de outubro, na nossa diocese, como em muitas outras, iniciou no dia 17 de outubro. Tu, com a Equipa da Coordenação Pastoral, coordenarás e conjugarás, a nível diocesano, tudo o que tem a ver com este Sínodo.
Para percebermos melhor, o que significa um Sínodo, e este Sínodo em concreto? Que expetativas tens? O que se pode esperar do Sínodo?


O Sínodo, conforme hoje o concebemos, é uma assembleia alargada de bispos de diversas regiões (e às vezes diversas Igrejas) e peritos escolhidos pelo Papa, que se reúnem ordinária ou extraordinariamente, com o objetivo de aconselhar o Romano Pontífice em assuntos de especial importância e oportunidade para o governo pastoral da Igreja. Foi o Papa Paulo VI que, em 1965, quase ao terminar o Concilio Vaticano II, e resultante do mesmo, criou o Sínodo dos Bispos. É o Papa, no exercício das suas funções, que convoca o Sínodo e decide o tema a tratar. Desta vez, o Papa Francisco entendeu que era oportuno tratar o tema da Sinodalidade. Para tal, e dada a suma importância desse assunto, quis o Santo Padre alargar a preparação do próximo Sínodo dos Bispos a todo o povo de Deus. Pede, por isso e para isso, que se faça uma auscultação alargada da opinião e vivência do maior número de fiéis, possível. É esse trabalho que será feito, nos próximos cinco meses, na nossa e em todas as dioceses. Depois de recolhidas essas opiniões e tratadas essas informações, a nível diocesano e a nível nacional, serão enviadas ao Papa, para servirem de ponto de partida para os trabalhos da Assembleia Sinodal, em Roma, em outubro de 2023.
Tenho boas expectativas a respeito deste sínodo. O assunto é bastante pertinente. A envolvência de todo o povo de Deus parece um fator muitíssimo enriquecedor e determinante para a discussão e documento finais.
Gosto muito da definição que o nosso Bispo dá de Sinodalidade: “É a própria Igreja a fazer-se”. É a Igreja, na sua essência, a acontecer em tempo e espaço reais. Este Sínodo vai permitir (ou deveria permitir) perceber se a forma como a Igreja hoje se está a fazer é ou não a mais fiel à sua natureza e identidade. Quero com isto dizer que, aquilo que em meu entender se pode esperar deste Sínodo, é que obrigue a Igreja a redirecionar-se. Ou seja, a ajustar e a afinar a Sua rota de acordo com a bússola de Deus.

(Da entrevista que o P.e Diamantino concedeu à Voz de Lamego) - aqui

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

As pessoas que sofrem de depressão - O Vídeo do Papa - Novembro de 2021


O esgotamento extremo, a depressão e a angústia são algumas das enfermidades mais comuns no mundo hoje. Muitas vezes, "a tristeza, a apatia, o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas que estão sobrecarregadas com o ritmo de vida atual."O que podemos fazer para ajudar aqueles que sofrem desses males? Estar ao seu lado, acompanhá-los e lembrá-los de que "junto com o acompanhamento psicológico essencial, útil e eficaz, as palavras de Jesus também ajudam". Assista ao Vídeo do Papa deste mês e, caso você conheça alguém que esteja passando por alguma dessas situações, compartilhe com ele(a) as palavras do Papa Francisco. "A sobrecarga de trabalho e o estresse laboral fazem com que muitas pessoas experimentem uma exaustão extrema, um esgotamento mental, emocional, afetivo e físico. A tristeza, a apatia, o cansaço espiritual acabam dominando a vida das pessoas que estão sobrecarregadas com o ritmo de vida atual. Procuremos estar perto daqueles que estão esgotados, daqueles que estão desesperados, sem esperança, muitas vezes simplesmente escutando em silêncio , porque não podemos chegar e dizer a uma pessoa: “Não, a vida não é assim. Escuta-me, vou te dar a receita”. Não existe receita. E, além disso, não esqueçamos que, junto com o imprescindível acompanhamento psicológico, útil e eficaz, as palavras de Jesus também ajudam. Vem-me à mente e ao coração: "Vinde a mim, todos vós que estais cansados e oprimidos, e eu vos darei descanso”. Rezemos para que as pessoas que sofrem de depressão ou de esgotamento extremo recebam o apoio de todos e recebam uma luz que as abram à vida".

terça-feira, 2 de novembro de 2021

2 de novembro - Comemoração dos Fiéis Defuntos: MEMÓRIA, GRATIDÃO E ESPERANÇA

"Trazemos flores e acendemos velas, como sinal de esperança, e até se poderia dizer, como prenúncio daquela festa a céu aberto no encontro definitivo com o Senhor, que nos atrai no Seu amor. Avivemos esta esperança de sermos atraídos, transformados e alcançados pelo Amor do Pai que nos criou, do Filho que nos salvou, do Espírito Santo que dá vida nova aos nossos corpos mortais." (Amaro Gonçalo)
 

Senhor, que,
pela vitória do vosso Filho sobre a morte,
O exaltastes no reino da glória,
concedei aos nossos irmãos
que, libertados desta vida mortal,
possam contemplar-Vos para sempre
como seu Criador e Redentor