domingo, 31 de janeiro de 2010

A MAIOR É A CARIDADE


"Actualmente, permanecem estas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a caridade." (1Cor 13,13)


Caridade é, sobretudo, amizade.
Para o faminto -- é o prato de sopa.
Para o triste -- é a palavra consoladora.
Para o mau -- é a paciência com que nos compete auxiliá-lo.
Para o desesperado -- é o auxílio do coração.
Para o ignorante -- é o ensino despretensioso.
Para o ingrato -- é o esquecimento da ingratidão.
Para o enfermo -- é a visita pessoal.
Para o estudante -- é o concurso no aprendizado.
Para a criança -- é a protecção construtiva.
Para o velho -- é o braço irmão.
Para o inimigo -- é o perdão.
Para o amigo -- é o estímulo.
Para o transviado -- é o entendimento.
Para o orgulhoso -- é a humildade.
Para o colérico -- é a calma.
Para o preguiçoso -- é o trabalho.
Para o impulsivo -- é a serenidade.
Para o leviano -- é a tolerância.
Para o deserdado da Terra -- é a expressão de carinho.
Em todos os lugares e situações da vida, a caridade será sempre a fonte divina das bênçãos de Deus.
http://tbcparoquia.blogspot.com/

Não é curioso!?...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

4º Domingo do tempo Comum - Ano C

O tema da liturgia deste domingo convida a reflectir sobre o “caminho do profeta”: caminho de sofrimento, de solidão, de risco, mas também caminho de paz e de esperança, porque é um caminho onde Deus está. A liturgia de hoje assegura ao “profeta” que a última palavra será sempre de Deus: “não temas, porque Eu estou contigo para te salvar”.

A primeira leitura apresenta a figura do profeta Jeremias. Escolhido, consagrado e constituído profeta por Jahwéh, Jeremias vai arrostar com todo o tipo de dificuldades; mas não desistirá de concretizar a sua missão e de tornar uma realidade viva no meio dos homens a Palavra de Deus.

O Evangelho apresenta-nos o profeta Jesus, desprezado pelos habitantes de Nazaré (eles esperavam um Messias espectacular e não entenderam a proposta profética de Jesus). O episódio anuncia a rejeição de Jesus pelos judeus e o anúncio da Boa Novaa todos os que estiverem dispostos a acolhê-la – sejam pagãos ou judeus.

A segunda leitura fala do amor – o amor desinteressado e gratuito – apresentando-o como a essência da vida cristã.
Pode ser entendido como um aviso ao “profeta” no sentido de se deixar guiar pelo amor e nunca pelo próprio interesse… Só assim a sua missão fará sentido.

Não se falavam há 14 anos!

Duas famílias em que os maridos eram irmãos.
Mais ao menos ao mesmo tempo, ambas as famílias abandonaram a aldeia e vieram para os arredores de uma cidade onde uma e outra haviam adquirido uma quinta. Durante muito tempo, num mundo desconhecido e estranho, as duas famílias ajudavam-se, colaboravam, confraternizavam.
Um questão referente à exploração de água, -las de costas. E estranho! Nem sequer falaram sobre o assunto. A família que se sentiu lesada avançou para o tribunal. Advogados de um lado e de outro, promessas de vencer a contenda, muito dinheiro gasto e... 14 anos sem se falarem. Nenhum membro de uma família falava para qualquer membro da outra. Só em casos de algo estranho e calamitoso para qualquer uma das famílias, a outra alertava.
O tempo veio serenar os espíritos e trouxe a convicção de quão fútil foi a questão que os separou. De um lado e do outro havia o desejo de voltarem a falar. Mas... quem dá o primeiro passo??? E coragem?
Normalmente todos iam à mesma Missa à cidade. Só que se vigiavam o suficiente para nunca usarem o mesmo caminho ou ficarem perto no templo - sobretudo para assim ser evitado o abraço da paz.
Era dia do Corpo de Deus. A homilia incisiva do sacerdote, o facto de todos andarem a fugir uns dos outros para não caminharem juntos na procissão, a presença de Cristo que a todos salva e ama profundamente mexeu com o Jerónimo, o chefe de uma das famílias. Sabia que ao fim da Missa o seu irmão costumava dirigir-se a um café perto da Igreja para a bica. Disse à família para ir caminhando que tinha um negócio a tratar. Não entrou no café. Esperou cá fora. E quando daí a instantes o irmão José sai do café, os olhos cruzam-se. Sem nada dizerem, avançam um para o outro e abraçam-se. Um voz embargada pela emoção balbucia ao ouvido de cada um: "Desculllllllllpa!"
- O que lá vai, lá vai - sentenciou o José. - Não se fala mais nisso.
E os dois homens conversaram longamente, perdidos no tempo, imbuídos de imensa paz e satisfação. De tal maneira que, em casa, as famílias estavam aflitas, pensando no que poderia ter acontecido.
José chega feliz. Como há muito a família não o via. Apenas diz para a mulher:
- Coloca o almoço num cesto que hoje vamos almoçar com o meu irmão!
A família de Jerónimo já comia quando se sente o bater à porta.
- Podemos entrar? - pergunta o José.
As duas mulheres beijam-se, pedem e oferecem perdão. Os primos abraçam-se, a mesa remonmta-se e partilha-se pela tarde fora o pão da paz, da amizade e do reencontro.
A fraqueza humana separou-os; o Corpo do Senhor uniu-os.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um Bispo diferente, que não tem medo do Evangelho

Nicolás Castellanos, bispo emérito de Palencia, um bispo sem poder

Veja aqui:http://padre-inquieto.blogspot.com/

Vale a pena. Está em Castelhano, mas entende-se.
Estamos cansados de uma Igreja que reage demais e propõe pouco. O NÃO cansa. Para quando o SIM evangélico? Menos estrutura, mais Evangelho. É o caso deste Bispo.

Ser padre hoje - o testemunho de padres

Ecclesia

Ideias claras sobre o Matrimónio

Matrimónio:
Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os no Matrimónio a uma íntima comunhão de vida e de amor entre si, "assim, eles não são mais dois, mas uma só carne" (Mt 19,60.) Ao abençoá-los, Deus disse-lhes: "Sede fecundos e prolíficos" (Gn 1,28).
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Sacramento:
" O pacto pelo qual o homem e a mulher constituem entre si o consórcio íntimo de toda a vida, ordenado por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à procriação e educação da prole, entre baptizados foi elevado por Cristo nosso Senhor à dignidade de sacramento. Pelo que, entre baptizados não pode haver contrato matrimonial válido que não seja, pelo mesmo facto, sacramento." (art. 1055).
É, portanto, um dos sete
sacramentos da Santa Madre Igreja, que estabelece uma santa e indissolúvel união entre um homem e uma mulher, e lhes dá a graça de se amarem, multiplicarem e educarem os seus filhos.
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Fins:
A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e estruturada segundo leis próprias pelo Criador, segundo a Igreja, está ordenada para a comunhão e o bem dos cônjuges e à geração e educação da prole. Assim, a finalidade do matrimónio é, em primeiro lugar, a procriação e a educação dos filhos; em segundo lugar, a ajuda mútua entre os esposos e o remédio daconcuspicência . O Génesis (1,28) depois de narrar a criação do homem e da mulher, manifesta a finalidade da criação dos dois sexos: "Crescei e multiplicai-vos, e enchei a Terra.

Propriedades:
São propriedades essenciais do matrimónio a unidade e a indissolubilidade, a quais, em razão do sacramento, adquirem particular firmeza no matrimónio (C.D.C. art. 1056).

Unidade
Pela sua própria natureza, o amor conjugal é "um amor fiel e exclusivo, até à morte. Assim o concebem o esposo e a esposa no dia em que assumem livremente e com plena consciência o compromisso do vínculo matrimonial. Fidelidade que por vezes pode parecer difícil, mas que sempre é possível, nobre e meritória: ninguém o pode negar. O exemplo de numerosos esposos através dos séculos mostra que a fidelidade não é apenas conatural ao Matrimónio, mas ainda manancial de felicidade profunda e duradoura" (Papa Paulo VI, Humanae vitae, n. 9). Portanto a poligamia como a poliandria atentam contra esta propriedade essencial.
É permitido contrair novo matrimónio uma vez dissolvido o vínculo anterior por morte de um dos cônjuges, isto se deduz das Epístolas de São Paulo em I Coríntios (7, 8 e 39), Romanos (7,3) e I Timóteo (5, 14).
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Indissolubilidade
O vínculo matrimonial é, por instituição divina, perpétuo e indissolúvel, uma vez contraído, não se pode romper senão com a morte de um dos cônjuges. "Não separe o homem o que Deus uniu" (Mt. 19,6-9 e Mc. 10,9). O divórcio no Antigo Testamento havia sido admitido por Moisés "pela dureza do vosso coração, embora não tenha sido assim desde o princípio.
Esta doutrina foi sempre ensinada pela Igreja, que insistiu, no plano prático, no cumprimento jurídico e moral desta verdade exposta por Cristo (cf. Mt. 19, 3-9; Mc. 10, 1-2; Lc. 16, 18) e pelos Apóstolos (cf. I Cor. 6, 16; 7, 10-11; rom. 7, 2-3; Ef. 5, 31). A Igreja, por isto declara que o Matrimónio não é obra dos homens, mas de Deus e portanto as suas leis não estão sujeitas ao arbítrio humano. (Pio XI, Casti Connubii, n. 3)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Papa diz que São Francisco de Assis continua a fascinar pessoas de todos os credos religiosos

Bento XVI evocou na audiência desta Quarta-feira a vida de São Francisco de Assis, “um autêntico ‘gigante da santidade’, que continua a fascinar inúmeras pessoas de todas as idades e credos religiosos”.
Na sua alocução, o Papa recordou o percurso vocacional do fundador da Ordem dos Frades Menores: “Depois de viver uma juventude leviana, Francisco passou por um lento processo de conversão espiritual que culminou na sua decisão de viver na pobreza e de dedicar-se à pregação, sempre em comunhão com a autoridade eclesiástica”.
O modo como São Francisco anunciou a mensagem cristã foi igualmente assinalado por Bento XVI: “O seu ardor missionário levou-o até as terras sob o domínio do Islão, onde conseguiu, armado somente da sua fé e mansidão, estabelecer um diálogo frutuoso com os muçulmanos, o qual ainda hoje é modelo para nós”.
O Papa sublinhou que a vida do santo italiano se alicerçou na oração e na meditação: “Francisco não procurou outra coisa senão ser como Jesus: contemplando-O no Evangelho, amando-O intensamente na Eucaristia e imitando Suas virtudes, até o ponto de receber o dom sobrenatural dos estigmas, demonstrando assim, visivelmente, sua conformação total a Cristo humilde, pobre e sofredor”.
São Francisco nasceu entre os anos 1181-1182 em Assis, Itália, e morreu a 3 de Outubro de 1226. Bento XVI destacou o “seu ardor missionário o levou até as terras sob o domínio do Islão onde conseguiu, armado somente com a sua fé e mansidão, estabelecer um diálogo frutuoso com os muçulmanos, o qual ainda hoje é modelo para nós”.
Como habitualmente, o Papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa: “O testemunho da vida de São Francisco de Assis ensina que o segredo da verdadeira felicidade é tornar-se santo. Que a Virgem Maria conceda este dom a vós e aos vossos familiares que de coração abençoo. Ide em paz”.
In ecclesia

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

SOMOS FAMÍLIA: A CEIA DO SENHOR É O PÃO DO NOSSO AMOR

A Família é a única comunidade em que todo o homem é “amado por si mesmo”, pelo que é e não pelo que possui.

Um bom lema para cada membro da família poderia ser: "os meus deveres são os direitos dos outros e os meus direitos são também deveres dos outros."

Pensando na família e na educação, que é o seu primeiro berço, dois princípios de actuação imprescindíveis: EXIGÊNCIA E AFECTO.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"EUCARISTIA COM FAMÍLIAS" JÁ COMEÇOU

Acabo de regressar do povo de Teixelo onde nesta noite teve início a acção pastoral "Eucaristia com Famílias".
Estava muita gente. As pessoas dispuseram-se por famílias à volta do altar que ficou no meio. Cada um tinha nas mãos o boletim que lhe permitia acompanhar a celebração. O computador deu uma preciosa ajuda, através de imagens e canções adequadas.
A homilia, a oração dos fiéis e a recordação dos falecidos foram partilhadas. E que bem participaram as pessoas! Edificantemente belo!
Depois ficou aquele momento em que, ouvindo-se o hino das famílias como música de fundo, cada família, juntinha, escreveu o seu compromisso com muita calma e serenidade.
Os compromissos destas e de todas as famílias da paróquia serão guardados em recipiente próprio na Matriz junto do altar até ao fim do ano pastoral, significando entrega, consagração e e súplica da ajuda divina.

Vi as pessoas felizes, manifestando a sua satisfação. "Queremos mais", dizia um...

Vamos continuar. Amanhã será Gondomar. Oxalá que esta primeira e agradável experiência seja repetida nove vezes, tantas quantas as acções as "Eucaristias com Famílias!

VOA BEM MAIS ALTO

"Não fiques na praia, com o barco amarrado,
E medo do mar!
Tudo aqui é miragem,
Mas na outra margem : alguém a esperar!

Como a onda que morre, sozinha na praia,
Não fiques brincando!
No ar confiante ensina o teu canto de ave voando!

Voa bem mais alto, livre sem alforge
Sem prata nem ouro,
Amando este mundo, esta vida que é campo,
E esconde um tesouro!

Ninguém te ensinou,mas no fundo tu sentes,
Asas p'ra voar!
Nem que o céu se tolde e as nuvens impeçam
Tu não vais parar!

Há gente vivendo,tranquila e contente,
Como eu já vivi!
És águia diferente, céu azul, cinzento,
Foi feito p'ra ti!

Voa bem mais alto......"

25 de Janeiro - Conversão de São Paulo

A luz que brilhou sobre Paulo
não deixa de brilhar sobre cada um de nós
Naqueles dias, Paulo disse ao povo: "Eu sou judeu, nascido em Tarso na Cilícia, mas fui criado aqui nesta cidade. Como fui discípulo de Gamaliel, fui instruído em todo o rigor da lei de nossos antepassados, tornando-me zeloso da causa de Deus, como acontece hoje convosco. Persegui até a morte os que seguiam este caminho, prendendo homens e mulheres e jogando-os na prisão. Disso são minhas testemunhas o sumo sacerdote e todo o conselho dos ancião. Eles deram-me cartas de recomendação para os irmãos de Damasco. Fui para lá, a fim de prender os que encontrasse e trazê-los para Jerusalém, a fim de serem castigados.
Ora, aconteceu que, na viagem, estando já perto de Damasco, pelo meio-dia, de repente uma grande luz que vinha do céu brilhou sobre mim. Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: 'Saulo, Saulo, por que me persegues?' Eu perguntei: 'Quem és tu, Senhor?' Ele respondeu: 'Eu sou Jesus, o nazareno, a quem tu estás perseguindo'. Meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz que me falava. Então perguntei: 'Que devo fazer, Senhor?' O Senhor respondeu: 'Levanta-te e vai para Damasco. Ali te explicarão tudo o que deves fazer'. Como eu não podia enxergar, por causa do brilho daquela luz, cheguei a Damasco guiado pelas mãos dos meus companheiros.
Um certo Ananias, homem piedoso e fiel à lei, com boa reputação junto de todos os judeus que aí moravam, veio encontrar-me e disse: 'Saulo, meu irmão, recupera a vista!' No mesmo instante, recuperei a vista e pude vê-lo. Ele, então, me disse: 'O Deus de nossos antepassados escolheu-te para conhecerdes a sua vontade, veres o justo e ouvires a sua própria voz. Porque tu serás a sua testemunha diante de todos os homens, daquilo que viste e ouviste. E agora, o que estás esperando? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o nome dele!" (Actos dos Apóstolos, 22, 3-16)

Nunca é tarde para mudar. Basta que nos deixemos interpelar pelos sinais que a vida nos emite.

O homem não é Deus, mas imagem de Deus

domingo, 24 de janeiro de 2010

Padres celebram missas a mais

"Cada padre não pode celebrar mais de três missas dominicais. A maioria celebra quatro e há quem celebre seis. A Igreja quer acabar com os excessos.
Os bispos portugueses querem que os padres celebrem no máximo três missas dominicais, acabando com os 'abusos' de alguns sacerdotes, que chegam a celebrar seis eucaristias, entre vespertinas e de domingo.
A celebração com frequência de um número de missas para além do que é estipulado pelas regras canónicas acontece devido ao facto de, em Portugal, cada pároco ter em média três paróquias. O País tem cerca de 4400 paróquias e os padres que exercem a função de pároco não chegam aos 1700.
A maioria dos sacerdotes celebra quatro missas dominicais, uma ao sábado e três ao domingo, mas há os que chegam a celebrar seis eucaristias, o que é considerado pela hierarquia 'um exagero injustificável'. Mesmo sabendo que muitos padres têm quatro e mais paróquias, os bispos consideram que 'os sacerdotes têm de organizar as coisas de maneira a que as regras sejam minimamente respeitadas'. D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa, disse ao CM que 'cada padre não pode celebrar mais do que três missas dominicais por semana', acrescentando que 'tudo o que passe as três celebrações é um abuso inaceitável'. 'Se os padres continuarem a celebrar seis e oito missas em cada fim-de-semana, contentando todas as reivindicações bairristas das comunidades, o povo nunca dará pela conta de que há, de facto, falta de sacerdotes', explicou D. Carlos Azevedo. Este tema deverá ser debatido em breve nas reuniões presbiterais de cada diocese."

Belíssima música

Ao fundo da página encontra-a.

Papa quer padres no ciberespaço

Bento XVI quer que os padres aproveitem as potencialidades das novas tecnologias, na área da comunicação, marcando uma presença diferente no mundo “digital”.
Os sacerdotes, indica o Papa, devem “anunciar o Evangelho recorrendo não só aos media tradicionais, mas também ao contributo da nova geração de audiovisuais (fotografia, vídeo, animações, blogues, páginas internet) que representam ocasiões inéditas de diálogo e meios úteis, inclusive para a evangelização e a catequese”.
Os novos media oferecem aos presbíteros perspectivas sempre novas e pastoralmente ilimitadas”, acrescenta.
Da Mensagem para o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais

sábado, 23 de janeiro de 2010

Pobreza e crise

O Cardeal-Patriarca afirmou noutra passagem da sua homilia que “a pobreza, sobretudo as novas situações de precariedade motivadas pela crise económica, atinge de modo particular as famílias: o desemprego, o endividamento familiar, o custo da casa, as despesas com a educação, a tendência para a baixa da natalidade”.
“O apoio à família deve empenhar-nos a todos com determinação renovada. Não se salvará a Cidade se não se salvar a família”, apontou.
Recordando o início do Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, D. José Policarpo considera que “urge conhecer, cada vez melhor, o verdadeiro mapa da pobreza na Cidade”.
“Todos conhecemos o volume e a importância das instituições da Igreja nesta resposta à pobreza, nas quais se concretiza, aliás, o princípio da cooperação entre a Igreja e o Estado. Mas essa cooperação pode aprofundar-se, não apenas com o Ministério do Trabalho da Solidariedade Social, mas com a Autarquia, com a Santa Casa da Misericórdia, com outras instituições de solidariedade”, observou.
Nesse contexto, o Patriarca questionou se “não deveríamos caminhar para um organismo coordenador de todos estes intervenientes na luta contra a pobreza”, acrescentando que “o princípio da cooperação entre a Igreja e os poderes públicos inspira a nova Concordata, celebrada entre a Santa Sé e o Estado Português”.
Ecclesia

Igreja nunca aceitará a equivalência ao casamento das uniões entre pessoas do mesmo sexo

O Cardeal-Patriarca de Lisboa assegurou na Sexta-feira passada que a Igreja “nunca aceitará a equivalência ao casamento das uniões entre pessoas do mesmo sexo”, seja qual for o enquadramento legal que lhe seja dado.
Na homilia proferida na Sé de Lisboa, por ocasião da festa de São Vicente, protector da cidade, D. José Policarpo diz que este é “um ponto em que a Igreja, no seu empenho a favor da família, só pode estar com a sua verdade”.
Ajudar a família é, antes de mais, respeitá-la na sua dignidade e na sua natureza antropológica de instituição baseada no contrato entre um homem e uma mulher, que origine uma comunidade específica, onde acontece a procriação e a caminhada em conjunto na descoberta da vida”, indicou.
O Patriarca de Lisboa diz que “o Projecto de Lei, recentemente votado na Assembleia da República, em ordem a reconhecer que uniões entre pessoas do mesmo sexo são casamento e fundam uma família, altera a dignidade da família natural, levará ao enfraquecimento da sua auto-estima, e contribuirá para o enfraquecimento da comunidade familiar”.
Para D. José Policarpo, a Igreja deve agora promover “um empenhamento renovado no apoio aos casais, valorizando a complementaridade e a estabilidade dos esposos, em ordem à fidelidade e à harmonia, hoje, tantas vezes ameaçadas pela cultura ambiente, que veicula a provisoriedade de tudo e a dimensão consumista do próprio amor”.
Nunca permitiremos em nenhuma expressão da nossa acção com famílias que as uniões de pessoas do mesmo sexo toldem a beleza e a verdade dos autênticos casamentos”, assinalou.
Ecclesia

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C


A liturgia deste domingo coloca no centro da nossa reflexão a Palavra de Deus: ela é, verdadeiramente, o centro à volta do qual se constrói a experiência cristã. Essa Palavra não é uma doutrina abstracta, para deleite dos intelectuais; mas é, primordialmente, um anúncio libertador que Deus dirige a todos os homens e que incarna em Jesus e nos cristãos.

Na primeira leitura, exemplifica-se como a Palavra deve estar no centro da vida comunitária e como ela, uma vez proclamada, é geradora de alegria e de festa.

No Evangelho, apresenta-se Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.

A segunda leitura apresenta a comunidade gerada e alimentada pela Palavra libertadora de Deus: é uma família de irmãos, onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço do bem comum, numa verdadeira comunhão e solidariedade.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Ai, Carlota Antónia, Carlota Antónia!

Entrou na Igreja. Fez 1/5 de genuflexão e um simulacro apressado de Sinal da Cruz no corredor central da Igreja, diante do Santíssimo Sacramento.
Depois começou o bailado, de imagem em imagem.
Olhinhos muito revirados para a imagem, cabecinha de lado, lábios em movimento contínuo. Em seguida outra imagem, parecia que fazia a "via-santos".
No fim, outra vez no corredor central, repetiu a garatuja da genuflexão e do sinal da cruz.
- "Pronto. A gente sente-me muito melhor depois de ter rezado. Visitei os meus santinhos todos!"

Rezado??? Fez mas foi um passeio turístico pela Igreja. E com tanta curiosidade pelos "santinhos todos" que até se esqueceu do ÚNICO SANTO para quem só restou a garatuja...
Rezado!!!! Não, fez ginástica de lábios. Os pobres dos queixos só com muita sorte não se desencolatraram, tal a velocidade com que eram movidos!...

Na mesma hora, entrou uma outra pessoa na Igreja. Fez devidamente a genuflexão, foi para um dos bancos, ajoelhou e benzeu-se. Esteve assim um bocado. Olhos semi-cerrados e lábios fechados.
Sentou-se. A mesma posição do rosto que parecia muito sereno e concentrado. Depois voltou a ajoelhar novamente por um instante, benzeu-se, saiu do banco, fez a genuflexão diante do Santíssimo Sacramento e veio embora.
A Carlota Antónia esperava:
- Rezaste alguma coisa? Nem te vi mexer os lábios...
- Ó mulher, sei lá se rezei! Olhei para o Senhor e tenho a certeza que Ele teve a bondade de olhar para mim.
- Modernices, homem! Tens é que aprender aquelas orações todas que eu sei. A gente aprende-as, deita-as cá para fora aos nossos santinhos e depois fica descansada, que eles lá tratam dos assuntos...
- Ai Carlota Antónia, Carlota Antónia! E se deixasses de poluir os ouvidos aos santos e despoluisses essa alma, abrindo-a a Deus!?

TU ME ACEITAS, PAI!

Como posso ser feliz?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

20 de Janeiro: São Sebastião

São Sebastião morreu 50 anos mais tarde, na perseguição de Diocleciano. Sua figura de mártir cravado de flechas foi imortalizada pelos artistas da Renascença.
Sebastião prestou seu serviço militar em Milão e, por sua fidelidade e valor, foi nomeado capitão da primeira coorte da guarda pretoriana, isto é, do próprio imperador. Aproveitava desta sua posição para melhor proteger e confortar os cristãos, quando denunciados ou condenados à morte.
Identificado ele mesmo como cristão e denunciado ao imperador Diocleciano, foi detido e forçado a abjurar sua fé. O imperador, que muito estimava Sebastião, recorreu tanto a promessas como a ameaças para conseguir do seu alto oficial que abandonasse a fé. Todas as argumentações e tentativas de Diocleciano esbarraram numa vontade inflexível do militar.
Destituído então de sua função de oficial, foi entregue a um pelotão de soldados que o despiram, amarraram a uma árvore, alvejaram-no com flechas e o abandonaram, julgando-o morto. Alta noite, chegou Irene, mulher do mártir Cástulo, ao lugar da execução para retirar o corpo do mártir e dar-lhe a sepultura. Com grande admiração, encontrou-o ainda com vida. Sem demora, tomou providências para que o mártir fosse levado para sua casa onde tratou dele com muito desvelo.
Apenas restabelecido, Sebastião, cheio de coragem, procurou o imperador para reprovar sua iniqüidade praticada contra pessoas inocentes como eram os cristãos. Outra vez condenado à morte, veio a falecer entre os tormentos de pauladas e boladas de chumbo. Era o ano de 303.
Seu culto é muito antigo e bastante popular (é padroeiro de inúmeras igrejas e capelas esparramadas pelo Brasil, inclusive da cidade do Rio de Janeiro). Os pormenores de seu martírio, porém, só chegaram até nós por uma fonte bastante tardia.
Sobre o lugar de sua sepultura foi levantada uma maravilhosa basílica que perpetua sua memória e propõe seu exemplo de herói.
O grande bispo de Milão, Santo Ambrósio, em memorável discurso, teceu os melhores elogios a este santo.

Pecados que bradam aos Céus


Os quatro pecados que bradam aos Céus:
1. Homicídio voluntário - O sangue de Abel (cf. Gn 4,10)
2. Pecado de luxúria contra a natureza - O pecado dos sodomitas (cf. Lev 18,22-23)
3. Oprimir os pobres, órfãos e as viúvas - O clamor do povo oprimido no Egito (cf. Ex 22,22; Tg 1,27)
4. Negar o salário aos que trabalham (cf. Dt 24,14;Tg 5,4)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Caridade - sacramento do amor de Deus aos homens

CARITAS DIOCESANA LANÇA CAMPANHA
EM FAVOR DOS IRMÃOS DO HAITI
Com data de 14 de Janeiro de 2010, a Cáritas Diocesana de Lamego, na pessoa do seu Presidente, Pe. Adriano Monteiro Cardoso, enviou uma carta aos sacerdotes da Diocese, a apelar à recolha de fundos para ajudar a população do Haiti.
Nessa carta, refere-se que "é inseparável da fé, a prática da caridade, já que no gesto ao irmão concretiza-se o amor a Deus. Na carta de Bento XVI, Deus Caritas est, afirma-se a necessidade da Igreja, como tal, exercer a caridade. Para isso, esta deve ser organizada e ser assumida como sinal, o mesmo é dizer, tornar-se sacramento do amor de Deus aos homens."
No momento em que a população do Haiti vive um momento dramático na sua história, "cada cristão como membro desta Igreja tem de ser sinal de esperança para todos os sofredores, não podendo deixar de viver este momento em comunhão e solidariedade com todos os homens e mulheres" daquele país.

A Carta da Cáritas de Lamego termina com o pedido que, em toda a Diocese, haja uma mobilização "dos grupos de Acção Sócio Caritativa, Comunidades Eucarísticas ou paroquiais, Centros Sociais Paroquiais, Misericórdias para a recolha de ofertas, em dinheiro, a entregar nas Paróquias e que estas farão chegar à Cáritas Diocesana, que, por sua vez, as reencaminhará para a Cáritas Nacional."
PARÓQUIA DE TAROUCA
Em 30 e 31 de Janeiro, o peditório das Missas será para as vítimas do Sismo no Haiti.

Neste dia: a PALAVRA e o Testemunho

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PALAVRA DE DEUS, FAROL DOS NOSSOS PASSOS

Mas o Senhor disse-lhe:
"Não olhes para a sua aparência nem para a sua grande estatura, porque eu o rejeitei. Não julgo segundo os critérios do homem: o homem vê as aparências, mas o Senhor olha o coração".
(1 Sm 16,7)

E Jesus acrescentou: "O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado. Portanto, o Filho do Homem é senhor também do sábado".
(Mc 2, 27-28)

O TESTEMUNHO DOS MÁRTIRES
São Mário
Mario, Martha, Abacus e Audifax eram uma família persa nobre e rica – marido, esposa e dois filhos- que foram convertidos para a fé cristã e distribuíram seus bens para os pobres.

Eles decidiram visitar Roma para venerar os túmulos dos mártires mesmo sabendo que o Imperador Claudius estava perseguindo os cristãos. Claudius ordenou suas legiões para recolher e reunir os cristãos no anfiteatro onde eles eram mortos e seus corpos queimados. Esta família persa recolhia as cinzas e as enterrava. Por isto o Governador Marcus prendeu e torturou toda a família antes de mandar matá-los. Isto ocorreu em 270DC. Durante o martírio, Mario cantava hinos de louvor a Jesus. O procônsul encarregado do martírio mandou esticá-lo na roda, até seus braços serem arrancados do corpo, o que de nada adiantou. Furioso, ordenou que o decapitassem e a seus dois filhos. Assim os três foram mortos decapitados e Martha foi afogada alguns quilômetros de Roma em um local hoje chamado Santa Nynpha. Cristãos reverenciam este local e os corpos desta família com respeito: Eles foram enterrados na Via Cornelia. Treze séculos mais tarde, em 1590, seus corpos foram descobertos e agora suas relíquias estão nas igrejas de Cremona, de Seligenstaedt na Alemanha, e em Roma. Na arte litúrgica da Igreja este grupo é geralmente mostrado como uma família Persa visitando prisioneiros; ou 2) enterrando mártires cristãos em Roma; ou 3) sendo executados com um machado.

São dois pais babados com as filhas que têm

Filipa e Sofia são irmãs e apenas dois anos as separam. São encantadoras, embora muito diferentes. Filipa é sossegada, calma, muito ordenada e metódica. Tem um sorriso divino. Sofia é de uma energia sem limites. Não é hiper-activa. Na escola porta-se excelentemente, mas em casa não pára um instante. Tira auscultadores, põe auscultadores; vai até à televisão para no instante seguinte estar na cozinha; brinca com o gato, mas logo depois já está a implicar com o cão; fala, fala, fala... "Ó rapariga, parece que engoliste uma grafonola!"- diz-lhe a mãe, não sei se a censurá-la , se a admirar tanta genica.
De manhã, é o lindo e o bonito! Enquanto a Filipa deixou a roupa pronta e arrumadinha de véspera para levar para a escola, Sofia faz um escabeche medonho. E que esta peça não condiz com aquela, que já não gosta daquelas calças, que esta roupa a deixa horrível, que, que... Raro é o dia em que mãe e filha não comecem o dia em discussão. O pai, farto de esperar e ao ver as horas a aproximarem-se, intervém para "pôr ordem na capoeira." Sofia, que brinca imenso com o pai, tem-lhe um respeitinho enorme. Basta ele olhar. Só assim ela se decide e acabam as quezílias.
Apesar de muito diferentes, as duas manas ajudam-se muito e são grandes amigas. Na escola, defendem-se uma à outra com "unhas e dentes". Numa coisa, são unânimes: contam sempre a verdade aos pais, mesmo que esta lhes seja desfavorável. Em Dezembro, Sofia tirou só Satisfaz num teste de Matemática, ela que é excelente nesta disciplina. Apareceu em casa lavada em lágrimas, porque se sentiu mal e sabia que os pais não apreciariam mesmo nada este resultado. mas não fugiu à verdade. Convencida que dominava bem os conteúdos, não estudou nada para o teste. O resultado ali estava... A culpa era dela e assumiu-a. A reacção dos pais não foi propriamente entusiasmante, mas a pequena percebeu que havia nas palavras deles admiração pela verdade transmitida. Sim, estes pais continuadamente se esforçam para educar no carinho e na exigência para a verdade.

Cristamente são um espectáculo. Vão com alegria à catequese, gostam de contar aos pais o que aprenderam, estão com a mãe no grupo coral e a Filipa faz já parte do grupo de leitores. Na sua vez, que ela nunca esquece, prepara com esmero a leitura que irá proclamar. "A Palavra de Deus merece-me respeito", gosta de frisar.
Ao domingo, estão alerta e são elas a massacrar os pais para se aligeirarem. Por nada querem chegar atrasadas. Precisamos de nos preparar para estarmos com Jesus na Missa - refere a irrequieta Sofia - por isso temos que estar antes um bocadinho.
São dois pais babados com as filhas que têm. E razões de sobra não lhes faltam.

domingo, 17 de janeiro de 2010

O conselho de ouro de Nossa Senhora

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2010

O tema bíblico:
“Vós sois as testemunhas disso”
No movimento ecumênico temos frequentemente meditado sobre o discurso final de Jesus antes da sua morte. Nesse testamento final a importância da unidade dos discípulos de Cristo é enfatizada: “Que todos sejam um... para que o mundo creia” (João 17,21)
Este ano as Igrejas da Escócia fizeram a escolha original de nos convidar a escutar o discurso final de Cristo antes da sua Ascensão: “É como foi escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, e em seu nome se pregará a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, a começar por Jerusalém. E vós sois as testemunhas disso.” (Lucas 24,46-48).
É sobre essas palavras finais de Cristo que refletiremos a cada dia.
Durante a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos de 2010, somos também convidados a percorrer todo o capítulo 24 do Evangelho de Lucas. Tanto as mulheres assustadas diante do túmulo, como os dois desanimados discípulos no caminho de Emaús ou os onze discípulos dominados por dúvida e medo, todos os que juntos encontram o Cristo Ressuscitado são enviados em missão: “E vois sois as testemunhas disso”. Essa missão da Igreja é dada por Cristo e não pode ser posse particular de ninguém. É a comunidade dos que foram reconciliados com Deus e em Deus e podem testemunhar a verdade do poder da salvação em Jesus Cristo.
Percebemos que Maria Madalena, Pedro ou os dois discípulos de Emaús não vão testemunhar do mesmo jeito. Ainda assim, será a vitória de Jesus sobre a morte que todos colocarão no coração de seu testemunho. O encontro pessoal com o Ressuscitado mudou radicalmente suas vidas e, na originalidade de cada um, uma coisa se torna imperativa: “Vós sois as testemunhas disso.” Sua história vai acentuar aspectos diferentes, às vezes podem ocorrer entre eles discordâncias sobre o que a fidelidade a Cristo exige, mas ainda assim todos irão trabalhar para anunciar a Boa Nova.

sábado, 16 de janeiro de 2010

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM -Ano C

A primeira leitura define o amor de Deus como um amor inquebrável e eterno, que continuamente renova a relação e transforma a esposa, sejam quais forem as suas falhas passadas. Nesse amor nunca desmentido, reside a alegria de Deus.

O Evangelho apresenta, no contexto de um casamento (cenário da “aliança”), um “sinal” que aponta para o essencial do “programa” de Jesus: apresentar aos homens o Pai que os ama, e que com o seu amor os convoca para a alegria e a felicidade plenas.

A segunda leitura fala dos “carismas” – dons, através dos quais continua a manifestar-se o amor de Deus. Como sinais do amor de Deus, eles destinam-se ao bem de todos; não podem servir para uso exclusivo de alguns, mas têm de ser postos ao serviço de todos com simplicidade. É essencial que na comunidade cristã se manifeste, apesar da diversidade de membros e de carismas, o amor que une o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Monte Calvário e o Sismo no Haiti

Onde fica o Haiti e como vive sua população?

Ex-colônia da França, primeira república liderada por negros no mundo e primeiro estado do Caribe a obter sua independência, o Haiti divide a ilha de Hispaniola, no Caribe, com a República Dominicana. Mas várias decadas de ditaduras violentas e corruptas, como as de François "Papa Doc" Duvalier e de seu filho, Jean-Claude, o "Baby Doc", tornaram o país o mais pobre das Américas, com uma população miserável e sem perspectivas.


O Sismo

No passado dia 12 deste mês, um sismo de 7.0 rasgou o coração do país mais pobre do hemisfério ocidental e a ajuda humanitária terá de ser massiva. Informação oficial das baixas: "Bastante mais de 100 mil mortos". Entre os portugueses há pelo menos um ferido, com uma perna fracturada.

"Andar na rua é caminhar sobre cadáveres. O meu país deixou de existir" - e Elisabeth calou-se. René, o marido, socorreu-a: "O Parlamento ruiu, o hospital central ruiu, prisões ruíram, escolas ficaram reduzidas a restos de pó. Há escolas cheias de cadáveres..."

O Palácio Presidencial, conhecido como Casa Branca, aluiu, as colunas quebradas, todo ele amochou como papel. "Imagem agora como ficaram as nossas pobres casas", comentou Jean-Baptiste, da Cruz Vermelha haitiana: "É inimaginável. Há demasiadas pessoas a precisar de ajuda. Temos falta de tudo, até de sacos de mortos".

É o número desesperado da Cruz Vermelha Internacional, que pede "ajuda massiva": três milhões afectados pelo sismo, o mais grave da história do país mais pobre do hemisfério ocidental. O número de mortos, com milhares de desaparecidos, soterrados, é incalculável. "Não sabemos quantos de nós pereceram. Falaram em 50 mil", disse o presidente Préval. Jean-Max Bellerive, primeiro-ministro, apontara estimativa pior: 100 mil.
Fonte: Jornal de Notícias

A solidariedade

O mundo mobiliza-se para ajudar. Felizmente.
Difícil, neste momento, é fazer chegar a ajuda. Aeroporto pequenino, vias e estradas desfeitas. E há milhões à espera. Aflitivamente. Nem água têm.
Só temo que a solidariedade tenha o rosto da psicologia do nosso tempo: o imediatismo. E que passados uns tempos curtos, tudo se esqueça. Aquele paupérrimo país que o sismo tornou miserável, não pode nunca ser abandonado. Há que ajudar, ser fraterno, não só no barulho da novidade mas também no silêncio da dor.
Faremos oportunamente o nosso peditório paroquial para ajudar estes irmãos. Não são pedras amontoadas, SÃO PESSOAS DESTROÇADAS!!!

O Calvário
A primeira imagem que me veio à cabeça ao ver a reportagem televisiva sobre a catástrofe no Haiti foi a do Calvário onde o Justo ofereceu a Sua vida pelos pecadores, por todos nós.
A cruz estava lá. Viva, real, exposta. Em cada irmão morto, em cada família destroçada, em cada ferido, em cada casa destruída, em cada rua desfeita.
E vi Cristo sofrendo nos que sofrem e morrendo nos que morrem.
Vamos ser cireneus?

A vocação sacerdotal definida por três leigos

Fátima Campos Ferreira, Isabel Jonet e Marcelo Rebelo de Sousa analisam Igreja e sacerdotes no Congresso Internacional «À Escuta da Palavra».

Veja aqui como estes três leigos contextuam a Igreja no mundo actual e o que pensam do papel do Padre.

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77224

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Reunião de catequistas

Na noite desta quinta-feira, teve lugar uma reunião de catequistas para:
- analisar a caminhada catequética;
- Concretizar o que está planeado acerca da vivência quaresmal e da festa da catequese.
A festa da catequese, que terá lugar em 20 de Março - a seguir ao Dia do Pai - terá como tema: "Pai, modelo e referência de valores."
Se há 2 anos, dedicámos a festa aos avós, se no ano passado o tema foi a mãe, este ano focaremos a atenção na figura do pai.
Será no Auditório, começando com a Eucaristia pelas 15 horas. De seguida cada um dos 12 grupos de catequese fará a sua intervenção, dentro do tempo que foi estipulado para cada um deles. Terminará a festa com a entrega de uma singela lembrança a cada criança.
Quanto à Quaresma, além da participação activa de cada um dos grupos mais velhinhos nas Eucaristias, vamos procurar organizar uma Via sacra para os mais pequeninos e outra para o 7º, 8º. 9º e 10º anos.
Abordou-se ainda a celebração do Crisma - ainda sem data marcada -e a ida das crianças (6º ano) a Fátima em 9 e 10 de Junho.
Quanto à caminhada catequética, falou-se do processo de aprendizagem, de assuntos que os pequenos levantam hoje na catequese, reflectimos sobre as respostas a dar aos catequizandos sobre questões que certamente levantarão sobre o "casamento homossexual" e analisámos a participação dos mais novos na Missa com crianças.
Foi uma reunião que, sem ser longa, a achei deveras proveitosa.
Os meus parabéns ao grupo de catequistas por tanto que fazem pelos mais novos e, sobretudo, por o fazerem com gosto, com espírito de missão.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Eucaristia, participar até no SILÊNCIO...

Fazei isto em memória de Mim”.

Faz parte do lema do ano pastoral e serve para nos guiar na reflexão à volta do Ano Sacerdotal e da Eucaristia, como fonte e cume de toda a vida cristã/eclesial.
(...)
Mas não podemos esquecer a realidade essencial da Eucaristia, que é centro, acontecimento fundante, é a vida da comunidade. Não há comunidade (eclesial) sem Eucaristia, se bem que esta acontece também no contexto da comunidade e para formar comunidade.
É nesta ambiência que temos de prestar sempre e cada vez mais atenção redobrada à celebração da Eucaristia, onde se realiza o mistério maior da nossa fé: a morte e a ressurreição de Jesus, que nos deixa a Eucaristia como memorial perene, onde o pão e o vinho se transformam com Corpo e Sangue de Jesus e nos alimentam até à vida eterna.
Acólitos, leitores, cantores, organistas, grupos corais, conselho económico, catequistas, zeladoras, sacerdote, cada cristão, todos têm a sua raiz, o seu fundamento, a sua razão de ser na Eucaristia, no maior dos mistérios da nossa vida comunitária.

Se celebrarmos bem a Eucaristia, de forma atenta e consciente, as outras dimensões da vida comunitária transformar-se-ão: a Evangelização (catequese) e a Caridade. A Missa leva à missão, leva ao compromisso. Este sem a Eucaristia é uma mera função que se executa, sem espírito.
Temos investido, mas há um longo caminho a percorrer, para todos nós. Importa, neste sentido, que Deus caminhe connosco e que tenhamos a coragem e a humildade de nos deixarmos transfigurar pela Sua bondade e conduzir pela luz do Seu amor. Então o caminho estará iluminado.
Precisamos de participar cada vez mais profundamente nos silêncios, no canto, nas respostas, nas intervenções, não para tornar a Eucaristia mais triste mas para fazer FESTA estendendo a todos o ambiente de oração, de alegria e de vida.
Importa cantar bem. Mas importa muito mais que cantem todos e que o canto seja oração.
Importa responder, mas harmoniosamente, sem sobrepor ou adiantar a resposta aos outros e sobretudo deixar que Deus fale em nós, responder com a alma e com a vida.
Importa que o silêncio litúrgico seja respeitado, escrupulosamente, na Consagração, onde só se devem ouvir as palavras de Jesus através do sacerdote, nem o bater das asas de uma mosca deve perturbar este momento!

Mas tantos silêncios: acto penitencial, escuta da Palavra, reflexão da palavra de Deus, acção de graças. Todos precisamos de participar mais activamente na Eucaristia pelo silêncio. Sem silêncio não há escuta; sem escuta não há diálogo; sem silêncio, sem escuta e sem diálogo, as vozes perdem-se, e Deus é excluído…
Na Eucaristia não conta quem faz melhor, mas quem vive mais conscientemente. É possível conciliar os dois aspectos, para que seja Deus a actuar em nós e através de nós, no canto, nas respostas, no silêncio...

Fonte: http://tbcparoquia.blogspot.com/

Asas para voar

(Para poder ler avontade, carregue no 2 tracinhos verticais do vídeo para ele parar, depois na setinha para andar. Assim sucessivamente.)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Baptismos: Leia, pense, partilhe e comente...

Terá sentido o Baptismo para:
- Famílias que no domingo a seguir ao Baptismo já ninguém vê na Missa?
- Famílias que nunca rezam em casa com os filhos?
- Famílias cujas crianças chegam à catequese (quando chegam...) completamente vazias de qualquer sentido de Deus?
- Famílias que vivem e querem viver totalmente à margem da Igreja?

Servirá o Baptismo para:
- Convidar padrinhos ricos ou socialmente importantes?
- Fazer uma lauta jantarada para juntar amigos e familiares?
- Calar os avós da criança que não cessam de chatear: "Quando é que baptizais o pequeno"?
- O pequeno se sentir socialmente inserido, não se sentir "menos do que os outros"?
- Manter a tradição: "Se a mim me baptizaram, também quero baptizar o meu filho"?
- Acalmar receios e medos: "Pode-lhe acontecer alguma coisa"?

Mas o que é o Baptismo?
Leia com toda a atenção o post abaixo: 1º Domingo do Tempo Comum: FESTA DO BAPTISMO DO SENHOR. E ficará informado.

Que implicações traz o Baptismo para a família?
- Tentar que cada vez mais a família seja "Igreja Doméstica", onde se reza, se lê a Palavra de Deus, se ama, se aceita e respeita o outro como é, se ajuda o outro a crescer, onde se tenha plena consciência que os deveres de cada um são os direitos dos outros.
- Educar sempre. Sempre! Com AFECTO e EXIGÊNCIA.
- Formar nos valores do Evangelho, mesmo que muitas vezes se tenha que remar contra a maré.
- Nunca privar a família da vida e da dinâmica da Família Paroquial: participando sempre na EUCARISTIA dominical, nos grupos e nas tarefas da paróquia. Família que se fecha é como tanque de água estagnada.
- Abrir-se à sociedade e ao mundo: só temos o que damos.
- Colocar sempre a família em primeiro lugar.
- Fazer da família um espaço de encantamento, alegria e partilha.
- Jamais consentir que a casa da família seja reduzida a restaurante e dormitório.

D. Manuel Clemente: «Igreja não tem privilégios em Portugal»

D. Manuel Clemente considera que a Igreja não tem privilégios em Portugal, mas deve ser-lhe reconhecida importância pois “depois das famílias, é a mais antiga instituição social e cultural”.

“A Igreja não tem privilégios. Tem é uma projecção cultural, uma presença institucional na nossa sociedade que tem que ser considerada. O catolicismo é em Portugal, depois das famílias, a mais antiga instituição social e cultural”, declarou o Bispo do Porto à Renascença.

“O catolicismo português tem uma relevância social muito particular e tem que se reconhecer essa relevância, porque ela tem também uma funcionalidade social”, afirmou.
In ecclesia

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

1º Domingo do Tempo Comum: FESTA DO BAPTISMO DO SENHOR

“Jesus também foi baptizado; e, enquanto orava, o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corporal, como uma pomba.
E do céu fez-se ouvir uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus toda a minha complacência».
(Evangelho)

Pelo Baptismo, tornamo-nos filhos muito amados do Pai do Céu. A que grande dignidade Cristo nos elevou!
Pelo Baptismo fomos sepultados na Morte de Cristo para o pecado, para com ELE ressuscitarmos para a vida nova de filhos de Deus. E se somos filhos, somos herdeiros. Herdeiros da Vida Eterna.
Pelo Baptismo, tornamo-nos morada do Espírito Santo. O Espírito habita em nós como num templo.
Conta-se que, há muitos séculos, o Pai de Orígenes, após o Baptismo do seu filhinho, costumava descobrir o peito do pequenito para o beijar. À esposa, que lhe perguntava o porquê daquele gesto, respondia:
- Não sabes que o nosso menino se tornou, pelo baptismo, templo do Espírito Santo e morada da Santíssima Trindade? Deus está aqui como num sacrário!

“Deus enviou a sua palavra aos filhos de Israel,anunciando a paz por Jesus Cristo, que é o Senhor de todos.” (2ª Leitura)

Pelo Baptismo, tornamo-nos irmãos uns dos outros. Enxertados em Cristo pelo Baptismo, formamos com ELE um só corpo, uma só família, um só povo. Uma só Igreja.

“Fiz de ti a aliança do povo e a luz das nações, para abrires os olhos aos cegos,tirares do cárcere os prisioneirose da prisão os que habitam nas trevas».

Pelo Baptismo, tornamo-nos apóstolos. O sacramento que nos torna apóstolos é o Baptismo. Se todos fomos igualmente baptizados, todos somos também enviados.

IR AO GINÁSIO




Todos nós, hoje em dia, nos preocupamos com o nosso aspecto, "imagem", como dizem os especialistas. Procuramos obter uma silhueta elegante, vestir de acordo com a moda e, para isso, colhemos toda a informação disponível e, muitas vezes, buscamos ajuda de especialistas.
Desde há alguns anos que os ginásios, para além das práticas normais de reabilitação, têm também um conjunto de exercícios aplicados às pessoas que querem emagrecer, muscular os tecidos que se tenham tornado flácidos, em resumo, ficar com uma figura mais agradável, bonita e atraente.
Tudo isto é bom, não só em relação ao aspecto geral, mas também por razões de saúde.
Todavia, não podemos ficar por aqui. A pessoa não é formada apenas pelo corpo , mas também pela alma. Será que não devíamos cuidar dela com o mesmo esmero?
Queria partilhar convosco algumas reflexões que me têm ocorrido sobre este ponto .
Fazemos sacrifícios, dietas e exercícios para moldar o corpo; não deveríamos também tratar do fortalecimento e do alindamento da nossa alma, pro­curando ajuda, quando necessária? O desenvolvimento harmónico do corpo e da alma traz-nos equilíbrio, saúde e, consequentemente, paz.
O nosso "personal training" será o nosso confessor que, através da Direcção espiritual, poderá aconselhar-nos o regime mais conveniente e marcar as metas que sucessivamente devemos e queremos conquistar.
Caro amigo leitor, decerto já pensou nestas coisas, mas a reflexão conjunta pode ajudar- nos a atingir um plano mais perfeito
(...)
In Jornal da Beira

Preparando a Missa com Famílias

Um grupinho de pessoas, com responsabilidades na área da pastoral familiar nesta paróquia, reuniu-se nesta noite com o pároco para pensar a maneira como vai vai decorrer a Eucaristia com Famílias, projectada no Plano Pastoral desta comunidade para Janeiro e Fevereiro.
Queremos ajudar as famílias a fazer uma experiência de Cristo-Eucaristia, sentindo-se próximos e fraternos.
Queremos ajudar as famílias a descobrir na Eucaristia o Pão do seu amor.
Ficou decidido que a Eucaristia com Famílias:
- terá lugar sempre às 20.30h.
- Em Teixelo, Gondomar e Quintela, Vila Pouca e Ponte das Tábuas - estas últimas três povoações numa só eucaristia na Senhora das Necessidades - será na última semana de Janeiro.
- Cravaz, Valverde e Esporões, na 1º semana de Fevereiro.
- Arguedeira, Castanheiro do Ouro (sede da Associação) e Tarouca na 2ª semana de Fevereiro.

Servindo-nos do boletim paroquial, do computador e de uma diferente disposição física dos lugares, procuraremos que as famílias participem e sintam a Eucaristia numa experiência de Famílias com Deus. Queremos que haja espaço para a escuta e a partilha da Palavra, para o recolhimento, para o compromisso e para a celebração festiva do Amor de Deus.

APELO E CONVITE
Pede-se a todas as pessoas que divulguem esta acção pastoral junto dos seus familiares, vizinhos e amigos. "Todos baptizados, todos enviados".
Todas as famílias - pais e filhos - estão convidados para a Eucaristia com Famílias que se realizam nos vários povos. Lembrem-se, amigos, o convite é para a sua família, não pensem que é para a do lado...
Se não puder comparecer no seu povo, pode sempre fazê-lo noutro povo. Afinal somos todos a MESMA COMUNIDADE CRISTÃ.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

NO CENTENÁRIO DA PRIMEIRA REPÚBLICA (III)

PROTESTO COLECTIVO DO EPISCOPADO PORTUGUÊS
No dia 8 de Maio de 1911, o secretário da Nunciatura de Lisboa informava o secretário de Estado do Vaticano que estiveram reunidos em Lisboa, durante quatro dias, todos os bispos portugueses, excepto o de Bragança e o de Coimbra, os quais declararam previamente não poderem estar por motivos de saúde, mas que aceitaram todas as decisões tomadas pelos colegas. «Os bispos estiveram de acordo em que a Lei da Separação era inaceitável. Concordaram em fazer um enérgico protesto contra o dito decreto e sem propor a suspensão ou a modificação como defendiam alguns bispos e o Cabido de Evora.» (4)No dia 20 de Maio, monsenhor B. Aloisi Masella comunica para Roma que recebera nesses dias um exemplar do dito "Protesto" das mãos do Patriarca. Protesto Colectivo, tinha sido escrito pelo arcebispo de Évora e seria público quanto antes. (5)O texto tem o título Protesto Colectivo dos Bispos Portugueses contra o Decreto de 20 de Abril de 1911, que separa o Estado da Igreja. Datado em Lisboa a 5 de Maio de 1911, contém nove páginas, que passamos a sintetizar:
Introdução:«Foi vigoroso o golpe! Realizou-se a previsão... Realizou-se? Não! Foi excedida.» Veio a atrocidade, a tirania, a humilhação, a confiscação de bens, o sarcasmo.
«Não nos dirigimos como prelados ao nosso Clero e aos fiéis dioce­sanos, falamos a todos os nossos concidadãos, abstraindo das suas crenças religiosas.»
«Foram os ministros da Religião e a Igreja Católica, condenados sem processo e punidos sem culpa.»
«0 Clero Português não tem obstaculizado por iniciativa sua, à da mudança do regime. Que razão havia para verberar e desprestigiar assim uma classe inteira de cidadãos e de lançar mais um gérmen de descontentamento e perturbação no conjunto da sociedade por­tuguesa?»
Na República Francesa, os legisladores hesitaram trinta e cinco anos. E a questão foi longamente debatida no Parlamento. Em Portugal não se esperava pelas constituintes.
Dissolveu-se o sistema concordatário sem uma palavra ao Ro­mano Pontífice; um contrato internacional bilateral não se dissolve unilateralmente.Um pequeno número de livres-pensadores, de exaltados, de fa­náticos anti-religiosos, que decreta uma lei contra a maioria que se diz católica. A maioria foi esmagada e sacrificada às exigências de um pequeno grupo.
Injustiça:· Contra o Direito Divino; contra o Direito Público; contra o Direito Canónico; contra o Direito Civil; contra o Direito Natural.
Opressão:
· No exercício do culto, ficando a mando de corporações laicas, como empregados de grupos laicistas;
· No ensino religioso;
· Na formação de candidatos ao sacerdócio;
· Nas relações bispos/Papa, padres/bispos, Igrejas Particulares/SumoPontífice — pela exigência do beneplácito. Que separação!...· Proibição do hábito talar.
Espoliação:
· Nega à Igreja Católica o direito de propriedade e domínio sobre bens móveis e imóveis. O Estado proclama-se o único proprietário;
· Dá umas pensões em situação muito dúbia;
· «Pela nossa parte, nós desde já, terminantemente declaramos renunciar a tais pensões, que não podemos decorosamente acei­tar»;
· «Com que direito (...) se apodera o Estado destes bens, em grande parte devido à piedade generosa dos fiéis, a legados e doações de pessoas particulares? (...)»
Ludibriação:
· Ludibriosa para o clero, pois este é reduzido a funcionários das associações culturais, pondo de parte a hierarquia, incluindo os bispos;
· Ludibria o clero, negociando com ele pensões e propondo-lhe que serão mantidas as pensões aos clérigos suspensos tornando-as transmissíveis às viúvas e filhos dos padres, quer legítimos, quer ilegítimos. Padres que queiram aproveitar a lei civil para ca­sar, etc...
Embora a tese "a Igreja Livre no Estado Livre" não represente o ideal, pode ser aceitável e é sempre preferível a esta outra "Igreja escrava no Estado Senhor".
O documento termina com um apelo à unidade dos padres/bispos, fiéis/pastores, toda a Igreja Portuguesa com a Santa Sé.
Sinais de diálogo entre a hierarquia eclesiástica e o Governo
Até 1918 a situação foi de impasse e mútua ausência de diálogo. As prepotências do Governo criavam uma atitude de defesa por parte da hierarquia da Igreja; só em 1918 se vislumbraram significativos sinais de diálogo entre a hierarquia eclesiástica e o Governo.
Em 1918, Sidónio Pais deu um forte contributo para a reatação das negociações com a Santa Sé. A 22 de Fevereiro, o ministro da Justiça, Dr. Alberto Moura Pinto, fez sair um decreto, ainda sem diálogo com os bispos, mas alterando significativamente a Lei da Separação, em atenção às reivindicações dos católicos que solicitavam liberdade para a criação ou restabelecimento dos seminários para o ensino da Teologia, entrega dos seminários não em serviço do Estado. Estas exigências da Igreja foram ouvidas e prolongou-se também o prazo para reclamação de propriedades por parte da Igreja; revogou-se o beneplácito, a proibição do uso dos hábitos, e as matérias mais repugnantes a eclesiásticos e seus herdeiros.
Havia sinais de esperança. Assim, a 25 de Março, monsenhor Aloisi Masella, secretário da Nunciatura de Lisboa, pedia a D. Augusto Eduardo Nunes o seu parecer sobre o «mínimo das reivindicações católicas no actual momento». O arcebispo de Évora respondeu a 8 de Março, traçando o perfil dos grandes problemas da Igreja em Portugal. Nessa carta está a síntese do seu pensamento das dificul­dades eclesiais deste decénio, 1910-1920. Esquematizemos os seis problemas apontados:
1) A Lei da Separação, porque traduz, mais ou menos acentuadamente, o erro fundamental do ateísmo político e a secularização da sociedade.
2) 0 ensino religioso nas escolas, que seja livre em todas as esco­las particulares e que, nas estatais, ao menos os pais possam escolher.
3) A Lei do Registo Civil, que pelo menos deixasse de ser prioritária a inscrição civil.
4) A Lei do Divórcio deveria ser em absoluto revogada.
5) Necessidade de liberdade para as ordens e congregações volta­rem a Portugal, ao menos as dedicadas ao ensino, beneficência e às missões ultramarinas.
6) Necessidade de rever a Constituição da República no que se refere às ordens e congregações religiosas, ao ensino e aos cemitérios.
Como vemos, as ideias de "liberdade de consciência" e de "sepa­ração Igreja-Estado" estavam ainda em maturação em D. Augusto Eduardo Nunes e em quase toda a Igreja portuguesa. Só a partir de 1926, com o Concílio Plenário Português, foi possível reorganizar a Igreja no nosso país, realizando-se muitas destas propostas do metropolita de Évora.

NO CENTENÁRIO DA PRIMEIRA REPÚBLICA (II)

A Lei da Separação Igreja-Estado
A questão de fundo que se disputava em Portugal, entre a Igreja e o Governo Republicano, era a Lei da Separação Igreja-Estado. Sub­jacente estava a questão fundamental da liberdade de consciência, pois se cada cidadão pode praticar a religião, ou o culto que em consciência o interpela, então era função do Estado garantir esta liberdade. Nestes anos, esta questão foi vista com muita agudeza por ambas as partes: a Igreja estava ainda longe da consagração da liberdade de consciência feita pelo Concílio Vaticano II e o Estado entendia por "separação" "confiscação de bens"e domínio estatal sobre a Igreja.
Pastoral Colectiva do Episcopado Português
Perante a eminência da Lei da Separação, e logo que pude­ram reunir-se em Lisboa, os bispos assentaram nos termos de uma pastoral cuja definitiva redacção foi confiada ao arcebispo de Évora, D. Augusto Eduardo Nunes, provavelmente o bispo melhor prepara­do para o efeito. Apareceu esse documento, Pastoral Colectiva do Episcopado Português, com a data de 24 de Dezembro de 1910, mas só em Fevereiro de 1911 se espalhou por todo o país. Ressalvada a Doutrina da Igreja sobre o respeito devido aos poderes constituídos, protestavam os prelados contra todas as violências do novo regime e davam aos católicos as seguintes práticas:
- «1.a: Não devem jamais cooperar, admitir a menor cumplicidade nem sequer dar aprovação a coisa alguma que signifique ou origine hostilidade ao Catolicismo;
- 2.a: Devem procurar, por todos os meios legais e honestos, favorecer, na medida de sua possibilidade, a causa da Religião e a Igreja Católica, e unidos em um terreno comum empenhar esforços para remover da legislação tudo o que à mesma causa seja contrário."
A 20 de Abril de 1911 surgiu a Lei da Separação do Estado das Igrejas. Esta lei fora decretada por um Governo provisório. Era im­portante que uma lei com as implicações desta fosse votada pela Assembleia Constituinte. D. Augusto Eduardo Nunes, arcebispo de Evora (1885-1920), protestou por esse facto, escrevendo uma carta aos ex-colegas da docência coimbrã Bernardino Machado e Afonso Costa, equacionando assim o problema: «Desejaria eu (e estou seguro de que é o desejo de todos os meus colegas no Episcopado) que esse assunto fosse ponderado com madureza e reservado para a Assembleia Constituinte.»
Para D. Augusto Eduardo Nunes, a Lei da Separação não era um assunto encerrado, mas merecia ser aprofundado e discutido. Não o afirma claramente, talvez pela sua fidelidade à doutrina de Pio X contra a separação, porém, deixa antever que a longo prazo a Igreja poderia lucrar com o que chama uma "verdadeira liberdade". Porém, condena com duros atributos a Lei da Separação, então vigente, pelo carácter manietante face à liberdade da Igreja. (continua)

NO CENTENÁRIO DA PRIMEIRA REPÚBLICA (I)

Em 2010, celebra-se o CENTENÁRIO da Implantação da República. As relações entre a 1ª República e a Igreja foram muito difíceis mesmo.

A questão de fundo que se disputava em Portugal, entre a Igreja e o Governo Republicano, era a Lei da Separação Igreja-Estado.

Servindo-nos de um artigo do Cón. Senra Coelho, Professor no ISTE, publicado na revista Síntese, nº 200, "descrição histó­rica do impacto que teve a Primeira República na vida da Igreja, dos presbíteros e religiosos e a sua importância na elaboração de um protesto colectivo do episcopado português."


A SITUAÇÃO DE PORTUGAL NAS VÉSPERAS DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA

CNegritoom mais de 60% da população a viver da agricultura, Portugal chegou ao fim do século XIX com uma enorme dívida pública e com o agravamento significativo do nível de vida da população. A inércia dos governos monárquicos desgastou progressivamente a imagem da Monarquia, que perante a opinião pública se identi­ficava como uma oligarquia. Este facto beneficiou os republicanos que, depois do ultimato de 1890, intensificaram a sua propaganda com a finalidade de ganharem uma base social de apoio com vista à conquista do poder. Parece poder dizer-se que o ano de 1890 desen­cadeou de uma forma clara e crescente a crise do regime monárquico, anunciando o princípio do fim do sistema que haveria de desmoronar "formalmente" no dia 5 de Outubro de 1910.

DA UTOPIA À REALIDADE

A Primeira República Portuguesa, instaurada com a revolução de 5 de Outubro de 1910, é fruto de uma utopia social regeneradora da pátria. Esta, liberta da corrupção do escândalo do compadrio, viu-se enredada em dificuldades e contradições. Esta alternativa do regime em que foi constituído o movimento republicano, e esta vontade de passar do velho para o novo, acabou por se confrontar com o país economicamente em crise, com uma conflitualidade social crescen­te, inserido em relações internacionais nas quais se percebia já a possibilidade de um conflito em larga escala, ou até mundial.

O novo regime inaugurou em Portugal o processo de laicização da sociedade, instituindo a separação do Estado e da Igreja. Assim, introduziu o divórcio, a validade exclusiva do casamento civil e a protecção aos filhos ilegítimos. Referindo-nos aos direitos, liberdades e garantias fundamentais, a República introduziu o novo quadro legal da estrutura judiciária e algumas melhorias no campo social. Ao nível do ensino, a República realizou importantes esforços no sentido de melhorar quantitativa e qualitativamente o processo e organização da mesma. Politicamente, ao pretender criar um quadro constitucional assente no Parlamento, a Constituição de 1911 deu vida ao regime que faria reviver uma série de rupturas, conflitos, confrontações e instabilidade política que o caracteriza até 1926, com quarenta e cinco governos constitucionais, para além das eleições autárquicas, legislativas e presidenciais. Com tudo isto, multiplicaram-se as for­mações políticas e a diversidade ideológica. Nunca como então o acesso ao poder foi tão facilitado e ao mesmo tempo a queda desse poder tão rápida e definitiva.

A decisão tomada por Portugal de participar na Primeira Guer­ra Mundial comprometeu todos os ideais da regeneração do país. A crise económica agudizou-se e com ela a conflitualidade social tornou-se constante. Com a economia de guerra e com a crise que se lhe seguiu, a desorientação na política económica tornou-se total. Também os partidos republicanos se encontravam divididos a seguir à guerra. Assim, revelaram bastante dificuldade em gerir o processo político cada vez mais pulverizado entre a agitação operária de base anarco-sindicalista e a reorganização crescente das forças conservadoras, encabeçadas pelas elites católicas e por monárquicos tradicionalistas. (Continua)