domingo, 28 de fevereiro de 2010

Temporal causa estragos na Capela de Santa Helena

O seus 1100 metros de altitude colocam a Serra de Santa Helena`"à mão de semear" das grandes tempestades, como aquela que ultimamente se abateu sobre o nosso país.
Acabara de presidir à Eucaristia das 11 horas. Já na sacristia, um membro do Conselho Económico informa-me que o recente temporal fez estragos na Capela de Santa Helena. Disse-me ainda que membros deste Conselho se deslocariam à Serra logo a seguir ao almoço para analisar os prejuízos.
Eu é que já não consegui almoçar sem ver com os meus olhos o que se passara. E, apesar do compromisso que tinha assumido com uma simpática família ao aceitar o convite que me fez para almoçar, não consegui deixar de me deslocar à Serra. Tudo o que me soa a destruição em Santa Helena me marca fortemente. Ia preparado para o pior...
Que vi? A cruz da capela caiu e jaz em pedaços pelo largo fronteiriço. Uma parte do telhado foi arrancada pelo vento, estendendo-se os fragmentos pela Serra fora.
Já estive com alguém do Conselho Económico que fez a análise prometida após o almoço. Iremos logo, logo proceder à reparação dos estragos, contando com a colaboração e ajuda de todos.

Bodas de Prata e Bodas de Ouro




Doze casais em Bodas de Prata no presente ano e um em Bodas de Ouro estiveram hoje presentes na Missa da 11 horas, renovando as suas promessas matrimoniais.
Todos os casais que este ano celebram 25 ou 50 anos de casados haviam sido convidados pessoalmente para esta Eucaristia. Apareceram bastantes, felizmente, embora a comunidade gostasse que tivessem sido todos a aceitar o convite formulado. Parabéns aos que estiveram presentes!
Porquê esta celebração em plena Quaresma?
- Para dar continuidade à Eucaristia com Famílias que aconteceu em todos os povos.
- A Quaresma prepara-nos para a Páscoa. A penitência e cruz quaresmais têm sentido libertador. Também na vida familiar a cruz que a acompanha tem sentido de libertação. As doenças, os problemas económicos, as dificuldades na educação, a conflitualidade proveniente de feitios diferentes, de educação diferente, do egoísmo e da limitação humana preparam o casal para um amor mais consistente, mais profundo, mais enraizado, mais humano, mais ressuscitado.

Na homilia, o pároco lembrou as dificuldades dos casais, mas também as suas vitórias e apelou a um amor sem prazos de duração.Só a fidelidade merece um grande amor.
Em seguida os casais renovaram as suas promessas matrimoniais, servindo-se de um guião que lhes havia sido anteriormente entregue.O Pai Nosso foi cantado dando as mãos aos seus filhos, fruto do seu amor e da sua dedicação. No Abraço da Paz, o beijo filial teve sabor de gratidão, como o expressaram os filhos.
No fim da Eucaristia, enquanto o coro cantava os "Parabéns a você", o pároco, em nome da comunidade, distribuía pelos casais uma pequena lembrança, símbolo do grande apreço que a paróquia, família de famílias, nutre pelas suas famílias.
Vi as famílias presentes felizes, algumas não escondendo mesmo a sua emoção. Senti bailar muitas vezes dentro de mim aquele frase: Tudo pela família, nada contra a família".

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Terminou a adoração ao Santíssimo Sacramento

SOMOS COMUNIDADE NO TESTEMUNHO DA CARIDADE
Exactamente há 8 dias começou nesta paróquia, na capela de Gondomar, a adoração ao Santíssimo Sacramento. Seguiram-se Teixelo, Cravaz, Valverde, Esporões, Arguedeira, Senhora das Necessidades e Igreja Paroquial (para Tarouca e Castanheiro). Às 24 horas deste sábado, terminou este período forte e intenso de adoração a Jesus-Eucaristia.
Em cada dia, um povo foi convidado a dedicar três horas a Jesus Sacramentado. Houve momentos de oração colectiva, apoiados pelo livrinho elaborado para o efeito, e momentos de silêncio, de intimidade com o Senhor. Felizmente que a comunidade já não prescinde deste silêncio eloquente.
O tempo não colaborou, em geral. Chuva, vento, frio. Então hoje, meu Deus!
Este sábado foi intenso. Das 13.30 horas às 15.30 horas, houve adoração na capela do Lar. Das 17 horas até às 24 horas, adoração na Igreja Paroquial.
Porque era o último sábado do mês, um grupo da catequese foi participar e dinamizar a Eucaristia no Lar. Com os idosos, também eles e alguns dos seus pais que estavam presentes fizeram um tempo de adoração à divina Eucaristia. Edificante a maneira como se portaram, rezaram, cantaram, louvaram o Senhor. Imagino a alegria de Jesus pela presença dos seus "mais pequeninos": idosos e crianças! Senti a fé e o carinho destes para com Jesus. Muito bonito e edificante!
Depois da Eucaristia com crianças (hoje, por causa do temporal, faltaram bastantes), seguiu-se um tempo de adoração. Como os miúdos estiveram bem! Cantaram, rezaram, fizeram um momento de silêncio. Apesar do frio, de uma hora da catequese, da celebração da Missa, não revelaram cansaço, nem irrequietude durante a adoração. Senti-os bem, felizes por estarem com Jesus.
Também hoje os jovens dinamizaram um hora de "adoração jovem". Diferente, mas bela, serena, edificante, plena de fé.

Obrigado, Senhor, por esta disponibilidade do Teu Amor! Sempre nos esperas, porque sempre nos amas! Nestes dias, experimentamos aquela palavra de Bento XVI: "Tu não tiras nada e dás tudo."
Felicitações às pessoas que em bom número acorreram, estiveram, conversaram com o Senhor, O escutaram, Lhe abriram o coração, O deixaram entrar na sua vida.
Quantos desabafos chegaram ao coração de Cristo! Quantos gritos de alma! Quantos pedidos! Quanta gratidão e louvor! Quantos compromissos! Quanta paz!
Agradecimento sincero ao Diác. Amorim pela forma generosa e comprometida como colaborou com o Pároco e a comunidade durante esta semana de adoração. Agradecimentos a todos os colaboradores paroquiais pelo trabalho desenvolvido em prol da eficiências destes momentos. Parabéns a todos os que, apostolicamente, ajudaram outros a ir até Jesus. Parabéns a todos os que foram.
Valeu a pena.

Adoração ao Santíssimo Sacramento


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

2º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C

Ouça e leia AQUI o Evangelho do 2º Domingo da Quaresma (28-2-2010).

As leituras deste domingo convidam-nos a reflectir sobre a nossa “transfiguração”, a nossa conversão à vida nova de Deus; nesse sentido, são-nos apresentadas algumas pistas.
A primeira leitura apresenta-nos Abraão, o modelo do crente. Com Abraão, somos convidados a “acreditar”, isto é, a uma atitude de confiança total, de aceitação radical, de entrega plena aos desígnios desse Deus que não falha e é sempre fiel às promessas.
A segunda leitura convida-nos a renunciar a essa atitude de orgulho, de auto-suficiência e de triunfalismo, resultantes do cumprimento de ritos externos; a nossa transfiguração resulta de uma verdadeira conversão do coração, construída dia a dia sob o signo da cruz, isto é, do amor e da entrega da vida.
No Evangelho:
• O facto fundamental do episódio da transfiguração reside na revelação de Jesus como o Filho amado de Deus, que vai concretizar o plano salvador e libertador do Pai em favor dos homens através do dom da vida, da entrega total de Si próprio por amor. É dessa forma que se realiza a nossa passagem da escravidão do egoísmo para a liberdade do amor. A “transfiguração” anuncia a vida nova que daí nasce, a ressurreição.
• Os três discípulos que partilham a experiência da transfiguração recusam-se a aceitar que o triunfo do projecto libertador do Pai passe pelo sofrimento e pela cruz. Eles só concebem um Deus que Se manifesta no poder, nas honras, nos triunfos; e não entendem um Deus que Se manifesta no serviço, no amor que se dá. Qual é o caminho da Igreja de Jesus (e de cada um de nós, em particular): um caminho de busca de honras, de busca de influências, de promiscuidade com o poder, ou um caminho de serviço aos mais pobres, de luta pela justiça e pela verdade, de amor que se faz dom? É no amor e no dom da vida que buscamos a vida nova aqui anunciada?
• Os discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem também não ter muita vontade de “descer à terra” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens. Representam todos aqueles que vivem de olhos postos no céu, mas alheados da realidade concreta do mundo, sem vontade de intervir para o renovar e transformar. No entanto, a experiência de Jesus obriga a continuar a obra que Ele começou e a “regressar ao mundo” para fazer da vida um dom e uma entrega aos homens nossos irmãos. A religião não é um “ópio” que nos adormece, mas um compromisso com Deus que Se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens.

O Daniel

Idade jovem num corpo de criança. Completamente dependente, revela um sorriso fascinante, puro, cativante.
Ele comunica. A mãe entende-o às mil maravilhas. Mas o que é que as mães não entendem nos seus filhos? Aquilo que para nós é ininteligível ou não passa de um som anárquico, a mãe traduz de forma perfeita.
O Daniel é portista convicto. Sabe a hora e o canal em que vai jogar o Porto que, quando ganha, o deixa feliz.
Numa coisa ele é intransigente. Não gosta nada que lhe mexem nas imagens sagradas que tem no seu quarto. Jesus é para ele o seu tudo. Por isso, manifesta a sua satisfação quando semanalmente o ministro extraordinário da comunhão aparece. Pelo bater à porta já o conhece. E vive aquele momento da Comunhão de forma intensa, serena, íntima.
Aquela cabeça é um verdadeiro computador do último grito. Por isso, apesar do ritmo frenético a que se sucedem as notícias, ele vai buscar fácil e fielmente notícias que a televisão lhe trouxe há muito tempo.
Como tem um irmão na GNR, retém especialmente casos policiais com os quais confronta o mano quando este o vem visitar.
Naquela casa, tudo é universidade. Um jovem a quem a grave doença não deixa passar de menino. O sofrimento que não se queixa. O sorriso que nos inunda de paz. A inteligência que se comunica sem a verborreia das palavras. A mãe serena, devotada, entregue à cruz de seu filho, sem jamais esboçar uma palavra de desalente e muito menos de revolta.
Ao pé desta situação, apetece a perguntar a todos nós:
- Que direito temos nós de nos queixarmos? Que significado tem a nossa cruz comparada com esta cruz?
Se formos capazes de irmos mais vezes até junto dos doentes com um coração de "carne", aprenderemos facilmente a relativizar o que é relativizável e a centrarmo-nos no fundamental.

PAPA BENTO XVI EM PORTUGAL


Veja aqui o programa da visita papal.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Mal .... Bem.... Sofrimento... Silêncio

O mal nunca acabou com o mal. Se alguém praticar contra ti algo de mau, pratica tu o bem, de modo a destruíres a sua maldade com a tua boa acção».

«O abade PASTOR dizia: Sejam quais forem os teus sofrimentos, a vitória sobre eles está no silêncio».
In Ditos e Feitos dos Padres do Deserto (Assírio e Alvim)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Adorar a Cristo na Eucaristia, servir a Cristo nos doentes

"Quando vier na sua glória, acompanhado de todos os anjos, o filho do homem sentar-se-á sobre o trono da sua glória e todos os povos se reunirão diante dele para separar uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à direita e os cabritos à esquerda.
Dirá então o Pai àqueles que estiveram à sua direita: 'vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do reino que vos está preparado desde a criação do mundo.
Tive fome e vós deste-me de comer; tive sede e vós deste-me de beber; estive desabrigado e recolheste-me; nu e vestistes-me; doente e visitastes-me; estive no cárcere e fostes ver-me.'
E os justos perguntar-lhe-ão: 'Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer; com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos sem abrigo e te recolhemos ou nu e te vestimos? Ou quando foi que te vimos enfermo ou no cárcere e te fomos visitar?'
E o Rei responder-lhes-á: 'em verdade vos digo que todas as vezes que fizestes isto a um dos meus irmãos mais pequeninos, foi a mim que o fizestes."
Capítulo 25 do Evangelho de S. Mateus

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Desde segunda-feira que visitei mais de trinta doentes em Gondomar, Quintela, Arguedeira, Esporões, Cravaz, Valverde e Tarouca. Ainda falta uma parte de Tarouca e o Castanheiro do Ouro.
Além da presença amiga e solidária de elementos do GASPTA, também a chuva tem apostado em complicar. Louvado seja Deus com tudo e em tudo!
Então hoje! Temporal mesmo! Além dos doentes, um funeral antes da adoração à Santíssima Eucaristia nos Esporões. Complicado e cansativo. Mas Cristo tudo merece. Adorá-lo na Eucaristia e servi-lo nos irmãos mais fracos e carentes é um motivo de alegria. Sempre.
O mesmo desabafo sofrido. A mesma constante. Solidão. Eu sei que muitas vezes não é por mal. As pessoas sentem que deviam visitar mais os doentes. Só que depois aparecem as desculpas. "Não tenho tempo... Vou amanhã... Está a chover... Está calor... Hoje não posso... Há gente que tem pouco que fazer e que podia visitar os doentes... Eu também sou doente... Não sei o que hei-de dizer aos doentes... "
Visitar os doentes não é só para os outros, é para cada um de nós. Os doentes não precisarão de muitas palavras, precisam é de muito coração para se sentirem acarinhados, escutados, gente.
Pense nisto, amigo visitante! Se amanhã estiver doente, também gostará de sentir esta mesma solidão e abandono???

DESISTIR? NUNCA!

Não é a queda que torna o homem pequeno. É a desistência que o anula. Às vezes, e como intuía Aristóteles, «é no fundo de um buraco ou de um poço, que acontece descobrir-se as estrelas».

Por isso, Irmão, não comeces a desistir e nunca desistas de começar. Mesmo que te custe.

Aquilo que esperas vai acontecer. Não saberemos quando, mas vai acontecer. «A esperança espanta o próprio Deus», como dizia Péguy. Portanto, ela vai, uma vez mais, surpreender.
http://theosfera.blogs.sapo.pt/

NÃO TE IMPORTES DE CHORAR

O nosso pranto não é inócuo. Às vezes, até pode ser sadio chorar. O adágio segundo o qual «um homem nunca chora» carece de veracidade e sobretudo de sapiência. Porque não chorar?

Com efeito, há tanto para chorar à nossa volta. Há tanto para chorar dentro de nós. O nosso egoísmo. O nosso ensimesmamento. A nossa resistência à vontade de Deus. A nossa férrea oposição ao desígnio do Pai. A nossa mediocridade. A nossa indiferença. O nosso repentismo. A nossa tibieza. O nosso calar perante a injustiça. O nosso falar exaltante sobre as falhas dos outros.

Não são estes sobejos motivos para chorar? Mas não basta.

Só Deus redimirá as nossas lágrimas: as que deslizam furtivas e as que correm convulsas.

Vai, por isso, ao encontro do Senhor. Não hesites em pedir o Seu perdão. Oferece-Lhe o teu arrependimento. Ele presentear-te-á com a torrente da Sua misericórdia.

Há quanto tempo não celebras o Sacramento da Reconciliação? Há quanto tempo não te aproximas de Cristo presente no sacerdote?

Também és dos que dizem confessar-se directamente a Deus? Então e a confissão sacramental é feita a quem? Não é Cristo que está na pessoa do padre? Onde mora, afinal, a tua fé?

O padre também peca? Pois peca. Tanto ou mais que tu.

Mas não achas maravilhoso — e sumamente comovente — acolher o perdão divino através de um instrumento tão frágil? Tão parecido contigo? Porque complicas pois o que Cristo simplificou?

Ser um homem como tu a oferecer-te Deus, em forma de perdão, não achas que é um dos maiores prodígios que se pode conceber?
http://theosfera.blogs.sapo.pt/

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O cansaço da Fé é a maior heresia da actualidade

O Papa Bento XVI considera que a maior heresia dos tempos actuais é o cansaço da Fé, o desgaste com que muitos cristãos vivem a sua relação com Deus, confessou a jornalista Aura Miguel, que acompanha regularmente o Papa nas suas viagens apostólicas, acrescentando que este cansaço manifesta-se, sobretudo, na Europa. Daí a visita de quatro dias a Portugal, um país muito referenciado por Bento XVI nas suas homilias em Itália.
In Correio da Manhã

Um dos grandes desafios para a Igreja no nosso país é promover a formação dos cristãos

Fonte: Rádio Renascença

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Why not priest?

Obrigado aos Apóstlos@Navegantes pela proposta.

Porque não ser sacerdote?

Nós por cá

Exposição do Santíssimo Sacramento nas capelas da paróquia. Depois de Gondomar e Teixelo, foi hoje a vez de Cravaz. Segue-se Valverde e Esporões.
Senti que têm sido momentos importantes, vividos, intensos, sentidos. Aquelas três horas diante do Senhor exposto, com um povo que adora a Santíssima Eucaristia, são uma bênção para todos.
Realço o facto de as pessoas já terem descoberto a importância do silêncio. Se há momentos de oração colectiva, apoiada pelo guião elaborado para o efeito, também existem momentos de profundo silêncio em que a alma se enche de graça, escuta o Senhor e com Ele fala.
Como diz Bento XVI, a nossa fé é uma fé eucarística. Sem a Eucaristia, os católicos são como barcos perdidos no meio do mar.A Eucaristia é bússola, é luz, é força, é conforto, é alimento, é caridade. Assim, e neste contexto, o tema da pregação tem sido o slogan deste período do ano pastoral: "SOMOS COMUNIDADE NO TESTEMUNHO DA CARIDADE".
Parabéns aos povos onde já se realizou a adoração ao Santíssimo Sacramento pela maneira séria, bonita e disponível como souberam estar com o Senhor. Esperamos que assim continue.

Também foram visitados hoje doentes de Gondomar e Quintela. Seguem-se amanhã os doentes de Arguedeira e Esporões.
O pároco, e elementos do GASPTA, que oferece uma pequena recordação aos doentes, estiveram junto dos irmãos a quem a cruz da dor bateu à porta. É sempre uma universidade aberta a cama de um doente."Vinde, benditos do Meu Pai, porque estive doente e fostes-me visitar" - Jesus Cristo.
Vi silêncios magoados de quem não pode falar; ouvi choros de quem não aguenta mais a força do sofrimento; senti vozes sofridas que se abrem à esperança; houve desabafos de quem está cansado de estar sozinho; testemunhei a serenidade de quem aceita a situação e com ela convive; reparei na solicitude de gente que trata com desvelo os seus doentes...
E deixo o apelo que imensas vezes tenho feito à comunidade: VISITEM OS DOENTES! Quando sentem a nossa presença, o nosso coração que acolhe os seus desabafos, o nosso sorriso de amizade, ai eles sentem-me melhor! Nem sempre precisarão que lhe digamos muito, mas sempre necessitam que os ouçamos muito.

A MONTANHA

IGREJA DE TAROUCA: PINTURA MURAL

A ecrestudos de conservação e restauro - é uma revista que difunde o trabalho científico que tem vindo a ser desenvolvido na área da conservação e restauro de bens culturais. Esta publicação pretende ser uma plataforma para investigadores, abrangendo não apenas aqueles que se encontram vinculados à Universidade Católica Portuguesa e ao Centro de Investigação da Escola das Artes (CITAR), mas também especialistas de outros centros nacionais e internacionais.

Ora este revista traz um longo artigo sobre o restauro da pintura mural, com o tema da "Ressurreição", situada no arcossólio da Igreja Paroquial de Tarouca. Trata-se de uma pintura que se destaca pela sua singularidade, existindo poucos exemplares desta época ( séculos XV e XVI) na nossa zona.

Então se quer ler o estudo apresentado, carregue aqui e veja da página 73 à página 85.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dois compromissos

Neste 1º Domingo da Quaresma 2010, esta comunidade cristã assumiu dois compromissos:
- Rezar todos os dias a Oração da Quaresma em FAMÍLIA.
- Conversão pessoal. Cada um, olhando para dentro de si, assumiu diante do Senhor, no segredo que só Deus vê, mudar algo na sua vida. Assim como não se sobe de uma só conchada o escadório dos Remédios, também ninguém consegue mudar tudo de uma vez na sua vida. A vida espiritual sobe-se degrau a degrau. Sempre confiando na perspectiva de Deus que premeia mais o esforço feito do que os êxitos alcançados.

Impressionou-me a adesão pública da comunidade à proposta que lancei sobre a Oração da Quaresma em Família a seguir ao jantar. E mais: se algum dia, por esquecimento ou outro motivo, ela não for rezada, no dia seguinte é rezada duas vezes! Aquele SIM unânime pronunciado bem alto marcou-me.

Claro que tive que escolher a oração que resumisse a essência da Quaresma. Claro que tive que a fotocopiar e mandar distribuir por cada pessoa. Mas valeu a pena!

Tantas vezes que a nossa pregação é tão teórica! Tantas vezes que fica pela interpretação bíblica ou pela análise teológica! Tantas vezes que se detém pela moral ou pela dissecação social! Tantas vezes que é meramente reactiva e nada ou pouco tem de prospectiva!
As pessoas precisas de referências concretas, de propostas concretas, de ideias que assimilem e entendam. Enfim, de um cristianismo encarnado. Só assim se sentem mobilizadas e comprometidas. Só assim aderem.

Vai longe o tempo em que o "Sermão" era um espectáculo. O bom pregador tinha que falar alto, modelar a voz durante o discurso, explorar o sentimentalismo. "Padre que não fizesse chorar a assembleia, não era bom pregador". Mas quando se perguntava às pessoas o que dissera o pregador, elas respondiam: "Não sei, mas que falou bem, falou!"
Hoje, esse barroquismo oratório passou à História. Não se grita na pregação, fala-se calmamente (eu nem sempre, reconheço! Ihihih), evita-se o gongorismo. Mas será que as pessoas nos ouvem? Será que "apanhamos" a assembleia? Ou agora em vez de chorarem como antigamente, "batem" uma valente soneca? Ou vagueiam mentalmente por outros assuntos? Ou abrem a boca porque daquilo não percebem nada?

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Vida do Santo Cura d'Ars em BD

Veja ao fundo da página o vídeo.

Exposição do SS.mo Sacramento

EUCARISTIA CELEBRADA, EUCARISTIA ADORADA, EUCARISTIA VIVIDA
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20/2 – Gondomar – das 15 às 18 horas
21/2 – Teixelo – das 9.30 às 12,30 horas
22/2 – Cravaz – das 15 às 18 horas
23/2 – Valverde – das 15 às 18 horas
24/2 – Esporões – das 15 às 18 horas
25/2 – Arguedeira - – das 15 às 18 horas
26/2 – Senhora das Necessidades – das 15 às 18 horas
27/2 – Igreja Paroquial – das 17 às 24 horas (Castanheiro do Ouro e Tatouca)
28/2 – Celebração das Bodas de Ouro e de Prata (casais que este ano celebram 25 ou 50 anos de casados)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

1º Domingo da Quaresma - Ano C

S. Paulo realça continuamente o lugar da fé na história da salvação. Esta, com efeito é dom de Deus e não fruto do cumprimento da Lei. A fé ocupa um lugar fundamental na vida do homem. Por ela este abre-se à transcendência e reconhece a presença do Senhor na sua vida e na humanidade; por ela obtém a certeza de que a salvação é, antes de mais, dom da misericórdia divina que o liberta do pecado e o reconcilia consigo.
Se na adversidade pudermos contar com o Senhor, a vida ganhará em clarividência e a certeza das nossas decisões não se deixará abalar face às sedutoras ofertas das tentações (riqueza, poder, fama). A Quaresma, como tempo favorável e de salvação, pretende reforçar as nossas opções em Cristo. A santidade, vocação universal.'horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral', dar-nos-á a dinâmica intrínseca e qualitativa na comunhão com a Trindade. A Igreja não pode esquecer o ser o rosto da esposa de Cristo, chamada à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade.
O plano pastoral diocesano para a quaresma apresenta-nos como linha condutora a relação que cada comunidade há-de estabelecer entre a Eucaristia e a prática da partilha e da solidariedade cristã. Quanto mais crentes, mais fraternos e solidários. Partilhar o Pão eucarístico exige a partilha do pão, alimento do corpo.
O Papa, na mensagem quaresmal, convida-nos a sair daquela ilusão de auto-suficiência, daquele estado de fecho, que é a própria origem da injustiça, o homem não é um ser autárquico, mas precisa do Outro para ser plenamente ele mesmo, aceitar a própria indigência, dos outros e de Deus, exigência do seu perdão e amizade. É necessária a humildade para aceitar que se precisa que um Outro nos liberte do meu para me dar gratuitamente o seu. Graças à acção de Cristo, nós podemos entrar na justiça maior que é a do amor. Precisamos de sociedades justas, onde todos recebam o necessário para viver segundo a própria dignidade de homem e onde a justiça é vivificada pelo amor.
Também o nosso bispo lembra a partilha fraterna que autentica o nosso testemunho de cristãos.

P.e Adriano Monteiro

"Convertei-vos a mim de todo o vosso coração!"

1. Processo Quaresmal: CONVERSÃO

2.Três maneiras concretas de o viver:
- a esmola (renúncia quaresmal)
- a oração
- o jejum.

3. Modo de proceder:
- É necessário que a mão esquerda não saiba o que faz a direita
- Que o jejum e a oração nasçam dum coração recto e sincero, decidido a converter-se, já que é do coração do homem que depende o seu destino
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4. Apoios:
- "Em nome de Cristo, suplicamo-vos: reconciliai-vos com Deus". O Sacramento da Confissão
- A Eucaristia, Banquete que alimenta a caminhada da Vida
- A Palavra de Deus, Luz dos nossos passos

DEUS NUNCA ERRA!

Um rei que não acreditava na bondade de DEUS. Tinha um servo que em todas as situações lhe dizia: Meu rei, não desanime porque tudo que Deus faz é perfeito, Ele não erra!
Um dia eles saíram para caçar e uma fera atacou o rei. O seu servo conseguiu matar o animal, mas não pôde evitar que sua majestade perdesse um dedo da mão.
Furioso e sem mostrar gratidão por ter sido salvo, o nobre disse: Deus é bom? Se Ele fosse bom eu não teria sido atacado e perdido o meu dedo.
O servo apenas respondeu: Meu Rei, apesar de todas essas coisas, só posso dizer-lhe que Deus é bom; e ele sabe o porquê de todas as coisas.
O que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra! Indignado com a resposta, o rei mandou prender o seu servo. Tempos depois, saiu para uma outra caçada e foi capturado por selvagens que faziam sacrifícios humanos.
Já no altar, prontos para sacrificar o nobre, os selvagens perceberam que a vítima não tinha um dos dedos e soltaram-no: ele não era perfeito para ser oferecido aos deuses.
Ao voltar para o palácio, mandou soltar o seu servo e recebeu-o muito afectuosamente. Meu caro, Deus foi realmente bom comigo! Escapei de ser sacrificado pelos selvagens, justamente por não ter um dedo! Mas tenho uma dúvida: Se Deus é tão bom, por que permitiu que você, que tanto o defende, fosse preso?
Meu rei, se eu tivesse ido com o senhor nessa caçada, teria sido sacrificado em seu lugar, pois não me falta dedo algum. Por isso, lembre-se: tudo o que Deus faz é perfeito.
Ele nunca erra! Muitas vezes nos queixamos da vida e das coisas aparentemente ruins que nos acontecem, esquecendo-nos que nada é por acaso e que tudo tem um propósito. Toda a manhã ofereça seu dia a Deus.Peça para Deus inspirar os seus pensamentos, guiar os seus actos, apaziguar os seus sentimentos. E nada tema, pois DEUS NUNCA ERRA!!!

Organizações católicas lembram situações de «escravatura laboral» que atingem emigrantes

"Segundo as mais recentes estimativas, saem anualmente do país entre 90 a 100 mil portugueses. Esta vaga de emigração, protagonizada por jovens com formação académica, técnica e profissional, é diversa da que ocorreu no passado."

“São centenas de milhares que não encontraram aqui os meios para a construção de uma vida digna, sem esquecer aqueles que se sujeitam a esquemas de trabalho temporário em Espanha, França, Holanda, na agricultura e na construção, tantas vezes feitos vítimas de exploração e de escravatura laboral”, alerta a mensagem"

Neste sentido, em relação aos imigrantes, condena-se “a exploração laboral, o trabalho mal pago e quase escravo, a precariedade, a exploração sexual em ligação com o tráfico de seres humanos, a não efectivação de direitos consagrados na lei por parte de instituições civis e do próprio Estado.”

“Quaresma é tempo de orientar a atenção para os mais pobres e marginalizados, para aqueles a quem a sorte parece não sorrir, para aqueles que vivem despojados da dignidade humana e de filhos de Deus, sabendo que entre eles estão muitos migrantes, sem a alegria de viver e despidos de auto-estima.”
Fórum das Organizações Católicas para a Imigração (FORCIM) - ecclesia

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

É bem verdade!

“A fé não muda as coisas; a fé muda o coração e o olhar sobre as pessoas e as coisas”. (René Pillot)

"Fora da caridade não há salvação." (Allan Kardec)

Mensagem para a Quaresma do Bispo de Lamego

Iniciamos hoje, Quarta-feira de Cinzas, o longo Retiro que todos os anos a Igreja nos proporciona. Percorremos o tempo favorável e de salvação da Quaresma, para que “pela oração mais intensa, pela caridade mais diligente, participando nos mistérios da renovação cristã”, cheguemos, revigorados e confirmados na fé, à Páscoa do Senhor.
Em Ano Sacerdotal, preparando já a Visita do Santo Padre e com os olhos no Santo Cura de Ars, referência e modelo que nos é proposto, ponhamos na celebração do Sacramento da Penitência, particular solicitude pastoral. Seja, para nós sacerdotes, a Confissão Sacramental, séria e cuidadosamente preparada, determinante da conversão a que todos somos chamados e meio privilegiadíssimo da renovação espiritual das nossas comunidades.
Comungaremos assim os sentimentos da mensagem que Bento XVI nos envia para esta Quaresma. Partindo da afirmação de S. Paulo: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé e Jesus Cristo, o Santo Padre reflecte sobre a justiça que implica, como a define o direito romano, “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum; e, iluminado pela Palavra do Senhor do Evangelho de S. Marcos sobre o que torna o homem impuro, detém-se no desenvolvimento do seu significado o qual, segundo o pensamento do Papa, é o resultado da troca consciente e exigente do meu, marcado pela limitação e pelo pecado do homem velho, expressão da minha indigência e auto-suficiência, pelo seu, que me é dado gratuitamente - a riqueza da Graça que me regenera como nova criatura e me aproxima do projecto de Deus ao criar-me à Sua imagem e semelhança. Diz o Santo Padre: “Isto acontece particularmente nos sacramentos da Penitência e da Eucaristia”, os quais portanto iremos celebrar e viver com especial fervor e devoção. A prática das Quarenta Horas, tradicional em várias paróquias que a vivem com tanta intensidade, e os tempos de Adoração ao Santíssimo Sacramento, por altura da celebração das Confissões Quaresmais nas comunidades, seguindo a orientação proposta no Plano de Pastoral para a Diocese, muito contribuirão para o cumprimento daquela recomendação que nos faz o Santo Padre.
Não esqueceremos a partilha fraterna, através duma caridade mais diligente, como rezamos na Liturgia, e que autentica o nosso testemunho de cristãos. Fomos certamente já muito generosos para com os nossos irmãos do Haiti, vítimas da tragédia que está longe de ultrapassar-se; e continuaremos a sê-lo, porque o destino da renúncia quaresmal deste ano é precisamente este, como pareceu bem no último Conselho de Arciprestes.
Concluo com os votos de Sua Santidade na referida mensagem e que me atrevo a formular também como meus: “ A Quaresma culmina no tempo Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo que veio para realizar a justiça.”
+ Jacinto Tomaz de Carvalho Botelho, bispo de Lamego

Quarta-feira de Cinzas

Quarta-feira de Cinzas. Início da Quaresma.
- Meu Deus! Fui a Lisboa ao funeral de um amigo que deixou em testamento que queria ser cremado. Um homenzarrão daqueles num punhadinho de cinzas!
O rito da imposição das cinzas neste dia lembra a nossa pequenez, a nossa fragilidade, a nossa limitação. "Lembra-te, ó homem, que és pó e em pó te hás-de tornar." É quando humildemente tomamos consciência da nossa limitação que somos capazes de nos abrir Àquele que nos pode tornar fortes.

No século V antes de Cristo, logo depois da pregação de Jonas, o povo de Nínive proclamou um jejum a todos e se vestiram de saco, inclusive o Rei, que além do mais se levantou de seu trono e sentou-se sobre cinzas (Jn 3,5-6). No Antigo Testamento existe a prática estabelecida de utilizar-se cinzas como símbolo (algo que todos compreendiam) de arrependimento, de conversão, de mudança de vida.

Antigamente utilizava-se a cinza para para lavar a roupa. Então a cinza também nos recorda a necessidade de nos purificarmos, de partirmos ao encontro do Senhor que nos transfigura. Quaresma é tempo de perdoar e sermos perdoados, tempo de reconciliação com Deus e com os irmãos.

Ainda hoje muitos agricultores aproveitam a cinza para adubar e fortalecer a terra onde vão crescer os alfobres e as "curiosidades" (couves, alfaces, cebolas...). A cinza lembra-nos que somos alfobre, crescemos ajudando a crescer os outros. Nenhum homem é uma ilha. Só o adubo da caridade e do serviço nos faz desenvolver sadiamente. Quaresma puxa-nos para os outros. Só existe comunidade pelo serviço da caridade. Então a renúncia é parte fundamental da caminhada quaresmal.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

«A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo».

Mensagem do Santo Padre para a Quaresma
todos os anos, por ocasião da Quaresma, a Igreja convida-nos a uma revisão sincera da nossa vida á luz dos ensinamentos evangélicos . Este ano desejaria propor-vos algumas reflexões sobre o tema vasto da justiça, partindo da afirmação Paulina: A justiça de Deus está manifestada mediante a fé em Jesus Cristo (cfr Rom 3,21 – 22 ).
(...)
Queridos irmãos e irmãs, a Quaresma culmina no Tríduo Pascal, no qual também este ano celebraremos a justiça divina, que é plenitude de caridade, de dom, de salvação. Que este tempo penitencial seja para cada cristão tempo de autentica conversão e de conhecimento intenso do mistério de Cristo, que veio para realizar a justiça.
Leia aqui a Mensagem do Santo Padre:

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Diga-nos a sua dúvida...

Senhor Padre:
Não interessam agora os motivos, mas separei-me do meu marido há 15 anos com que casara catolicamente. Nunca tive mais ninguém na minha vida. Do meu casamento, nasceram dois filhos. Ambos foram baptizados, fizeram a 1ª Comunhão e a Profissão de Fé, mas só o mais velho está crismado. Ah! Ambos são já maiores de idade.
Embora separados, continuamos amigos e colaboramos sempre na educação dos filhos. Só que cada um seguiu a sua vida.
As minhas dúvidas são estas:
- Eu continuo a frequentar a Igreja e faço parte da Conferência Vicentina, mas, com pena minha, não tenho comungado devido à minha situação. Será que estou a proceder bem?
- Minha irmã está a fazer muita pressão para que o meu filho mais novo seja padrinho de Baptismo do meu sobrinhito. E ele até está encantado com a ideia. Será que pode ser padrinho? Apesar dos meus esforços, ele não vai muito à Igreja...
- Peço a sua opinião pessoal. A da Igreja eu já sei. Acha bem que uma pessoa que teve um primeiro casamento fracassado e depois voltou a refazer a sua vida e é feliz numa nova família feliz, não possa comungar? Então não dizemos nós que onde há caridade e amor ali está Deus?
Ana Baptista, Lisboa

D. Ana:
Antes de mais, saúdo-a no Senhor e agradeço a sua presença neste blog. Felicito-a também pelas pertinentes questões que coloca.
Vou procurar responder, tentando ser claro e oferecendo o meu humilde contributo para sua reflexão. Oxalá consiga ajudar.

1. O facto de estar civilmente divorciada não afecta nem a impede de participar em celebrações religiosas nem sequer impede que a D. Ana comungue, pois o mero facto do divórcio não constitui por si mesmo uma situação de pecado. Só quando o divorciado casa novamente ou assume uma união de facto pública e notória coloca-se numa situação matrimonial ‘objetivamente irregular', situação que em princípio a impede de receber a comunhão.
2. Para assumir o "múnus" de padrinho ou de madrinha de Baptismo, é necessário ter em conta os seguintes factores:
* Ter 16 ou mais anos de idade.
* Ter recebido os três sacramentos da iniciação Cristão: Baptismo, Eucaristia (Comunhão) e Confirmação (Crisma).
* Se for casado, deve ser casado pela igreja. Se for casado pelo civil, ou se viver em União de Facto, mesmo que tenha idade para ser padrinho, NÃO pode ser padrinho de baptismo ainda que tenho sido confirmado.
* Levar uma vida digna compatível com a missão que vai desempenhar.
(Código de Direito Canónico, cânones 872, 873, 874)
Acho que aqui está tudo esclarecido. O seu filho ainda não fez a sua iniciação cristã - falta-lhe o Crisma. Além disso, o facto de ainda não assumir em plenitude a fé da Igreja - não pratica ou fá-lo raramente - não contribui nada para que seja um representante da fé da Igreja junto da criança para quem se quer pedir o Baptismo.
Penso que será mais honesto ajudar o seu filho na caminhada da fé e receba o Crisma para mais tarde então poder ser padrinho.
Se os pais quiserem baptizar a criança já, então será melhor que escolham outro padrinho. Em nome da verdade.
Convém lembrar que a Igreja actualmente não exige um padrinho e uma madrinha como antigamente. Basta UM deles, desde que reúna as condições acima mencionadas.
Aconselho-a ainda a falar com o Pároco da sua Paróquia sobre este assunto. Nada como uma conversa presencial.
3. D. Ana, a minha opinião pessoal sobre o assunto nada interessa para o caso. Constato pela experiência da vida que há pessoas que foram infelizes numa primeira relação e que, terminada esta, refizeram a sua vida com outra pessoa com a qual são felizes num lar feliz, como diz.
Mais, conheço gente recasada - não tanta como gostaria - que é fantástica no contributo generoso que oferece à comunidade, na presença assídua e empenhada na vida da Igreja e que, embora sofrendo, não deixa de acatar as orientações da Igreja no tocante à comunhão sacramental e ao facto de não poder ser padrinho/madrinha de Baptismo.
Existe uma realidade que muitas vezes esquecemos e que se chama "Comunhão espiritual". Aqui deixo uma pequena reflexão sobre a COMUNHÃO ESPIRITUAL, esperando que seja uma ajuda:
"A comunhão espiritual consiste, como diz São Tomás de Aquino, num desejo ardente de receber Jesus Cristo sacra- mentalmente.A Comunhão Espiritual é a reserva de vida e de Amor Eucarístico sempre ao alcance da mão para os enamorados de Jesus Eucaristia. Por meio da Comunhão Espiritual, de facto, ficam satisfeitos os desejos de amor da alma que quer unir-se a Jesus seu Amado Esposo. A Comunhão Espiritual é união de amor entre a alma e Jesus Hóstia. União toda Espiritual, mas real, até mais real do que a própria união em nós da alma com o corpo, “porque a alma vive mais onde ama, do que onde vive”, diz São João da Cruz.
A Comunhão Espiritual supõe, é evidente, a fé na Presença Real de Jesus nos Sacrários. Ela compreende o desejo da Comunhão Sacramental e exige a Acção de Graças pelo Dom recebido de Jesus. Tudo isso está expresso com simplicidade na fórmula de Santo Afonso de Ligório:
“Meu Jesus, eu creio que vós estais no Santíssimo Sacramento. Eu vos amo sobre todas as coisas. Eu vos desejo em minha alma. E, já que agora não posso receber-Vos Sacramentalmente, vinde pelo menos espiritualmente ao meu coração. Eu Vos abraço e me uno a Vós. Não permitais que eu me separe mais de Vós.”
A Comunhão Espiritual produz os mesmos efeitos que a Comunhão Sacramental, conforme as disposições de quem a faz, conforme maior ou menor carga de afecto com que se deseja receber a Jesus e o amor mais ou menos intenso com que se recebe Jesus e com que nos relacionamos com Ele. Privilégio exclusivo da Comunhão Espiritual é o de poder ser feita quantas vezes quisermos (e até mesmo centenas de vezes por dia), quando quisermos (mesmo em plena noite), onde quisermos (até num deserto... ou num avião em pleno vôo).
É conveniente fazer a Comunhão espiritualmente quando se participa na Santa Missa e não se pode fazer a Comunhão Sacramental no momento em que o sacerdote comunga."

Muita paz no Senhor Jesus.

Pode ver na internet

Boletim APELO da Quaresma:
http://paroquiadetarouca3.no.sapo.pt/boletim_fpf/paginas/boletim.html

Jornal SOPÉ DA MONTANHA:
http://paroquiadetarouca4.no.sapo.pt/sope.pdf

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Uma coisa de cada vez

Há tempo para tudo, diz a Bíblia.
Estamos a viver a quadra carnavalesca. "É Carnaval, ninguém leva a mal".
Durante muito tempo - e ainda hoje em certos lugares - os cristãos são chamados para dentro das Igrejas "para desagravar Jesus dos pecados que contra Ele são cometidos nestes dias."
Confesso que se me arrepiou um bocado esta ideia. Jesus rezou ao Pai, pedindo-Lhe pelos seus discípulos (de todos os tempos): "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal". Aos discípulos, Jesus disse ainda: "Deixo-vos a Minha alegria para que em vós ela seja completa." Assim, não é tirando os cristãos do mundo que o mundo melhora.É preciso que eles estejam lá como sal, luz e fermento. Só estando, podem testemunhar a verdadeira alegria, aquela que nasce do coração e não magoa ninguém.
Há tempo para tudo. Vem a seguir a Quaresma, espaço privilegiado para nos sintonizarmos com o Senhor, para aferir critérios, para nos purificarmos e convertermos.
Há tempo para tudo. Nestes dias, que os cristãos participem nas festividades carnavalescas, imprimindo-lhe sabor evangélico.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Exposição do SS.mo Sacramento

EUCARISTIA CELEBRADA, EUCARISTIA ADORADA, EUCARISTIA VIVIDA
20/2 – Gondomar – das 15 às 18 horas
21/2 – Teixelo – das 9.30 às 12,30 horas
22/2 – Cravza – das 15 às 18 horas
23/2 – Valverde – das 15 às 18 horas
24/2 – Esporões – das 15 às 18 horas
25/2 – Arguedeira - – das 15 às 18 horas
26/2 – Senhora das Necessidades – das 15 às 18 horas
27/2 – Igreja Paroquial – das 17 às 24 horas
28/2 – Celebração das Bodas de Ouro e de Prata (casais que este ano celebram 25 ou 50 anos de casados)

Seis mil participantes estão inscritos para o Encontro Ibérico de Jovens

Encontro Ibérico leva festa cristã ao Porto
Iniciativa promovida pela Comunidade ecuménica de Taizé
Veja aqui:

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

6º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Evangelho de domingo 14 de fevereiro de 2010

• Todos conhecemos a desilusão e a frustração que resultam da confiança traída. É uma experiência bem dolorosa confiar/esperar e receber traição/ingratidão. Em certos momentos extremos, parece que tudo se desmorona à nossa volta e que perdemos a vontade de continuar a construir a nossa vida. A leitura de hoje põe-nos de sobreaviso: tudo o que é humano é efémero, limitado, finito; só em Deus encontramos o rochedo seguro que não falha e que não nos decepciona.

• A certeza da ressurreição garante-nos que Deus tem um projecto de salvação e de vida para cada homem; e que esse projecto está a realizar-se continuamente em nós, até à sua concretização plena, quando nos encontrarmos definitivamente com Deus.

• A proposta de Jesus apresenta uma nova compreensão da existência, bem distinta da que predomina no nosso mundo. A lógica do mundo proclama “felizes” os que têm dinheiro (mesmo quando esse dinheiro resulta da exploração dos mais pobres), os que têm poder (mesmo que esse poder seja exercido com prepotência e arbitrariedade), os que têm influência (mesmo quando essa influência é obtida à custa da corrupção e dos meios ilícitos); mas a lógica de Deus exalta os pobres, os desfavorecidos, os débeis: é a esses que Deus Se dirige com uma proposta libertadora e a quem convida a fazer parte da sua família. O anúncio libertador que Jesus traz é, portanto, uma Boa Nova que enche de alegria os corações amargurados, os marginalizados, os oprimidos. Com o “Reino” que Jesus propõe aos homens, anuncia-se um mundo novo, um mundo de irmãos, de onde a prepotência, o egoísmo, a exploração e a miséria serão definitivamente banidos e onde os pobres e marginalizados terão lugar como filhos iguais e amados de Deus.

Já sei onde é o Inferno...

Naquela manhã, o Paulinho entra na sala de aula muito espavorido. Mal a professora manda sentar os alunos, o Paulinho levanta a mão.
- Que foi agora, Paulinho!?
Senhora professora, senhora professora, já sei onde fica o Inferno!
- Já sabes onde fica o Inferno!? Hum, que vai sair agora?...
- Sei. Fica em minha casa!
- Em tua casa!? Como pode ser?
- Sim. Olhe, quando nos portamos mal, a minha mãe diz: "Que diabinhos me saístes!" E quando o meu pai chega a casa com os copos e começa a gritar e a partir tudo, a minha mãe diz-nos: "Pronto, já chegou o diabo!" E quando a minha mãe começa a pegar com o meu pai, este responde-lhe: "Tens uma língua que dava para varrer trinta infernos!"
- Ah! - exclama a professora. - Meninos vamos abrir o livro na página 69!

Eu por ti

Terminou a acção pastoral "Missa com famílias".

O Conselho Pastoral Paroquial planificou para Janeiro/Fevereiro uma acção pastoral a que se deu o nome "Eucaristia com famílias".
O tema do Plano Pastoral é a Eucaristia. Neste lapso de tempo (Janeiro/Fevereiro), o subtema é "Eucaristia e Família". Foi neste contexto que surgiu no Conselho Pastoral a ideia da realização da acção que hoje terminou. Foram nove as celebrações eucarísticas. Pelos diversos povos. Nenhum delas demorou menos de hora e meia.
No geral, esteve muita gente, felizmente. Pais, filhos e avós.
Nestas celebrações, houve espaço para o silêncio, a partilha, a interiorização, a oração colectiva, o compromisso.
O computador portátil deu muito jeito, sobretudo pela possibilidade de ouvir músicas com imagens e de visualizar imagens atinentes à família e Eucaristia. Uma imagem vale mais do que mil palavras, dizem. Por outro lado, o boletim possibilitou às famílias participar nos cânticos, leituras e oração das famílias.
Muito importante foi a participação das pessoas, quer no testemunho que partilharam na homilia, quer pelas intenções formuladas na oração dos fiéis e no momento dos defuntos. Aquele Pai Nosso, quase espontaneamente rezado de mãos dadas, após a audição do Pai Nosso de Sevilha, teve muito significado.
No fim, antes da consagração das famílias a Nossa Senhora, e tendo como pano de fundo uma música, as famílias formularam o seu compromisso o qual, depois de dobrado, foi colocado por elas num recipiente que fica agora diante do altar do Senhor, na Igreja Paroquial, até ao fim do presente ano pastoral, significando entrega, confiança e compromisso. Que o Senhor aceite o bom propósito das nossas famílias e as abençoe.

Uma palavra para o casal que representa a família no Conselho Pastoral (Dr Luís e Dra Lurdes) pela acutilância com que sempre se batem pela família naquele conselho, pela preciosa ajuda na preparação desta acção e pela presença dos dois ou de um deles em todas as Eucaristias.Muitos parabéns.
Também uma parte significativa do coral esteve presente em todas (só não pôde na primeira). Animaram os cânticos e ofereceram testemunho. Muitos parabéns.
Através do pároco, do casal Lurdes e Luís, do grupo coral, foi a paróquia que se fez representar em cada povoação. Pela parte, o todo esteve presente na parte.

A todas as famílias que nos deram a alegria da sua presença e nos enriqueceram com o seu testemunho, a sua alegria, o seu compromisso e o seu apoio, muitos parabéns!

A muitas famílias que deixaram o seu lugar vazio, fica o convite amigo. Apareçam. Vocês são importantes. A comunidade precisa de vós e vós também precisais da comunidade. E todos precisamos de Cristo que "não tira nada e dá tudo."

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Nossa Senhora de Lurdes

Neste dia de Nossa Senhora de Lourdes, quero ter presente todas as pessoas envolvidas pelo mistério da dor, pelo mistério do sofrimento. E vivo o cortejo da dor no mundo: física, moral, injustiça. Sinto as vítimas da calúnia, da difamação, da inveja, da intriga malsã, da insinuação torpe.
Rezo por todos. Visitarei algum doente nesta tarde atarefada.
Confio que pela misericórdia infinita de Deus e pelo empenho dos homens, todos irão melhorar. A felicidade há-de brilhar me todos os corações!

São vão à Igreja empurrados...

Alguns são vão à Igreja levados pelos outros.
Foram no baptismo, porque os levaram.
Foram nas comunhões, porque os pais assim entenderam.
Foram depois de mortos, porque lá os colocaram.

Em relação à Missa de corpo presente, tenho pensado nisso demais. Parece-me que há tanta mentira e tanta falsidade em muitos casos! Então uma pessoa enquanto viveu, teve capacidade de optar, de decidir, nunca quis ocupar o seu lugar na assembleia dos crentes, deixou sempre o lugar vazio, nunca sentiu necessidade de celebrar a sua fé com os irmãos ... Agora, depois de morto, quando já não pode dizer nada, vêm os familiares impor-lhe a Missa!? Há cá uma verdade e uma coerência nisto!
Que a essas pessoas se faça o funeral cristão, até aceito. Se a pessoa foi baptizada e nunca negou o seu baptismo... a Igreja que o acolheu no baptismo também pode agora acompanhá-lo numa última prece. Agora a Missa!!! Então se não a quis em vida, vamos agora impor-lha depois de morto, só porque já a não pode recusar!?
Se meu pai não fosse um cristão praticante, era eu o primeiro, na hora da sua partida, a dizer que não queria a Missa de corpo presente. E isto por respeito profundo pela sua decisão enquanto foi vivo.
Acho que as famílias devem "cair na real". Por respeito ao ente querido falecido, não lhe imponham aquilo que ele sempre rejeitou. Haja coerência e verdade.
Penso que chega de jogar para o socialmente correcto. Pensemos na verdade, porque só ela nos salva.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Reunião do GASPTA

Estive hoje na reunião do GASPTA (Grupo de Acção Sócio-Caritativo da Paróquia de Tarouca).
É sempre muito bom participar nestas reuniões. O GASPTA vive para os outros, para os mais pobres, procurando ajudar, sobretudo dar voz e vez àqueles que não têm voz nem vez. E isto sente-se em cada elemento do grupo. São pessoas fantásticas! Merecem o respeito, carinho e apoio da comunidade.

O GASPTA é um grupo que está no terreno. É assim que eu vejo as instituições e técnicos que se dedicam a ajudar os outros. Sempre me meteu muita confusão o facto de ver tanta gente atrás de secretárias, manobrando toneladas de papéis, enquanto o trabalho no terreno, junto das pessoas, não é feito ou é-o de passagem.

O GASPTA não tem meios materiais para poder socorrer a sério. Mas tem coração e recato. Quantas pessoas não foram escutadas! Verdade, sobretudo, é preciso quem ouça. Quantas situações de sofrimento, abandono, ostracismo, não foram solucionadas através do GASPTA!? Quantas pessoas não foram orientadas e encaminhadas para quem tem o dever de lhes resolver situações de risco?!
O GASPTA persegue a máxima: "O bem não faz barulho e o barulho não faz bem."

O GASPTA não pede NADA para si. Pede para poder ajudar. Por isso agradece às pessoas que lhe fazem chegar o seu donativo; à Misericórdia pelos víveres que lhe ofereceu para os fazer chegar a quem deles carece; aos Bombeiros, pela cedência de instalações; À Câmara e à Junta pelo apoio logístico e outro que lhe concedem; a casas comerciais, pela colaboração oferecida; à Caritas, pela recepção amiga que lhe tem dado. A todas as pessoas e instituições que sabem compreender a sua missão.
Nem só a Paróquia de Tarouca tem beneficiado da acção do GASPTA. Não gostamos da ideia de "quintal", apreciamos a abertura acolhedora.

O GASPTA preocupa-se de uma forma muito especial com a "pobreza envergonhada". A ela procura estar especialmente atento.

Vem aí a Quaresma. De 22 a 26 de Fevereiro, Pároco e elementos dos GASPTA visitarão os doentes a quem entregarão um pequena lembrança, sinal dos apreço e do carinho que eles merecem.Mas acima de tudo, queremos levar presença, amizade, apoio, conforto. E quem quiser pode confessar-se.

O GASPTA procura a fantasia da caridade. Também para ajudar as pessoas a ajudarem quem precisa. Neste campo, estão em "fábrica" alguns planos...

Veio de táxi para se confessar

Já tem alguma idade e graves problemas de saúde. Chegou de táxi e guardou um bom bocado que eu chegasse a casa. Vinha para se confessar.
Antes da confissão, conversámos um bocado e falou-me de si. Uma história de pobreza, sofrimento, trabalho e honestidade. Sentia-se muito doente e queria sentir o perdão de Deus. "A gente deve estar preparada para quando Ele quiser", afirmou com convicção.
Após a confissão, senti-o muito mais calmo, sereno e confiante.
"Não chame o táxi, eu levo-o a casa", disse-lhe. Já que esperara tanto por mim, era a minha vez de o fazer chegar mais depressa a casa.
"Não senhor. Obrigado. A minha reforma é pequenina, mas a gente arranja dinheiro para pagar o táxi para o Centro de Saúde, para vir às compras ou para se deslocar à Câmara, porque não há-de arranjar para as coisas de Deus? Além disso, já que vim aqui, quero aproveitar para fazer umas comprinhas..."

Tantas vezes me procuram como burocrata ou gestor. Ele é uma declaração, ele é a marcação do casamento ou baptismo, ele é as obras da paróquia...
Tão poucas vezes me procuram como padre! E é isto que sou. E é neste múnus que me sinto bem. Na direcção espiritual, na confissão, na oração, na explicação da Palavra de Deus, na dinamização pastoral da comunidade, na solicitude para com os carenciados...

Cabeça, tronco e membros

Numa das "Eucaristias com famílias", durante a partilha da Palavra, alguém comparou a família ao Corpo Místico de Cristo( a pessoa não referiu explicitamente esta expressão, mas depreendia-se claramente).
Então dizia que o pai é a cabeça, a mãe é o tronco e os filhos são os membros. Mas o corpo é um só. A família é uma unidade de amor. E acrescentava que o tronco sem a cabeça e sem os membros não subsistia; a cabeça, sem o tronco e os membros, era inútil; os membros sem a cabeça e o tronco, estiolavam. Na família, ninguém está a mais, todos têm o seu lugar e a cada um cabe realizar a sua função para o bem do único corpo familiar.
Soube-me muito bem esta explanação, vinda de alguém que não têm estudos teológicos. É que o Espírito de Deus fala em todos e por todos se manifesta.

Assim como Cristo se entregou totalmente à Igreja, numa fidelidade e doação sem limites, assim marido e mulher se entregam um ao outro. Uma entrega que só o amor explica e que se abre à vida.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Por uma Igreja do Sim

- Sim à vida, à vida toda e a toda a vida.
- Sim ao homem e à sua dignidade de filho de Deus.
- Sim à família, comunidade de vida e amor.
- Sim ao acolhimento do pecador.
- Sim à fantasia da caridade.
- Sim à liberdade na caridade.
- Sim à voz de Deus que se revela nos sinais dos tempos.
- Sim à diversidade que enriqueça a unidade.
- Sim ao futuro e à novidade de Deus.
- Sim à verdadeira ciência.
- Sim à construção da verdadeira comunhão eclesial.
- Sim à misericórdia para com todos: os que abrem caminhos e os que têm mais dificuldade em acompanhar a marcha. TODOS!
- Sim aos pobres e aos deserdados da vida e da sorte.
- Sim à profecia, mesmo sabendo que o profeta paga caro o seu serviço ao homem.
- Sim à abertura à diversidade de carismas e de dons que o Espírito distribui como Lhe apraz.
- Sim ao perdão.
- Sim a uma Igreja de portas e janelas sempre escancaradas para quem queira entrar.
- Sim ao homem como o caminho da Igreja.
- Sim à humildade, ao despojamento, ao serviço.
- Sim à alegria.
- Sim à escuta de Deus, a uma Igreja que escuta incansavelmente o seu Deus.
- SIM, radical, profundo, comprometido ao Evangelho.

Zaqueu visto por uma criança da catequese

É É uma criança do 4º ano de catequese. No encontro semanal de catequese, falou-se de Zaqueu. As crianças foram então convidadas a traduzir num desenho o que mais as impressionara. Uma delas apresentou o desenho que aqui deixo.
Reparem. Jesus passa, olha e convida. Reparem no olhar de Jesus. Frontal, directo. Vejam as mãos. Estão em baixo. Jesus nada pretende receber de Zaqueu. Não o coage, convida-o. A simplicidade do chamamento, a força de um convite.
Reparem na segunda imagem. Não é só Zaqueu que está exuberante, embora o seja mais do que a restante família. Toda a família participa da alegria de Zaqueu que tem os braços abertos. Coração aberto para acolher Aquele que o convidou e que lhe mudou a vida.
A ideia de família muito presente e viva na gravura da criança. Mais de que ninguém, os pequenos deliram com famílias alegres e felizes.
Não os desiludamos!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Eucaristia com Famílias continua

Família,
comunidade de amor e de vida

Vamos já na 3ª semana que é também a última. A família - pai, mãe, filhos, avós- fazem uma experiência de Eucaristia que é pão do mundo familiar.
Hoje, segunda feira é a vez de Arguedeira. Amanhã, terça-feira, será no Castanheiro do Ouro (Associação) e na quinta-feira encerrará em Tarouca. SEMPRE às 20.30 horas.

A Família é a única comunidade em que todo o homem é “amado por si mesmo”, pelo que é e não pelo que possui.
Por isso, tudo pela família. Nada contra a família.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

"Filha, como correu hoje a catequese"?

Este sábado. Dia cansativo. Dois funerais tornaram mais pesado o já árduo trabalho de cada sábado.
Terminada a última vespertina, o convite amigo para jantar com uma família onde, aliás, vou muitas vezes. "O senhor já sabe, sempre que queira ou possa... Não é preciso estar sempre a dizer..."
Mas ontem havia um motivo especial. Tinha havido a matança e estavam lá os torresmos, que tanto aprecio, à minha espera.
A pequenita fora com os avós e a madrinha à Eucaristia. Ela costuma participar na Missa com crianças com os pais, mas ontem estava cá a madrinha e foi diferente.
A mãe da pequena trabalhara até tarde, comera no local onde trabalha e, quando chegou já nós tínhamos jantado. A menina corre para a mãe, que a abraça e afaga. Depois pergunta-lhe:
- Portaste-te bem na catequese? O que é que hoje aprendeste?
E a pequena lá respondeu. Perante o meu "muito bem", a mãe explica-se:
- Ela sabe que todos os sábados o pai e eu lhe perguntámos sobre a catequese, ela tem que nos dar catequese a nós sobre aquilo que aprendeu...

Bonito. Ainda há pais que escutam aquilo que lhes é pedido nas reuniões e sabem quão importante é o seu papel no acompanhamento da caminhada catequética de seus filhos.
E se todos os pais fizessem o mesmo? Não beneficiariam muito mais os catequezandos!? Não seria tudo bem mais fácil e belo!?

Os dois grandes pilares da construção cristã são a catequese e a Missa. Privar ou não dar o devido relevo a qualquer dos pilares, estamos a construir defeituosamente, pondo em perigo o futuro.

VIIIIIIIIIIIIII!!!!

Missa das 8 horas! Às tantas, falava eu do pequeno inglês de 7 anos, o Charlie Simpson, que teve a simples ideia de fazer uma corrida de bicicleta num parque londrino apelando à ajuda às vítimas do sismo no Haiti. Conseguiu mais de 120 mil euros de ajuda.
Neste momento, ouve-se na Igreja, alto e bom som, um "VIIIIIIIIIIIIII!!!!"
Uma criança, que com seu irmão sempre acompanha a mãe à Eucaristia das 8 horas, não resistiu ao impacto que os números lhe causaram e exclamou o tal sonoro "Viiiiiiiii!" O pequeno ficou coradito de vergonha pela sonoridade da sua exclamação que provocou um sorriso de simpatia de toda a assembleia. Eu também sorri, com imensa ternura perante a admiração do petiz.

Precisamos todos de melhorar a nossa comunicação. Se comunicamos a Palavra de Deus numa linguagem técnica, muito elaborada teologicamente, abstracta, as pessoas desligam. Se formos capazes de um fazer com convicção e numa linguagem viva, simples, apelativa, então as pessoas sintonizam.
Aliás, não foi este o processo usado por Jesus? As suas parábolas são um exemplo eficaz....

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Parabéns, comunidade paroquial!

Os cristãos da comunidade paroquial tarouquense foram convidados a partilhar o peditório das Missas do último fim-de-semana com as vítimas do sismo no Haiti.
Foi já afixado o resultado deste peditório o qual havia sido encaminhado para a Caritas Diocesana.
Parabéns às pessoas pela sua generosidade!

"Se há Deus, então porque existe o sofrimento?»

O sofrimento é o companheiro mais assíduo, e ao mesmo tempo, mais perturbador da caminhada que é a nossa vida. Está sempre presente, convivemos com ele no dia-a-dia, mas, apesar disso, não o conseguimos explicar totalmente. É muito difícil compreender a sua natureza e ainda muito mais difícil aceitá-lo como companheiro de viagem... Dávamos tudo para nos livrarmos dele e faríamos tudo para o eliminarmos da nossa presença..., no entanto, ele continua presente... como companheiro de viagem. Ambicionamos o máximo, mas dificilmente descolamos do mínimo; visamos a meta mas vemo-nos em apuros para contornarmos os múltiplos obstáculos que se nos deparam; lutamos pela vida, mas vamo-nos aproximando – inexoravelmente – da morte.
Quando estendemos o olhar para além do nosso umbigo, para os outros e para o mundo, então ainda mais claramente o vemos. Por vezes, até temos a sensação que a história e o mundo avançam somente através da dor nos conflitos de interesse, de classes, de raças, de indivíduos e de povos. As guerras do século XX (só entre 1989 e 1993 existiram 90 conflitos armados) mataram o triplo das pessoas que morreram em todas as outras guerras dos 19 séculos anteriores. Estamos a evoluir em tudo... até nas guerras e nos sofrimentos!
Assim, o sofrimento não é só uma constante da nossa história e da história do mundo como começa a questionar profundamente a nossa existência e o sentido da vida. Para que viver se isso implica necessariamente sofrer?... O problema complica-se mais quando temos fé e acreditamos num Deus que é bom. Como conciliar então um Deus que é bom e que quer o nosso bem com a existência do sofrimento? Começa então o “bombardeamento” das perguntas sem respostas: “Porque é que Deus não intervém? Porque é que Deus não protege as pessoas? Se há Deus, então porque existe o sofrimento?» Muitas destas perguntas são a consequência de um conceito (errado) de Deus todo-poderoso, omnipotente e que exclui ‘a priori’ toda a forma de imperfeição - neste caso o sofrimento. Este tema tem feito correr muita tinta ao longo da história do cristianismo mas o mistério permanece por resolver... e é difícil explicar Deus e o sofrimento.
Mas a história de Cristo e dos cristãos está atravessada pelo sofrimento. Para nós, cristãos, o sofrimento não é só objecto de experiência, mas é sobretudo e também objecto de memória. Que sentido tem o acontecimento da cruz para o nosso sofrimento e para o sofrimento do mundo? O que é que aconteceu naquela Sexta-Feira e quais as consequências?
A vida cristã está organizada e centrada na memória do que aconteceu entre aquela Sexta-Feira e o Domingo (mistério pascal). Sempre que nos reunimos, recordamos (fazemos memória) da morte e da ressurreição do nosso Deus. Afirmamos que é precisamente nesse acontecimento (mistério) que surge a nossa vida e a nossa salvação. Afirmamos que naquela Sexta-Feira (Santa) a história mudou... o sofrimento e a morte, experiências mais profundas e dolorosas do homem (e de Deus) foram ultrapassadas e vencidas pelo amor que Deus nos revelou em seu filho Jesus Cristo. As trevas que naquela Sexta-Feira cobriram a terra e que hoje continuam a cobrir os nossos olhos... foram dissipadas na madrugada do Domingo (da ressurreição). Nesse domingo, a luz de Cristo iluminou a terra inteira.
A partir daquela Sexta-Feira, em vez de compreendermos o sofrimento a partir da nossa própria vida, vemos a nossa vida a partir do nosso próprio sofrimento. Aquela Sexta-Feira mudou a nossa vida, tantas vezes vergada pelo peso da amargura, do desencanto e até do desespero. É que, enquanto a nossa experiência histórica nos diz que a vida humana é um caminho em direcção à morte, Cristo mostra-nos que na própria morte é possível ascender à verdadeira vida.
Caro visitante, nunca procures um Deus sem cruz (esse Deus não existe), porque podes encontrar uma cruz sem Deus. Sé é verdade que não há domingo sem sexta-feira – que não há ressurreição sem cruz, também é verdade que não há sexta-feira sem domingo, cruz sem ressurreição... Depois daquela Sexta-Feira (Santa) veio o Domingo (da ressurreição)... depois das trevas veio a luz... depois do Inverno vem a Primavera... depois da noite vem o dia... depois do sofrimento veio, vem e virá a vida.
Não tenhas medo do sofrimento, ele não nos foi nem será tirado por Deus... foi, isso sim, transformado. Consegues ver a diferença? Também tu podes fazer esta experiência na tua vida. Mais ainda, podes ajudar a que outros a façam... podes transformar o sofrimento em alegria, o desespero em esperança, a guerra em paz, a escravidão em liberdade, a morte em vida...

Reunião do Arciprestado

O arciprestado tarouquense reuniu na noite desta sexta-feira.
Falou-se da última reunião do Conselho de Arciprestes cujo relatório havia antecipadamente enviado a cada sacerdote, calendarizaram-se as confissões quaresmais para as diversas paróquias, marcou-se o dia de convívio e reflexão para os sacerdotes, combinou-se que em Maio todos os sacerdotes rezariam o terço e celebrariam a Eucaristia com uma comunidade deste arciprestado, falou-se do modo como têm decorrido entre nós as Jornadas de promoção Vocacional e sugeriu-se o tema para o encerramento das mesmas que terá lugar na Festa de Santa Helena: "Família e Vocação".
Foi uma reunião interessante, marcada pela sinceridade e pela partilha.
São sempre muito bons estes momentos em que os padres se reúnem, trabalham, partilham, planeiam, convivem.
São fantásticos os meus colegas!

5º Domingo do Tempo Comum - Ano C

Carregue aqui:
Evangelho do domingo 7 de fevereiro de 2010

• Cada um de nós tem a sua história de vocação: de muitas formas Deus entra na nossa vida, desafia-nos para a missão, pede uma resposta positiva à sua proposta. Temos consciência de que Deus nos chama – às vezes de formas bem banais? Estamos atentos aos sinais que Ele semeia na nossa vida e através dos quais Ele nos diz, dia a dia, o que quer de nós?

• A ressurreição de Cristo garante-nos que não há morte para quem aceita fazer da sua vida uma luta pela justiça, pela verdade, pelo projecto de Deus. Temos consciência disso? A certeza da ressurreição encoraja-nos a lutar, sem a paralisia que vem do medo, por um mundo mais justo, mais fraterno, mais humano?

• Reconhecemos, de facto, que Jesus é o “Senhor” que preside à nossa história e à nossa vida? Ele é o centro à volta do qual constituímos a nossa existência, ou deixamos que outros “senhores” nos manipulem e dominem?

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

11 de Fevereiro: DIA MUNDIAL DO DOENTE

Nestes dia próximos, especialíssima atenção aos doentes. É que no dia 11 de Fevereiro é o Dia Mundial do Doente.
Aqui fica um humilde contributo para um diálogo com o Senhor. Rezar a vida, toda a vida, em qualquer situação da vida.
Em Cristo Morto e Ressuscitado, a noite da dor abre-se à luz pascal.

Rezemos pelos doentes.
Visitemos os doentes.
Demos atenção aos doentes.
Ajudemos os doentes.