quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A caminho do Natal


Entrámos no Advento, tempo no qual a Igreja celebra a espera do Salvador. O povo de Israel esperou pelo Seu nascimento. Sim, Ele foi esperado. E esperado ansiosamente, de modo que não é somente o Enviado do Pai, mas também o Esperado dos homens! «Mais que o vigia pela aurora, mais que a terra pelo sol nascente, mais que a flor pelo orvalho, nós o esperamos» - escreve o salmista.

Ele é o esperado por Israel, o Povo eleito. Esperado porque Deus o prometera a Abraão, aos Patriarcas, a Moisés, a David, aos Profetas. Deus prometera... e quando Deus promete, não falha jamais!

Claro que nem só Israel esperou pelo Salvador. Esperaram-no e esperam-no todos os que têm sede de amor, de justiça, de verdade, de paz ... E também os que têm fome de pão, os que não têm que dar aos filhos ou o mínimo para viver com dignidade, os que vêem a sua vida a andar para trás...

Hoje esperamos que a Sua mensagem seja aceite pelos homens e que Ele nasça na vida de cada um de nós. Esperamos que haja mais justiça e caridade para com os pobres.

A celebração do Natal é este ponto forte dessa espera. E deve ser celebrado não só em alegria mas com um coração aberto a viver a Sua mensagem de amor, paz e justiça.

Mas há muita gente que pensa só em si. Que não é capaz de repartir. Neste tempo de crise aflige-nos que os portugueses digam que vão gastar em média 575 euros em compras, por ocasião do Natal, quando os alemães pensam gastar 430 euros e os holandeses 410 euros.

Sei que a crise é só para alguns. Mas não haverá alguma inconsciência em tantos gastos?! Lembro-me de pessoas que são capazes de pagar almoços e rodadas de bebidas a tudo quanto é gente mas depois não têm dinheiro para o sustento da família.

O Natal não deve ser consumismo, mas partilha com os que não têm. Deve ser ocasião de fazer as pazes com quem se anda desavindo, de aprofundar os laços de amizade, de dar as mãos.

O Natal deve ser ocasião de purificar a nossa alma e de a abrir ao Deus Menino que se fez homem para nos salvar.

In O Amigo do Povo

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Não acredito em praticantes e não praticantes.

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No blog "Confessionário dum Padre", o autor publicou um post a que deu o título 'Um dia os baptismos ainda hão-de ser baptismos" - aqui.
Uma visitadora desse blog (SCAS) deixou um comentário ao post  que, com a devida vénia, aqui transcrevo, dada a importância que lhe atribuo para os amigos leitores.

Quem «dá» o baptismo é a Santa Madre Igreja.
A Santa Madre Igreja tem regras
"Sou católica. Por formação primeiro, agora por opção. Não acredito em praticantes e não praticantes. Se o expoente máximo do ser-se católico é a Eucaristia, não sei como se pode ser católico e não se ir à missa estar com Ele, recarregar baterias, renovar a fé, estar em comunhão com Cristo e os irmãos. Mas isto sou só eu que acho!

Pedi o Baptismo para os meus 2 filhos. Por opção e com fé. Se daqui a amanhã eles quiserem professar outra fé (ou nenhuma), terei de respeitar, claro. Mas não concordo nada com aquela conversa do «eles é que vão escolher, um dia mais tarde, se querem ser baptizados ou não, não lhes vou impor isto.» Ora essa! Também não lhes escolhi a escola? Não lhes escolho todos os dias os programas de TV que os deixo ou não ver? Não lhes escolho os sítios onde os levo para brincar? Não lhes escolho os alimentos que entendo que lhes fazem melhor à saúde? Não lhes hei-de recomendar caminhos de verdade, de respeito pelos outros, de cidadania, se solidariedade? Se mais tarde eles quiserem seguir outros caminhos, estarei cá para os amar na mesma e respeitar essas opções, desde que conscientes e fundamentadas, e que não façam deles más pessoas! Mas acho (eu acho!) que tenho o direito e o dever, como mãe, de lhes dar esta formação, de traçar com eles este caminho que em nada os limita, pelo contrário.

Muitas vezes me deparo com situações de sacramentos - Casamentos e Baptismos (sobretudo) - em que não se trata de questões de fé, de caminho espiritual, mas apenas da Festa, do traje, do pretexto para reunir amigos e família, do lado "pagão" da coisa. Ao ler isto hoje, revi-me um bocadinho no modo de pensar e sentir. Não sou padre, nem quero ser mais papista que o papa, mas as coisas são o que são. Quem quer pedir o Baptismo para um filho, deve querer fazê-lo pelas razões certas. Quem «dá» o baptismo é a Santa Madre Igreja. A Santa Madre Igreja tem regras. E as regras/normas/preceitos devem ser seguidos entre aqueles que a elas escolhem vincular-se seja numa comunidade, num grupo religioso, num condomínio, num grupo desportivo, na sociedade. Nunca percebi o porquê de questionar certas normas. Afinal a Igreja não obriga ninguém a baptizar os filhos... E também nunca vi ninguém a ir à Conservatória do Registo e questionar o horário ou a necessidade de testemunhas ou os papéis a preencher ou o ter de lá ir uma ou duas ou três vezes, se necessário for... Mas isto sou só eu que acho! Entendo que haja exigências e formalismos a cumprir - que os padrinhos sejam pessoas idóneas, católicas também elas (pois se os padrinhos visam assegurar que os afilhados são educados na fé - como podem fazê-lo se eles próprios a não professam?! - hoje em dia já não se trata de substituir os pais em caso de falta destes!), que haja reuniões de preparação (cada vez mais, para as pessoas perceberem o que é o baptismo, para que serve, o que implica, que não se trata apenas de um dia e uma festa). Se podemos perder dias a fio a preparar a festa por fora (ofertas, roupas, decorações), não podemos 'perder' umas horas a preparar a festa «por dentro»?!"

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ano B - Evangelho de São Marcos

Desde o passado domingo que estamos em NOVO ANO LITÚRGICO - Ano B.
O Evangelho que mais de perto nos vai acompanhar durante este ano litúrgico é o de São Marcos.

Introdução
Diz-se actualmente que o Evangelho de São Marcos foi escrito em Roma, numa época próxima ao martírio de Pedro (ano 64). Antigos escritores da Igreja recordam que Marcos foi companheiro de pregação  de Pedro e escreveu o Evangelho depois da morte do apóstolo.
É possível imaginar quais seriam os destinatários de Marcos: um grupo de cristãos em Roma, no meio de perseguições. Eram os cristãos recém-convertidos e logo se encontraram com estas provas sangrentas. Estão conscientes que já veio o Messias, que começou o Reino dos Céus, mas também notam que não há uma intervenção de Deus para salvar a comunidade que se encontra nesta situação. Que perguntas faria esta comunidade de cristãos romanos que se reunia a escutar a pregação e a celebrar a eucaristia! O pregador tinha de dar uma resposta a todas as perguntas. Era tarefa de Marcos apresentar Cristo vivente, morto e ressuscitado, que pudesse responder a estas interrogações.
A comunidade cristã à qual está dirigido o Evangelho, é uma comunidade onde a sua maioria são pagãos convertidos. Por essa razão, Marcos percebe a necessidade de explicar certos costumes ou usos do judaísmo. Marcos não tem a arte literária de Mateus, e lendo o seu Evangelho na língua original, vê-se que escreve o grego com certa dificuldade. Descobrem-se erros gramáticos e usa uma linguagem muito simples, às vezes até vulgar. Evita os discursos (ao contrário de Mateus), mas alonga-se na narração dos factos, com grande vivacidade e cheios de detalhes. No geral, o Evangelho é muito colorido, abundante em narrações e carente em discursos, com muito movimento e contado de maneira simples e calma
O Evangelho de Marcos chega só ao capítulo 16, 8. Os manuscritos mais antigos terminam nesse versículo; os versículos seguintes (16, 9-20) encontram-se só em alguns manuscritos e fazem um resumo daquilo que foi dito nos outros Evangelhos sobre as aparições do Senhor ressuscitado. No entanto, este trecho foi acrescentado por outra pessoa e não pelo próprio autor do Evangelho. A Igreja fez seu este “final de Marcos”, considerando-o parte da Sagrada Escritura. Vê-se que os primeiros cristãos ficavam perplexos perante este final tão abrupto, em que as mulheres fogem aterrorizadas do sepulcro, e por isso acrescentaram estes versículos que apresentam um final diferente. Existiam também outros “finais” para este Evangelho, que se encontram em alguns manuscritos e que se podem ler nas notas de algumas bíblias. No entanto, são “finais” que a Igreja não aceitou como canónicos.

2 – Plano do Evangelho
O Evangelho começa com a predicação de João Baptista e termina com a mensagem do anjo no sepulcro vazio. Dentro destes dois extremos, Marcos estrutura o seu material de uma maneira distinta de Mateus.
Inicia o Evangelho com um título: “Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus” (1, 1). O relato estende-se até 8, 30. A segunda parte começa, indicando que se inicia algo novo: (Jesus) “Começou, depois, a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito…” (8, 31). O relato estende-se até ao final do livro (16, 8).
A primeira parte (1, 1 – 8, 30) termina com a confissão de Pedro, quando Jesus pergunta: “E vós, quem dizeis que Eu sou?”, Pedro responde “Tu és o Messias” (8, 29). A segunda parte (8, 31 – 16, 8) termina também com uma confissão. Desta vez é o centurião, um pagão que está ao pé da cruz que, quando Jesus morre, diz: “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (15, 39). As duas confissões correspondem aos dois títulos que se dão a Jesus no início do Evangelho: “Jesus, Messias, Filho de Deus” (1, 1). 1ª Confissão: “…Messias” (8, 29); 2ª Confissão “…Filho de Deus” (15, 39).
Toda a obra está enquadrada pelas proclamações de que Jesus é o Filho de Deus: no começo (1, 11) Deus diz (a Jesus): “Tu és o meu Filho muito amado…”; no meio (9, 7) Deus diz (aos homens): “Este é o meu Filho muito amado…”; no fim (15, 39) um homem (o centurião) diz: “Este Homem era Filho de Deus…”.

3 – 1ª Parte: Jesus, o Messias (1, 1 – 8, 30)

Nesta primeira parte, Jesus faz grande quantidade de milagres e exorcismos, provocando a admiração e a adesão das multidões, que pouco a pouco se vai esfriando, dando lugar à incompreensão e à oposição. Chama a atenção com insistência, para que guardem segredo sobre quem é Ele e sobre a realização dos milagres e exorcismos. Tem um desejo muito claro, para que não se faça publicidade, e ainda em casos curiosos, como por exemplo quando manda guardar segredo sobre a ressurreição da filha do chefe da sinagoga (5, 43). Ver-se-á depois a razão da insistência de Marcos neste tema do segredo.
A revelação de quem é Jesus vai-se produzindo lentamente. João Baptista anuncia só que vem alguém mais digno do que ele (1, 7-8). Na cena do baptismo, a voz do céu, dirigindo-se só a Jesus, proclama que Ele é o Filho de Deus (1, 9-11).
O leitor fica já advertido desde a primeira página, que o próprio Deus proclamou Jesus como seu Filho. Mas Marcos mostra que os homens que acompanhavam Jesus não viam mais do que a Sua humanidade e mostra também que Jesus guardava zelosamente em segredo a sua condição divina. À medida que Marcos apresenta Jesus, coloca detalhes que revelam o seu aspecto humano:

1 – Jesus olha com indignação e magoado (3, 5)
2 – Pergunta para saber (5, 30-32; 9, 16.21.33; etc.)
3 – Admira-se (6, 6)
4 – Suspira (8, 12)
5 – Indigna-se (10, 14)
6 – Abraça as crianças (10, 16)
7 – Olha com carinho (10, 21)
8 – Tem fome (11, 12)

Jesus aparecia como um homem igual a qualquer outro, mas fazendo coisas extraordinárias, que levantavam interrogações na multidão. E Jesus não respondia, nem permitia que se respondesse a esses interrogadores.
Na narração das tentações, Marcos reduz-se a poucas palavras. Omite a menção ao jejum e a descrição das tentações que existe em Mateus e Lucas. Não diz como foi o diálogo com Satanás, quais foram as tentações, nem o que aconteceu. Omitindo isto tudo, diz somente que: “o Espírito impeliu-o para o deserto. E ficou no deserto quarenta dias. Era tentado por Satanás, estava entre as feras e os anjos serviam-no” (1, 12-13). Um personagem que está só, entre os animais, acompanhado pelos anjos e tentado por Satanás, corresponde à imagem de Adão, segundo as narrações populares muito em voga nos tempos que se escrevia o Novo Testamento. Se Mateus, escrevendo para judeus, falou das tentações de Jesus relacionando-as com as que sofreu o povo de Israel no deserto, Marcos, por sua vez, escrevendo para cristãos vindos do paganismo, prefere relacionar as tentações de Jesus com as de Adão: a primeira tentação da Humanidade. Jesus, como o primeiro homem (Adão), sofre a tentação, mas sai vencedor.
Jesus começa a predicar e provoca admiração em todos “porque ensinava como quem tem autoridade, e não como os doutores da lei (escribas)” (1, 22). Os escribas não falavam de própria autoridade, mas sim com a autoridade de outros. Citavam sempre o que tinham dito outros mestres mais antigos. Jesus ensinava sem citar a autoridade de outros mestres, mas mostrava a sua autoridade, porque a palavra realizava o que dizia. Esta manifestação de autoridade provocava uma grande interrogação: “Que é isto? Eis um novo ensinamento, e feito com tal autoridade que até manda aos espíritos malignos e eles obedecem-lhe!” (1, 27). A multidão não chega a compreender.
Perante a presença de Jesus, os demónios gritavam: “Eu sei quem Tu és: o Santo de Deus”, mas Jesus mandava-os calar (1, 24-25). O mesmo acontece no relato que vem mais adiante: “…mas não deixava falar os demónios, porque sabiam quem Ele era” (1, 34). A autoridade que manifesta diante das pessoas fica bem justificada: pela sua maneira de ensinar e porque mesmo os demónios são expulsos e obrigados a se calarem. No entanto, ninguém sabe qual a origem desta autoridade.
Na passagem da cura do paralítico (2, 1-12), a autoridade de Jesus é posta em causa: Jesus diz que lhe perdoa os pecados e é acusado de blasfémia, porque o único que tem autoridade para perdoar os pecados é Deus. Repete-se então a primeira interrogação perante a presença de Jesus: “quem é este!”. A seguir vem mais uma série de acontecimentos que provocam outras interrogações: Jesus come com os pecadores, não jejua, não observa o descanso obrigatório do dia de sábado e cura o homem da mão paralisada no dia de sábado (2, 15 – 3, 6). Por um lado, viola a Lei, por outro realiza milagres: parecem coisas antagónicas. Isto faz com que as pessoas que o observam se questionem: “Porque faz isto?”; mas Jesus nunca lhes dá resposta, e os interrogantes seguem crescendo.
Deve-se também destacar que aqueles que presenciam os feitos e as palavras de Jesus no princípio se entusiasmam. No entanto, pouco a pouco vão perdendo o entusiasmo, à medida que cresce a agressividade, até terminar com a deliberação de matar o Senhor. No Evangelho de Marcos, até os Apóstolos participam deste clima de incredulidade e inclusive de agressividade contra Jesus:

- Aqueles que presenciam um milagre, juntam-se para matá-lo (3, 6)
- Os seus parentes vão buscá-lo, porque pensam que está fora de si (3, 21)
- Os escribas dizem que está possuído por um demónio (3, 22)
- Os discípulos reprovam-no (4, 39)
- Os discípulos não têm fé (4, 40; 6, 52; 8, 17-21)
- As pessoas troçam de Jesus (5, 40)
- Aqueles que o conhecem escandalizam-se dele (6, 3)

Desta forma, Jesus fica completamente só, no meio da hostilidade crescente por parte das pessoas.
Ao descrever o ministério de Jesus desta forma, Marcos está fazendo ver aos leitores de Roma que a situação que eles vivem já foi vivida anteriormente pelo próprio Jesus. Assim é, que na sua visita a Nazaré, Jesus disse: “Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e em sua casa”; a passagem continua: “E não pôde fazer ali milagre algum. Apenas curou alguns enfermos, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente” (6, 4-6). Neste mesmo contexto, Marcos relata a execução de João Baptista como um prelúdio do que acontecerá a Jesus (6, 17-29).
A primeira parte do Evangelho termina quando Jesus reúne os seus discípulos para lhes fazer uma pergunta: “Quem dizem os homens que Eu sou?” (8, 27). Os discípulos respondem: “João Baptista; outros, Elias; e outros, que és um dos profetas” (8, 28). Mas quando lhes faz a eles a mesma pergunta, Pedro responde: “Tu és o Messias” (8, 29). Então, Jesus “ordenou-lhes que não dissessem isto a ninguém” (8, 30).
Marcos dá por terminada a primeira parte do seu Evangelho, quando um dos seus discípulos confessa o primeiro título dado a Jesus na Introdução: “Jesus é o Messias” (1, 1 e 8, 29). A pergunta acerca de Jesus que se fez nos capítulos anteriores, encontrou uma resposta. Mas Jesus ordena que não se diga nada acerca deste “título”, porque na opinião das pessoas e dos discípulos, o Messias é um rei glorioso; Jesus terá de ensinar progressivamente aos seus discípulos de que maneira é Ele o Messias.

4 – 2ª Parte: Jesus, o Filho de Deus (8, 31 – 16, 8)
Marcos começa a segunda parte dizendo que Jesus “começou a ensinar-lhes que o Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos-sacerdotes e pelos escribas, e ser morto e ressuscitar depois de três dias” (8, 31). Aqui Marcos acrescenta: “E dizia claramente estas coisas” (8, 32). Sobre este aspecto já não há segredo.
Entra-se num novo tema: a necessidade do sofrimento. Isto explica o porquê do segredo acerca do Messias. Jesus não é um Messias glorioso, mas sofredor. Uma vez que os discípulos chegaram à compreensão que Ele é o Messias, então já lhes pode explicar de que forma vai realizar a sua obra messiânica: através da dor, do sofrimento, da morte e ressurreição.
O primeiro incidente acontece quando Jesus anuncia abertamente o caminho da Paixão. Pedro intervém, repreendendo Jesus. Passagem certamente escandalosa: Pedro sente-se com autoridade para repreender o Senhor; por sua vez, Jesus repreende Pedro com palavras muito duras (8, 32-33). Fica claro o que entendia Pedro por Messias, em relação a Jesus: um Messias que não devia sofrer, por isso, merece a repreensão de Jesus. Nesta oportunidade, Jesus chama as pessoas e os discípulos para lhes falar das condições necessárias para O seguir (8, 34-38). Estas palavras de Jesus não vão dirigidas só aos Doze, mas a todos os homens: “…chamando a multidão e os discípulos, disse-lhes…” (8, 34). É um convite para seguir Jesus, mas para isso, há que carregar a cruz.
Os leitores de todos os tempos, entre os quais estão também os primeiros discípulos de Roma, podem encontrar nestas palavras um sentido para o sofrimento que padecem, pelo facto de terem o nome de “cristãos”.
Na passagem seguinte, Jesus retira-se com alguns dos seus discípulos e manifesta-se, transfigurando-se diante deles. A voz do Pai proclama: “ Este é o meu Filho muito amado…” e acrescenta um imperativo: “Escutai-o” (9, 7). As exigências do Filho (8, 34-38) devem ser escutadas, porque a sua autoridade é confirmada pelo Pai. Ao mesmo tempo, percebe-se que o caminho da cruz de Cristo termina na glória do Pai; aos homens que seguem Jesus por esse caminho, é-lhes concedido participar da mesma glória com Ele.
Depois deste primeiro ensinamento de Jesus sobre a sua Paixão e da proclamação do Pai, no Evangelho de Marcos já não há mais pedidos para guardar segredo: agora fala-se e age-se abertamente. Jesus começa a caminhar até Jerusalém, e durante o caminho, recorda aos discípulos que vai até Jerusalém para padecer (9, 30-32; 10, 32-34). Apesar de Jesus falar e actuar abertamente nestes momentos, os seus discípulos continuam sem compreender e receiam questioná-Lo (9, 32); depois do primeiro anúncio da Paixão (8, 31), Pedro recusa que Jesus tenha de sofrer (8, 32). Depois do segundo anúncio (9, 31), os discípulos desentendem-se e começam a discutir sobre qual deles é o mais importante (9, 33-34). Depois do terceiro anúncio (10, 33-34), Tiago e João pedem o privilégio de sentarem-se à direita e à esquerda de Jesus no Reino (10, 35-37), fazendo com que os outros dez se indignem (10, 41). Marcos aproveita cada um destes momentos, para introduzir ensinamentos de Jesus acerca do verdadeiro “seguimento”. Nos relatos seguintes, que são os que preparam imediatamente a Paixão (e os próprios da Paixão), Marcos acumula sinais contraditórios, para mostrar de uma forma muito dolorosa tudo o que acontece neste processo: Jesus chegou a Jerusalém entrando solenemente, aclamado pelas multidões (11, 1-11). Ao entrar desta maneira, aqueles que o acompanhavam esperariam que Jesus fosse à casa do governador ou a tomar o poder. No entanto, a única coisa que fez foi entrar no templo, olhar ao seu redor e sair (11, 11).
O relato da Paixão, começa indicando que os sumos-sacerdotes e os escribas procuravam Jesus para matá-lo, sem que houvesse alguma sentença prévia (14, 1-2). Em contraposição, uma mulher derrama um perfume muito caro sobre a cabeça de Jesus durante uma ceia (14, 3), o que provoca o protesto dos que estão presentes (14, 4-9). Esta passagem termina de um forma muito dolorosa: “…e Judas espreitava ocasião favorável para o entregar” (14, 10-11). Marcos tem uma forma muito particular de narrar todo este facto: nos outros Evangelhos aparece Judas Escariotes que entrega Jesus a troco de dinheiro; em Marcos, entrega-O de uma forma totalmente gratuita. Existe uma promessa de dinheiro, uma vez que ele disse que O entregaria, mas não como uma condição para entregá-Lo. Desta forma, Marcos destaca mais a maldade do acto de Judas: não entrega Jesus por avareza, mas sim, como reacção perante a cena do perfume.
O relato da última ceia (Instituição da Eucaristia – 14, 22-25) fica enquadrado por duas passagens referentes aos discípulos: o anúncio da traição de Judas (14, 17-21) e o anúncio das negações de Pedro (14, 26-31). Manifesta-se o interesse de Marcos em expor gestos contraditórios: antes descreveu a atitude da mulher com o perfume, precedido pela referência à atitude dos sumo-sacerdotes e escribas, e seguida pela reacção de Judas. O mesmo aconteceu na última ceia: a Instituição da Eucaristia, precedida pelo anúncio da traição de Judas e seguido pelo anúncio das negações de Pedro.
Depois da ceia, Jesus vai para o Horto de Getsémani (14, 32-42), onde interrompe por três vezes a sua oração para procurar a companhia dos seus discípulos, os quais encontra sempre a dormir. Enquanto estes dormem, outro dos Doze vem com os inimigos para prender Jesus (14, 43), e o sinal da traição é um beijo (14, 44-45). Esta sucessão de sinais culmina com as palavras que dirige Jesus àqueles que o vêm prender. Diz-lhes que vêm buscá-lo com paus e espadas, como se fosse um ladrão, quando ele já tinha estado a ensinar no templo e não o detiveram (14, 49-50).
A atitude de Jesus perante o tribunal é muito diferente daquela que observamos durante a narração do Evangelho de Marcos, até este ponto. Como se viu anteriormente, Jesus nunca deu uma resposta quando lhe perguntavam: “Quem és Tu”?; Quando está perante o tribunal, o qual não encontra uma testemunha para condená-lo, Ele mesmo responde e dá o testemunho que O levará à cruz (14, 61-62).
As palavras de Jesus, que se manifesta como o Messias, Filho de Deus, desencadeiam reacções negativas: o sumo-sacerdote diz que blasfemou, todos o condenam à morte, alguns cospem-lhe e atingem-no (14, 63-65), e o seu discípulo nega-o (14, 66-72). Perante Pilatos, que lhe pergunta se é o Rei dos judeus, Jesus não responde da maneira clara com que fez diante do sumo-sacerdote, mas de uma maneira ambígua: “Tu o dizes” (15, 2). Desta maneira, deixa a responsabilidade da resposta sobre quem lhe faz a pergunta. “Rei do judeus” tinha um significado diferente, tendo em conta quem o dissesse, Pilatos ou Jesus. Para Pilatos era um revolucionário, enquanto que para Jesus era o título do Messias. Perante as acusações dos sacerdotes, Jesus permanece em silêncio e não se defende (15, 3-5).
No contexto do julgamento diante de Pilatos, produz-se a cena com Barrabás. Depois de dizer que Barrabás pertencia a um grupo de revoltosos, que tinha cometido um homicídio durante a revolta (15, 7), Marcos fala da multidão que foi ao tribunal de Pilatos (15, 8). Não eram pessoas que se interessavam por Jesus, mas sim partidários de Barrabás que vinham pedir a sua libertação. Foi a estas pessoas que Pilatos deu a responsabilidade de decidir quem iria ficar em liberdade e quem iria ser crucificado (15, 12-14). Os sacerdotes acusavam Jesus de revolucionário e incitavam as pessoas para que pedissem a libertação de Barrabás, que era um revolucionário acusado por homicídio. Então Jesus é condenado à morte (15, 15).
No final da passagem do julgamento perante Pilatos, há uma passagem de injúrias por parte dos soldados romanos (15, 16-20), assim como houve outra passagem de injúrias no final do julgamento por parte dos judeus (14, 65): judeus e pagãos injuriam Jesus. Essas injúrias continuam ao pé do Calvário (15, 29-32).
A morte de Jesus está narrada de uma forma muito simples: “Jesus, dando um grande grito, expirou” (15, 37). Jesus morre como qualquer homem torturado, sem nenhum fenómeno extraordinário ao seu redor, como vem descrito no Evangelho de Mateus (Mateus 27, 51-53).
Chega-se à segunda confissão: o centurião romano confessa o segundo título com que Marcos apresenta Jesus na introdução do Evangelho (1, 1), e que por duas vezes foi proclamado pelo Pai (1, 11 e 9, 7): “Verdadeiramente este homem era Filho de Deus” (15, 39). Aos seus leitores, Marcos mostra-lhes que o primeiro homem ao qual chegou a fé no Filho de Deus, era um romano (pagão). O centurião fez essa confissão “ao vê-lo expirar assim”, isto é, ao vê-lo sofrer e sem necessidade de nenhum sinal extraordinário.
Os sumos-sacerdotes tinham dito: “O Messias, o Rei de Israel! Desça agora da cruz para nós vermos e acreditarmos” (15, 32). Os que exigiam sinais extraordinários para acreditar, não os obtiveram e não chegaram à fé. Antes, aos fariseus que pediam um sinal (8, 11), Jesus tinha-lhes respondido que não haveria nenhum sinal (8, 12).
O relato do encontro do túmulo vazio é muito sóbrio. As piedosas mulheres vão com perfumes para embalsamar o corpo do Senhor. Não se manifesta nelas nenhum indício de que esperassem a ressurreição, porque levam os perfumes para perpetuar o cadáver de Jesus. Ao receberem a mensagem da ressurreição, em vez de alegrarem-se, enchem-se de temor. O Evangelho de Marcos finaliza sem relatar as aparições do Senhor ressuscitado; só há uma mensagem dada por um mensageiro celestial, e deve-se acreditar na sua palavra.

5 – O Propósito de Marcos

Ao escrever o seu Evangelho para os fiéis de Roma, Marcos transmitiu o seu ensinamento sobre Jesus: Ele é o Messias e Filho de Deus. Não é como esperavam alguns, o Messias de carácter nacionalista, que vinha estabelecer um reino terrestre, mas sim o Filho de Deus, que salva a humanidade através da Paixão e da Ressurreição.
Aos cristãos de Roma afligidos pelas perseguições, Marcos mostra-lhes um Jesus sofredor, que padecendo as mesmas tribulações, permaneceu fiel até ao fim. Àqueles fiéis que perguntam porque Deus não intervêm de uma maneira extraordinária, Marcos diz-lhes que, para acreditar, não se devem exigir sinais, milagres, aparições, intervenções fantásticas de Deus. Os falsos messias também podem fazer coisas surpreendentes (13, 22). Como o centurião – o primeiro romano a proclamar a fé – há que encontrar a fé no meio do sofrimento. Por isso também omite os relatos das aparições de Jesus ressuscitado. A única coisa que há sobre a Ressurreição é a mensagem do jovem que aparece com uma veste gloriosa no sepulcro, e diz às mulheres que Jesus já não está ali, porque ressuscitou (16, 1-8).
Resumindo, o Evangelho Segundo São Marcos é o Evangelho que anuncia Jesus, o Messias Filho de Deus, que se manifestou como Salvador sofredor, e ao qual se deve acompanhar no seu caminho da cruz, para poder alcançar como Ele, a glória da Ressurreição, sem exigir-lhe milagres para crer.
Capítulo 16, versículos:
9-11 – Aparição a Maria Madalena: João 20, 11-18
12-13 – Aparição aos discípulos de Emaús: Lucas 24, 13-35
14 – Aparição aos Onze: Lucas 24, 36-43; João 20, 19-29
15-18 – Missão dos Apóstolos: Mateus 28, 16-20; Lucas 24, 44-49
19-20 – Ascensão: Lucas 24, 50-53; Actos 1, 4-11
 
(Tradução do original espanhol, escrito por Luis Heriberto Rivas, Sacerdote da Arquidiocese de Buenos Aires, licenciado em Teologia pela Universidade Católica Argentina e em Sagradas Escrituras pela Comissão Bíblica do Vaticano)
Fonte: aqui

domingo, 27 de novembro de 2011

FOTOS DO NOSSO "MENINO"

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Veja aqui novas fotos do Centro Paroquial.

sábado, 26 de novembro de 2011

Chegou o ADVENTO... E agora???

ADVENTO (= vinda, Chegada)
- valores cristãos” do Advento: “esperança”, “alegria” e “pobreza”.
- Advento,não é apenas o tempo em que os cristãos aguardam por Jesus: “Ele também espera por nós: pela nossa chegada à sua proposta de salvação”.
...
O TEMA do Ano Pastoral: " Família e Igreja nos Caminhos da Nova Evangelização"
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Então nesta 1ª semana do Advento:

ADVENTO
MENSAGEM BÍBLICA
DIMENSÕES DA FÉ
ATITUDES
1ª semana
Porventura sabeis ‘a que horas virá o dono da casa’?”
vigiar
Vigiar-se cada um a si mesmo para não magoar ninguém em família
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E nestas quatro semanas do Advento...
- Durante o Advento, ler em família os capítulos 1, 2, 3 do Evangelho de São Lucas

- Momento de oração comunitário, virado para as famílias, em 8 de Dezembro: Exposição do SS.mo, Vésperas, meditação e oração pelas famílias

- De tal maneira amou Deus o mundo, que lhe deu o Seu próprio filho.” Por isso onde haja caridade e amor, aí habita Deus. Então em família:

- Praticar algum tipo de renúncia a favor do amor

- Entrega de brinquedos, roupas e outras coisas que já não estão em uso a quem precisa…

- Visitar doentes ou solitários

- Formar para a solidariedade, para o respeito e para a partilha

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tem 11 anos e não se vergonha da sua fé!

Quando à tardinha cheguei à capela para a celebração da Eucaristia, o Diogo, 11 anos, andava no adro com um papel na mão. Ouvi um barulho e parei para escutar. O Diogo cantava enquanto deambulava pelo adro.
- Então, que andas a fazer? - perguntei.
- A D. Ana não pode vir à Missa e sou eu quem tem de começar os cânticos. Ando a ensaiar... - respondeu com ar convicto e alegre.

Penso que um dos maiores problemas do nosso cristianismo é a vergonha. Vergonha de ser cristão, vergonha de proclamar a fé, vergonha de a transmitir.
Num café ou numa conversa de amigos, falamos do tempo, do futebol, da crise, de "conquistas", de sexo e outros prazeres, de caça... Contamos anedotas... Mas falar da fé, está quieto! Ficamos tolhidos de vergonha e de respeitos humanos. Só falamos se for para o"deita abaixo"! Então aí somos capazes de ser mais maldizentes do que os outros maldizentes que conversam connosco.

O Diogo oferece a todos uma lição. Não se escondeu na sacristia, veio cá para fora. Não teve vergonha de publicamente preparar a tarefa que ia desempenhar.
Obrigado, Diogo, pelo testemunho.

I Domingo de Advento - Ano B

Leituras: aqui

1. «Vigiai»! A nós que esperamos ardentemente a manifestação gloriosa de Cristo no final dos tempos, Jesus diz: «vigiai»! A nós que vivemos, entre a primeira e a última vinda do Senhor, Jesus diz: «vigiai»! A nós, a quem o Senhor, ao partir de viagem, confiou a «casa» da Igreja, do mundo e da família, «atribuindo a cada um a sua tarefa», Jesus diz: «vigiai»! Vigiai, pois, não como quem aguarda, com temor, um acontecimento, mas como quem espera, com amor, a vinda de alguém: o Senhor Jesus!
2. “Mas como «vigiar»? Antes de mais, vigia bem, precisamente, quem ama! É o que faz a esposa que aguarda o marido, que se atrasou no trabalho, ou que está de regresso de uma longa viagem. Como faz a mãe que se inquieta com a demora do filho, a chegar a casa. Ou o namorado que está ansioso por encontrar a namorada... Quem ama, sabe esperar, até mesmo quando o outro se demora. Esperamos Jesus, se O amarmos e se desejarmos ardentemente estar com Ele. E esperamo-Lo, amando concretamente, servindo-O, por exemplo, em quem esta próximo de nós. É o próprio Jesus que nos convida a viver assim, ao contar a parábola do servo fiel. Este, enquanto espera o regresso do seu patrão, toma conta dos outros empregados e dos negócios da casa” (C. Lubich, Palavra de Vida, Novembro 2001).
Assim, neste tempo, que é o nosso, importa vigiar, isto é, ser fiel à tarefa que o Senhor confia a cada um, de modo a responder e a corresponder às exigências do evangelho!
3. Permiti-me, por isso, abrir-vos o coração, para vos dizer, que a nossa vigilância, deve traduzir-se, sobretudo, em fidelidade e perseverança! Disse-o de maneira tão bela Bento XVI em Fátima: “A principal preocupação de todo o cristão há de ser a fidelidade, a lealdade à própria vocação. A fidelidade no tempo é o nome do amor; de um amor coerente, verdadeiro e profundo a Cristo”! São Paulo sabia bem que a rotina e o cansaço dos dias e que a perigosa erosão provocada pelas desilusões da vida ao longo do tempo, pode pôr em risco a fidelidade e fazer esmorecer a fé, a esperança e o amor! Por isso, deixava-nos o apelo a «permaneceremos firmes, até ao fim», numa fidelidade a toda a prova, à imagem do nosso Deus, que é fiel (cf. I Cor.1,8-9).
4. Neste ano dedicado à família, sublinhemos então o valor da fidelidade conjugal. Precisamente, nestes nossos dias, verifica-se o aumento das separações e dos divórcios: eram de 1,1% em 1969; foram de 64,8% em 2009. Neste contexto, a fidelidade dos esposos torna-se, por si só, um testemunho significativo do amor de Cristo, que permite viver o Matrimónio, por aquilo que é, ou seja, a união de um homem e de uma mulher que, com a graça de Cristo, se amam e se ajudam, durante a vida inteira, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Neste sentido, a primeira educação para a fé dos filhos consiste precisamente no testemunho desta fidelidade ao pacto conjugal: dela os filhos aprendem, sem palavras, que Deus é amor fiel, paciente, respeitador e generoso!Esta fidelidade, que é afinal «o nome do amor no tempo», anda, por isso, a par da perseverança, da resistência, no amor e por amor.
5. Caríssimos: É bem sabido que “a infidelidade pode atingir qualquer casal, e até as pessoas com comportamentos norteados por valores morais” (Cláudia Morais, O amor e o facebook, 141) por razões várias: “problemas de comunicação, desconexão emocional, falta de intimidade, perda de um familiar, desemprego, nascimento de um filho ou qualquer outro acontecimento que cause stress” (Ib.27). É, por isso, preciso estar constantemente de “vigia”, sobre as próprias emoções, para não vir a trair o amor! Nomeadamente, é preciso especial vigilância, quanto ao uso da internet e das redes sociais, como o facebook, que ”constituem ferramentas poderosíssimas de aproximação entre pessoas, que se sintam insatisfeitas nas suas relações” (Ib.157). “Segundo um estudo, o facebook é uma fonte de conflitos entre os casais, estando associado a cerca de 28 milhões de divórcios (…) Não me sinto capaz de olhar para o facebook ou para qualquer outra rede social como diabólica, mas há limites, para que o amor não seja negativamente condicionado, por esta evolução tecnológica” (Ib. 167)!
6. Caríssimos casais: lutai pelo amor e testemunhai aos vossos filhos a beleza exigente do amor até ao fim! E naqueles momentos, nos quais sobrevém a tentação, de que a fidelidade já não compensa, resisti firmes na fé e permanecei no amor! No meio da crise, buscai orientação espiritual segura, vigiai e orai, a sós e em família, para não cairdes em tentação e procurai ardentemente a Eucaristia, que é a luz e a força da fé, o sustentáculo da esperança e o calor do vosso amor! Não basta pintar no guarda-chuva, é preciso gravar nos vossos corações as palavras «fidelidade e perseverança», para que «Cristo vos torne firmes até ao fim! Fiel é Deus por quem fostes chamados à comunhão» (I Cor.1,8-9).
Fonte: aqui

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Arcebispo de Braga diz que novo bispo de Lamego é «Embaixador da Palavra» de Deus

(...) numa comunhão eclesial profunda, tivemos o dom de ter connosco D. António José da Rocha Couto. A Igreja chama-o, agora, para servir na Diocese irmã de lamego. Sentimos a tristeza da perda, mas reconhecemos que o seu trabalho, amigo e persistente, ficará como semente a produzir frutos ou como chuva suave a penetrar o coração das comunidades para o seu rejuvenescimento.
A sua consciência profunda da missão da Igreja e a sua paixão pela Palavra de Deus e a sua permanecerá. Por isso, o termo mais justo para o definir será: "O Embaixador da Palavra". Embaixador, pois a sua acção pastoral funda-se num carácter missionário; Palavra, pois esta é o conteúdo central dessa acção.

A dedicação não se paga nem se esquece. O amor nem sempre necessita de palavras mas faz com que nos sintamos unidos na mesma missão, mesmo que em terrenos diferentes. A gratidão está na certeza de que pode continuar a sentir-se "bracarense", pois não deixaremos de contar com ele em oportunidades e circunstâncias que o futuro nos reservará.

"Quem corrige alguém, encontra depois mais gratidão do que aquele que lisonjeia com palavras" (Pr 28,23). Sei que não aceita homenagens. Mas como forma de agradecer as "correcções bíblicas e missionárias" que nos proporcionou, o clero da Arquidiocese irá manifestar-lhe um sincero obrigado no dia 20 de Dezembro, no seu encontro de Natal.

Que nas terras de Lamego, também através da nossa comunhão eclesial, continue a gastar a vida pela "vinha amada" que, lá como cá, deve produzir frutos na medida em que se alimenta da Palavra.

Bem-haja, D. António Couto! Fica entre nós pelo testemunho.

Vamos consigo na oração.

† Jorge Ortiga,
A.P.

Braga, 19 de Novembro de 2011

In ecclesia

Dia da Igreja Diocesana de Lamego - programa Ecclesia

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Veja aqui

O menino que queria encontrar-se com Deus

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Havia um pequeno menino que queria encontrar-se com Deus.
Ele sabia que tinha um longo caminho pela frente.
Um dia encheu a sua mochila com pastéis e refrigerante e saiu para brincar no parque.
, encontrou um velhinho sentado em um banco da praça a olhar para os pássaros.
O menino sentou-se junto a ele, abriu sua mochila e ia tomar um golo de refrigerante, quando olhou para o velhinho e viu que ele estava com fome; então ofereceu-lhe um pastel.
O velhinho muito agradecido aceitou e sorriu ao menino.
O seu sorriso era tão incrível que o menino quis ver de novo este sorriso; então ele ofereceu-lhe seu refrigerante.
Mais uma vez o velhinho sorriu ao menino.
O menino estava tão feliz!
Ficaram sentados ali sorrindo, comendo pastéis e bebendo guaraná pelo resto da tarde sem falarem um com o outro.
Quando começou escurecer, o menino estava cansado e resolveu voltar para casa, mas, antes de sair ele se voltou e deu um grande abraço ao velhinho.
Então, o velhinho deu-lhe o maior sorriso que o menino já havia recebido.
Quando o menino entrou em casa, sua mãe, surpresa, perguntou ao ver a felicidade estampada em sua face:
O que é que o menino fez hoje que o deixou tão feliz assim?
Ele respondeu:
Passei à tarde com Deus. Mamã. Sabia que Ele tem o mais lindo sorriso que eu jamais vi?
Enquanto isso, o velhinho chegou em casa com o mais radiante sorriso na face e seu filho perguntou:
Onde esteve, Papá, que está tão feliz?
E o velhinho respondeu:
Comi pastéis e tomei guaraná no parque, com Deus. Sabe, meu Filho, que Ele é bem mais jovem do que eu pensava?
A face de Deus está em todas as pessoas e coisas que são vistas com os olhos do amor e do coração!
Que Deus ilumine o seu coração para que possa oferecer a muitas pessoas o sorriso de Deus, que está guardado dentro de si enquanto muitos têm fome e sede d’Ele.

"A Palavra de Deus na Igreja. Desafios pastorais"

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No passado dia 12 de Novembro, o Sr. D. António Couto deu uma conferência, na Diocese de Viseu, sobre "A Palavra de Deus na Igreja. Desafios pastorais". Uma vez que o próprio Sr. D. António facultou a apresentação de powerpoint aos participantes, publicamo-lo aqui, após transformação em vídeo. Agrademos ao serviços de  comunicação da diocese o envio.



Não esqueçamos que o nosso novo bispo é um especialista em Sagrada Escritura da qual é um apaixonado.
É isto que todos somos chamados a ser: apaixonados pela Palavra de Deus. Podemos não ser especialistas, mas apaixonados, sim.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Apóstola nas ruas de Manhattan


Recentemente, a CBN News entrevistou uma mulher de 84 anos que já há mais de 40 anos aproveita a grande movimentação das pessoas na Times Square de Nova Yorque para distribuir todo o género de material formativo para levar a Mensagem de Cristo às pessoas.

Aquela Praça americana é famosa pelas suas luzes brilhantes e espectáculos da Broadway. Mas sob o brilho intenso do néon, aquela TV encontrou Irma Moraes, que dedicou sua vida a encaminhar as pessoas para a verdadeira luz do mundo.

– Por que é que a senhora decidiu fazer isso? – perguntou a jornalista.

– Foi Deus que me mandou ir pelo mundo e levar o Evangelho a todas as pessoas, respondeu ela.

 Embora Irma Moraes esteja em Nova York desde 1964, ela nasceu no Brasil. Mas quando chegou a Nova Yorque viu que havia muita gente que não conhecia Jesus Cristo e decidiu anunciá-lo de todos os modos e feitios. O seu inglês continua a não ser muito fluente mas isso não a impede de falar com as pessoas e muitas até já vêm ter com ela para lhe pedir orações ou esclarecer alguma dúvida.
As pessoas habituaram-se àquela senhora e, quando têm algum problema, desabafam com ela. Tanto jovens como adultos sentem-se atraídos pelos seus brilhantes olhos e seu espírito suave, e param para falar com ela.

– O mais difícil é o frio. Faz-me sentir congelada, então tenho que ir para casa", responde ela à
repórter que lhe pergunta se aquele trabalho não é demasiado cansativo para a sua idade.

In O Amigo do Povo

Esta senhora faz-me pensar em  tantas pessoas!... Catequistas, ministros da comunhão, GASPTA, zeladores das capelas e da Igreja, distribuidores do boletim paroquial, corais, comissões, voluntários, gente simples que de modo discreto convida outras pessoas...  Também eles estão de algum modo a cumprir o mandato de Jesus. E Deus não deixará de recompensar os seus trabalhos e canseiras.

"Evangelizar não é para mim motivo de glória. É uma obrigação. Ai de mim se não evangelizar", escreveu S. Paulo na Carta aos Colossenses.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Malfeitores assaltam templos

Ao início da noite de hoje, as pessoa responsáveis pela chave e limpeza da capela de Alcácima contactaram elementos do Conselho Económico para alertar do arrombamento da porta lateral daquele templo. Segundo estes responsáveis, às 16 horas estava tudo normal. Quando pelas 19 horas foi feita uma ronda pelo local, a verificação: a referida porta havia sido arrombada.
Com o pároco, um elemento do Conselho Económico e os citados responsáveis, fez-se uma análise à situação, tendo-se então verificado que o pequeno cofre do templo também havia sido arrombado e esvaziado. Logo de seguida, contactou-se a GNR que se deslocou ao local.

Sempre fui contra cofres nas Igrejas e nas capelas. Eles são uma atracção irresistível para a gatunagem. E então nos tempos que correm, é muito perigoso. Às vezes, por causas de uns tostões que possam cair de esmolas, obtemos despesas enormes com reparações do material danificado, além dos abatimentos e revoltas que os roubos sempre causam. Mas meter isso na cabeça de alguma gente???

Toda a vigilância é pouca, tanto dos cidadãos como GNR. Estejamos atentos e encaminhemos as situações para as autoridades, logo aos primeiros indícios. A insegurança é como um torniquete, hoje pode atingir uns, amanhã outros.
Por tanto, alerta! Uns pelos outros e uns com os outros.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Semeando a paz

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Ontem. O último Domingo do Ano litúrgico.

É a solenidade de Jesus Cristo,

Senhor da Vida e Rei do Universo.

Somos convidados a seguir os seus passos,

semeando a Paz,

lutando pela Liberdade,

irradiando a Alegria,

procurando a Verdade,

disponveis para servir os outros.

No coração de todos

nascerá a Esperança

de um Mundo novo.

«Cristãos conscientemente comprometidos»

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Ontem, a partir das 16h00, na Sé Catedral, 135 anos depois da Dedicação da mesma, Dia da Igreja Diocesana, solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, o Administrador Apostólico da Diocese de Lamego, D. Jacinto Botelho, um dia depois de conhecer o Seu sucessor, D. António Couto, presidia à Eucaristia solene com a Ordenação de mais um Diácono em ordem ao sacerdócio ordenado: Ricardo Jorge Ribeiro Barroco.
“A crise que enfrentamos reclama uma proximidade e solidariedade a que ninguém pode ficar indiferente. Vivem ao nosso lado, muito mais perto do que imaginamos, os que merecem a nossa particular atenção que são todos afinal”, disse D. Jacinto, na homilia da celebração do Dia da Igreja Diocesana.
O prelado defendeu uma “evangelização realizada através da caridade e do testemunho da pobreza cristã”, sem a qual “o anúncio do Evangelho – e este anúncio é a primeira caridade – corre o risco de não ser compreendido ou de afogar-se naquele mar de palavras que a atual sociedade de comunicação diariamente nos apresenta”.

Fontes: aqui e aqui

domingo, 20 de novembro de 2011

Os últimos Bispos de Lamego e a Arquidiocese de Braga

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O saudoso D. António de Castro Xavier Monteiro e o seu sucessor, D. Américo Oliveira, provinham da Arquidiocese de Braga.
D. Jacinto Botelho e D. António Couto foram Bispos Auxiliares de Braga antes da nomeação como  Bispos de Lamego.

sábado, 19 de novembro de 2011

Obrigado, D. Jacinto!

D. Jacinto Botelho, 76 anos, é oriundo da nossa diocese a cujo serviço tem dedicado quase toda a sua vida. Exceptuam-se os 4 anos como Bispo Auxiliar de Braga.
A sua ordenação episcopal ocorreu na Sé de Lamego a 20 de Janeiro de 1996 e foi nomeado Bispo de Lamego a 20 de Janeiro de 2000, tendo tomado posse a 19 de Março do mesmo ano. Foram mais de 11 anos a presidir à Igreja Lamecense.
A partir de hoje e até à tomada de posse do senhor D. António Couto - 29 de Janeiro próximo - D. Jacinto Botelho é o Administrador Apostólico de Lamego.

Obrigado, senhor D. Jacinto, o Bispo peregrino de Santa Helena aos longos destes anos!
Obrigado pelo interesse e carinho com que tratou a comunidade paroquial tarouquense!
Obrigado pela sua fé, testemunhada, viva e profunda!
Obrigado pela sua humildade, pela aceitação da diferença, pela fidelidade à Igreja!
Obrigado por nos apontar constantemente o caminho da conversão a Cristo e à Sua Mensagem!
Obrigado pela amizade que a todos dedicou!
Obrigado pelo Pastor que foi!
Por tudo, obrigado!
Um Bispo, uma vez ao serviço da sua Diocese, não deixa de estar, mesmo quando passa a emérito. Estará de outra forma. Certamente menos na "boca do palco", mas igualmente presente pela oração, pelo estudo, pela reflexão, pela colaboração lealíssima com o novo Bispo como é timbre da nobreza de carácter de D. Jacinto, pela amizade e pela ajuda a esta Igreja Local que ele ama.

Mensagem de D. Jacinto Botelho,
Administrador Apostólico de Lamego
Sua Santidade Bento XVI nomeou o Senhor D. António José da Rocha Couto para meu sucessor. Saúdo-o com a maior amizade e consideração e auguro-lhe um episcopado carregado de Bênçãos e êxitos pastorais.
Tenho servido esta Igreja de Lamego que desposei, quase ao longo de 12 anos, como bispo diocesano e continuarei a servi-la, como administrador apostólico, até à tomada de posse do meu sucessor.
Antes de mais agradeço ao Senhor a magnanimidade da Graça recebida, a confiança que o Beato João Paulo II e o actual Pontífice, Sua Santidade, Bento XVI, em mim depositaram; a vivência de fraternidade com os irmãos no episcopado; igualmente tenho de ser grato ao Senhor pela comunhão e docilidade do Presbitério, pelo testemunho sempre estimulante das religiosas e religiosos e dos membros dos Institutos de vida apostólica; e pela amizade, carinho, e dedicação dos nossos leigos.
Penaliza-me a debilidade e imperfeição da minha resposta e do meu serviço que, confiando na misericórdia de Deus, Ele me perdoará, e vós também sabeis desculpar, como tão generosamente tendes manifestado.
Mas devo agradecer ainda ao Senhor a riqueza de que esta Diocese de Lamego vai beneficiar com a nomeação do Senhor D. António Couto. Natural de Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses, Porto, é membro da Sociedade Missionária da Boa Nova e até agora Bispo Auxiliar de Braga, que vários dos nossos sacerdotes conhecem, porque orientou um dos últimos retiros anuais do nosso clero. Trata-se de um Bispo de reconhecida cultura e competência teológica, nomeadamente no campo da Sagrada Escritura, que até ao momento tem sido professor na Faculdade de Teologia do Porto da Universidade Católica. Foi eleito na última Assembleia da Conferência Episcopal para presidir à Comissão agora reestruturada com o pelouro da Missão e Nova Evangelização. Cabe-lhe por isso a responsabilidade de coordenar toda a movimentação em que a Igreja de Portugal se encontra empenhada na linha da Nova Evangelização, o que é uma mais-valia para a nossa Diocese.
Agradeço as orações que permanentemente por mim tendes feito chegar ao Céu, durante o meu ministério episcopal, prática a que continuareis a ser fiéis também pelo nosso novo Bispo que, se Deus quiser, em 29 de Janeiro tomará posse da Diocese, e receberemos com júbilo, numa manifestação viva de fé e de comunhão.
+Jacinto Tomaz de Carvalho Botelho, Administrador Apostólico de Lamego


Mensagem de D. António Couto, bispo de Lamego

Com alegria e confiança de criança, levanto os meus olhos para os montes, para Aquele que guarda a minha vida, de noite e de dia, quando saio e quando entro, desde agora e para sempre! É com esta luminosa melodia do Salmo 121, que canto, neste dia, ao bom Deus, que sei bem que «tem sido o meu pastor desde que existo até hoje» (Génesis 48,15).
D’Ele quero ser transparência pura, sempre, como Ele, pastor que visita, com um olhar repleto de bondade, beleza e maravilha, os seus filhos e filhas que Ele agora me confia. Enche sempre, Senhor, o meu olhar, mãos e coração com a tua presença bela e boa. Que, em mim, sejas sempre Tu a visitar o teu povo. É esta divina maneira de ver bem, belo e bom (episképtomai), que diz o bispo (epískopos) e a visita ou visitação pastoral (episkopê) (Lucas 1,78; 7,16; 19,44).
É nesta toada de comovida oração que saúdo e abraço a bela, antiga e ilustre Diocese de Lamego, todos os filhos e filhas de Deus que nela levantam as mãos e o coração para Deus, desde os mais pequeninos até aos mais idosos, todos e todas as comunidades e paróquias, com os/as seus/suas catequistas, cantores, acólitos, leitores, zeladoras, confrarias, movimentos, ministros da comunhão, animadores da caridade, seminaristas, institutos religiosos e seculares, diáconos, presbíteros, serviços e secretariados, colégio de consultores e cabido da Sé Catedral, e o meu querido amigo e irmão no episcopado, D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, a quem saúdo com particular afeto.
Estarei amanhã [domingo], Dia da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, em comunhão com todos vós na celebração do Dia da Igreja Diocesana, e sentirei convosco «A Família e a Igreja nos caminhos da Nova Evangelização». Que o Senhor a quem servimos e que nos mandou servir os nossos irmãos mais pequeninos encha das suas graças o jovem Ricardo Jorge Ribeiro Barroco, que amanhã receberá a Ordenação Diaconal. Para todos invoco a bênção de Cristo Rei, e a proteção de S. Sebastião, Padroeiro da nossa Diocese de Lamego, e de Maria, Mãe de Deus e nossa mãe, que particularmente invocamos como Nossa Senhora dos Remédios.
Quero, nesta hora de graça, manifestar também o meu afeto e gratidão à Igreja Bracarense, que Deus me deu a graça de servir nos últimos quatro anos. O meu abraço grato e fraterno ao Senhor Arcebispo Primaz, D. Jorge Ferreira da Costa Ortiga, e ao Senhor Manuel da Silva Rodrigues Linda., que tem sido comigo Bispo Auxiliar. As minhas mais afetuosas saudações a todos aqueles que, nestes quatro anos, Deus colocou no meu caminho: presbíteros, diáconos, seminaristas, fiéis leigos empenhados no «trabalho do amor» (1 Tessalonicenses 1,3) e o bom povo de Deus, a quem tanto fico a dever.
À Igreja de Lamego que servirei agora, à Igreja de Braga que servi nestes quatro anos, à Sociedade Missionária da Boa Nova que me acolheu desde criança e em cujo seio aprendi a dilatar o coração, e a todas as Igrejas por onde tive a graça de passar e de servir, a todos peço que «luteis comigo na oração» (Romanos 15,30) para que eu possa ser sempre fiel à causa do Evangelho.
Esta hora de graça serve ainda para atestar a minha fidelidade, comunhão e gratidão ao nosso Papa Bento XVI, e também a minha lealdade e comunhão ao Senhor Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, e a todo o Colégio Episcopal.
Braga, 19 de novembro de 2011, Memória de Santa Maria no Sábado
D. António José da Rocha Couto

SEJA BEM-VINDO, SENHOR D. ANTÓNIO COUTO!


Bento XVI nomeou hoje D. António Couto, de 59 anos, como novo Bispo para a Diocese de Lamego, substituindo no cargo D. Jacinto Botelho, que resignou por motivos de idade.

O até agora Bispo Auxiliar de Braga vai substituir D. Jacinto Botelho, que apresentara ao Papa a sua renúncia por ter atingido o limite de idade imposto pelo direito canónico – 75 anos.

A tomada de posse ficou marcada para o dia 29 de Janeiro.

D. António José da Rocha Couto, nasceu em 18-04-1952,  Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses, Porto.

A 2 de Outubro de 1963 entrou no Seminário de Tomar, da Sociedade Portuguesa das Missões Ultramarinas, hoje Sociedade Missionária da Boa Nova. Recebeu a ordenação sacerdotal em Cucujães, em 3 de Dezembro de 1980.
Os primeiros anos de sacerdócio foram vividos no Seminário de Tomar, acompanhando os alunos do 11.º e 12.º anos. No ano lectivo de 1981-1982 foi Professor de Religião e Moral Católica na Escola de Santa Maria do Olival, em Tomar. Em 1982 fez o curso de Capelães Militares, na Academia Militar, e foi nomeado capelão militar do Batalhão de Serviço de Material, do Entroncamento, e, pouco depois, também da Escola Prática de Engenharia, de Tancos.
Transferiu-se depois para Roma, para a Pontifícia Universidade Urbaniana, onde, em 1986, obteve a licenciatura canónica em Teologia Bíblica. Na mesma Universidade obteve, em 1989, o respectivo Doutoramento, depois da permanência de cerca de um ano em Jerusalém, no Studium Biblicum Franciscanum.
No ano lectivo de 1989-1990 foi professor de Sagrada Escritura no Seminário Maior de Luanda. Regressou então a Portugal, e foi colocado no Seminário da Boa Nova, de Valadares, com o encargo da formação dos estudantes de teologia. É professor da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, núcleo do Porto, desde o ano lectivo de 1990-1991.
De 1996 a 2002 foi Reitor do Seminário do Seminário da Boa Nova, de Valadares. Foi também Vigário Geral da Sociedade Missionária da Boa Nova de 1999 a 2002, ano em que foi eleito Superior Geral da mesma Sociedade Missionária da Boa Nova, cargo que ocupou até à data da sua Ordenação Episcopal, em 23 de Setembro de 2007.
Em 2004, João Paulo II havia-o nomeado membro da Congregação para a Evangelização dos Povos.
D. António Couto foi colaborador do Programa ECCLESIA (RTP2), da Igreja Católica, tendo colaborado regularmente desde 2003, na sua qualidade de biblista.
É autor dos seguintes livros: Até um dia (poemas) 1987; Raízes histórico-culturais da Vila Boa do Bispo (1988); A Aliança do Sinai como núcleo lógico-teológico central do Antigo Testamento (tese de doutoramento), 1990; Como uma dádiva. Caminhos de antropologia bíblica, 2002 (2.ª edição revista em 2005); Pentateuco. Caminho da vida agraciada, 2003 (2.ª edição revista, 2005). E também autor de inúmeros artigos em enciclopédias, colectâneas e revistas.


Em 19 de Novembro de 2011, o Papa Bento XVI nomeia D. António Couto Bispo de Lamego.

Plano Pastoral 2011/2012





Reunião do Conselho Pastoral

No dia 18 de Novembro reuniu o Conselho Pastoral desta Paróquia. Após a leitura e aprovação da acta da reunião anterior, procedeu-se à análise do último Plano Pastoral.
- No que se refere à catequese, o ano foi positivo. As festas da Catequese correram bem. O encontro de catequistas em Santa Helena foi rico, com momentos de oração, aprendizagem, aprofundamento do conhecimento mútuo, troca de impressões, debate de problemas e são convívio. As crianças portaram-se belamente em Fátima e tudo correu bem, mesmo sem a presença do pároco que não pôde ir. Foi lindo o testemunho que crianças e pais ofereceram nas festas da catequese.
- Abertura da comunidade cristã ao mundo, já que “o mundo é o caminho da Igreja”, traduzida em atitudes concretas: Feira do GASPTA no S. Miguel, venda de rifas para o Centro Paroquial, festas da catequese, distribuição do boletim paroquial pelas famílias, realização da Via-Sacra ao vivo que correu maravilhosamente, estando por isso os jovens e outros intervenientes de parabéns.
- A procissão da Senhora de Fátima teve aderência e participação, apesar de se ter realizado o percurso mais longo (Teixelo – Igreja Paroquial). A bênção das crianças leva à presença de mais pais.
- A novena de Santa Helena, com a dinâmica introduzida nos últimos anos, tem-se tornado mais apelativa. Então aquela Via Lucis, sentida, calma, sem balbúrdia, em plena noite na serra, foi muito bonita e tocante.
- A Catequese de Setembro sobre os Mandamentos, foi um óptimo momento de evangelização que mereceu a atenção das pessoas.
- Foi salientado o gesto criativo em favor da comunidade da pessoa que teve a ideia das rifas, as lançou, arranjou os prémios, trabalhou o aspecto logístico. É com gestos destes que a comunidade cresce, quando cada um dá a contribuição que pode.
- Porque terra onde os empregos escasseiam, os nossos jovens têm de partir. Por isso, os jovens “Apóstolos Navegantes” terminaram como grupo, não como cristãos. Contamos com eles dentro das suas possibilidades. Outro se lhes seguirá. O Conselho Pastoral louva e agradece aos “Apóstolos Navegantes” que fez coisas maravilhosas em prol da comunidade.
- O jornal está com dificuldades económicas. Este Conselho opinou no sentido de se retirar a da internet o mensário, pois isso dificultará a sua venda.
- Foram ainda enviadas as conclusões a nível diocesano do projecto “Repensar Juntos a Pastoral da Igreja Em Portugal” aos participantes desta paróquia no encontro arciprestal.
- As festas populares correram bem, sem reparos de maior.
O Conselho Pastoral analisou de seguida uma proposta de Plano Pastoral que foi explicada, analisada, alterada em alguns aspectos e finalmente aprovada.
PLANO PASTORAL 2011/2012
Tema: " Família e Igreja nos Caminhos da Nova Evangelização"
1. Advento/Natal
- Preparação do Natal
- Distribuição do Boletim Paroquial de porta em porta
2. Janeiro/Fevereiro
- Abertura do Centro Paroquial à catequese
3.  Quaresma/Páscoa
- Animação das Eucaristias pelos catequizandos (Missa com crianças e Missa do Dia
- Visita aos doentes: Pároco e GASPTA
- 11 de Março: Celebração comunitária das Bodas de Prata e de Ouro Matrimoniais
- Procissões da Semana Santa
- 17 de Março: Festa da catequese: “Jesus sofreu, morreu e ressuscitou para nos salvar
- Comunhão Pascal: 31 de Março
- 1º Encontro de Famílias a 14 de Abril
4.  Maio/Junho
- 1ª Domingo de Maio: Dia da Mãe
- 12 de Maio: Procissão da Senhora de Fátima (Expansão Oeste para a Igreja)
- 2º Encontro de Famílias a 19 de Maio
- Possível acção de formação para os pais
- 27 de Maio – Crisma (?)
- 3 de Junho – 1ª Comunhão
- 7 de Junho – Corpo de Deus e Profissão de Fé. Encerramento do ano catequético.
- 9 e 10 de Junho (sábado e domingo) – Peregrinação das crianças a Fátima
- 24 de Junho – Convívio de catequistas
- Festas populares: Santo António, São João, São Pedro, Senhora das Necessidades
Verão:
- 30 de Junho a 8 de Julho: Novena de Santa Helena
- 4º Domingo de Julho: Festa de Cristo Rei
- 2º Domingo de Setembro: Convívio da Freguesia no Senhor do Monte
EVANGELIZAÇÃO DA FAMÍLIA,
COM A FAMÍLIA, PELA FAMÍLIA
A Família, para ser evangelizadora, tem que primeiro ser evangelizada”.
Daí a importância:
- dos encontros de formação acima referidos
- das reuniões de pais
- da preparação para o Baptismo e para o Matrimónio
ADVENTO
- valores cristãos” da “esperança”, “alegria” e “pobreza”.
- Advento,não é apenas o tempo em que os cristãos aguardam por Jesus: “Ele também espera por nós: pela nossa chegada à sua proposta de salvação”.

- Durante o Advento, ler em família os capítulos 1, 2, 3 do Evangelho de São Lucas
- Momento de oração comunitário, virado para as famílias, em 8 de Dezembro: Exposição do SS.mo, Vésperas, meditação e oração pelas famílias
- De tal maneira amou Deus o mundo, que lhe deu o Seu próprio filho.” Por isso onde haja caridade e amor, aí habita Deus. Então em família:
- Praticar algum tipo de renúncia a favor do amor
- Entrega de brinquedos, roupas e outras coisas que já não estão em uso a quem precisa…
- Visitar doentes ou solitários
- Formar para a solidariedade, para o respeito e para a partilha
Observação: Na Quaresma/Páscoa, seguir-se-á um esquema conforme o aprovado para o Advento/Natal, de acordo com o que o Conselho Pastoral decidiu.