sexta-feira, 29 de maio de 2020

Percurso descritivo do “Adeus a Nossa Senhora”✨

31 DE MAIO: A IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA VISITA OS POVOS DA PARÓQUIA DE TAROUCA
Asas da Montanha: Nossa Senhora na Paróquia de S. Pedro de Tarouca
*Capela de Teixelo - Terço às 2015h. Em seguida, a Imagem segue pela rua em frente à capela (Rua do Corvo), descendo depois a Estrada Nacional até ao cruzamento de Cravaz;
*Cravaz (balão da água) vira à direita e segue pela Av. do Vale em direção a Valverde (Av. Sta. Tecla). Percorre toda a aldeia de Valverde até ao cruzamento da estrada nacional, chegado o cruzamento vira à direita para Tarouca, passa em frente à Câmara Municipal.
*Antes do Auditório Municipal vira à direita e passa pela Rua S. João de Deus, de seguida vira à esquerda e desce a Av. Almirante Saavedra.
*Rotunda do Mártir S. Sebastião vira à direita passando pelo Lar da Santa Casa da Misericórdia e segue em direção ao bairro do S. Pedro. Desce no Leitão dos Arcos em direção à variante virando à direita em direção à rotunda de Dalvares.
*Na rotunda de Dalvares vira em direção ao Castanheiro do Ouro, seguindo a Estrada Nacional até à fronteira do Concelho, onde vira e segue pela Rua Ponte das Tábuas, voltando a entrar de novo na Estrada Nacional pelo prédio dos Carvalhos.
*Entre o café Cabana e a Mapec vira à direita, segue pela Rua Abade Vasco Moreira, passa pela Travessa Sta. Apolónia chegando à Av. Sá Carneiro.
*Faz toda a Av. Sá Carneiro em direção à rotunda do Mártir S. Sebastião. Chegando à rotunda vira à direita seguindo pela Av. Ananias do Carmo Santos, passa pelo Centro Cívico. (estátua da mãe)
* No cruzamento vira à direita em direção aos Esporões (Rua Abel Sousa Lira).
* Passa Arguedeira e vira à direita no cruzamento para Santiago, passa pela capela de Santiago e depois vira à esquerda no cruzamento em direção a Vila Pouca.
* Em Vila Pouca sobe a Rua da Padaria, vira à direita para Quintela.
* Quintela fará um pequeno percurso na Rua S. Luís, seguindo depois para a Ponte das Tábuas. Inverte o sentido e vai em direção ao cruzamento para Gondomar.
* Segue a Rua do Couço em direção à capela de S. João dando a volta à mesma regressando pela estrada da Barroca em direção a Arguedeira.
* Em Arguedeira, no Largo St. António vira à direita passando ao lado da capela, vira depois à esquerda e segue pela Rua do Barreiro e vai em direção ao cemitério.
*No cruzamento do cemitério vira à esquerda e desce pela Rua do Soutinho, passa pela Rua S. Martinho descendo pelo povo dos Esporões. Chegando ao fundo do povo, no cruzamento vira à direita passando em frente ao Centro Escolar.
*Na rotunda a seguir ao centro escolar vira à direita passando pela Av. dos Restauradores do Concelho. Na GNR vira à esquerda e vai em direção à Av. dos Bombeiros Voluntários, vira depois à esquerda pela Rua Vinício Félix em direção ao Outeiro da Forca, onde a imagem de Nossa Senhora regressará ao nicho de onde havia sido retirada.

Carta aos Paroquianos de São Pedro de Tarouca


Caros Paroquianos e Amigos,
Espero que esta mensagem vos encontre de saúde e em ambiente verdadeiramente pascal.
A festa do Pentecostes é uma das mais importantes do calendário litúrgico anual. Na manhã desse dia, os Apóstolos reunidos no cenáculo com Maria, mãe de Jesus, receberam o dom do Espírito Santo em línguas de fogo. A força do alto transformou-os e a história dos homens nunca mais foi a mesma. Desde então, a comunidade dos discípulos de Jesus, formada por todos os batizados, a Igreja, inspirada, fortalecida e guiada pela terceira pessoa da Santíssima Trindade, anuncia a Boa Nova em obediência ao mandato daquele que foi elevado ao céu, sem deixar de caminhar connosco.
Este ano, a festa do Pentecostes é particularmente desejada, uma vez que coincidirá com a reabertura das igrejas para a celebração da Eucaristia com a participação presencial dos fiéis. Decorrerá neste último fim de semana de maio. Obviamente que as celebrações irão estar condicionadas pelas Orientações da Conferência Episcopal Portuguesa para a celebração do Culto público católico no contexto da pandemia COVID-19, de 08 de maio de 2020. O espaço físico da celebração vai ser adaptado, o número de participantes reduzido (aqueles que habitualmente chegam tarde poderão ter de aguardar a celebração de outra missa), o uso de máscara durante a celebração e a desinfeção das mãos à entrada e saída serão obrigatórios. De igual modo, também à saída não deveremos permanecer à conversa. Enfim, procuraremos cumprir escrupulosamente as medidas em vigor para que a Igreja seja o lugar para o contágio apenas da fé, da esperança e da caridade. Temos consciência que entramos, assim, numa fase desafiante para todos nós, enquanto membros de uma comunidade. Isso vai exigir maior colaboração, paciência e diálogo. Mas este tempo poderá ser também, como acontece em muitas famílias, uma oportunidade para intensificar o sentido de pertença a esta família e aprofundar o dever de corresponsabilidade comunitária.
Nesta fase inicial, e lembrando que a Igreja Paroquial anda em obras, iremos manter as Celebrações Eucarísticas Dominicais:
·         Sábado, às 19h no Centro Paroquial e 20h em Gondomar
·         Domingo, às 8h e 11h, no Centro Paroquial e às 10h no Teixelo
Durante a semana teremos as seguintes Celebrações Eucarísticas:
·         Terça-feira, na Capela da Misericórdia às 19.30h e Valverde às 20h
·         Quarta-feira, em Arguedeira às 19.30h e Esporões às 20h
·         Quinta-feira, na Senhora das Necessidades às 19.15h e Cravaz às 20h
·         Sexta-feira, a 1ª sexta-feira do mês começa às 19h
As pessoas que integram grupos de risco devem ficar em casa e acompanhar a celebração via Facebook do Centro Paroquial, tal como tem sido feito nos últimos meses. Para os irmãos que não se deslocam à igreja, será garantida, logo que possível, a Sagrada Comunhão através do ministro extraordinário, sempre que solicitado, e com a garantia do cumprimento de todas as regras de segurança sanitária.
O Sacramento da Reconciliação, quando previamente agendado e estiverem garantidas as condições de segurança, será celebrado conforme for combinado.
A realização das atividades obedecerá às regras gerais da Conferência Episcopal publicadas no documento acima mencionado. Na nossa comunidade, algumas das iniciativas foram suspensas e outras, como as atividades da catequese, as reuniões de jovens, os grupos de oração, mantêm-se com recurso aos meios telemáticos. Na verdade, a Igreja continua viva e ativa, em algumas áreas, com maior intensidade do que antes.
Quero agradecer, em nome de todos, o apoio que algumas pessoas têm prestado à comunidade, seja através da oferta e recolha de bens para que ninguém fique privado do essencial, seja através da realização dos trabalhos agora exigidos para reabertura dos espaços, seja através das transmissões. Sem o apoio generoso de todos, em especial deste grupo de voluntários, a Igreja seria um corpo morto, sem qualquer sinal do Espírito Santo.
Lembramos, por fim, que para manter a Igreja operacional continuamos a contar com a contribuição que os fiéis generosamente costumam partilhar, ainda mais neste tempo em que a implementação das novas regras exige a assunção de despesas extraordinárias. O esforço tem se ser coletivo quando está em causa o bem comum.
Desejo que este tempo de “distanciamento social” avive em nós a vontade de voltar a celebrar festivamente e fazer a experiência de fraternidade – “comer juntos, rezar juntos” - que tanto nos caracteriza.
O vosso Pároco,
P.e Carlos

29 de maio de 2020

quinta-feira, 28 de maio de 2020

31 Maio 2020 - Solenidade do Pentecostes - Ano A

Leituras: aqui



"... há diversidade de dons espirituais,
mas o Senhor é o mesmo.
Há diversas operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito
para o bem comum.
Assim como o corpo é um só e tem muitos membros
e todos os membros, apesar de numerosos,
constituem um só corpo..."

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO -3ª parte



IMPOSIÇÃO DAS MÃOS - Um dos objetivos principais de impor as mãos no Antigo Testamento era para invocar bênçãos sobre alguma pessoa. (Génesis 48. 14).
Também temos o ato de impor as mãos com o objetivo de consagração da pessoa para uma missão, um serviço ou algum cargo. Moisés impôs as mãos sobre Josué e  consagrou-o como seu sucessor” (Números 27. 23).
No Novo Testamento vemos manter a tradição de impor as mãos como um ato de abençoar. Como exemplo, temos Jesus abençoando as crianças. “Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, abençoava-as.” (Marcos 10. 16).
O ato de consagrar alguém para determinado serviço, ministério ou cargo, impondo as mãos, também é visto no Novo Testamento. Antes de enviarem Barnabé e Paulo para o campo missionário os apóstolos impuseram as mãos sobre eles.  (Atos 13. 3)
Vemos também, por várias vezes, o ato de impor as mãos com o objetivo de invocar a cura sobre a vida de alguém. Jesus fez isso diversas vezes: “Ao pôr-do-sol, todos os que tinham enfermos de diferentes doenças  traziam-lhos; e ele curava-os   impondo as mãos sobre cada um.” (Lucas 4. 40). Essa forma de impor as mãos também foi realizada pelos apóstolos.
Temos também registados casos em que eram impostas as mãos sobre pessoas com o objetivo de lhes conceder dons especiais. “E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.” (Atos 19. 6)
Impor as mãos significa a invocação e transmissão do Espírito Santo sobre aqueles a quem as mãos são impostas.


SER HUMANOO que mais poderia representar o Espírito Santo? Cada pessoa. Isso mesmo, pois somos o Corpo de Cristo (I Coríntios 12.27) e  Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas  (Atos 1.8). Deus não quer usar apenas a água, o vento, o fogo, a pomba, o azeite, o selo o sopro e a imposição das mãos, porque deseja habitar em nossas vidas como templo do seu Espírito (I Coríntios 3.16).
   Seja um símbolo vivo do Espírito Santo!


quarta-feira, 27 de maio de 2020

SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO _ 2ª parte

AZEITE ou “Óleo precioso” (Salmos 133.2). O azeite tem vasta aplicação na vida oriental, servindo para alimentação, iluminação, lubrificação, vitalizar a pele e os cabelos, além de curar certas enfermidades e feridas. o azeite ou óleo representa frescor, abundância, luz e remédio. Os israelitas usavam um azeite especial para a unção de sacerdotes e Reis chamado de azeite ou óleo da “unção” (Êxodo 30.22-33). Com azeite ungiam-se os sacerdotes e Reis para o serviço do Senhor (I Samuel 10.1; 16.13; I Reis 1.39) era também chamado de óleo da alegria (Salmos 45.7). Jesus confirmou esta prática ordenando que se ungisse com óleo (Marcos 6.13; Tiago 5.14).
Ungidos com o óleo no Batismo, Crisma, Santa Unção, Ordem, fomos revestidos com a “Força do Alto” para a difícil caminhada da vida rumo à Casa do Pai. O Espírito deixa a marca de Deus em nós, o bom perfume do amor de Deus, cura as feridas do pecado e da limitação, ilumina, faz-nos viver a frescura da salvação, cura as nossas cegueiras, conduz-nos para Cristo, nossa luz, caminho e verdade.

SELO: O selo traz a ideia de possuir ou marcar propriedade, garantir a autenticidade (II Timóteo 2.19). Ao colocar o selo como um símbolo está sinalizado de quem pertence tal coisa como uma autenticação do dono. Isso serve para mostrar que os crentes em Jesus são propriedade particular de Deus (I Pedro 1.9). A Bíblia diz que somos selados com o Espírito Santo da promessa (Efésios 1.13). Os crentes têm sido selados (Efésios 4.30), mas devem ter o cuidado para não destruir a impressão deste selo (II Coríntios 1.22). Também em Apocalipse 7.2,3 diz que Deus mandará selar os seus para suportarem a grande tribulação e que os selados pelo Espírito Santo não receberão a marca da besta.
O Espírito garante a verdade da Mensagem, confirma-nos na fidelidade à Mensagem, faz-nos pertença de Deus. “De Deus viemos, em Deus nos movemos, para Deus caminhamos.”

SOPRO - Em Gênesis 2.7 está escrito que Deus formou o homem do pó da terra soprou em suas narinas o fôlego [Rûah] de vida. Jesus fez o mesmo com seus discípulos: “soprou sobre eles, e disse: recebei o Espírito Santo" (João 20.22).
Espírito Criador, Senhor que dá a vida, enche a nossa vida e a vida do mundo do Teu sopro divino e tudo será renovado.

terça-feira, 26 de maio de 2020


Que significam os símbolos do Espírito Santo? - I




1- ÁGUAA água é indispensável para a vida, onde não há água não há vida. Assim também é essencial a presença do Espírito Santo para que haja vida espiritual. A água lava, limpa, hidrata, humedece, refresca e dessedenta. As Escrituras referem-se ao Espírito Santo como chuvas (Joel 2.23); como torrentes (Isaías 44.3); como rios (Ezequiel 47.1-12) que seriam derramados ou fluiriam abundantemente no nosso meio (João 7.37-39). O Espírito 
que recebemos no Batismo e na Confirmação, traz-nos a vida de Deus e leva-nos para a vida com Deus, oferecendo-nos a vida nova de filhos de Deus. Pelo poder do Espírito, somos filhos no Único Filho.
2- VENTO Em Ezequiel 37.7-10 um vento vem para dar vida aos ossos secos. E no Pentecostes, “os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar. Subitamente, fez se ouvir, vindo do Céu, um rumor semelhante a forte rajada de vento…” (Act 2, 2)
O vento pode soprar com intensidades diversas, movimenta-se e movimenta, sacode, espalha as sementes, refresca … Assim é o Espírito de Deus, sopra onde quer e como quer, distribuindo os seus dons como Lhe apraz.
3- FOGO: A Bíblia diz em Hebreus 12.29 que "Deus é fogo consumidor". Por isso acreditamos que o Espírito Santo se manifesta como fogo. Não somente para juízo, mas também para revestimento de poder e purificação (Mateus. 3.11). O fogo, aquece e ilumina (Isaías 4.4). Deus se manifestou várias vezes ao seu povo numa coluna de fogo (Êxodo 13.21), por isso relacionamos o fogo com o Espírito Santo. No Pentecostes o Espírito Santo desceu em forma de línguas de fogo (Atos 2.3).
O fogo destrói ervas daninhas, limpa, purifica, renova. Assim o Espírito Santo. É perdão; aquece os corações na fé esperança e caridade; transforma e chama à conversão, à renovação; convoca para a missão; gera a sementeira da Palavra e constrói a unidade.
 
POMBA: os quatro evangelhos insistem em mostrar a pomba como símbolo do Espírito Santo (Mateus 3.16; Marcos 1.10; Lucas 3.22; João 1.32), sublinhando Sua brandura, doçura, amabilidade, inocência, suavidade, paz, pureza e paciência. A pomba era vista como um animal limpo (Gênesis 8.8-12) e símbolo de pureza. Cristo falou da pomba como uma simbologia de simplicidade, uma das mais belas características dos discípulos (Mateus 10.16).
A pomba também era ave usada no sacrifício; “dois pombinhos (Levíticos 1.14 e Lucas 2.24). É também um pássaro que simboliza o amor. Nos cânticos de Salomão, vemos várias citações da pomba como sinal de carinho: ”Os seus olhos são como os das pombas junto às correntes das águas, lavados em leite, postos em engaste” (Cântico dos Cânticos 5.12).
No Batismo de Jesus no Jordão, o Espírito desce sobre Cristo em forma de pomba, ungindo-O para a missão que Jesus iniciava.
Ungido pelo Espírito, Jesus é paz, Cordeiro inocente, simplicidade, afabilidade, amabilidade, doçura, paciência, amor, livre aceitação da vontade do Pai, sacrifício de expiação pelos pecados do mundo...

Os Símbolos do Espírito Santo


segunda-feira, 25 de maio de 2020

DIZES QUE...

Dizes que sou nascente abundante e não vens beber.
Dizes que sou um vinho de grande reserva e não te embriagas.
Dizes que sou brisa suave e não abres as tuas janelas.
Dizes que sou luz e segues pelas trevas.
Dizes que sou óleo perfumado e não te unges.
Dizes que sou música e não te ouço cantar.
Dizes que sou fogo e continuas com frio.
Dizes que sou força divina e estás muito frágil.
Dizes que sou advogado e não me deixas defender-te.
Dizes que sou consolador e não me contas os teus sofrimentos.
Dizes que sou dom e não abres para mim as tuas mãos.
Dizes que sou paz e não escutas o som da minha flauta.
Dizes que sou vento forte e continuas sem mover-te.
Dizes que sou defensor dos pobres e tu afastas-te deles.
Dizes que sou liberdade e não deixas que te impulsione.
Dizes que sou oceano e não queres mergulhar.
Dizes que sou amor e não me deixas amar-te.
Dizes que sou testemunha e não me perguntas.
Dizes que sou sabedoria e não queres aprender.
Dizes que sou sedutor e não te deixas seduzir.
Dizes que sou médico e não me chamas para curar-te.
Dizes que sou hóspede e não queres que entre.
Dizes que sou sombra fresca e não te abrigas debaixo das minhas asas.
Dizes que sou fruto e não me provas.
Florentino Ulibarri

domingo, 24 de maio de 2020

Em 31 de maio, a Imagem da Senhora de Fátima vai percorrer todos os povos da Paróquia de Tarouca


No último dia de maio, Mês de Maria, a Imagem de Nossa Senhora de Fátima, levada num carro dos Bombeiros, vai percorrer todos os povos da Paróquia.
Programa
1. Pelas 20.15 começa o terço, transmitido pelo facebook do Centro Paroquial.
2. Logo a seguir ao terço, pelas 20.45 h, inicia-se a VISITA DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA, que percorrerá todos os povos da Paróquia.
3. As pessoas NÃO acompanham a Imagem da Virgem Maria. Ficam à espera dela, guardando o devido distanciamento entre si e observando as demais orientações em curso.
4. Como toda a gente compreende, a Imagem de Nossa Senhora não pode passar em todas as ruas. 
5. Nas casas que ficam nas ruas por onde Ela passa, pede-se às pessoas que embelezem as janelas: velas, colchas, flores e que lancem pétalas sobre a Imagem. Claro que podemos e devemos bater palmas.
6. As outras pessoas podem acorrer às ruas onde Nossa Senhora passa, com a vela na mão e lançando pétalas sobre Ela. Claro que podem bater palmas. Sempre cumprindo as normas, porque Nossa Senhora nunca quer que apanhemos o vírus.
7. Logo, logo que possível vai ser colocado no Facebook do Centro Paroquial o trajecto que a Visita da Mãe vai seguir. Também serão afixados cartazes junto da Igreja e das várias capelas da Paróquia,
8. As pessoas no momento da passagem da Imagem podem cantar com o som que acompanha a Imagem.
9. Vamos fazer uma grande festa como as pessoas desta comunidade sabem fazer. Sem barulhos nem confusões, abrindo coração Àquela que tanto amamos. Festa alegre, serena, com interioridade.
10. Só e apenas irão na Visita aquelas pessoas indispensáveis à realização da mesma. Para o caso, o que interessa mesmo é Nossa Senhora de Fátima. Para Ela e só para Ela, todo o nosso olhar, do corpo e da alma.

sábado, 23 de maio de 2020

quinta-feira, 21 de maio de 2020

24 Maio 2020 - Solenidade da Ascensão - Ano A

Leituras: aqui

DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS


terça-feira, 19 de maio de 2020

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA O 54º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

“Para que possas contar e fixar na memória” (Ex 10, 2).
A vida faz-se história 
»
Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração, pois, para não nos perdermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros.
1. Tecer histórias
O homem é um ente narrador. Desde pequenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso. Muitas vezes, decidimos aquilo que é justo ou errado com base nos personagens e histórias assimiladas. As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e comportamentos, podem ajudar-nos a compreender e dizer quem somos.
O homem não só é o único ser que precisa de vestuário para cobrir a própria vulnerabilidade (cf. Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, «revestir-se» de histórias para guardar a própria vida. Não tecemos apenas roupa, mas também histórias: de facto, servimo-nos da capacidade humana de «tecer» quer para os tecidos, quer para os textos. As histórias de todos os tempos têm um «tear» comum: a estrutura prevê «heróis» – mesmo do dia-a-dia – que, para encalçar um sonho, enfrentam situações difíceis, combatem o mal movidos por uma força que os torna corajosos, a força do amor. Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar razões heroicas para enfrentar os desafios da vida.
O homem é um ente narrador, porque em devir: descobre-se e enriquece-se com as tramas dos seus dias. Mas, desde o início, a nossa narração está ameaçada: na história, serpeja o mal.
2. Nem todas as histórias são boas
«Se comeres, tornar-te-ás como Deus» (cf. Gn 3, 4): esta tentação da serpente introduz, na trama da história, um nó difícil de desfazer. «Se possuíres…, tornar-te-ás…, conseguirás…»: sussurra ainda hoje a quem se utiliza do chamado storytelling para fins instrumentais. Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir. Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos «teares» da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamentepersuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade.
Mas, enquanto as histórias utilizadas para proveito próprio ou ao serviço do poder têm vida curta, uma história boa é capaz de transpor os confins do espaço e do tempo: à distância de séculos, permanece atual, porque nutre a vida.
Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake), precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Precisamos de paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia a dia.
3. A História das histórias
A Sagrada Escritura é uma História de histórias. Quantas vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta! Desde o início, mostra-nos um Deus que é simultaneamente criador e narrador: de facto, pronuncia a sua Palavra e as coisas existem (cf. Gn 1). Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele. Temos um Salmo onde a criatura se conta ao Criador: «Tu modelaste as entranhas do meu ser e teceste-me no seio de minha mãe. Dou-Te graças por me teres feito uma maravilha estupenda (…). Quando os meus ossos estavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, recamado nas profundezas da terra, nada disso Te era oculto» (Sal 139/138, 13-15). Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente «tecidos» e «recamados». A vida foi-nos dada como convite a continuar a tecer a «maravilha estupenda» que somos.
Neste sentido, a Bíblia é a grande história de amor entre Deus e a humanidade. No centro, está Jesus: a sua história leva à perfeição o amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus. Assim, o homem será chamado, de geração em geração, a contar e fixar na memória os episódios mais significativos desta História de histórias: os episódios capazes de comunicar o sentido daquilo que aconteceu.
O título desta Mensagem é tirado do livro do Êxodo, narrativa bíblica fundamental que nos faz ver Deus a intervir na história do seu povo. Com efeito, quando os filhos de Israel, escravizados, clamam por Ele, Deus ouve e recorda-Se: «Deus recordou-Se da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. Deus viu os filhos de Israel e reconheceu-os» (Ex 2, 24-25). Da memória de Deus brota a libertação da opressão, que se verifica através de sinais e prodígios. E aqui o Senhor dá a Moisés o sentido de todos estes sinais: «Para que possas contar e fixar na memória do teu filho e do filho do teu filho (…) os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o Senhor» (Ex 10, 2). A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunica-Se, narrando a vida.
O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a história faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a.
Também os Evangelhos – não por acaso – são narrações. Enquanto nos informam acerca de Jesus, «performam-nos»[1] à imagem de Jesus, configuram-nos a Ele: o Evangelho pede ao leitor que participe da mesma fé para partilhar da mesma vida. O Evangelho de João diz-nos que o Narrador por excelência – o Verbo, a Palavra – fez-Se narração: «O Filho unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O contou» (1, 18). Usei o termo «contou», porque o original exeghésato tanto se pode traduzir «revelou» como «contou». Deus teceu-Se pessoalmente com a nossa humanidade, dando-nos assim uma nova maneira de tecer as nossas histórias.
4. Uma história que se renova
A história de Cristo não é um património do passado; é a nossa história, sempre atual. Mostra-nos que Deus tomou a peito o homem, a nossa carne, a nossa história, a ponto de Se fazer homem, carne e história. E diz-nos também que não existem histórias humanas insignificantes ou pequenas. Depois que Deus Se fez história, toda a história humana é, de certo modo, história divina. Na história de cada homem, o Pai revê a história do seu Filho descido à terra. Cada história humana tem uma dignidade incancelável. Por isso, a humanidade merece narrações que estejam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou.
Vós «sois uma carta de Cristo – escrevia São Paulo aos Coríntios –, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações» (2 Cor 3, 3). O Espírito Santo, o amor de Deus, escreve em nós. E, escrevendo dentro de nós, fixa em nós o bem, recorda-no-lo. De facto, re-cordar significa levar ao coração, «escrever» no coração. Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode renascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho. Assim as Confissões de Agostinho, o Relato do Peregrino de Inácio, a História de uma alma de Teresinha do Menino Jesus, os Noivos prometidos (Promessi sposi) de Alexandre Manzoni, os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoevskij… e inumeráveis outras histórias, que têm representado admiravelmente o encontro entre a liberdade de Deus e a do homem. Cada um de nós conhece várias histórias que perfumam de Evangelho: testemunham o Amor que transforma a vida. Estas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, feitas viver em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios.
5. Uma história que nos renova
Em cada grande história, entra em jogo a nossa história. Ao mesmo tempo que lemos a Escritura, as histórias dos Santos e outros textos que souberam ler a alma do homem e trazer à luz a sua beleza, o Espírito Santo fica livre para escrever no nosso coração, renovando em nós a memória daquilo que somos aos olhos de Deus. Quando fazemos memória do amor que nos criou e salvou, quando metemos amor nas nossas histórias diárias, quando tecemos de misericórdia as tramas dos nossos dias, nesse momento estamos a mudar de página. Já não ficamos atados a lamentos e tristezas, ligados a uma memória doente que nos aprisiona o coração, mas, abrindo-nos aos outros, abrimo-nos à própria visão do Narrador. Nunca é inútil narrar a Deus a nossa história: ainda que permaneça inalterada a crónica dos factos, mudam o sentido e a perspetiva. Narrarmo-nos ao Senhor é entrar no seu olhar de amor compassivo por nós e pelos outros. A Ele podemos narrar as histórias que vivemos, levar as pessoas, confiar situações. Com Ele, podemos recompor o tecido da vida, cosendo as ruturas e os rasgões. Quanto nós, todos, precisamos disso!
Com o olhar do Narrador – o único que tem o ponto de vista final –, aproximamo-nos depois dos protagonistas, dos nossos irmãos e irmãs, atores juntamente connosco da história de hoje. Sim, porque ninguém é mero figurante no palco do mundo; a história de cada um está aberta a possibilidades de mudança. Mesmo quando narramos o mal, podemos aprender a deixar o espaço à redenção; podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço.
Por isso, não se trata de seguir as lógicas do storytelling, nem de fazer ou fazer-se publicidade, mas de fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história contém maravilhas estupendas. Para o conseguirmos fazer, confiemo-nos a uma Mulher que teceu a humanidade de Deus no seio e – diz o Evangelho – teceu conjuntamente tudo o que Lhe acontecia. De facto, a Virgem Maria tudo guardou, meditando-o no seu coração (cf. Lc 2, 19). Peçamos-Lhe ajuda a Ela, que soube desatar os nós da vida com a força suave do amor:
Ó Maria, mulher e mãe, Vós tecestes no seio a Palavra divina, Vós narrastes com a vossa vida as magníficas obras de Deus. Ouvi as nossas histórias, guardai-as no vosso coração e fazei vossas também as histórias que ninguém quer escutar. Ensinai-nos a reconhecer o fio bom que guia a história. Olhai o cúmulo de nós em que se emaranhou a nossa vida, paralisando a nossa memória. Pelas vossas mãos delicadas, todos os nós podem ser desatados. Mulher do Espírito, Mãe da confiança, inspirai-nos também a nós. Ajudai-nos a construir histórias de paz, histórias de futuro. E indicai-nos o caminho para as percorrermos juntos.
Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2020.
 
[Franciscus] 

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Paróquia de S. Pedro de Tarouca


Nota Pastoral de D. António Couto na proximidade do regresso das celebrações comunitárias

A PÁSCOA É A NOSSA PÁTRIA

 Nascidos na Páscoa de Jesus

1. Atravessamos ainda o país da Páscoa. E bem sabemos que quer os judeus em geral quer os discípulos diretos de Jesus olhavam para a Páscoa com uns grandes olhos esbugalhados, capazes de vislumbrar a chegada de Elias, que vinha com a missão de preparar os corações para a chegada iminente do Messias. Elias era o precursor de um mundo novo. O Messias, ou o Cristo, viria carregado de esperança para alentar e alavancar o povo eleito de Israel entre todas as nações. Tudo, nos traços do seu retrato, era sucesso, vitória, paz, saúde, prosperidade, alegria nova e incontida. Mundo novo era a bagagem que trazia para oferecer. Os discípulos de Jesus seguiam-no com entusiasmo. No seu íntimo, todos pensavam que Jesus era o Messias, o Cristo, o enviado de Deus, o vencedor do sofrimento e da dor. «Tu és o Cristo» (Marcos 8,29), grita o impulsivo Pedro, em nome de todos, com sincera convicção e entusiasmo. Ao ouvir isto, que, na boca de Pedro, significava triunfo, riqueza, sucesso, poder, Jesus mandou-os calar a todos com invulgar severidade (Marcos 8,30), e, saltando fora do quadro traçado, começou a ensinar que era preciso que o Filho do Homem sofresse muito, fosse rejeitado e morto, para depois ressuscitar ao terceiro dia (Marcos 8,31). Pedro ainda resistiu e insistiu no seu estafado e interesseiro raciocínio (Marcos 8,32), mas Jesus recriminou-o fortemente, impedindo-o de lhe estorvar os movimentos (Marcos 8,33), e desafiando-o, a ele e a todos, a «dizer não» a si mesmos, às suas convicções messiânicas fáceis e caducas, a pegar na sua cruz todos os dias, e a segui-lo com determinação (Marcos 8,34). 

2. Já sabemos que as coisas azedaram, e quando estes discípulos de Jesus começaram a ver levantar-se a cruz no horizonte, todos desistiram e foram-se embora (Marcos 14,50). Como quem diz: afinal, enganámo-nos; não era este; vamos ter de esperar por outro! 

3. O certo é que, quando o Espírito arremeteu sobre eles e acendeu um lume novo dentro deles (Atos 2,1-12), tudo foi virado do avesso, e vieram para a rua dizer com ousadia e desassombro que, afinal, este Jesus que vós crucificastes, Deus ressuscitou-o de entre os mortos, e constituiu-o Senhor e Cristo, e disto nós somos testemunhas (Atos 2,36; 3,15). 

4. Fica claro. A Escritura Santa é urdida com dois fios: um, são os nossos brilhantes raciocínios, sonhos, visões, programas, projetos, ambições; o outro, é o modo de ver de Deus, que deixa entrever quase sempre um mundo novo, novo mesmo, sem termo de comparação, ainda não catalogado no arquivo dos nossos conhecimentos adquiridos e nos anais das nossas conquistas. Basta ouvir o discurso que Isaías põe na boca de Deus, para nos apercebermos deste desconcerto: «Com efeito, os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, e os vossos caminhos não são os meus caminhos» (Isaías 55,8). 

A fé e a ciência lado-a-lado

5. Como nós nos desviámos das pautas da música de Deus! Como nos transviámos! Mas podemos sempre regressar, procurar os caminhos ajustados, acertar processos, dado que Deus nos deixou um mapa preciso e precioso na nossa inteligência, vontade, sensibilidade, capacidade de discernir e decidir. Quero dizer: nem fideísmo nem cientismo. O fideísmo é aquela maneira de viver pensando que a fé não é da ordem da razão, mas apenas do sentimento, um assentimento do sentimento, portanto e só. Em nome desta conceção de fé cega e fechada, quantos desastres aconteceram ao longo da história, e ainda hoje toldam o olhar de grupos extremistas radicalizados! O cientismo consiste em entregar todas as chaves da vida e da nossa casa à ciência e à técnica, vendo nelas «o deus deste mundo» (2 Coríntios 4,4), que resolve todos os nossos problemas. Também este modo de ver e de viver se revelou desastroso e abriu incontáveis valas comuns. Serve aqui o juízo de Max Horkheimer e Theodor Adorno, com data de 1947: «O iluminismo, no sentido mais amplo de pensamento em contínuo progresso, perseguiu desde sempre o objetivo de libertar os homens do medo e de os tornar donos. Mas a terra inteiramente iluminada resplandece, ao contrário, de triunfal desventura!». 

6. Serve este estendal para olharmos com mais atenção para este tempo marcado pela tempestade da Covid-19, que praticamente sem aviso nos caiu em cima, arrumando para o lado as nossas agendas, fechando as nossas portas e deixando a nu as nossas limitações. Dizem uns: afinal, Deus e as Igrejas, a fé e a oração não servem para nada, não nos trazem nenhum proveito; dizem outros: e nós que pensávamos que a ciência resolveria todos os nossos problemas! Nem os crentes verdadeiros perderam os seus créditos, nem o saber dos cientistas foi pela água abaixo! O mapa e a bússola para os novos caminhos a trilhar não estão só nas mãos dos crentes que rezam de verdade ou dos cientistas que se esmeram nas suas pesquisas. Deixou-os Deus nas mãos do ser humano, do crente e do sábio, e todos devem lutar, cada um com os dons que recebeu, para tornar este mundo mais belo e saudável e habitável. Deus acredita em nós: por isso, ao criar-nos livres, inteligentes e voluntariosos, repartiu connosco o seu poder e a sua sabedoria, fundando a oração e a ciência, e até não nos impedindo de podermos fazer mau uso dos seus dons. Ao criar-nos assim, responsáveis e livres, convenhamos que Deus correu riscos, mas Deus acredita em nós, confia em nós. Lutemos, pois, com a inteligência e o coração, com a oração; lutemos, pois, com os dados por Deus dados, nos hospitais e laboratórios. De resto, os santos sempre souberam arrastar o mundo para o bem e o bem para o mundo, vergando, para tanto, o coração de Deus. E os verdadeiros cientistas, crentes e não crentes, mas sempre sensatos e sensíveis e humildes, a cada passo são surpreendidos com o incrível e o ainda não explicável! 

7. É bem verdade, podem testemunhá-lo os santos e os verdadeiros homens da ciência: o pão e o sonho que alimenta a vida, Deus o dá aos seus amigos até durante o sono (Salmo 127,2; cf. 1 Reis 3,5). Eu próprio disse e escrevi a meio do ano passado de 2019: «Sendo a vida, então, um contínuo estado de emergência, o bem que deve ser feito agora assume um carácter de extrema urgência». Têm-me perguntado: como é que eu disse e escrevi isto naquela altura, quando ainda não se pressentia nada? Se não se via nada, era por causa do escuro que fazia. Tenho dito e escrito muitas vezes que atravessamos “a noite do mundo”. E de noite, pouco se vê. É preciso perguntar com Isaías: «Sentinela, quanto resta da noite? E a sentinela responde: Já desponta a manhã, mas é ainda noite» (Isaías 21,11-12). É, portanto, necessário que nos postemos sobre a fresta da porta entreaberta (Salmo 106,23), para que algum pingo de luz possa ainda alumiar o nosso olhar, e para impedirmos que a porta se feche. 

Preceitos práticos

8. Se Deus quiser, a partir do último fim-de-semana de maio, dias 30 e 31, Sábado e Domingo, vamos poder voltar a dar corpo às celebrações nas nossas igrejas, sobretudo a Eucaristia, tendo presentes as Orientações de 8 de maio, emanadas da CEP, e respeitando também as normas de segurança sanitária recomendadas pela DGS, e ilustradas nos cartazes para o efeito preparados. 

1) Chama-se a atenção sobretudo para quatro momentos: a entrada e saída da igreja (1 e 2), a correta e ordeira ocupação do espaço dentro da igreja (3), os passos para a comunhão (4).

2) É recomendável que em cada igreja haja pequenas equipas de acolhimento e acompanhamento, e que cuidem da higienização à entrada, e antes e depois da comunhão.

3) De acordo com as normas sanitárias que devemos cumprir, já sabemos que a participação presencial nas celebrações será reduzida a cerca de 1/3.

4) Fazemos, por isso, saber que, enquanto durar este regime sanitário, para o cumprimento do preceito Dominical, valem também as celebrações da Eucaristia nos dias de semana. Convidamos, por isso, os fiéis mais idosos e pertencentes a grupos de risco a procurarem mais estas celebrações, sendo previsível que nelas haja um menor número de fiéis.

5) Higienização, distanciamento social e uso de máscara já fazem parte do nosso quotidiano, e devemos mantê-los em todo o tipo de celebrações comunitárias (batismos, matrimónios, exéquias e outras celebrações eventuais). 

6) Celebrem-se com dignidade e simplicidade, sempre que haja solicitação para isso, os Sacramentos da Reconciliação e da Unção dos Doentes, cumprindo sempre também as normas sanitárias em vigor.

7) Dado o seu caráter particularmente festivo, procurem adiar-se, sempre que possível, as celebrações de batismos, primeiras comunhões e matrimónios.

8) Dado o seu caráter muito próprio, ficam adiadas para tempo oportuno, que Deus nos há de dar, as Visitas Pastorais, bem como a celebração do Sacramento do Crisma.

9) Mantendo-se as atuais circunstâncias sanitárias, temos de compreender que, para o melhor bem de todos, devem continuar suspensas peregrinações, procissões, festas, romarias, concentrações religiosas, acampamentos e atividades similares. 

Saudações com gratidão, emoção e esperança

Neste tempo em que «já desponta a manhã, mas é ainda noite», quero saudar com muito afeto as 223 comunidades paroquiais da nossa Diocese de Lamego, em todos e cada um dos seus membros fiéis, desde as crianças, privadas de tantas brincadeiras, até aos jovens, que mexeram com tudo quanto havia na sua bela Jornada acabada de realizar, até aos pais e avós, e aos seus párocos, a quem agradeço a presença e proximidade, e estimulo a continuar a lutar com entusiasmo e criatividade.

Tenho de saudar, não por dever, mas por emoção e gratidão, os nossos queridos velhinhos e fragilizados, que têm estado confinados nos Lares espalhados pelo território da nossa Diocese. Que o Senhor vos abençoe, meus amigos e meus irmãos! Estendo esta saudação muito sentida e comovida aos cuidadores de todos os dias, que todos os dias e noites velam, e sabe Deus com que meios, por estes irmãos e irmãs que habitam os nossos Lares. E deixai que estenda ainda este manto de muito apreço e gratidão aos jovens voluntários que, vindos de outras partes do nosso país, quiseram dar uma mão de amor aos velhinhos que de saúde e de amor estavam privados nos nossos Lares. Lembro particularmente os jovens que vieram dar essa mão de amor no Lar de Nossa Senhora da Veiga, em Foz Côa, acompanhados pelo P. Bernardo, no qual saúdo o voluntariado, discreto e carinhoso, de outros sacerdotes que se fizeram o próximo do irmão caído neste novo caminho de Jericó que atravessámos. 

Em tudo e sempre, sobretudo nesta hora de luta que reclama de nós todo o empenho e solicitude, contai sempre com o vosso bispo e irmão, + António, que a todos acompanha e abençoa. E que Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, neste mês que é seu, nos proteja com o seu olhar carinhoso. 

Lamego, 17 de maio de 2020, Domingo VI da Páscoa


sábado, 16 de maio de 2020

2020.03.03 O Papa Francisco convida a Igreja para celebrar a Semana Laud...


De 16 a 24 de maio - Semana ‘Laudato Si'
Assinalando o quinto aniversário da encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado com a casa comum, assinada em  24 de maio de 2015, surge esta semana de debate e ações ecológicas.
“O grito da terra e o grito dos pobres não aguentam mais. Cuidemos da criação, dom do nosso bom Deus criador. Celebremos juntos a Semana Laudato Si’. Que Deus os abençoe e não se esqueçam de rezar por mim”, disse Francisco.
 
Oração para o quinto aniversário da Laudato si’

Senhor Deus de amor,
Criador do céu e da terra e de tudo o que eles contêm,
Tu nos criaste à tua imagem
e nos tornaste administradores da tua criação,da nossa casa comum.
Tu nos abençoaste com o sol, a água e a terra
tão generosa que a todos alimenta.
Abre as nossas mentes e toca os nossos corações,
para que saibamos darmo-nos conta do dom da tua criação.
Ajuda-nos a sermos conscientes
de que a nossa casa comum não nos pertence só a nós
mas a todas as gerações futuras,
e que é responsabilidade nossa preservá-la.
Faz que possamos ajudar cada pessoa a ter
o alimento e os recursos de que precisa.
Faz-te presente para os necessitados nestes tempos difíceis,
especialmente para os mais pobres e vulneráveis.
Transforma em esperança o nosso medo,
a nossa ansiedade e os sentimentos de solidão,
para podermos experimentar uma verdadeira conversão do coração.
Ajuda-nos a mostrar a nossa solidariedade criativa
no afrontar as consequências desta pandemia.
Torna-nos corajosos para abraçar as mudanças na procura do bem comum.
Agora, mais que nunca, possamos sentir
que estamos todos unidos e interdependentes.
Faz de modo a que possamos ouvir e responder
ao grito da terra e ao grito dos pobres.
Que os sofrimentos atuais possam ser
as dores do parto de um mundo mais fraterno e sustentável.
Sob o olhar terno de Maria Auxiliadora, isto te pedimos
por Cristo, nosso Senhor.
Amen.