terça-feira, 30 de novembro de 2010

Um povo agradecido

D. Hermínia de Jesus foi durante mais de duas décadas responsável pela Capela de Arguedeira.
Apesar da sua vida familiar, nunca deixou de cuidar com esmero da Capela de Santo António. Sempre atenta, sabia receber as pessoas e aparecia na hora certa para as cerimónias religiosas marcadas para aquele templo.
Era de uma disponibilidade fantástica. Nunca se refugiava nos seus afazeres para se desculpar ou empurrar os serviços para outrem. Era preciso fazer a cobrança do jornal Sopé da Montanha em Arguedeira? Estou aqui. Era preciso representar a sua povoação no GASPTA? Estou aqui. Era precisa uma zeladora da Associação do Sagrado Coração de Jesus? Estou aqui.
No momento em que a saúde de seu falecido marido se deteriorou e exigiu a presença continuada da esposa junto dele, apareceu com lágrimas nos olhos:
- Custa-me muito, mas não posso continuar, senhor padre! Peço-lhe que arranje alguém para me substituir nas minhas tarefas. O meu marido precisa de todo o meu tempo.

Hoje na Eucaristia em Arguedeira, os seus conterrâneos quiseram manifestar-lhe toda a gratidão e apreço pelo serviço doado àquele povo. Em nome de todos, o pároco disse uma palavra explicativa e entregou a D. Hermínia uma pequena lembrança que vale mais pelo que significa do que pelo seu valor real.
Foi um momento muito bonito, sóbrio mas carregado de significado. É que a gratidão é a memória do coração.
Esta atitude é tanto mais bela porque saiu espontaneamente de pessoas de Arguedeira que se quotizaram para a prendinha que foi oferecida à homenageada.
Fiquei feliz com o povo e seu gesto. Fiquei feliz por ver que a gratidão ainda está viva e sentida entre as pessoas.
Obrigado, D. Hermínia. Por tudo. Por tanto.

SENHOR, ESTOU AQUI!


SENHOR, estou aqui,

pregado a esta cama.

Estou impaciente e aborrecido.

É-me difícil inventar modos

para passar o tempo, não consigo

nem ler nem concentrar-me.

Sou brusco até com quem me trata

e não aceito facilmente

os gestos de dependência mil vezes repetidos.

Passo os meus dias observando

o que acontece à minha volta

e com a mente revisito o passado.

Mas agora quero erguer

para ti, crucificado, o meu olhar

para haurir a força de esperar,

a sabedoria de valorizar os pequenos progressos,

a paciência de suportar os imprevistos,

a alegria de confiar em ti.

Uma prece por ele

Foi hoje internado no Hospital de Vila Real o Diácono Manuel Amorim que de algum tempo a esta parte tem visto o seu estado de saúde deteriorar-se.
O Diácono Manuel Amorim, quer como leigo quer depois de ordenado, sempre colaborou pastoralmente nesta comunidade tarouquense.
Tem enfrentado a situação da doença com enorme serenidade, com esperança e numa entrega total ao plano de Deus. Edificante.
Peço a todos uma prece sentida por ele, neste momento delicado.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Parmaneça em silêncio... Ouça e leia

"É A PASCOA!"

Mesmo lentamente, as pessoas estão a caminhar. E percebe-se nas pequenas coisas.
Há 20 anos, quando perguntava: "Qual é mais importante para o cristãos: o Natal ou a Páscoa?", a resposta era imediata: o Natal.

No sábado passado, nas vespertinas, perguntei às crianças e aos jovens. A resposta veio imediata, clara, definitiva. A Páscoa. E isto deixou-me contente, recompensado, confiante.

O mesmo se passa com a Igreja. Há vinte anos, quando se perguntava o que era a Igreja, todos indicavam o templo, a Igreja Paroquial. Neste momento, a resposta é clara. Igreja somos nós, os baptizados. Todos.

Claro que a evolução é lenta, às vezes com retrocessos, mas acontece. Não pode faltar é a persistência e a insistência.
Aliás, era bom que se fizesse um estudo actual e com valor científico sobre algumas questões:
- Que retêm os cristãos das homilias dominicais?
- Que fica nos catequizandos após uma sessão de catequese?
- Que pensam os cristãos das homilias?
- Que propostas e achegas oferecem os crentes para a homilia?

domingo, 28 de novembro de 2010

1ª Semana do Advento: TEMPERANÇA

Nesta quadra de Advento, para a nossa caminhada para Cristo, proponho só quatro virtudes. Explicitar, semanalmente, uma delas pode criar uma mentalidade que ajudará a enfrentar os tempos difíceis.
- Temperança
- Sobriedade
- Abstinência
- Auto-domínio

Nesta primeira semana do Advento, vivamos a TEMPERANÇA que nasce duma sensibilidade capaz de estabelecer uma justa ordem entre a satisfação pessoal através do que é necessário e do que é facultativo.

Temperança é muito mais que não fumar, não usar drogas ilegais, não beber álcool, ou até mesmo chá, café e refrigerantes. Isso porque até as boas coisas, quando levadas a excesso, podem causar problemas.

Quais são seus hábitos de trabalho? Mantém horários razoáveis? Existe tempo para Deus, para a família, recreação, preparação física e serviço aos outros?

Quanto tempo passa a dormir, ou trabalha todo o tempo? Ou, por outro lado, dorme demais? Sono demasiado, assim como também muito pouco, pode ter efeitos negativos sobre a saúde.

Que dizer da alimentação? Alimenta-se razoavelmente ou cai em excessos?

Sabemos que a luz solar é boa para nós. Mas luz demais pode ser agente cancerígeno. O exercício também é importante. Muitos não fazem o suficiente, mas exercício demais pode danificar o corpo. Até mesmo a sexualidade, embora seja um dom de Deus, pode ser levada a excesso, com efeitos colaterais negativos.

Sabemos que falar é bom, comunicar é óptimo. Mas... quando falamos para denegrir, enxovalhar, semear discórdia, tecer falsos juízos, enlamear o nome dos outros, mentir???

Pensar é óptimo. E quando mantemos pensamentos egoístas, perversos, vingativos, destrutivos??

Os sentimentos são importantes. E quando nos deixamos levar por paixões exacerbadas que nos cegam e não queremos abrir-nos à luz da razão???

Pensar em nós é preciso, até porque 'a caridade começa em casa'. Mas quando nos julgamos os donos do mundo, os mais importantes, o centro do universo e nos fechamos aos outros e ao bem comum???

Precisamos de moderar apetites e paixões!

Não estaremos presos a teias de coisas que consideramos imprescindíveis e não o são?

sábado, 27 de novembro de 2010

Oração e Vigilância

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Disse-nos Jesus: “Orai e vigiai.”
Sim, oremos e vigiemos.
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Orai amando.
Vigiai servindo.
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Orai compreendendo.
Vigiai auxiliando.
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Orai confiando.
Vigiai esclarecendo.
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Orai reflectindo.
Vigiai realizando.
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Orai abençoando.
Vigiai construindo.
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Orai esperando.
Vigiai aprendendo.
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Orai ouvindo.
Vigiai semeando.
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Orai, pacíficos.
Vigiai, operativos.
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Orai, tranquilos.
Vigiai, seguros.
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Abraçando a oração e a vigilância, dignifiquemos a nossa edificação espírito-cristã, ofertando-lhe o melhor das nossas vidas. E integrados nessas duas forças da alma, sem as quais se nos fará impraticável o aprimoramento íntimo, para atender aos desígnios do Eterno, permaneçamos, cada dia e cada hora, no refúgio da fé renovadora que nos enobrece a esperança, com a felicidade de trabalhar e com o privilégio de servir.

Por Francisco Cândido Xavier, da obra Mais Luz


Coroa do Advento

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

1º Domingo do Advento - Ano A

Nesse domingo (28/11/2010), inicia-se mais um Ano Litúrgico,
no qual relembramos e revivemos
os Mistérios da História da Salvação.

NATAL e PÁSCOA centralizam as celebrações,
que são vividas em três momentos: antes, durante e depois...

Nesse Ano A, o Evangelho de Mateus terá uma atenção especial.
Com o Advento, entramos no tempo que nos prepara para o Natal do Senhor.

A palavra ADVENTO significa "Vinda", chegada: faz-nos relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se prepararam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal.

Nas duas primeiras semanas do Advento, vigilantes e alertados, esperamos a vinda definitiva e gloriosa do Cristo Salvador, e nas duas últimas semanas, lembrando a espera dos profetas e de Maria, preparamos mais especialmente o seu nascimento em Belém.

A Liturgia de hoje é um veemente apelo à VIGILÂNCIA, para acolher os Sinais de Deus.

Na 1ª Leitura, ISAÍAS profetiza a vinda de um descendente de David, que trará justiça e paz para o seu povo. (Is 2,1-5)
É um dos oráculos mais bonitos de todo do Antigo Testamento.
Encarna a espera do Antigo Testamento e o Advento pré-cristão.
A um povo que vivia uma situação dramática de perigo de guerra, anuncia um futuro maravilhoso: fala de uma era messiânica, na qual todos os povos acorrerão a Jerusalém para adorar o único Deus.
As armas se transformarão em instrumentos pacíficos de trabalho e de vida.
* O sonho do profeta começa a realizar-se em Jesus, mas estamos ainda muito longe dessa terra de justiça e de paz...
- O que podemos fazer para que o sonho de Isaías se concretize?

Na 2a Leitura, Paulo convida-nos a "acordar" para descobrir os sinais do novo dia que já raiou
e caminhar ao encontro da Salvação, deixando as obras das trevas e vestindo as armas da LUZ. (Rm 13,11-14)

O Evangelho é um apelo a uma VIGILÂNCIA permanente, para reconhecer o Senhor na sua chegada.
Será assim a realização do sonho do Profeta. (Mt 24,37-44)
Para transmitir essa mensagem, Jesus usa três quadros:

- O 1º Quadro é da humanidade na época de Noé:
Os homens viviam, então, numa alegre inconsciência, preocupados apenas em gozar a sua "vidinha" descomprometida.
Quando o dilúvio chegou, apanhou-os de surpresa e despreparados.
- O 2º Quadro fala dos trabalhos da vida quotidiana: podem levar-nos a negligenciar a preparação da Vinda do Senhor.
- O 3º Quadro coloca o exemplo do dono de uma casa, que adormece e deixa a sua casa ser roubada pelo ladrão.

+ O que significa "estar vigilante"?
- Será apenas estar sem pecado... para não ir para o inferno?
- Ou acolher as oportunidades de salvação, que Deus nos oferece?

Jesus continua vindo, para nos salvar e nos trazer a felicidade.
E nós temos que estar sempre atentos para perceber cada vinda sua.
Ele está presente nas palavras de quem nos orienta para o bem, nos gestos de amor dos irmãos, no esforço de quem se sacrifica para construir um mundo mais justo e fraterno.

Hoje, devido ao medo provocado pelo desemprego, fome e violência, assistimos ao fenômeno da busca de refúgio no sagrado.
Mas o excesso de alegria de certas práticas religiosas sem compromisso pode tirar-nos a possibilidade de perceber a chegada do Senhor.

- As celebrações festivas fazem-nos mais vigilantes, mais acordados para a realidade que temos a obrigação de transformar ou funcionam como sonífero, que nos impedem de ver a chegada
daquele que vem sem aviso prévio?

+ Motivos que impedem o acolhimento do Senhor que vem:
- Prazeres da vida: a pessoa mergulhada nos prazeres fica alienada... No domingo, dorme... passeia... pratica desporto... mas não sobra tempo para celebrar a sua fé na Comunidade...
- Trabalho excessivo: a pessoa obcecada pelo trabalho esquece o resto: Deus, a família, os amigos, a própria saúde...
- Desatenção: o distraído não vê o Cristo, presente na pessoa sofredora... Acha que não é problema seu... é do governo... da Igreja...

+ Na minha vida, o que mais me distrai do essencial e me impede tantas vezes de estar atento ao Senhor que vem?

+ Como desejo preparar-me para o Natal desse ano?
- Apenas programando festas, presentes, enfeites, músicas?
- Ou numa atitude humilde e vigilante, a esse Cristo que vem?
- Rezo em Família?
- Que PAZ desejo construir?
Pe. António G. Dalla Costa, aqui
Proposta para o ADVENTO

Nesta quadra de Advento só quero enumerar quatro virtudes. Explicitar, semanalmente, uma delas pode criar uma mentalidade que ajudará a enfrentar os tempos difíceis.

1 – Temperança: nasce duma sensibilidade capaz de estabelecer uma justa ordem entre a satisfação pessoal através do que é necessário e do que é facultativo.

Não estaremos presos a teias de coisas que consideramos imprescindíveis e não o são?

2 – Sobriedade: leva a considerar que o excesso pode ser prejudicial à saúde e, em muitos casos, torna-se um insulto a quem não consegue o mínimo.

Não haverá excessos verdadeiramente prejudiciais e que controlados poderiam ser ajuda fraterna?

3 – Abstinência: vista como moderação no comer, estabelece uma ordem sadia com benefícios para uma qualidade de vida.

Não encontraremos apegos desmesurados a gostos e prazeres que podem e devem ser evitados? 2

4 – Auto-domínio: controla as pressões que surgem de todo o lado e podem escravizar impondo hábitos e rotinas prejudiciais à vida familiar e pessoal.

Não nos encontraremos presos a rotinas impensadas que nos tornam meros imitadores sem reflexão prévia capaz de justificar as atitudes?

Caminhando nas exigências destas virtudes, não encontramos nelas um fim absoluto. Ajudam-nos a criar uma vida mais sóbria e a exercitar a partilha.

D. Jorge Ortiga

ADEUS AO CRUCIFIXO

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

GREVE GERAL... E A GREVE DE TANTOS CRISTÃOS?

24 de Novembro. Greve Geral. Muitos portugueses não foram trabalhar hoje. Foi uma forma de protesto e motivos não faltam para protestar. Perderam um dia de ordenado que a muitos faz imensa falta, mas havia motivos maiores...

Há outras greves, muitas vezes silenciosas. Não contra patrões ou governo. Não por melhores condições de trabalho ou por regalias conquistadas.

Há as greves contra Deus!
- Cristãos que de segunda a domingo, de Janeiro a Janeiro, nunca se lembram de Deus. Alguns só se lembram na "hora das apertadinhas".
- Deus que tudo dá e nada tira é esquecido. Não há tempo nem disponibilidade para louvar, agradecer, bendizer e adorar. Quando muito, sobra um bocadinho de tempo para a pedinchice!
- Não há tempo para o silêncio, para a escuta, para a Palavra.
- Não há tempo para aprofundar as razões de acreditar. Por isso a fé permanece infantil, apenas sustentada com o que aprendemos na catequese. E uma fé infantil não resistirá aos desafios do tempo...
- Não há lugar para os valores do Evangelho. Por isso, muitos cristãos navegam nas modas do tempo, no política e sociologicamente correcto. Falta força e coragem para navegar contra a maré.
- Não há tempo para a comunidade celebrante, para a comunidade caritativa, para a comunidade pastoral. Por isso sobram lugares vazios e vazios de compromisso.
- Esgota-se até ao tutano o argumento: "Eu cá tenho a minha fé." Se a fé é uma adesão pessoal a Cristo, essa adesão vive-se na comunidade, com a comunidade, pela comunidade. Sem a comunidade, o cristão é um órfão.

E Deus, que nunca faz greve de nós, continua à espera, sem fazer barulho. Continua a amar-nos mesmo quando O esquecemos, O abandonamos, O desprezamos.
Segredos de que só um Amor Infinito é capaz.
Até quando abusaremos deste Amor oferente?!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Igreja, sindicatos e direito à greve


A doutrina social da Igreja reconhece a legitimidade da greve «quando se apresenta como recurso inevitável, senão mesmo necessário, em vista dum benefício proporcionado» (Catecismo da Igreja Católica, n.º 2435), depois de se terem revelado ineficazes todos os outros recursos para a resolução dos conflitos.

Segundo o n.º 304 do Compêndio da Doutrina Social da Igreja Católica, “a greve, uma das conquistas mais penosas do associativismo sindical, pode ser definida como a recusa colectiva e concertada, por parte dos trabalhadores, de prestarem o seu trabalho, com o objectivo de obter, por meio da pressão assim exercida sobre os empregadores, sobre o Estado e sobre a opinião pública, melhores condições de trabalho e da sua situação social”.

A carta “Octogesima Adveniens”, escrita em 1971 pelo Papa Paulo VI, ressalva no seu n.º 14 que, no caso dos serviços públicosnecessários para a vida quotidiana de toda uma comunidade, dever-se-á saber determinar os limites, para além dos quais o prejuízo causado se torna inadmissível”.

A “Gaudium et Spes”, constituição pastoral aprovada durante o Concílio Vaticano II (1962-1965), declara no n.º 68 que os parceiros sociais envolvidos numa paralisação devem “retomar o mais depressa possível o caminho da negociação e do diálogo da conciliação”.

A greve, “conquanto se perfile «como […] uma espécie de “ultimato”» (Laborem Exercens, n.º 20), deve ser sempre um método pacífico de reivindicação e de luta pelos próprios direitos; torna-se «moralmente inaceitável quando acompanhada de violências, ou com objectivos não directamente ligados às condições de trabalho ou contrários ao bem comum» (Catecismo da Igreja Católica, n.º 2435), recorda o referido Compêndio.

No número seguinte, indica-se que “o magistério reconhece o papel fundamental cumprido pelos sindicatos dos trabalhadores, cuja razão de ser consiste no direito dos trabalhadores a formar associações ou uniões para defender os interesses vitais dos homens empregados nas várias profissões”.

João Paulo II, na sua encíclica sobre o trabalho, indicava que os sindicatos “cresceram a partir da luta dos trabalhadores, do mundo do trabalho e, sobretudo, dos trabalhadores da indústria, esforçando-se pela defesa dos seus justos direitos, em confronto com os empresários e os proprietários dos meios de produção” (Laborem Exercens, n.º 20).

Para a Igreja Católica, as organizações sindicais, “perseguindo o seu fim específico ao serviço do bem comum, são um factor construtivo de ordem social e de solidariedade e, portanto, um elemento indispensável da vida social”.

“O reconhecimento dos direitos do trabalho constitui desde sempre um problema de difícil solução, porque se actua no interior de processos históricos e institucionais complexos, e ainda hoje pode considerar-se incompleto. Isto torna mais que nunca actual e necessário o exercício de uma autêntica solidariedade entre os trabalhadores”, assinala o Compêndio da Doutrina Social.

Para a Igreja Católica, as relações no interior do mundo do trabalho devem ser “caracterizadas pela colaboração: o ódio e a luta para eliminar o outro constituem métodos de todo inaceitáveis, mesmo porque, em todo o sistema social, são indispensáveis para o processo de produção tanto o trabalho quanto o capital.

À luz desta concepção, a doutrina social «não pensa que os sindicatos sejam somente o reflexo de uma estrutura “de classe” da sociedade, como não pensa que sejam o expoente de uma luta de classe, que inevitavelmente governe a vida social» (Laborem Exercens, n.º 20).

Os sindicatos são propriamente os promotores da luta pela justiça social, pelos direitos dos homens do trabalho, nas suas específicas profissões: «Esta “luta” deve ser compreendida como um compromisso normal das pessoas a “favor” do bem justo […]; mas não uma luta “contra” os outros» (Laborem Exercens, n.º 20).

O Catecismo da Igreja, no seu número 2430, precisa que o sindicato, sendo antes de tudo instrumento de solidariedade e de justiça, não pode abusar dos instrumentos de luta; em razão da sua vocação, deve vencer as tentações do corporativismo, saber auto-regular-se e avaliar as consequências das próprias opções em relação ao horizonte do bem comum.

Bispo de Lamego anuncia criação de Fundo Diocesano Solidário

O Sr. D. Jacinto Botelho, Bispo de Lamego, anunciou no passado dia 21 de Novembro, por ocasião da celebração da Igreja Diocesana, a criação de um Fundo Solidário Diocesano.
Este Fundo, confiado à Cáritas Diocesana, tem como objectivo responder ao cada vez maior número de solicitações de ajuda que têm chegado, seja por parte de pessoas encaminhadas por párocos, seja por parte de outras instituições ligadas à Diocese, seja também por parte de escolas, ou (demais) entidades civis.
O Fundo servirá também para garantir a comparticipação da comunidade local e da Diocese a qualquer projecto apresentado pela Cáritas Diocesana ao Fundo Social Solidário, instrumento criado pela Conferência Episcopal Portuguesa e gerido pela Cáritas Portuguesa.
Espera-se que a Campanha de Natal “10 Milhões de Estrelas – um Gesto pela Paz” seja o primeiro impulso para a constituição do Fundo Solidário Diocesano, uma vez que, à semelhança dos anos anteriores, ao adquirir uma vela da campanha ao preço unitário de 1,00€, estar-se-á a apoiar uma causa solidária – este ano a criação do referido Fundo. Também uma parte, minoritária, das verbas angariadas com a campanha deste ano serão entregues à Cáritas Portuguesa para apoio a um Orfanato que se encontra em avançado estado de degradação.
Num momento de acentuada crise social, esta iniciativa surge como uma das respostas que a Diocese de Lamego procura dar às crescentes necessidades de uma população do interior do País, com uma acentuada falta de acesso a outra ajuda para além da solidariedade dos cristãos.
A Cáritas Diocesana de Lamego já está na posse do material da Campanha “10 Milhões de Estrelas – um Gesto pela Paz”, cuja receita reverterá para o Fundo Solidário Diocesano podendo, para se solidarizar com a mesma, ser contactados os párocos da Diocese. Em alternativa, poderá ser contactada directamente a Cáritas Diocesana através de telefone (254688512), ou e-mail (caritas@diocese-lamego.pt).
No decurso da referida Campanha, ou finda a mesma, poderão ser feitos donativos através de transferência bancária para o NIB 0045 3360 4016 8347 5194 2, especificando qual o destino: “Fundo Solidário Diocesano”.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Novo Ano Litúrgico

O Ano litúrgico é o período de doze meses, divididos em tempos litúrgicos, onde se celebram como memorial, os mistérios de Cristo, assim como a memória dos Santos.

O Ano Litúrgico começa com o 1º Domingo do Advento e termina com a Festa de Cristo Rei.

Neste novo Ano Litúrgico que se vai iniciar no dia 27 de Novembro:
- as leituras são do Ano A,
- o evangelista que nos acampanha é São Mateus (claro que nem em todos os domingos),
- no Advento a cor litúrgica é o roxo.

VALE A PENA LER... PARA AGIR!

Mensagem de Advento/Natal do Arcebispo de Braga

AQUI

DIA DA IGREJA DIOCESANA


A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, na nossa Diocese, é também o dia da "sagração", dedicação da Sé Catedral (20 de Novembro de 1776) e, por conseguinte, Dia da Igreja Diocesana. O dia exacto é 20 de Novembro, mas celebra-se no Domingo imediatamente a seguir, que coincide com o Cristo Rei.
É oportunidade para as paróquias renovarem a sua comunhão com o Bispo diocesano e com a Diocese a que pertencem.
A parte de manhã dedicada à reflexão, tendo como pano de fundo a programação pastoral para o ano litúrgico que se inicia no domingo seguinte, isto é, no primeiro Domingo do Advento.
Durante a homilia do Pontifical, o Sr. Bispo sublinhou, de novo, a urgência da comunhão eclesial e do empenho nas actividades pastorais. Chamou a atenção para a Campanha da Cáritas, "10 Milhões de Estrelas - Um gesto pela Paz", desejando que todas as paróquias adiram a esta iniciativa de recolha de fundos para apoio aos mais necessitados. Referiu-se também à VIGÍLIA DE ORAÇÃO PELA VIDA NASCENTE E PELA FAMÍLIA , no dia 27 de Novembro, na Igreja de São Francisco.

Faça o donwload da Planificação Pastoral da Diocese para 2010/2011. AQUI

Fonte: aqui

Estandartes de Natal

Esta é mais uma forma de ajudarmos os mais carenciados.
O primeiro objectivo é que o NATAL tenha uma expressão cristã. Decoramos as casas com luzes, com árvores, com pais-natais, com renas, com estrelas. Com a colocação do estandarte de Natal, fazemos sobressair a personagem principal: Jesus.
Por outro lado, os lucros revertem a favor de obras sociais.
Veja a apresentação deste projecto aqui.

"10 Milhões de Estrelas - um Gesto pela PAZ"


1) Está em marcha a campanha da Cáritas "10 Milhões de Estrelas - um Gesto pela PAZ". Esta realiza-se em todo o mundo e, pelo oitavo ano consecutivo, também em Portugal, sendo organizada pela Cáritas Portuguesa, em parceria com todas as Cáritas Diocesanas de Portugal Continental, Madeira e Açores, com o objectivo de motivar cada cidadão para os valores da Paz, da Justiça e da Solidariedade.

2) "O conceito de paz, refere-se à convivência pacífica entre todos os seres humanos e, é considerada umas das principais metas de toda a humanidade."

3) Paz, não significa, exclusivamente, ausência de Guerra. Significa, também, solidariedade e justiça para todos.

4) Em tempos tão difíceis que Portugal está a viver queremos chegar até vós, uma vez mais, para apelar à vivência do verdadeiro sentido do Natal: "o nascimento de Jesus Cristo, o Príncipe da Paz", contrariando uma visão meramente consumista.

5) Cada vela da Operação “10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz”, constitui um sinal e o meio, através do qual prestamos a nossa ajuda àqueles que mais precisam.

6) O objectivo desta operação é motivar cada cidadão para a aquisição de uma vela, ao preço unitário de 1,00€ que, quando acesa simbolize a adesão de toda a população portuguesa à causa da Paz e aos objectivos caritativos da Cáritas para esta campanha.

7) Após saldadas as dívidas relativas à produção de velas, o remascente terá como destino:

. (35%) para a Cáritas Portuguesa destinado a um orfanato que recolhe crianças, muitas vezes, abandonada nas ruas, e que está em avançado estado de degradação.

. (65%) para a Cáritas Diocesana de Lamego para apoio a pessoas carenciadas de paróquias da Diocese, cuja débil situação social seja relatada a nós através do(s) pároco(s).

8) Todo o material da campanha já se encontra disponível na Cáritas Diocesana de Lamego (velas, fotoforos, artazes, marcadores de livros). Em caso de necessidade, estamos disponíveis para vos fazer chegar as encomendas recebidas.

9) No Site do SNEC (www.emrcdigital.com) estão disponíveis sugestões para actividades a desenvolver nas paróquias (Grupos sócio-caritativos, grupos de jovens, catequese), ou noutros locais, no âmbito desta campanha.

Vivemos tempos dificeis. Não páram de nos chegar pedidos de ajuda, inclusivamente, de Escolas da Diocese. Apelamos para que se juntem a nós nesta campanha, por forma a conseguirmos constituir um "FUNDO SOCIAL DIOCESANO" de apoio a pessoas carenciadas.


O Presidente da Cáritas Diocesana,
P. Adriano Monteiro Cardoso

domingo, 21 de novembro de 2010

UM REI ESPECIAL

Tu és rei, Senhor, e o Teu trono é a Cruz.

Tu és rei, Senhor, e Teu reino é o coração de cada Homem.

Tu és rei, Senhor, e estás presente no mais pequeno.

Tu és rei, Senhor, e estás à nossa espera no pobre.

Tu és rei, Senhor, e queres mais o amor que o poder.

Tu és rei, Senhor, e moras em tantos corações.

Tu és rei, Senhor, e primas pela mansidão e pela humildade.

Tu és rei, Senhor, e não tens exército nem armas.

Tu és rei, Senhor, e não agrides nem oprimes.

Tu és rei, Senhor, e não ostentas vaidade nem orgulho.

Tu és rei, Senhor, e a tua política é a humildade, a esperança e a paz.

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser ignorado e esquecido.

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser silenciado.

Tu és rei, Senhor, e vejo-Te na rua, em tanto sorriso e em tanta lágrima.

Tu és rei, Senhor, e vais ao encontro de todo o ser humano.

Tu és rei, Senhor, e és Tu que vens ter connosco.

Hoje, Senhor, vou procurar-Te especialmente nos simples, nos humildes, nos que parecem estar longe.

Hoje, Senhor, vou procurar estar atento às Tuas incontáveis surpresas.

Obrigado, Senhor, por seres tão diferente.

Obrigado, Senhor, por seres Tu!
Fonte: aqui

Slogan para o placard da Igreja


sábado, 20 de novembro de 2010

Entrevista a D. Januário Torgal Ferreira

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Apresentação da liturgia dominical na Solenidade de Cristo Rei no contexto da cimeira da NATO

Magusto da Catequese


No fim da Missa com Crianças, decorreu hoje no adro da Igreja o magusto. Foi uma iniciativa da Junta de Freguesia de Tarouca que agradecemos.
Há quinze dias, havia sido comunicado que neste dia haveria uma "surpresa" para os catequizandos, seus pais e catequistas que, por isso, todos estes estavam convidados.
E foi o que aconteceu. Logo ao fim da Eucaristia, tudo estava preparado. Havia um bocado de castanhas a assar na caruma para lembrar aos mais novos o tradicional magusto e castanhas assadas no forno, quentinhas e boas, distribuídas pelo adro. Claro que não faltaram as bebidas adequadas aos mais novos. Também havia "tinto" e jeropiga para os mais velhos.
Foi um momento de agradável convívio entre todos, com a vantagem de as castanhas quentes aquecerem as mãos que o tempo esfriava.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Reunião de Catequistas

Alguns dos membros do Grupo de Catequistas

Neste dia 19 de Novembro, teve lugar uma reunião do Grupo de Catequistas desta Paróquia.
Apesar da chuva abundante que se fez sentir, estiveram presentes muitos elementos.

Foram dois os textos que serviram de apoio a esta reunião:
- A Oração do Menino Pobre
- Uma carta para o meu catequista

Os participantes reflectiram e partilharam a mensgem destes textos, relacionando-a com a experiência de catequistas nesta comunidade.
Os textos colheram a adesão dos participantes e todos disseram que os ajudou.
Algumas ideias partilhadas:
- A oração não vive só de fórmulas, é preciso ajudar os catequizandos a rezar a vida e a rezar com a vida.
- "E sou de quem me conquistar." A empatia, o acolhimento, o relacionamento pessoal, a alegria, a persistência, a paciência... são factores imprescindíveis na catequese.
- O educando também tem que ser educado para saber conquistar o adulto, pois é dando que se recebe.
- A família é sempre a família, berço de valores. "O que o berço dá, a tumba o leva." Só que hoje temos que ter em conta a realidade familiar hodierna. Não podemos mais falar de um modelo de família de antigamente...
- Ao movimento centrípeto de há nos, sucede hoje o movimento centrífugo. Há anos, era olhado de soslaio que não ia à Igreja, hoje é olhado de soslaio quem vai...
- É de valorizar sempre a atitude dos pais que pedem à paróquia que os ajude na educação cristã dos filhos.
- Apesar da falta de estruturas físicas, a catequese paroquial tem realizado um belíssimo trabalho, graças ao empenho e dedicação dos catequistas. Esperemos que, com o Centro Paroquial, com outras condições físicas, possamos melhorar e modernizar mais a catequese.
- Os pequenos de hoje não são iguais aos de outros tempos. A falta de capacidade de concentração que revelam, exige aos agentes pastorais novas formas de vivenciar a Mensagem e de a transmitir.
Falou-se depois de outros assuntos: magusto que a Junta de Freguesia amanhã oferecerá aos catequizandos, seus pais e catequistas; férias de Natal; Festa da Catequese em 19 de Março; renúncia quaresmal dos catequizandos; análise de algumas situações da catequese...

Dia da Igreja Diocesana


A Diocese da Lamego celebra, no próximo domingo, dia 21, o Dia da Igreja Diocesana.
É uma oportunidade para os cristãos comprometidos de todas as paróquias reflectirem sobre a problemática da pastoral da Igreja em Portugal e particularmente na nossa Diocese.
As actividades decorrerão no Centro Paroquial de Almacave, com o seguinte programa:
10.00 horas – Acolhimento;
10.15 horas – Tempo de oração seguido de reflexão sobre o tema: Repensar a Pastoral da Igreja na nossa Diocese.
11.30 horas – Trabalho de grupos;
12.30 horas – Almoço;
14.30 horas – Plenário.
16.00 horas – Pontifical na Sé, presidido pelo Senhor D. Jacinto.

Domingo, 21 de Novembro, Solenidade de Cristo, REI DO UNIVERSO

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Com a solenidade de Cristo, REI DO UNIVERSO, encerramos hoje o Ano Litúrgico (Ano C).

Os reinos estão, hoje, muito desacreditados.
No entanto, na Bíblia, o tema é muito usado, no Antigo e no Novo Testamento.

A Palavra de Deus deixa claro, que é uma realeza diferente, que se exerce no amor, no serviço, no dom da vida.

Na 1ª Leitura David é ungido REI de todo o Povo de Israel. (2Sm 5,1-3)

O seu reino tornou-se símbolo do Reino de paz e de justiça, que um dia Deus haveria de instaurar na terra.
Os Profetas prometeram a chegada de um descendente de David, que iria realizar esse sonho.
Israel esperou durante muitos séculos essa Vinda.

O Evangelho apresenta a realização dessa promessa: o NOSSO REI preside esse Reino no Trono da CRUZ. (Lc 23,35-43)

A Cena é surpreendente e decepcionante para os homens.
Cristo não aparece sentado num trono de ouro, mas pregado numa cruz, com uma horrível coroa de espinhos na cabeça, com uma irónica inscrição pregada na cruz: "Jesus Nazareno REI dos Judeus".

Ele não está rodeado de súditos fiéis, que o louvam, mas dos chefes dos judeus que o insultam, e dos soldados que o escarnecem.
Nada o identifica com poder, com autoridade, com realeza terrena.

- Contudo, a inscrição, irónica aos olhos dos homens, descreve com precisão a situação de Jesus, na perspectiva de Deus: Ele é "rei", que preside, da cruz, a um "Reino" de serviço, de amor, de entrega, de dom da vida.

- O quadro é completado por uma cena bem significativa...
Ao lado de Jesus estão dois malfeitores, crucificados com ele.
Enquanto um o insulta, representando os que recusam a proposta do "Reino", o outro, no suplício da cruz, reconhece a realeza de Jesus e pede um lugar nele. Jesus lhe garante: "Hoje mesmo estarás comigo no paraíso".

* A cruz é o Trono, em que se manifesta plenamente a realeza de Jesus, que é perdão e vida plena para todos.
A Cruz é a expressão máxima de uma vida feita Amor e Entrega;

Na 2ª leitura Paulo apresenta um Hino litúrgico da Igreja primitiva, que celebra a Soberania absoluta de Cristo na Criação e na Redenção.
Cristo é o CENTRO da vida e da história. (Cl 1,12-20)

* Esta centralidade de Cristo está presente na nossa vida e na reflexão, na catequese e na vida da Comunidade cristã, ou há outros deuses (ou "santos") que ocupam o seu lugar?

+ A liturgia afirma:
"Seu Reino, Eterno e Universal, é o Reino da Verdade e da Vida, Reino
da Santidade e da Graça. Reino da Justiça, do Amor e da Paz".
(Prefácio)

+ Lendo o Evangelho, vemos que:
- A Missão de Cristo nessa terra foi precisamente inaugurar o Reino de Deus...
- A Missão da Igreja consiste em continuar na História o anúncio do Reino de Deus e convocar os homens para construí-lo na terra.
- Jesus convida-nos a fazer parte desse Reino e a trabalhar para que esse Reino chegue ao coração de todos.
É justamente essa a missão do LEIGO: Ser "Protagonista da Evangelização".
É também o que Ele nos convida a rezar no Pai Nosso: "Venha a nós o vosso Reino!"

+ Celebrar a festa de Cristo Rei:
- Não é celebrar um Deus forte, dominador, que se impõe aos homens do alto de sua onipotência e que os assusta com gestos espetaculares;
- É celebrar um Deus que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor.
A CRUZ é o trono de um Deus que recusa qualquer poder e escolhe reinar no coração dos homens através do amor e do dom da vida.

+ Por isso, a festa de Cristo Rei convida-nos a repensar a nossa existência e os nossos valores.

- Diante deste "rei" despojado de tudo e pregado numa cruz, não nos parecem completamente ridículas as nossas pretensões de honras, de glórias, de títulos, de aplausos, de reconhecimento?

- Diante deste "rei" que dá a vida por amor, não nos parecem completamente sem sentido
as nossas manias de grandeza, as lutas para conseguirmos mais poder, as invejas mesquinhas, as rivalidades que nos magoam e separam dos irmãos?

- Diante deste "rei" que se dá sem guardar nada para si, não nos sentimos convidados a fazer da vida um dom?

Certamente nos sentimos felizes em sermos cidadãos desse Reino.
Por isso, alegremo-nos dessa dignidade e façamos com que ele tenha um lugar sempre maior dentro de nosso coração...

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa, aqui

Para uma Comunhão bem feita

O que é necessário para fazer uma Comunhão bem feita?
São três as exigências básicas para se receber dignamente a Sagrada Eucaristia:
• Estar em estado de graça santificante: Não ter na alma pecado grave (mortal)
• Saber a quem se vai receber, na Comunhão: é Jesus nosso alimento
• Guardar o jejum prescrito pela Igreja: Uma hora antes da Comunhão

Como receber a Sagrada Comunhão?
Para receber a Sagrada Comunhão, com todo o respeito que Jesus merece, devemos cuidar de alguns aspectos fundamentais:
• Apresentar-se decentemente vestido, com modéstia, dignidade, elegância e limpeza. Nunca ir comungar de bermudas, calções, blusas decotadas e sem mangas, chinelos etc.. É, antes de tudo, uma questão de respeito e amor para com Jesus.
• Na fila da Comunhão, manter a devida compostura e respeito. Ao chegar na frente do sacerdote que lhe dará a Sagrada Comunhão, fazer uma inclinação do corpo, como sinal de respeito ao Senhor.
• O sacerdote dirá: "O Corpo de Cristo". Responda, em voz alta e clara: "AMÉM". É seu assentimento, sua manifestação de fé na presença real do Senhor na Eucaristia.
• Você poderá comungar de duas maneiras: ou recebendo o Corpo do Senhor diretamente na boca ou poderá estender a mão esquerda aberta, espalmada para cima, com a mão direita embaixo. O sacerdote colocará a Sagrada Comunhão nesta mão e aí, NA FRENTE DO SACERDOTE, você levará a Sagrada Comunhão à própria boca, com a mão direita.

Quais os resultados da Comunhão?
1) crescimento espiritual;
2) perdão dos pecados veniais (já que não se pode receber a Sagrada comunhão em pecado mortal);
3) fortifica a caridade;
4) preserva a alma da morte espiritual;
5) preserva-nos dos pecados mortais futuros;
6) o poder da tentação se debilita;
7) anima-nos a trabalhar (fazer coisas por Cristo e com Cristo).
Porém, "O total de graças que cada indivíduo recebe numa comunhão depende da capacidade que esse indivíduo tenha. Nenhuma alma humana tem capacidade infinita para a graça, ou está em condições de absorver toda a graça que uma comunhão põe à sua disposição."

Frequência das comunhões:
1) Pode-se comungar até mais de uma vez por dia - participando da celebração eucarística completa.
2) Temos obrigação de comungar uma vez por ano pela Páscoa.
3) Devemos comungar com a frequência que nos é possível - o ideal seria diariamente.

Fonte: aqui

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Braços no ar

MÃES MÁRTIRES DA PARÓQUIA

Neste mês de Novembro, uma homenagem sentida às mães mártires desta comumidade paroquial. Sim, a estas mães vivas que viram partir filhos seus novos.
D. Carolina, D. Cândida, D. Eva, D. Milocas, D. Maria Emília, D. Maria, D. Hermínia Teixeira, D. Hermínia Pereira, D Antoninha, D Gracinda, D. Aldina, D. Dores, D. Olívia, D. Fernanda, D. Leonor, D. Olinda, D. Dina, D. Maria Costa, D. Aurora, D. Piedade, D. Otília, D. Maria José, D. Lurdes...

Estas senhoras de ao-pé-da-cruz de seus filhos, mães das dores a quem o sofrimento atingiu a alma com a violência de um raio e fazem da dor, que só elas percebem, companheira silenciosa de seus dias.
Estas mães cujo coração é o mais quente túmulo de seus filhos.
Estas mães que visitam frequentemente o cemitério e junto do túmulo agasalham seus filhos adormecidos, soltando o coração que embrulham em silêncio para que nenhum ruído afaste esses momentos de comunhão.
Estas mães que procuram estancar a dor da perda com a recordação de tudo o que de bom viveram com os filhos que partiram e cujas fotos guardam como sacrário de amor.

É simplesmente fantástico o testemunho de fé que tantas destas mães nos oferecem!
Uma entrega sem limites ao amor de Deus que sentem mesmo quando o não compreendem.
Uma janela aberta à luz da esperança por onde vislumbram seus filhos ressuscitados pelo poder do Ressuscitado.
Uma abertura aos outros, fazendo da caridade o bálsamo mais eficaz para a dor.
Merecem a nossa admiração e gratidão.
Mães com a Mãe e Irmã Maria, a Mãe de Jesus.
Mães como a Mãe, sufocadas pela dor.
Mães como a Mãe, abertas ao Projecto de Deus que gera esperança.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bento XVI: agricultura, resposta para crise económica

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Queridos irmãos e irmãs:

Na segunda leitura da liturgia de hoje, o apóstolo Paulo sublinha a importância do trabalho para a vida do homem. Este aspecto é também recordado pelo "Dia de Ação de Graças" que se comemora tradicionalmente na Itália neste segundo domingo de novembro, como agradecimento a Deus no término da estação das colheitas. Ainda que em outras áreas geográficas os tempos de cultivo sejam naturalmente diferentes, hoje eu gostaria de aproveitar a oportunidade das palavras de São Paulo para umas reflexões, em particular sobre o trabalho agrícola.

A crise econômica atual, sobre a qual se tratou também nestes dias na reunião do chamado G20, deve ser concebida em toda a sua seriedade; esta tem numerosas causas e exige uma revisão profunda do modelo de desenvolvimento econômico global (cf. encíclica Caritas in veritate, 21). É um sintoma agudo que se somou a outros também graves e já bem conhecidos, como o perdurar do desequilíbrio entre riqueza e pobreza, o escândalo da fome, a emergência ecológica e, atualmente, também geral, o problema das greves. Neste quadro, parece decisivo um relançamento estratégico da agricultura. De fato, o processo de industrialização às vezes ensombreceu o setor agrícola, o qual, ainda contando com os benefícios dos conhecimentos e das técnicas modernas, contudo, perdeu importância, com notáveis consequências também no campo cultural. Este parece ser o momento para um convite a revalorizar a agricultura, não em sentido nostálgico, mas como recurso indispensável para o futuro.

Na situação econômica atual, a tentação para as economias mais dinâmicas é a de recorrer a alianças vantajosas que, contudo, podem acabar sendo prejudiciais para os Estados mais pobres, prolongando situações de pobreza extrema de massas de homens e mulheres e esgotando os recursos naturais da Terra, confiada por Deus Criador ao homem - como diz o Gênesis - para que cultive e a proteja (cf. 2, 15). Além disso, apesar da crise, consta que nos países de antiga industrialização, incentivam-se estilos de vida marcados por um consumo insustentável, que também acabam prejudicando o ambiente e os pobres. É necessário dirigir-se, portanto, de forma verdadeiramente concertada, a um novo equilíbrio entre agricultura, indústria e serviços, para que o desenvolvimento seja sustentável, não falte pão para ninguém e para que o trabalho, o ar, a água e os demais recursos primários sejam preservados como bens universais (cf. Caritas in veritate, 27).

Para isso, é fundamental cultivar e difundir uma clara consciência ética à altura dos desafios mais complexos do tempo presente; educar-se num consumo mais sábio e responsável; promover a responsabilidade pessoal junto à dimensão social das atividades rurais, fundadas em valores perenes, como o acolhimento, a solidariedade, a partilha do cansaço no trabalho. Muitos jovens já escolheram este caminho; também muitos licenciados voltam a dedicar-se à empresa agrícola, sentindo responder assim não somente a uma necessidade pessoal e familiar, mas também a um sinal dos tempos, a uma sensibilidade concreta pelo bem comum.

Oremos a Nossa Senhora, para que estas reflexões possam servir de estímulo à comunidade internacional, enquanto elevamos a Deus nossa ação de graças pelos frutos da terra e do trabalho do homem.

Fonte: aqui

Quando uma criança se lança no colo de um mendigo...

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Éramos a única família no restaurante com uma criança.

Eu coloquei Daniel numa cadeira para crianças e notei que todos estavam tranqüilos, comendo e conversando.

De repente, Daniel gritou animado, dizendo: 'Olá, amigo!', batendo na mesa com suas mãozinhas gordas.

Seus olhos estavam bem abertos pela admiração e sua boca mostrava a falta de dentes.

Com muita satisfação, ele ria, se retorcendo.

Eu olhei em volta e vi a razão de seu contentamento.

Era um homem andrajoso, com um casaco jogado nos ombros, sujo, engordurado e rasgado.

Suas calças eram trapos com as costuras abertas até a metade, e seus dedos apareciam através do que foram, um dia, os sapatos.

Sua camisa estava suja e seu cabelo não havia sido penteado por muito tempo.

Seu nariz tinha tantas veias que parecia um mapa.

Estávamos um pouco longe dele para sentir seu cheiro, mas asseguro que cheirava mal.

Suas mãos começaram a se mexer para saudar.

'Olá, neném. Como está você?', disse o homem a Daniel.

Minha esposa e eu olhámo-nos:

'Que faremos?'.

Daniel continuou rindo e respondeu, 'Olá, olá,amigo'.

Todos no restaurante nos olharam e logo se viraram para o mendigo.

O velho sujo estava incomodando nosso lindo filho.

Trouxeram a comida e o homem começou a falar com o nosso filho como um bebê.

Ninguém acreditava que o que o homem estava fazendo era simpático.

Obviamente, ele estava bêbado.

Minha esposa e eu estávamos envergonhados.

Comemos em silêncio; menos Daniel que estava super inquieto e mostrando todo o seu repertório ao desconhecido, a quem conquistava com suas criancices.

Finalmente, terminamos de comer e nos dirigimos à porta.

Minha esposa foi pagar a conta e eu lhe disse que nos encontraríamos no estacionamento.

O velho encontrava-se muito perto da porta de saída.

'Deus meu, ajuda-me a sair daqui antes que este louco fale com Daniel', disse orando, enquanto caminhava perto do homem.

Estufei um pouco o peito, tratando de sair sem respirar nem um pouco do ar que ele pudesse estar exalando.

Enquanto eu fazia isto, Daniel se voltou rapidamente na direção onde estava o velho e estendeu seus braços na posição de 'carrega-me'.

Antes que eu pudesse impedir, Daniel se jogou dos meus braços para os braços do homem.

Rapidamente, o velho fedorento e o menino consumaram sua relação de amor.

Daniel, num ato de total confiança, amor e submissão, recostou sua cabeça no ombro do desconhecido.

O homem fechou os olhos e pude ver lágrimas correndo por sua face.

Suas velhas e maltratadas mãos, cheias de cicatrizes, dor e trabalho duro, suave, muito suavemente, acariciavam as costas de Daniel.

Nunca dois seres se haviam amado tão profundamente em tão pouco tempo.

Eu me detive, aterrado. O velho homem, com Daniel em seus braços, por um momento abriu seus olhos e olhando diretamente nos meus, disse-me com voz forte e segura:

'Cuide deste menino'.

De alguma maneira, com um imenso nó na garganta, eu respondi: 'Assim o farei'.

Ele afastou Daniel de seu peito, lentamente, como se sentisse uma dor.

Peguei meu filho e o velho homem disse-me:

'Deus o abençoe, senhor. Você me deu um presente maravilhoso'.

Não pude dizer mais que um entrecortado 'obrigado'.

Com Daniel nos meus braços, caminhei rapidamente até o carro.
Minha esposa perguntava por que eu estava chorando e segurando Daniel tão fortemente, e por que estava dizendo:

'Deus meu, Deus meu, me perdoe'.

Eu acabava de presenciar o amor de Cristo através da inocência de um pequeno menino que não viu pecado, que não fez nenhum juízo; um menino que viu uma alma onde uns adultos que viram um montão de roupa suja.

Eu fui um cristão cego carregando um menino que não o era.

Eu senti que Deus me estava a perguntar:

'Estás disposto a dividir teu filho por um momento?', quando Ele compartilhou Seu Filho por toda a eternidade.

O velho andrajoso, inconscientemente, me recordou:

'Eu vos asseguro que aquele que não aceite o reino de Deus como um
menino, não entrará nele
.' (Lucas 18:17).

Jesus e os Essénios... mas quem foram os Essénios?

Veja aqui

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Uma mulher católica, mãe de cinco filhos, foi condenada à morte por enforcamento no Paquistão

Uma mulher católica, mãe de cinco filhos, foi condenada à morte por enforcamento no Paquistão depois de alegadamente ter difamado o profeta Maomé, avança o Telegraph.

Asia Bibi, de 45 anos, nega a acusação de blasfémia e afirmou aos investigadores que está a ser perseguida devido à sua fé num país onde os cristãos são discriminados.

Grupos cristãos de direitos humanos já condenaram o veredicto da justiça paquistanesa e apelaram para que seja revogada a lei que contempla o crime de blasfémia.

A defesa afirmou que vai recorrer da sentença no tribunal de Sheikhupura, perto de Lahore, no Paquistão.

O marido, Ashiq Masih, afirmou que não teve coragem de contar as notícias a dois dos seus cinco filhos.
«Ainda não contei aos meus dois filhos mais novos a decisão do tribunal.
Eles perguntam-me muitas vezes pela mãe mas eu não consegui ainda coragem para lhes dizer que o tribunal condenou a sua mãe a pena capital por um crime que não cometeu.
Asia Bibi está presa desde Junho do ano passado.
In SOL

Deus na poesia e poesia de Deus


Na Mão de Deus

Na mão de Deus, na sua mão direita,
Descansou afinal meu coração.
Do palácio encantado da Ilusão
Desci a passo e passo a escada estreita.

Como as flores mortais, com que se enfeita
A ignorância infantil, despojo vão,
Depois do Ideal e da Paixão
A forma transitória e imperfeita.

Como criança, em lôbrega jornada,
Que a mãe leva ao colo agasalhada
E atravessa, sorrindo vagamente,

Selvas, mares, areias do deserto...
Dorme o teu sono, coração liberto,
Dorme na mão de Deus eternamente!
Antero de Quental, in "Sonetos"

O NADA DE DEUS

Torna-te como criança:
faz-te surdo e cego!
Torna-te nómada,
atravessa o que é ser,
e o que é nada!
Abandona o lugar,
abandona o tempo
abandona as imagens.
Se seguires sem destino
pelo trilho estreito
alcançarás o centro deserto.

Ó minh'alma
sai para fora, Deus entra!
Funde todo o teu ser
no nada de Deus.
Derrama-te no caudal sem fundo!
Se saio de ti
tu vens até mim.
Se me perco
é a ti que encontro.
Oh quem pudesse medir a tua vastidão!
Eckart, tradução de Tolentino Mendonça.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A Oração do Menino Pobre


Jesus,
Sou o João, tenho 11 anos e ando no 6º ano.

Na catequese, ensinaram-me que Tu sabes tudo,
que conheces cada um por dentro e por fora.
Por isso, perdoa-me estar a lembrar-Te aquilo que já sabes.
Mas eu preciso de falar com Alguém que me compreenda.

Jesus, no ano passado, no Natal,
Eu não pedi ao Pai Natal, que já não tenho idade
para a creditar nessas coisas. Pedi-Te a ti. Lembras?

Pedi que os meus pais tivessem saúde e trabalho;
pedi que eu fosse capaz de estar mais atento nas aulas;
Pedi por todos os meninos a quem os adultos
não deixam ser crianças;
e também te pedi uns ténis novos e um telemóvel.

Os meus pais têm tido trabalho e saúde,
eu também melhorei o comportamento
e subi as notas. Obrigado, Jesus!
Mas continuo a ouvir falar de meninos com fome,
sem família, sem escola, sem amor, sem respeito...
Os homens maus não Te deixam fazer nada por eles,
é isso, Jesus?

Também não tive o telemóvel nem os ténis de marca.
Sabes, Jesus, nunca tive!
Os meus pais dizem que ganham o ordenado mínimo
e que têm de pagar a casa e o carro que tiveram de comprar
para poderem ir trabalhar e que a vida está muito difícil.

Sabes, Amigo, nos dias grandes,
os meus pais, depois do trabalho, ainda vão para o campo.
Diz o meu pai que é para termos a mesa farta.
Eu também vou com eles e faço alguns trabalhos mais levezinhos.
Bem gostava de ficar a jogar à bola, a ver televisão, ir para a piscina,
jogar na Internet... Ah! Eu não tenho Internet nem consola...

Mas tenho uns pais bué de fixes! Falam muito comigo,
dão-me atenção, brincam comigo, explicam-me as coisas...
Tu bem sabes, Amiguito, que não os trocaria por outros
que me pudessem dar tudo o que nunca tive
e que os meus colegas têm.

Olha, Jesus, agora tenho que te deixar.
Sabes, o mano mais novo é um chato
e está ali a pedir que o vá ajudar nos trabalho de casa.
Eu gosto bué dele, mas gostava de ter um quarto só para mim.
Assim até poderia falar mais contigo sem ele me chatear.

Ah! Desculpa, Amigo, já me esquecia...
O bem que fazemos aos outros, é a ti que o fazemos.
Então também é a Ti que vou ajudar a fazer os TPCs.
Até amanhã, Jesus.

Oração do estudante


ILUMINA O MEU ENTENDIMENTO
E TRANSFORMA O MEU CORAÇÃO

Senhor Jesus, ajuda-me no meu trabalho.
Sê o meu Mestre e a minha Luz.

Eu dou o meu esforço,
dá-me, Senhor, a Tua inspiração.
Ajuda-me a estar atento e a ser concentrado.

Não Te peço para ser o melhor,
só Te peço que me ajudes a dar o meu melhor,
a trabalhar todos os dias.

Que não queira competir com ninguém
e que esteja disponível a ajudar os que mais precisam.

Ajuda-me a aprender não só conhecimentos, mas também valores e comportamentos.

Que eu seja humilde, que nunca me envaideça,
que nunca me deslumbre no êxito,
nem me deixe abater na adversidade.

Que eu nunca desista.
Que eu acredite sempre.

Que eu aprenda a ciência e a técnica,
mas que não esqueça que o mais importante é a bondade, a solidariedade e o amor.
Que eu seja sempre uma pessoa de bem.

Ilumina, Senhor, o meu entendimento
e transforma o meu coração.

Dá-me um entendimento para compreender o mundo
e um coração capaz de amar os que nele vivem!
Fonte: aqui

domingo, 14 de novembro de 2010

'Para vinho novo, odres novos'

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Muito se fala hoje de nova evangelização e de reevangelização.
Há quem tenha pegado no tema e apresente logo a solução: regressar ao passado. Ressuscitar velhos movimentos, velhas expressões de piedade, velhas liturgias, velhos moralismos e até velhas formas de apresentação (veja-se, por exemplo, o proliferar de batinas e de cabeções em sacerdotes novos...).
Crescem com frenesim os movimentos conservadores na Igreja. E pior do que isto, proliferam aguerridos grupos fundamentalistas que atacam quem ouse discordar deles, porque se acham os "verdadeiros cristãos", sendo os outros, os que não enfileiram nas suas ideias, hereges, pagãos a quem tornam continuado objecto de insulto.
Estes grupos fundamentalistas não têm apreço pelo Concílio Vaticano II, agarram-se a tudo o que é tridentino, anunciam um "cristianismo" vazio de caridade, mas prenhe de devoções a santos, dão total relevo a tudo o que lhes cheire a aparições, apegam-se a um pietismo doentio e arvoram-se em "guarda pretoriana" do dogma católico.
Os grupos conservadores não enveredam por este caminho. E ainda bem. Mas são alérgicos à criatividade pastoral, são uns litúrgico-dependentes, rebatem tudo o que lhes caia fora sua cosmovisão de Igreja.
Como alguém dizia, meio a sério e meio a brincar, qualquer dia realizam explêndidas liturgias em Igrejas vazias...
O futuro pertence a quem o antecipar. Não há que ter medo da modernização de meios e processos para que a Mensagem extraordinária de Cristo seja percebida pelas pessoas do nosso tempo e se deixam encantar por ela.
Fui Cristo que nos desafiou à atenção aos sinais dos tempos para que o vinho novo tenha odres novos.
Deus não nos pôs os olhos na nuca, mas na cara. Para olharmos em frente. Por que razão querem alguns deslocar o que Deus fez?
CRIATIVIDADE PASTORAL exige-se hoje. O Seminário pode ser um precioso laboratório pastoral. É que para problemas novos, respostas novas. Na comunhão da Igreja, sem dúvida. Na fidelidade a Cristo, sempre.
Custa-me a engolir que tantas vezes os jovens apresentem propostas belas de captar os jovens e os fazer entrar no Mistério de Cristo e depois sejam os sacerdotes a criar estorvo com o refrão de que "não é litúrgico."
Não poderemos caminhar para a paganização da liturgia? Penso que é tempo de a tornar encarnada, à maneira de Jesus Cristo.

A Paróquia e as Vocações

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Naturais da Paróquia de São Pedro de Tarouca, temos:
- P.e José Amorim, Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Lapa;
- P.e José Guedes, Missionário da Boa Nova, a trabalhar na Zâmbia;
- P. Bráulio Carvalho, Pároco de Alvite, Sever e Leomil e Secretário Diocesano da Pastoral Juvenil;
- Diácono Manuel Amorim, a colaborar nesta Paróquia de S. Pedro de Tarouca;
- Irmã Maria da Conceição, Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria;
- Irmã Cecília, Carmelo de Santa Teresa, Coimbra.

Recordámos com saudade e gratidão sacerdotes daqui naturais e já falecidos: Abade Castro, P. Duate Fernandes dos Santos e P.e Duarte Teixeira.

Temos saudades do futuro do qual esperamos, pela graça de Deus, o surgimento nesta Paróquia de novas vocações sacerdotais e religiosas.

sábado, 13 de novembro de 2010

Não há vida como a de padre!

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Nesta Semana dos Seminários, visitemos a vida de um sacerdote...
Ouve-se aqui e ali, muitas vezes na brincadeira, "não há vida como a de padre!" Muitas vezes também respondo a brincar: "Então há muito palerminha. Se é tão bom, por que será que há tão poucos pretendentes!? E olha que aqui não há desemprego!"
É preciso preparar e realizar reuniões: Conselho Económico, Conselho Pastoral, catequistas, os vários grupos e movimentos...
É preciso pensar, preparar e e propor ao Conselho Pastoral o Plano Pastoral. Depois, recebidas as alterações, urge pô-lo em prática, sujeitando-o à análise do referido Conselho.
É preciso analisar com o Conselho Económico as obras a realizar, acompanhá-las e escrever dezenas de cartas para aqui e para ali (quem tem obras a realizar em zonas sob a intervenção do IPPAR sabe bem o que isto custa!).
É preciso atender e estudar com as comissões das diversas capelas as obras a realizar no tocante a reparações ou melhoramentos dos centros de culto. Mais umas dezenas de cartas...
É preciso preparar a recepção dos sacramentos...
É preciso presidir aos funerais e, por vezes proceder a alterações de última hora, pois a morte surge quando lhe apetece...
É preciso atender muitas e variadas pessoas que nos procuram ou nós procuramos por causa das mais diversas situações...
Há um Lar da 3ª Idade, um Hospital, os Bombeiros... O Capelão tem de aparecer para desempenhar a sua missão...
O Arcipreste tem de ir às reuniões do Conselho de Arciprestes, presidir às reuniões dos sacerdotes do Arciprestado, procurando exercer humildemente serviço de coordenação..
Há o boletim paroquial que sai em determinadas épocas do ano. O padre tem de o idealizar, trabalhar e imprimir. Não há dinheiro para o imprimir e dobrar fora, tenho que o fazer com a prata da casa...
Há o jornal mensal que ocupa horas intermináveis ao longo do mês, pensando nele, organizando-o, corrigindo-o.
Há um fim-de-semana que não é brincadeira e deixa o padre esgotado.
Há a solicitude pela comunidade que consome e martela. Tanta gente a viver como se Deus não existisse!...
Numa comunidade com tantas festas, é preciso pensar a tempo e convidar os sacerdotes para essas festas, para o serviço da Confissão...
Há documentos a passar às pessoas para isto e para aquilo... Há documentos a enviar e a pedir à Cúria Diocesana...
Há a solidão, tanta vezes mestra, mas também tantas vezes cruz na cruz de cada dia...
Há espaços de oração que é preciso criar, manter e sedimentar...
Há a casa que temos que dirigir e a nossa vida de cidadãos que temos que orientar....
Há a família a quem devemos prestar atenção...
Existimos nós próprios com as nossas limitações, os nossos sentimentos, as nossas tentações, os nossos picos de satisfação, as nossas angústias...
Há os amigos a quem devemos prestar atenção. Se estes tantas vezes compreendem ausências, nós é que não nos sentimos bem, ausentando-nos...
Há gente que sofre e precisa, reclamando a nossa presença e o tempo não estica, e as forças já não permitem mais...
Há os nossos achaques e doenças a reclamar mais atenção...
Há a necessidade de dar respostas e tantas vezes não as temos...
Há compromissos a honrar e nós prisioneiros de outros que não cumprem o que prometem...
Há obras urgentes a fazer e a burocracia emperra tudo...
Há denúncias que nos flagelam e silêncios que nos queimam...
Há gente que não arranca e outros que ficam sempre na margem da crítica...
Há tantas vezes uma Igreja que não sai da sonolência, mas que tudo nos exige como se fôssemos deuses...
Há as nossas limitações (por exemplo, custa-me não ter jeito para a música!), o nosso feitio, a nossa maneira de ser, a nossa disposição de momento... quantas vezes limitam e até nos trazem insatisfação interior perante posições tomadas...
Há cartas e telefonemas que nos chegam e a que temos que responder...
Há pessoas que se sentem mal se nós não vivemos para elas, mas que passam muito bem se ninguém se importa connosco...
Há uma hierarquia que devia estar muito, muito mais presente, mas a quem parece só importar que não lhe causemos problemas...
Há invejas como facas e apoios e incentivos que nunca chegam...
Há a tentação de "porreirismos fáceis" que granjeiam simpatias interesseiras...
Há a exigência da fidelidade à Mensagem do Salvador e da Sua Igreja que, não poucas vezes, nos trazem dissabores, amargos de boca e pedradas...
Fala-se de uma Igreja-Comunhão, mas, ao fim e ao cabo, fica tudo dependente do padre, como pintos da galinha. Os leigos não assumem o seu papel na Igreja e esta tarda em tratar como maiores os seus leigos...
Há uma Igreja que nunca devia dissociar-se dos pobres e parece que cada vez mais a vemos colada - pelo menos pelo silêncio cúmplice - aos interesses dos ricos.
Há grupos - muitos - minoritários embora, mas que não encontram na Igreja o acolhimento filial a que têm direito.
Se a tudo isto somarmos um Centro Paroquial em construção, calvário e ressurreição, então a vida não é fácil.
Sim, não há vida como a de padre!!!
Mas não pensem que é um carpir de mágoas. Sou uma pessoa que gosta do que é. Quero ser mais santo, sem dúvida. Isso peço à Trindade Santíssima de cuja Misericórdia infinita espero o perdão para as minhas faltas e a ajuda para servir melhor.
Confio na oração e amizade de todos para a todos poder amar melhor.

33º Domingo do Tempo Comum -Ano C

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Estamos no penúltimo domingo do Ano litúrgico.

As Leituras bíblicas são um prelúdio desse encerramento, convidando-nos a refletir sobre o fim dos tempos.
A meta final, para onde Deus nos conduz, faz nascer em nós a esperança e a coragem para enfrentar as adversidades e lutar pelo Advento do Reino.


Na 1ª Leitura: Malaquias descreve o "Dia do Senhor". (Mal 4,1-2)

- O Povo de Israel tinha voltado do exílio com muitas promessas de um futuro maravilhoso, um reino de paz, de bem estar e de justiça.
Mas, o que ele vê é o contrário. Por isso, começa a manifestar a desilusão.
- Malaquias, numa linguagem profética, dirige palavras de conforto e esperança.
Deus não abandona o seu povo. Vai intervir na história, destruindo o mal e fazendo triunfar o Bem, a Justiça e a Verdade.

* O texto não pretende incutir medo, falando do "fim do mundo", mas fortalecer a ESPERANÇA no Deus libertador para enfrentar os dramas da Vida e da História, Esperança que devemos ter ainda hoje, apesar do que vemos...

A 2ª Leitura fala da comunidade de Tessalônica, perturbada por fanáticos que pregavam estar próximo o fim do mundo.
Por isso, não valia mais a pena continuar trabalhando.
Paulo apresenta o exemplo de trabalho de sua vida e acrescenta: "Quem não quer trabalhar, também não deve comer..." (2Ts 3,7-12)

* O TRABALHO é a melhor forma de preparar a vinda do Senhor.

No Evangelho, temos o Discurso Escatológico, em que aparecem três momentos da História da Salvação: a destruição de Jerusalém, o tempo da Missão da Igreja e a Vinda do Filho do Homem. (Lc 21,5-19)

- Lucas escreveu o evangelho uns 50 anos depois da morte de Cristo.
Durante esse tempo, aconteceram fatos terríveis: guerras, revoluções, a destruição do Templo de Jerusalém, a perseguição dos cristãos por parte dos judeus e dos romanos.

- Para muitos eram sinais do fim do mundo...
Lucas, com palavras do próprio Mestre, indica duas atitudes:
. Não se deixar enganar por falsos profetas.
. Não perder a esperança, Deus está connosco.

- Os Discípulos mostram a Jesus com orgulho a grandiosidade do TEMPLO...
- Jesus não se entusiasma com essa estrutura, para ele já superada, e anuncia o fim desse modelo de sociedade e o surgimento de outra:
"Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra... Tudo será destruído."
- Diante disso, curiosos, querem saber mais informações:
"Quando acontecerá isso? Qual vai ser o sinal?"
- Jesus responde numa linguagem apocalíptica, misturando referências à queda de Jerusalém e ao fim do mundo:
"Haverá grandes terremotos... fome e peste...
aparecerão fenômenos espantosos no céu...


+ Jesus alerta sobre os falsos profetas: Não se deixar enganar:
"Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome... Não sigais essa gente".

* Ainda hoje muitas pessoas falam em nome de Jesus, dando respostas fantasiosas produzidas por motivações pessoais.
Não é prudente acreditar em tudo o que se diz em nome de Jesus.

+ Jesus exorta à esperança: Não ter medo...
Esses sinais de desagregação do mundo velho não devem assustar, pelo contrário são anúncio de alegria e esperança, de que um mundo novo está para surgir.
"Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se, ERGAM A CABEÇA, porque a Libertação está próxima". (Lc21,28)

* Jerusalém deixa de ser o lugar exclusivo e definitivo da salvação; começa o tempo da Igreja, em que a Comunidade dos discípulos testemunharão a Salvação a todos os povos da terra.

+ As catástrofes continuam ainda hoje...
Guerras, revoluções, terrorismo infernizam por toda parte...
Muita gente morre de fome, o aquecimento global é ameaçador;
ciclones, terremotos e maremotos multiplicam-se.
Parece mesmo o fim de tudo.
Os discípulos não devem temer: haverá dificuldades, mas eles terão sempre a ajuda e a força de Deus.
No Discurso escatológico, Jesus define a missão da Igreja na História: dar testemunho da Boa nova e construir o Reino.

Qual é a nossa atitude diante do mundo catastrófico em vivemos?

* Desperdiçamos o nosso tempo, ouvindo histórias de visionários, acreditando mais em revelações privadas, do que na Palavra do Evangelho?

* Temos a certeza de que não obstante todas as contrariedades, o mundo novo, o Reino de Deus, um dia certamente triunfará?

* Diante de tantas dificuldades, deixamo-nos levar pelo desânimo ou acreditamos de facto na vitória final do Reino de Cristo?

Cristo nos garante:
"Coragem, LEVANTAI A CABEÇA, porque se aproxima a libertação".


Fonte: aqui

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Senhor Bispo, só tenho um filho. O senhor queria que ele fosse padre? Não acha que tenho direito a ter amanhã os meus netinhos?


Há muitos anos, em determinada diocese, um grupo de cristãos, representativo de certa paróquia, dirigiu-se ao Bispo para lhe pedir um pároco próprio. Invocaram todas as razões que relevaram de conclusivas para o Prelado lhes dar um sacerdote. O Bispo ouviu, ouviu e, por fim, perguntou-lhes:
- Quantos sacerdotes deu a vossa paróquia à diocese?
Uma vaga de silencia percorreu aquelas pessoas que se entreolharam surpresas. Então o Bispo insistiu:
- Estão aqui casais. Já falastes da vocação sacerdotal aos vossos filhos? Que tendes feito nesse sentido?
Uma mãe então levanta a voz e responde:
- Senhor Bispo, só tenho um filho. O senhor queria que ele fosse padre? Não acha que tenho direito a ter amanhã os meus netinhos?
É esta ilógica que nos comanda. Pedimos tudo aos outros, mas não nos sentimos na obrigação de dar nada à comunidade. A quem assim pensa e age responde o velho ditado popular: “Mãos que não dais, o que é que esperais?”
Sempre, mas particularmente nesta semana, procuremos rezar pelas vocações sacerdotais. Que as famílias sejam escolas de discernimento vocacional e acolham na alegria o dom da vocação. Que as paróquias e a diocese promovam uma séria, persistente e estruturada pastoral vocacional. Que os seminários formem os padres que o presente e o futuro reclamam. Padres apaixonados por Deus e dedicados ao homem. Que os jovens vocacionados respondam à mensagem que Deus deixou no telemóvel do seu coração. Fazer delete é deitar fora a oportunidade de ser feliz, pois cada um só é feliz quando segue a vocação que Deus lhe deu.
Depois, acolhamos, apoiemos, acarinhemos as vocações. Também através da partilha de bens, sem os quais a diocese não pode formar os padres que as comunidades precisam.