terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O último folheto

Todos os domingos à tarde, depois da missa da manhã na igreja, o velho padre e seu sobrinho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam  folhetos sacros.
Numa tarde de domingo, quando chegou à hora do padre e seu sobrinho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também  chovia muito. O menino  agasalhou-se e disse:
-Ok, tio padre, estou pronto.
E o padre perguntou:
-Pronto para quê?
-Tio, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos.
O padre respondeu:
 - Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito.
O menino olhou surpreso e perguntou:
- Mas tio, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva?
O padre respondeu:
 -Filho, eu não vou sair com esse frio.
Triste, o menino perguntou:
-Tio, eu posso ir? Por favor!
O padre hesitou por um momento e depois disse:
 - Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho.

-Obrigado, tio!
 Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos  caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta entregando folhetos  sacros a todos que via.
Depois de caminhar por duas horas na chuva, ele estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Ele parou na esquina e procurou por  alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente  desertas. Então ele se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta e tocou à campainha. Tocou novamente a campainha, mas ninguém respondeu. Ele tocou de novo, mais uma vez, mas  ninguém abriu a porta. Ele esperou, mas não houve resposta.
Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas  algo o deteve. Mais uma vez, ele se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta com força. Ele esperou, alguma coisa o fazia ficar ali  na varanda. Ele  tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar.
 De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela  perguntou gentilmente:
-O que eu posso fazer por você, meu filho?
Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, este pequeno menino disse:
- Senhora, me perdoe se eu estou perturbando, mas eu só gostaria de  dizer que JESUS A AMA MUITO e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR.
Então ele entregou o seu último folheto e se virou para ir embora.
 Ela o chamou e disse:
- Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!
Bem, na manhã do seguinte domingo na igreja, o Padre estava no altar, quando a missa começou ele perguntou:
- Alguém tem um testemunho ou algo a dizer?
Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé.
 Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto.
- Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem  antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu a algum  tempo deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado,  sendo um dia particularmente frio e chuvoso, eu tinha decidido no meu coração que eu chegaria ao fim da linha, eu não tinha mais esperança  ou vontade de viver.
Então eu peguei uma corda e uma cadeira e subi as escadas para o sótão  da minha casa. Eu amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na  cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço.
 De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, eu estava a ponto  de saltar, quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Eu  pensei:
 - Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora.
Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoa  que estava tocando também começou a bater bem forte. Eu pensei:
- Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou  vem me visitar.
Eu afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava mais alto.                                          


Quando eu abri a porta e vi quem era, eu mal pude acreditar, pois na  minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em  minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês!
 As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que  estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA quando ele exclamou  com voz de querubim:
- Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO.
Então ele me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos.
Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, eu fechei a porta e  atenciosamente li cada palavra deste folheto.
 Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu  não iria precisar mais delas. Vocês vêem - eu agora sou uma FILHA  FELIZ DE DEUS!!!                  

Já que o endereço da igreja estava no verso deste folheto, eu vim aqui  pessoalmente para dizer OBRIGADO ao anjinho de  Deus que no momento certo livrou a minha alma de uma eternidade no inferno.
Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos na igreja.
 o Velho Padre desceu do altar e foi em direção a primeira fila onde o  seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu sobrinho nos braços e  chorou copiosamente.
Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este.

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