Admonição inicial:
A liturgia da Palavra deste domingo, volta a levar-nos
ao cimo do monte. Há oito dias ao Tabor. Hoje ao Horeb, onde Moisés se deixa
envolver e implicar pela sarça ardente que vê, pelo chão sagrado que pisa, pela
voz de Deus que o chama.
Dom António Couto, na carta pastoral, alerta que a forma
de Jesus nos implicar na sua missão é diferente daqueles que são os
procedimentos dos homens.
Contrariamente aquilo que é a lógica humana “é no princípio
da sua missão que Jesus chama os seus
discípulos, e é durante a sua própria missão que
Jesus os envia em missão (Mt 10,1-16; Mc 3,14; 9,1-6). Esta contemporaneidade
envolve e revolve e implica com Jesus os seus discípulos, e envolve-nos e
revolve-nos e implica-nos a nós do mesmo modo, impedindo a sua e a nossa
catalogação como simples e fáceis continuadores ou herdeiros da missão
evangelizadora de Jesus.
Somos, afinal, muito mais que meros continuadores ou herdeiros da missão de Cristo. Estamos implicados nessa missão, como os discípulos, desde o princípio e para sempre.
(Colocar no monte calvário a palavra: IMPLICADOS)
Terceiro domingo: A
CRUZ DA MISERICÓRDIA e da conversão -“IMPLICADOS”
1.- «Moisés, Moisés!»
2. - «Aqui estou!».
1. - «Não te aproximes. Tira as
sandálias dos pés, porque o lugar que pisas é terra sagrada».
«Eu sou o Deus de teus pais, Deus de Abraão,
Deus de Isaac e Deus de Jacob».
«Eu vi a situação miserável do meu
povo no Egipto; escutei o seu clamor provocado pelos opressores. Conheço, pois,
as suas angústias. Desci para o libertar das mãos dos egípcios e o levar deste
país para uma terra boa e espaçosa, onde corre leite e mel».
3. - Deus é Deus
próximo de nós que conhece as nossas dificuldades e angústia, sempre disposto a
ajudar-nos e a levar-nos para situações de vida mais favoráveis.
2. - Deus interessa-se
pela nossa vida e quer a nossa felicidade.
1.- Em Jesus Cristo
manifestou-nos toda a sua bondade, toda a misericórdia para connosco.
2. - Jesus apresenta-nos
um Deus paciente, tolerante para com a fraqueza humana, compreensivo para com a
dureza da nossa mente e do nosso coração.
Todos: O Senhor é misericordioso e cheio
de compaixão!
1. - Ele bem sabia que
nem sempre nós íamos ser dignos do seu amor e da maneira como cuida de nós.
3. - Ao olharmos o Evangelho
de hoje facilmente nos damos conta de alguns modos distorcidos de acolher e
compreender a misericórdia de Deus.
1. - Os judeus que
interpelavam Jesus olhavam as catástrofes e desgraças como acontecimentos
diretamente relacionados com o pecado, os pecadores.
2.- Quantas vezes, tal como
no tempo de Jesus, perante os desastres, as catástrofes, as mortes de pessoas
inocentes, nós perguntamos: “Porque é que Deus permite isto?” –como que a
deitarmos as culpas a Deus e a duvidar da sua bondade.
1.- Também se ouve dizer:
“Isto aconteceu-lhes como castigo de Deus”, “era o que mereciam”.
2.- Jesus ensina aos seus
discípulos e a nós, que na vida presente não há relação direta entre pecado e
desgraça.
3. - É verdade que as
calamidades e as desgraças, muitas delas naturais, são potenciadas pela nossa
condição de pecadores. Mas não podem ser interpretadas como uma punição.
No entanto não deixam de ser
para nós uma advertência e uma chamada de atenção para o modo como vivemos e
para o modo como somos chamados a viver.
São sempre um convite à
mudança de vida. Uma oportunidade para verificar o andamento do nosso viver.
1.- São sempre um apelo à
conversão, um convite a olharmos a vida com mais verdade.
2.- Tudo pode ser uma
oportunidade para nos deixarmos envolver pela misericórdia de Deus.
1. - Podemos dizer que uma
das coisas que para nós é difícil, como discípulos de Jesus Cristo, é a conversão
à paciência e misericórdia de Deus.
2. - Nós estamos implicados
na missão de Jesus. Estar implicado com Jesus significa assumir o seu estilo de
vida, o seu modo de pensar e de agir.
1. - O traço principal do
estilo de Jesus é a misericórdia, paciência de Deus connosco.
3. - Nesta semana vamos ter
em conta a nossa conversão à misericórdia de Deus.
1. - Se pensarmos um
bocadinho damo-nos conta de que não é fácil.
Todos: Somos chamados a convertermo-nos à
misericórdia de Deus.
3. - Somos chamados a:
1. - Reconhecer e aceitar a
paciência de Deus para connosco.
2. - Olhar os acontecimentos
da história e da nossa vida à luz da paciência e misericórdia de Deus;
- Permitir que o nosso
coração se transforme segundo a paciência e misericórdia de Deus e assim transpareça
na relação com os outros.
1. - É a grande conversão a
que somos chamados. Não é fácil. Mas é o que Deus nos pede.
2. - É verdade. Sem a
misericórdia de Deus não podemos entender a nossa vida.
1.- A misericórdia de Deus
tudo supera. Deus cuida de nós constantemente e enche-nos de oportunidades para
que os bons frutos possam aparecer em nós.
2.- Como vemos na parábola da
figueira, Deus dá-nos muitas oportunidades. Cada dia é uma oportunidade. Deus
tem muita paciência para connosco.
1.- Nada tem que temer de
Deus quem vive com Deus e faz da causa de Deus a sua vida.
2. - Juntemos a nossa cruz à
Cruz de Jesus a caminho do Calvário. É a cruz da misericórdia, a cruz da
redenção.
Todos: Com Jesus, a Cruz da Misericórdia é, e há de ser, a Cruz da Ressurreição.
3.- Hoje é domingo da Cáritas, dia de partilha com os que mais precisam. Somos chamados a intensificar a nossa renúncia quaresmal em favor de quem precisa. A renúncia que fazemos é sinal e expressão da misericórdia de Deus para connosco.
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