quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Sinodalidade: “É a própria Igreja a fazer-se”

 O Pe. Diamantino  Alvaíde, sacerdote da Diocese de Lamego,  é o Coordenador Diocesano da Pastoral. Foi também nomeado como responsável diocesano do Sínodo dos Bispos, na fase diocesana.



Entrámos no novo ano pastoral. Quais as linhas, orientações, iniciativas que destacarias?

Destacaria três orientações e três iniciativas, mais relevantes. As três linhas orientadoras: 1) A necessidade de retomarmos a ação eclesial presencial, em todas as frentes. Daí o lema “Levantai-vos! Vamos!”. 2) A caminhada sinodal que somos convidados a fazer até abril de 2022, com todas as dioceses do mundo. 3) A preparação próxima da Jornada Mundial da Juventude 2023. Das iniciativas destaco: 1) As visitas de alguns departamentos da pastoral aos arciprestados da nossa diocese. 2) O Dia Mundial das Famílias, em comunhão com Roma, em junho de 2022. 3) O Dia da Família Diocesana, em que receberemos os símbolos da JMJ, que vão percorrer a diocese.

A Igreja deu início ao Sínodo (2021-2023), que procurará auscultar a Igreja, no seu conjunto, localmente, em todas as dioceses. No Vaticano, o Papa inaugurou o Sínodo no passado dia 9 de outubro, na nossa diocese, como em muitas outras, iniciou no dia 17 de outubro. Tu, com a Equipa da Coordenação Pastoral, coordenarás e conjugarás, a nível diocesano, tudo o que tem a ver com este Sínodo.
Para percebermos melhor, o que significa um Sínodo, e este Sínodo em concreto? Que expetativas tens? O que se pode esperar do Sínodo?


O Sínodo, conforme hoje o concebemos, é uma assembleia alargada de bispos de diversas regiões (e às vezes diversas Igrejas) e peritos escolhidos pelo Papa, que se reúnem ordinária ou extraordinariamente, com o objetivo de aconselhar o Romano Pontífice em assuntos de especial importância e oportunidade para o governo pastoral da Igreja. Foi o Papa Paulo VI que, em 1965, quase ao terminar o Concilio Vaticano II, e resultante do mesmo, criou o Sínodo dos Bispos. É o Papa, no exercício das suas funções, que convoca o Sínodo e decide o tema a tratar. Desta vez, o Papa Francisco entendeu que era oportuno tratar o tema da Sinodalidade. Para tal, e dada a suma importância desse assunto, quis o Santo Padre alargar a preparação do próximo Sínodo dos Bispos a todo o povo de Deus. Pede, por isso e para isso, que se faça uma auscultação alargada da opinião e vivência do maior número de fiéis, possível. É esse trabalho que será feito, nos próximos cinco meses, na nossa e em todas as dioceses. Depois de recolhidas essas opiniões e tratadas essas informações, a nível diocesano e a nível nacional, serão enviadas ao Papa, para servirem de ponto de partida para os trabalhos da Assembleia Sinodal, em Roma, em outubro de 2023.
Tenho boas expectativas a respeito deste sínodo. O assunto é bastante pertinente. A envolvência de todo o povo de Deus parece um fator muitíssimo enriquecedor e determinante para a discussão e documento finais.
Gosto muito da definição que o nosso Bispo dá de Sinodalidade: “É a própria Igreja a fazer-se”. É a Igreja, na sua essência, a acontecer em tempo e espaço reais. Este Sínodo vai permitir (ou deveria permitir) perceber se a forma como a Igreja hoje se está a fazer é ou não a mais fiel à sua natureza e identidade. Quero com isto dizer que, aquilo que em meu entender se pode esperar deste Sínodo, é que obrigue a Igreja a redirecionar-se. Ou seja, a ajustar e a afinar a Sua rota de acordo com a bússola de Deus.

(Da entrevista que o P.e Diamantino concedeu à Voz de Lamego) - aqui

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