quinta-feira, 16 de março de 2017

SEMANA NACIONAL CÁRITAS 2017


Estamos  em plena Época Quaresmal, período particularmente especial para os católicos. Na sequência da Carta Pastoral do nosso Bispo, Reverendíssimo Senhor D. António Couto, para a nossa diocese, sob o lema “Ide e Anunciai o Evangelho a Toda a Criatura”, na sua mensagem reflexiva para a Quaresma, com o título  “O DOM ALUMIA; MAS O PECADO CEGA”, alerta-nos para os problemas da sociedade atual, nomeadamente  “… o pecado, que é uma espécie de nó cego no coração, bloqueia-nos num mundo de portas fechadas a cadeado, tornando-nos imunes, isto é, vacinados, indiferentes, insensíveis, face aos outros e face à Palavra, aquela que vem de Deus, Palavra criadora e carinhosa, e aquela, da ternura dos outros, mas também das suas dores, sofrimentos e gritos.”
Por sua vez, este ano,  D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e Responsável pelo Acompanhamento da Cáritas, enviou-nos uma mensagem alusiva à missiva deste ano, Cáritas “Família Construtora da Paz”:
“Todos temos experiência do que é viver em família. Muitos com memórias felizes da nossa infância; outros não. Algumas das nossas famílias são grandes, ou mesmo muito grandes; outras são pequenas, mesmo muito pequenas. Uns dos que agora lêem estas linhas serão pais ou mães, serão irmãs ou irmãos de outros, de outras. Uma coisa é certa: todos somos filhos ou filhas. O importante é que, para cada um de nós, essa família é a ‘nossa família’. Ora, o Papa Francisco, na Exortação Apostólica A Alegria do amor, afirma que a relação entre os irmãos se aprofunda com o passar do tempo; e explica: «o laço de fraternidade que se forma na família entre os filhos, quando se verifica num clima de educação para a abertura aos outros, é uma grande escola de liberdade e de paz. Em família, entre irmãos, aprendemos a convivência humana […]. Talvez nem sempre estejamos conscientes disto, mas é precisamente a família que introduz a fraternidade no mundo. A partir desta primeira experiência de fraternidade, alimentada pelos afectos e pela educação familiar, o estilo da fraternidade irradia-se como uma promessa sobre a sociedade inteira» (n.194). É fazendo apelo a este lugar primordial de relação fraterna, como escola de liberdade e de paz, que desejo fazer-lhe um convite nesta Quaresma, para que no III Domingo possamos celebrar o Dia Cáritas: que procure, com criatividade e ousadia, os modos de a sua família ser verdadeiramente capaz de construir a Paz. Não conheço como gostaria cada uma das realidades familiares das pessoas a quem agora me dirijo. Não sei, por experiência directa, o que é faltar hoje o necessário para comprar mais um livro ou um caderno que é preciso para a escola; ou o exercício que é preciso fazer a meio do mês, com o salário, para que ele possa chegar até ao fim. Ou o cansaço do fim do dia, as atenções necessárias, as tensões que não se conseguem evitar. Às vezes um tom de voz mais alto… As lágrimas. Não conheço a sua família… Mas sei que muitas vezes a vida do dia-a-dia não é fácil. E, por isso, peço licença para lhe poder propor que, como quer que seja a sua realidade, procure dar passos significativos no sentido de a sua família ser efectivamente construtora da Paz. O Papa Francisco, na mensagem para o passado Dia Mundial da Paz sobre a não-violência, chega a afirmar: «lanço um apelo a favor do desarmamento, bem como da proibição e abolição das armas nucleares […] Com igual urgência, suplico que cessem a violência doméstica e os abusos sobre mulheres e crianças» (n.5). Gostaria de terminar citando outra Mensagem do Dia Mundial da Paz: a de 1994; S. João Paulo II tem palavras particularmente inspiradoras e atuais: «A vós, pais, compete a responsabilidade de formar e educar os filhos para serem pessoas de paz: para isso, sede vós mesmos, primeiro, construtores de paz.
Vós, filhos, lançados para o futuro com o ardor da vossa idade jovem, repleta de projectos e sonhos, apreciai o dom da família, preparai-vos para a responsabilidade de a construir ou promover, segundo a respectiva vocação, no amanhã que Deus vos conceder. Cultivai aspirações de bem e desígnios de paz. Vós, os avós, que, com os outros membros da casa, representais na família laços insubstituíveis e preciosos entre as gerações, dai generosamente o vosso contributo de experiência e testemunho para ligar o passado ao futuro num presente de paz. Como esquecer, enfim, tantas pessoas que, por vários motivos, se sentem sem família? Quereria dizer-lhes que, também para elas, existe uma família: a Igreja é casa e família para todos. Ela abre de par em par as portas para acolher todos quantos vivem sozinhos e abandonados; neles, vê os filhos predilectos de Deus, independentemente da idade, e quaisquer que sejam as suas aspirações, dificuldades e esperanças. Possa a família viver em paz, de modo que dela brote a paz para a família humana inteira!» (n.6). É este o nosso sonho! E por isso também o nosso compromisso. Cristo disse: «Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus» (Mt 5,9).
Cristo pode contar consigo?”
Imbuídos deste espírito, não esqueçamos aqueles que tanto precisam da nossa solidariedade e apoio em momentos frágeis das suas vidas, muitas vezes porque a própria vida fez com que tudo se alterasse, pelas mais variadas razões.
NOTA: À semelhança de anos anteriores, e dando continuidade a uma das múltiplas missivas da Cáritas Portuguesa e Cáritas Diocesanas, em 2017, a Semana Nacional Cáritas, decorrerá sob o lema “Família Construtora de Paz” , entre os dias 13 e 19 de Março. Cada sacerdote , na sua Paróquia, abordará a temática junto dos  seus paroquianos no sentido de proceder à recolha de donativos para o efeito.
Cáritas Diocesana de Lamego,  aqui

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