quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

2º Domingo do Advento - Ano C

“Caminhamos cada dia, que nos dás, com a ajuda dos irmãos. Tu nos guias nos caminhos desta Terra. És para nós a esperança da meta! Creio em Ti, Senhor. Creio em Ti. Com o mundo, onde o Reino está presente, Senhor, nós Te pedimos: Aumenta. Aumenta a nossa fé”!
1. E o nosso caminho de Advento prossegue, com a ajuda dos irmãos, sob a guia dos santos, e agora também dos profetas! Os profetas ajudam-nos a atravessar o caminho do deserto, a sonhar e a acreditar, no impossível, quando toda a esperança se desvanece. Na secura severa do deserto, somos guiados, pelos profetas, como estrelas ardentes, que nos guiam, nos caminhos desta terra, para a esperança da meta: eles apontam sempre para a vinda do Messias, nosso Cristo e Senhor!
2. Podíamos lembrar, cinco deles, como quem vislumbra cinco estrelas ardentes, que guiam a nossa fé, no deserto: Jeremias, Baruc, Sofonias, Miqueias e João Batista.
Jeremias (nascido por volta de 630 a.C.) é o primeiro e o mais menino de todos! Trouxe-nos, no passado domingo, a promessa do “rebento justo”, que havia de germinar, da descendência de David, e fazer deste mundo, o lugar onde o Reino cresce, à medida que floresce o direito e a justiça.
Neste Domingo, é a vez de Baruc, escriba de Jeremias, seu companheiro de refúgio no Egito e de exílio na Babilónia. É portador da promessa do regresso à terra, não já pelas mãos dos homens, mas trazidos “nos braços de Deus”. Como ouvíamos, há pouco, é o próprio Deus que nos abre caminhos, que nos estende a passadeira, que n0s conduz até Ele.
E será, no próximo domingo, a vez do profeta Sofonias (profetizou entre 640 e 609 a.C). Num tempo anterior a todos os outros, garante ao Povo, à filha de Sião, que Deus abrirá um caminho de salvação, para todos os povos. E fá-lo-á, não pela mão dos poderosos, mas a partir de um pequeno resto, com a minoria dos que procuram o Senhor, na humildade e na pobreza.
Nas vésperas de Natal, ouviremos ainda Miqueias, (profetizou entre 740 e 698 a.C)o profeta dos «sem-terra», o mais antigo de todos, a indicar-nos a terra da promessa, onde vai dar à luz Aquela que há de ser Mãe do Príncipe da Paz.
E assim, queridos irmãos e irmãs, “temos mais confirmada a palavra dos profetas, à qual fazeis bem em prestar atenção, como a uma lâmpada que brilha num lugar escuro, até que o dia desponte e a estrela da manhã nasça nos vossos corações” (II Pe.1,19).
E vem, por fim, no evangelho de hoje, o último e o maior de todos os profetas, João Batista, a quem foi dirigida a Palavra de Deus, no deserto. Também Ele foi uma lâmpada ardente e luminosa, que, por um instante, nos alegrou com a sua luz” (cf. Jo.5,35).
 
3. A João Batista – caríssimos irmãos – coube a missão de fazer ouvir a sua voz no deserto (Lc.3,4;Is.40,3-5). Esta é também hoje a missão da Igreja: “pôr-se a caminho, para conduzir os homens, para fora do deserto, para lugares da vida, da amizade com o Filho de Deus, para Aquele que dá a vida e a vida na sua plenitude» (Bento XVI, PF 2). E há hoje tantas formas de deserto: “há o deserto da pobreza, o deserto da fome e da sede; mas há também o deserto do abandono, da solidão, do amor destruído. Há o deserto da obscuridade de Deus, do esvaziamento das almas, já sem consciência da dignidade e do caminho do homem. Os desertos exteriores multiplicaram-se no mundo, porque os desertos interiores se tornaram cada vez mais amplos(Bento XVI, Homilia no início do Pontificado). “Nos últimos decénios, - reafirmou o Papa, na abertura do Ano da Fé - tem-se visto o avanço de uma "desertificação" espiritual (…) Vemo-lo, ao nosso redor, todos os dias. É o vazio que se espalhou”.
4. No entanto, - dizia ainda o Papa – “é precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital, para nós, homens e mulheres. No deserto é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial, para a vida. Assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes” esta sede esteja oculta, ou seja reprimida ou saciada em águas inquinadas! Aqui ressoam com mais clareza as palavras do Hino para o Ano da Fé:“com o mundo, onde o Reino está presente, nós te pedimos, Senhor, aumenta a nossa fé”!
5. Queridos irmãos e irmãs: “No deserto há, sobretudo, necessidade de pessoas de fé, que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança” da meta.Hoje, mais do que nunca, evangelizar significa testemunhar uma vida nova, transformada por Deus, indicando assim o caminho” (Bento XVI, Homilia, 11-10-2012). Sejamos, então, uns para os outros, estrelas que guiam “nos caminhos desta terra”, indicando a outros o caminho para fora do deserto, não com o dedo em riste, mas indo à frente, percorrendo-o, com a própria vida! Esta semana, acende a tua vela, pinta e coloca a tua estrela. E a tua Estrela brilhará se deres aos outros um testemunho alegre da tua fé, se fores ao encontro dos que se sentem no deserto da solidão, “levando apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas, mas tão só o Evangelho e a fé da Igreja” (Bento XVI, Homilia na abertura do ano da fé, 11-10-2012). Essa é a água do poço, que fará o deserto florescer e as estrelas brilhar na noite!
Fonte: aqui

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