quinta-feira, 30 de maio de 2024

2 de Junho, 2024 - 9.º Domingo do Tempo Comum - Ano B

Leituras: aqui

1. Domingo, Dia do Senhor

O Senhor procurou ajudar o homem a compreender o sentido da sua vida na terra. O Génesis narra a criação do universo, não como um historiador ou cientista, mas com um esquema simples que nos ajuda a compreender algumas verdades de fundamentais importantes: Deus é o Criador e Senhor de todas nas coisas. Nesta caminhada que empreendemos na terra a caminho do Céu devemos colocar Deus em primeiro lugar e oferecer-Lhe toda a nossa atividade com amor.

• Um dia para o Senhor. O Génesis divide a semana em sete dias. Nos seis primeiros realizou toda a obra da Criação do universo e estabeleceu o sábado para estarmos com Ele.

Quando entregou ao Povo de Deus, junto do Sinais, em viagem para a Terra da Promissão um conjunto e normas que ele devia observar, mandou que observassem o sábado de cada semana, como dia que Lhe estava consagrado.

Jesus Cristo, ao fundar a Sua Igreja – o novo Povo de Deus que fez uma Nova Aliança com ele no Calvário –, manifestou vontade de que o Dia consagrado a Deus fosse o primeiro dia da semana, o Domingo, enriquecendo-o com um novo sentido.

Ressuscitou ao Domingo e nesse mesmo dia manifestou-Se junto do sepulcro, às santas Mulheres, no Cenáculo, aos Apóstolos e aos discípulos de Emaús. Como Tomé não estava presente e não acreditava na Ressurreição de Jesus, voltou a aparecer no Domingo seguinte para o reconquistar. Instituiu neste dia a Confissão Sacramental. E quis que a Sua Igreja fosse apresentada solenemente ao mundo, na vinda do Espírito Santo, numa manhã de Domingo.

Nossa Senhora escolheu o Domingo para aparecer em Fátima, no dia 13 de maio e, quando os Pastorinhos foram levados presos para Vila Nova de Ourém, esperou pelo Domingo para lhes aparecer, em 19 de agosto.

O sábado era o fim; o Domingo é o princípio de toda atividade. O homem  é libertado do peso do trabalho semanal para que se possa dedicar mais ao Senhor. Domingo significa isso mesmo: Dia do Senhor.

S. João Paulo II publicou no Pentecostes de 1998 (31 de maio)  uma linda Carta Apostólica intitulada “Dies Domini”, Dia do Senhor, que nos ajuda a aprofundar o sentido do nosso Domingo, a partir dos textos proclamados.

• Páscoa semanal. Todas as semanas, no primeiro dia, temos um encontro com Jesus Ressuscitado. Ele convida-nos a estar presentes e preside à celebração do Domingo. Como no Cenáculo e em Emaús, ilumina-nos com a Sua Palavra e alimenta-nos com a Santíssima Eucaristia

• Dia da Igreja. Quando vivemos a nossa fé durante a semana parece-nos que estamos sós, isolados e sem auxílio de ninguém. Ao reunirmo-nos no Domingo, acolhendo a mesma Palavra de Deus participando do mesmo Corpo e Sangue do Senhor, rezando as mesmas orações e cantando os mesmos cânticos, saímos do templo mais alegres, felizes e fortalecidos para a confissão da fé durante a semana.

O Domingo, pela celebração da Eucaristia, torna-se uma imagem da eternidade do Céu, onde todos aclamaremos Cristo Ressuscitado, comungando da Sua mesma felicidade. 

Saímos, no final da celebração, enviados por Jesus a santificar a nossa semana e a proclamar com a nossa vida que Jesus Cristo ressuscitou e nos ama.

Na verdade, perder o sentido do Domingo é perder o sentido da vida, mergulhando na desorientação e na angústia.

2. Domingo, dia do Homem

O legalismo sem vida nem amor tornou o sábado um dia que prendia o homem, em vez de o libertar.

Certo dia, os Apóstolos, com Jesus, atravessavam uma seara e começaram a colher e comer algumas espigas de trigo. Deviam estar com muita fome.

Um rigorismo desumano levou alguns que os viram fazer isto a censurá-los duramente, dizendo que pecavam, transgredindo o sábado. «Vê como eles fazem ao sábado o que não é permitido».

Jesus, talvez pensando já no Domingo que iria instituir, em substituição do sábado, aproveitou a oportunidade para nos ensinar o verdadeiro sentido deste dia: «O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado

Jesus instituiu o Domingo também para nós. Cessamos toda a atividade laboral para cuidar de aspetos da nossa vida que tinham sido descurados.

• Dia da Família. Na era industrial, muitas vezes a família não se encontra reunida durante a semana: os pais vão para o trabalho e os filhos para a escola.

 Ao domingo podem e devem encontrar-se para participarem juntamente na Eucaristia dominical, numa refeição em comum e olharem-se nos olhos.

A falta de compreensão do que é a família e o domingo leva os mais novos a fugirem da família para a discoteca, a entregarem-se ao desporto longe da família e a perderem todo o amor entre si.

• Dia da caridade. O Domingo há-de ser também o dia em que os outros encontram um lugar na nossa vida. Temos a possibilidade de visitar os parentes, sobretudo os mais idosos, confortar algum doente ou pobre.

Os pobres estiveram sempre no coração da Igreja, de tal modo que na Igreja primitiva eram chamados “altares de Deus” e a coleta era para os socorrer.

Hoje o estado organiza-se com a Segurança Social que provê aos problemas de saúde, de reforma ou subsídio. Mas ele não pode resolver todos os problemas.

E, sobretudo, há algo que ele não pode dar; uma palavra amiga e de conforto, um sorriso, um escutar com atenção uma confidência.

Jesus encontrou na sinagoga um homem com uma das mãos atrofiadas e curou-o. É para nos curar também das nossas enfermidades espirituais que o Senhor Se encontra no nosso meio, em cada domino, na Missa.

• Dia de encontro da Igreja. Na Santa Missa Dominical está presente a Santíssima Trindade, Nossa Senhora com toda a corte celeste, as almas do purgatório e todos os membros da Igreja militante que ainda caminha da terra para o Céu.

Sintamos esta bendita fraternidade e peçamos a Nossa Senhora que nos ajuda a compreender e a amar cada vez o nosso Domingo.

Fonte: aqui

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