Espingardas, mentiras, raivas, ódios,
Herodes a mais, Belém a menos,
Belém outra vez sem paz e sem meninos,
Sem alegria, só com sangue e choro,
Sem coro e decoro de Natal.
É como se o tempo corresse para trás,
E para trás corresse também a água das fontes,
O sopé dos montes,
A linha que define os horizontes.
Onde estamos, afinal? Onde chegamos?
Quem somos? Para onde vamos?
Não somos nós a humanidade por Deus criada?
O que é feito da nossa liberdade e responsabilidade?
Não partilhou connosco Deus
O seu poder omnipotente,
A sua ciência omnisciente,
A sua presença omnipresente,
A sua vida vivente?
Para que servem os túneis, os paióis,
Os mísseis, os muros, as trincheiras?
Por que investimos tão pouco em presépios,
Em presentes,
Em abraços, em flores, em sementes?
Vem, Senhor Jesus,
O mundo precisa tanto da tua Luz.
Desejo a todos os meus irmãos e irmãs, sacerdotes, diáconos, consagrados/as, fiéis leigos, doentes, reclusos, idosos, jovens e crianças, migrantes, das 223 Paróquias da nossa Diocese de Lamego, e da Igreja inteira, a todos e a ti também, um Santo Natal de Jesus. Fazei e voltai a fazer o presépio. Transformai a vossa paróquia num presépio. Contemplai-o bem. Imitai S. Francisco de Assis, que há 800 anos, em 1223, fez da aldeia de Greccio um presépio, e encheu Greccio e o mundo inteiro de uma nova Luz.
Vem, Senhor Jesus, bate à nossa porta, encandeia a nossa vida, e conduz os nossos passos pelo caminho da Paz.
+ António, vosso bispo e irmão
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