quinta-feira, 7 de março de 2024

10 de Março, 2024 - 4º Domingo do tempo da Quaresma - Ano B

Admonição

Segundo o Evangelho deste domingo, Cristo veio ao mundo para que o mundo seja salvo, para que fique repleto de Deus, inundado da luz que dissipa as trevas, envolvido pela graça da salvação. Assim, todo aquele que acredita no Filho unigénito de Deus fica inesgotavelmente saciado.
Dom António, na carta pastoral deste ano, faz eco da experiência dos nossos jovens participantes na Jornada Mundial da Juventude, que ficaram saciados. Diz o nosso Bispo: “Os jovens da nossa diocese de Lamego confessam que foram e viram, tocaram e sentiram, não qualquer coisa ou qualquer novidade de última hora, mas o Verbo da Vida, e estão prontos para testemunhar que Jesus Ressuscitado entrou nas suas vidas e as transformou e nelas continua a operar transformação e missão” (pg. 5).

Na  caminhada para a Páscoa, chegamos ao quarto domingo da Quaresma, também chamado como domingo “Laetare”, isto é, da alegria, porque se aproxima a Páscoa, o dia da vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte.
As Leituras oferecem a razão mais profunda desta alegria: Elas recordam que, apesar da nossa indignidade, somos os destinatários da misericórdia infinita de Deus.

A 1ª leitura revela a Justiça e a Misericórdia de Deus no tempo do exílio e da libertação. (2Cr 36,14-16.19-23)
É um resumo da História da Salvação, em três momentos: O PECADO do homem, o CASTIGO e o PERDÃO de Deus.
O Povo foi infiel à Aliança. Por isso, Jerusalém foi destruída e sua elite foi deportada para a Babilônia.
Mas Deus não abandona o povo, apesar das infidelidades.
O povo arrependido voltou seu coração para Deus e Deus o conduziu de volta à sua terra.
Deus é mais misericórdia, do que justiça...

Na 2ª Leitura Paulo afirma: "Deus é rico em misericórdia...
"Quando estávamos mortos por causa de nossas faltas, Ele nos deu a vida com Cristo." (Ef 2,4-10).
A Salvação é um dom de Deus: a salvação, presente de Deus, chega a nós mediante a fé em, por e com Cristo...

No Evangelho, Jesus  revela-Se como Salvador e não Juiz.
A missão de Cristo no mundo e na história é salvar e não condenar. (Jo 3,14-23).
É a conclusão do diálogo de Jesus com NICODEMOS, que nas "trevas da noite", vem falar com Jesus à procura de "Luz".
No final, descreve o projeto de Salvação de Deus: "Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu próprio filho e este não veio para julgar o mundo, mas para salvá-lo".

Nesse diálogo com Nicodemos, encontramos TRÊS ETAPAS.
- Na primeira, Nicodemos reconhece a autoridade de Jesus, graças às suas obras; mas Jesus acrescenta que isso não é suficiente: o essencial é reconhecer Jesus como o enviado do Pai.
- Na segunda, Jesus anuncia a Nicodemos que, para entender a sua proposta,  preciso "nascer de Deus" e explica ser necessário um novo nascimento, a partir "da água e do Espírito".
- Na terceira etapa, Jesus descreve a Nicodemos o projeto de salvação de Deus: é uma iniciativa do Pai, tornada presente no mundo e na vida dos homens através do Filho e que se concretizará pela cruz.

No deserto, os hebreus olhavam para a serpente levantada por Moisés como sinal de cura e libertação.
Faz lembrar a CRUZ onde foi levantado o Filho do homem.
Da Cruz de Jesus brota a vida e a saúde para toda a terra.
Ao olhar com fé para esse sinal, ficamos curados...

O texto  convida a contemplar uma História maravilhosa: o Amor de Deus oferece ao homem vida plena e definitva.
Aos homens compete aceitar ou não o dom de Deus.
Jesus não veio condenar e excluir ninguém da salvação.
Ele é a luz divina enviada ao mundo para mostrar o caminho da verdade e da vida que conduz a Deus.
As pessoas podem rejeitar Jesus e sua missão, permanecendo nas trevas do egoísmo, rejeitando Jesus e sua missão; ou então aceitar Jesus e seguir seu projeto, deixando-se envolver pela luz da fé e da salvação.
João define o caminho para chegar à vida eterna: CRER EM JESUS:
- Não é uma mera adesão intelectual a umas verdades mas acolher JESUS enviado pelo amor do Pai para salvar os homens.
- É escutar Jesus, acolher a sua mensagem e segui-lo nesse caminho.
- É deixar as trevas e caminhar para a Luz… É aceitar essa Luz...
Isso supõe desfazer-se de muitos projetos pessoais.

O julgamento final como fica?
- Segundo João, o julgamento não é pronunciado por Deus, mas pela escolha que cada um faz diante da Luz de Cristo.
"Quem nele crê, não é condenado. Mas quem não crê, já está condenado...
A Luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas."

Por isso, a decisão no julgamento:
- não é propriamente Deus que faz... somos nós que escolhemos...
- não é apenas no fim do mundo, mas é aqui e agora.
Cada instante da vida é tempo de salvação ou de condenação...

Salvam-se os que praticam a Verdade e se aproximam da "Luz".
Condenam-se os que praticam o mal e preferem as "trevas".
A salvação é um dom gratuito de Deus oferecido a todos...
Tudo depende da nossa aceitação ou não à proposta de Cristo.

O Evangelho fala do amor de Deus que chega ao ponto de dar o seu próprio Filho e insiste também na responsabilidade do homem, que deve fazer uma escolha diante dessa proposta de amor.
Cristo quer ser o nosso Salvador, não o nosso Juiz...
Qual será a nossa escolha? Preferimos a Luz ou as Trevas?


Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 10-03.2024

A HUMANIDADE ESTÁ ÀS ESCURAS 
Deus é a luz que ilumina as nossas trevas. 
 Ele sabe o que nos ocupa e preocupa, conhece as penas por que passamos, vê todos os que sofrem e choram. 
 Deus conhece bem a dor da doença e da solidão, os nossos medos são-Lhe familiares, envolve-nos quando nos dói o coração e acompanha-nos quando nos dilacera a saudade. 
 Deus sabe dos meninos da rua e das mulheres da esquina, conhece os desempregados, os drogados e as mães fatigadas, os tristes, os aborrecidos, os que não sabem exprimir o amor, os que vivem na rotina de uma quotidiana ausência de Deus. 
 Jesus conheceu a dor na cruz e o abandono, mas ressuscitou para nos dizer que está ao nosso lado e com Ele podemos lutar contra todas as dificuldades, pois vem iluminar os nossos espaços obscuros e os períodos sem luz que parecem eternos. 
 Hoje é a festa dos que se sentem perdidos e sós, dos sérios, dos cansados e dos desanimados, dos incuráveis e dos moribundos, e dos que estão mortos por dentro. 
Jesus vem ressuscitar-nos. 
Deus vem trazer luz, calor e Vida abundante, Jesus quer que vivamos com amor transbordante.

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