segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Uma mala...

A meio caminho entre a cantina e o hospital, cruza-se comigo um casal de idosos, que deviam rondar a oitava década de vida, que vinha do IPO. Um pouco ofegantes, a mulher pergunta-me qual era o caminho mais próximo para a paragem dos autocarros. Bem, conheço aquela zona relativamente bem e disse-lhe que havia duas. O melhor caminho dependeria do destinos que eles quisessem tomar. Depois de oxigenar melhor os pulmões diz o senhor: "Ó jovem, nós queremos a carreira que vai para Bragança..." E com um olhar já cabisbaixo acrescenta " ... e tá quase na hora!".
Uma longa avenida... Gente daquela idade...Aainda tinham de subir umas escadas... com a pesada e enorme mala. Dois seres da natureza transmontana perdidos no Outono na capital do norte correndo, ou melhor, andando para apanhar o autocarro.
Não consegui ficar indiferente. Para além de lhes ter indicado o caminho mais rápido, vi que a mala era um atrelado e atraso para eles. Pedi-lhes licença e peguei na mala. Subi as escadas. Enquanto subia a escadas diz o senhor "Quando eu for jovem, depois carrego eu a sua mala... quando você for velho!" Um sorriso que invadiu a minha pessoa. E, eu: "Combinado, caro amigo!"E sorri. Lá continuaram a sua correria...
Parte do trajecto complicado estava feito. Não obstante, gostaria ter levado aquela mala ao simpático casal até ao autocarro. Por questões de ordem profissional não o pude fazer.
Espero que tenham apanhado o autocarro!

O testemunho deste jovem estudante torna aqui bem presente a Palavra do Mestre:
"O que fizerdes a um dos meus irmãos, é a Mim que o fazeis."

Precisamos todos de aprender a grandeza dos pequenos gestos. Por eles passa ou não passa a nossa fé. Porque sem caridade nada somos.

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