segunda-feira, 17 de novembro de 2025

O Mês das Almas: um tempo para recordar e respeitar

“Honrar os mortos é também aprender a viver com mais verdade.”

Novembro, mês da memória e da fé
O mês de novembro traz consigo um convite à reflexão.
A Igreja chama-lhe Mês das Almas — tempo para rezar pelos defuntos, visitar os cemitérios e agradecer a vida de quem partiu. É um tempo de fé e de esperança, em que recordamos que a morte não é o fim, mas passagem para Deus.
Lembrar os mortos é, acima de tudo, lembrar que também nós somos peregrinos. E que cada dia é oportunidade de viver melhor, com fé e com amor.

Quando a igreja só se visita “de empurrão”
Há quem só entre na igreja “de empurrão”: ao colo dos pais no batismo ou levado por outros no caixão.
E, não raro, há famílias que querem, à força, a missa de corpo presente para quem, em vida, nunca quis saber de missa alguma.
Celebrar o funeral cristão de quem viveu cristãmente é gesto de fé. Mas impor a celebração da Missa a quem sempre a rejeitou, é falta de respeito — para com a própria pessoa e para com a Igreja.
A missa não é espetáculo nem tradição social: é oração. E a oração só tem sentido quando nasce do coração.

Velórios e funerais pedem silêncio e recolhimento
Outro costume que precisa de revisão é o modo como vivemos os velórios e funerais.
O velório não é mesa de café para “pôr a conversa em dia”, nem o funeral passeio de reencontro.
Quem vai a um funeral deve ir com respeito e silêncio.
Durante a missa, não é tempo de ficar à porta a conversar ou a olhar o relógio — é tempo de comunhão e de oração.
Estar presente é mais do que “marcar presença”. É participar com fé, solidariedade e respeito. O falecido merece o nosso recolhimento. E nós próprios precisamos desse tempo para pensar que, um dia, também chegará a nossa hora.

Viver com fé, lembrar com amor
O Mês das Almas não é mês de tristeza, mas de verdade e esperança.
Recordar os que partiram é agradecer-lhes o bem que fizeram e pedir a Deus que os acolha na Sua paz.
Mas é também um convite a viver com mais consciência, mais fé e mais respeito pela vida e pela morte.
Que cada funeral seja sinal de fé, não de aparência.
Que cada velório seja tempo de oração, não de distração.
E que cada um de nós, ao rezar pelos defuntos, lembre-se de que o amor de Deus não acaba na sepultura — continua, eterno, na luz da ressurreição.
“Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em Mim, ainda que morra, viverá.”
(João 11,25)

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