"Eis-me aqui, envia-me" (Is 6, 8), é o tema escolhido pelo Papa para assinalar o próximo Dia Mundial das Missões, que se assinala a18 outubro 2020.
Na mensagem, o Papa não esquece “as tribulações
e desafios causados pela pandemia do covid-19” e propõe à Igreja uma atenção
especial a estas circunstâncias que interpelam toda a humanidade.
Francisco constata como “«à semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos
surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda” e como nos “demos
conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas, ao mesmo
tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos
carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos.”
A mensagem reconhece como, apesar de “verdadeiramente assustados,
desorientados e temerosos”, se verifica como “o sofrimento e a morte nos fazem experimentar
a nossa fragilidade humana; mas, ao mesmo tempo, todos participamos de um forte
desejo de vida e de libertação do mal”. Neste contexto, a missão é um convite
“a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo” e uma "oportunidade de
partilha, serviço, intercessão”.
Para Francisco, “a compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes
tempos de pandemia torna-se um desafio também para a missão da Igreja.
Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a
pobreza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem
perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida”. O Papa recorda
que, apesar de “obrigados à distância física e a permanecer em casa, somos
convidados a redescobrir que precisamos das relações sociais e também da
relação comunitária com Deus. Longe de aumentar a desconfiança e a indiferença,
esta condição deveria tornar-nos mais atentos à nossa maneira de nos
relacionarmos com os outros”. E, neste contexto, ”a oração, na qual Deus toca e
move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade e liberdade dos
nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação”.
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