terça-feira, 11 de agosto de 2015

Semana Nacional das Migrações: luzes e sombras

O tema desta Semana Nacional das Migrações (9 e 16 de agosto), “Igreja Sem Fronteiras: somos um só corpo”, serve de lema à Semana Nacional das Migrações é inspirado na mensagem que o Papa transmitiu, este ano, para a Jornada do Migrante e Refugiado.
OCPM
O Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas, que é o responsável pela área da Mobilidade Humana na Comissão Episcopal da Pastoral Social diz que esta é “uma Igreja sem fronteiras que os emigrantes ajudam também a construir, sobretudo aqueles que são cristãos e estão ligados à Igreja".

"Para onde quer que vão, levam consigo a sua fé, a sua pertença religiosa, a sua identidade. E então, com essa força espiritual que lhes vem da sua identidade religiosa, eles devem construir nos países para onde vão uma nova comunidade que seja um só Corpo e que Cristo é o centro“, sublinha D. António Vitalino.
Esta realidade explica, o desafio lançado nesta semana, de modo a colocar “migrantes e refugiados no coração da Igreja”.
Enquanto peregrina, a Igreja está atenta, apoia, acolhe, cuida de todos aqueles que partem em busca de uma vida melhor: os emigrantes portugueses. D. António Vitalino considera que “de uma maneira ou de outra a Igreja acompanhou sempre os seus emigrantes”. Hoje em dia “são as próprias igrejas locais que pedem a colaboração das igrejas de origem dos próprios emigrantes”, admitindo que a “Comissão Episcopal está em diálogo com muitas dioceses do mundo, porque pedem ajuda”.
D. António Vitalino acrescenta que são precisamente os emigrantes que lembram que “a Igreja não é uma comunidade instalada num determinado local, mas a Igreja é peregrina em qualquer parte do mundo”. E “os emigrantes lembram-nos que somos peregrinos neste mundo”.
Como habitualmente, nesta semana, um dos pontos altos é a Peregrinação dos Migrantes ao Santuário de Fátima a 12 e 13 de Agosto, este ano presidida pelo Bispo das Forças Armadas, D. Manuel Linda.
(Fonte: aqui)


LUZES
1. A coragem de tantos portugueses que não se acomodam à subsistência nem desistem da esperança e emigram em busca de um pão mais abundante e de um futuro mais risonho para si e para os seus. 
2. Os portugueses emigrados gozam, geralmente de boa fama nos países de acolhimento: dedicação ao trabalho, capacidade de adaptação, comportamento cívico digno.
3. Graças ao trabalho dos emigrantes, Portugal tem beneficiado: são as remessas de dinheiro, são os investimentos em casas, terras, negócios, é a nova visão do mundo que transportam a nível tecnológico, científico, cosmopolitismo,, gastronómico, musical, etc.
4. Em muitas terras, o contributo dos emigrantes para o bem comum tem sido decisivo. Apoio a associações, centros de dia e lares, centros paroquiais, restauro e/ou edificação de templos, melhoramentos nas terras de origem, ajuda na ultrapassagem de carências por parte de familiares ou de conterrâneos...
5. Tantos emigrantes cristãos que celebram, reavivam e transmitem a sua fé nos ambientes onde moram, trabalham e convivem! Ao passarem pelas terras de origem, são tantas vezes uma pedrada no charco da religiosidade  tradicional, rotineira, descomprometida dos residentes.
6. O apego à cultura de origem. Muitos emigrantes transmitem aos filhos a Língua e cultura portuguesas, celebram as suas festas com um toque português. E isto sem se fecharem num chauvinismo nacionalista e provinciano.
           


SOMBRAS
1. Muitos substituem a aventura pelo aventureirismo. Partem sem a mínima garantia de empregabilidade. Há quem emigre pensando que lá fora se pode levar a vida como apetece, imergindo no mundo da preguiça, do vício e do gozar a vida a qualquer preço.  Há quem quanto ganha quanto gasta, ficando na miséria... Valerá a pena emigrar se se não souber poupar?
2. Há portugueses que esquecem a cultura de origem. Até quando regressam a Portugal pavoneiam-se a falar a língua do país onde trabalham (basta vê-los e ouvi-los nas praias!), num contexto de menoridade cultural e saloia.
3. Existe em alguns emigrantes um exibicionismo parolo, patenteado na maneira como ostentam os carros que têm, as casas que edificaram, as roupas que envergam, as férias que gozam. Dentro de um complexo de superioridade, exigem tudo, barafustam contra tudo, como se fossem os senhores e os residentes os escravos...
4. Em algumas terras, o contributo dos seus emigrantes para o bem comum é super-mínimo. Só se lembram da terra quando dela precisam para alguma coisa. Mas contribuir.... tá quieto!
5. Quanto à fé, então muitos deixam-na na fronteira. Para celebrar a fé, nunca têm tempo e é sempre muito longe. Só se "lembram de Santa Bárbara quando troveja". E quando passam pela terra de origem, aparecem só com exigências, tem que se tudo como e quando querem, sem qualquer preocupação com o bem comum da comunidade.
6. Os portuguese exigem tudo para os seus emigrantes. Querem que os países que os acolhem os tratem dignamente. E muito bem. E como tratam os portugueses os imigrantes (aqueles que ,vindos de outros países, se fixam e trabalham no nosso país? Na maneira como se fala, se outra e se tratam estas pessoas não repassará um certo substrato de racismo?


Poderíamos abordar as migrações internas (aqueles que partem para outro local do país, por exemplo, uma pessoa de Tarouca que vai para Lisboa,,,)
Para estes valem muitas das luzes e sombras acima apontadas em relação aos emigrantes.

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